Mais que o epílogo sobre a saída do capitão do Santa Cruz, Thiago Matias, vale uma observação na condução do processo, um tanto quanto apressado de todos os lados.
Zagueiro de 1,90m, artilheiro, líder e campeão estadual.
Seria natural esperar uma valorização em atleta assim, ainda com 28 anos.
Pois foi o que ocorreu de forma natural com o então xerife coral, após o Estadual. Ele acabou negociando uma vantajosa renovação de contrato até 2014.
Mas isso se estendeu a outros clubes, de divisões superiores. Não pode ser visto como algo do outro mundo uma proposta melhor do Ceará, com 100% de aumento, chegando a R$ 50 mil. O time alencarino está três séries nacionais acima do Tricolor.
Mas o que surpreendeu mesmo foi o rastro de decisões dentro do Arruda.
Jogador – Recebe uma proposta – longe de uma assinatura de fato – e já se nega a treinar com o grupo. Repensa a decisão e sai para dar uma volta no gramado, só para ouvir xingamentos. Depois, é revelado o pedido de novo aumento, o segundo este ano.
Diretor – Declara para a imprensa logo depois que mesmo que a negociação com Ceará não seja concretizada, vejam só, o atleta não jogará mais no clube. Fechou as portas.
Técnico – Argumenta que o zagueiro está sem clima no elenco e que ele também recebera propostas (9), mas ficou – o que não significa que não tenha reajustado.
Tudo isso em uma tarde… Nada mais. Bastidores fervendo.
A proposta alheia pode não vingar, o aumento pode não ocorrer, nem lá nem cá, uma vez que há um contrato em vigor e o jogador pode recuar.
Nota-se que o presidente tricolor Antônio Luiz Neto ainda não se pronunciou de forma oficial. Conciliador, o mandatário pode costurar um acordo envolvendo as partes.
Se não for possível, que ocorra uma transação natural no futebol.
Que se pague a multa rescisória. Estranho mesmo é tanto ressentimento em um dia.