Viajando de férias no Peru, o editor de primeira página do Diario, Paulo Goethe, acabou comprando, em Lima, um exemplar do jornal El Comercio (edição de 14 de novembro), e trouxe para o blogueiro.
No Deporte Total (suplemento esportivo do El Comercio), o colunista Jorge Barraza fala dos times que vêm surpreendendo no continente nas últimas temporadas, e cita – como não poderia deixar de ser – o Sport.
Sport de Recife se adueñó en junio de la Copa Brail y es el primer clasificado a la Libertadores del país de Jorge Amado.
Abaixo, a tradução de parte da coluna Soñando Fútbol, explicando o fenômeno de novos clubes na Libertadores.
O mesmo de sempre
O fato é repetido época após época. E lança uma verificação: o declínio dos grandes clubes. Esse pensamento, com outro nome, foi levantado há dois anos. O que está acontecendo? As leituras são diversas:
1º) Os grandes já não podem sustentar a liderança do comboio.
2º) Os pequenos estão crescendo e se nivelando. Ou, pelo menos, estão se aproximando muito. E estão em um número cada vez maior.
3º) Eles têm perdido o medo. E jogam até a morte.
4º) River Plate, Peñarol e Flamengo perdem três jogos e entram em crise. O mesmo ocorre com Independiente, Racing, Corinthians e todos deste nível. Nos times mais modestos há menos pressão e eles conseguem trabalhar com mais tranqüilidade.
5º) Os clubes mais poderosos sempre foram mais compradores que formadores (de atletas). Anteriormente, um jogador que destacava no Danúbio era contratado pelo Peñarol ou Nacional. Agora, ele vai diretamente para a Europa. Isso debilitou os grandes e os igualou aos menores.
6º) As arbitragens. Atualmente, quase todos os jogos são televisionados e os juízes estão expostos à lupa do torcedor, do jornalista, dos dirigentes. Não é mais tão fácil favorecer os times mais populares.
7º) Hoje, com a tática e uma boa preparação física, as chances são iguais. Onde Caldas (campeão da Libertadores), Cienciano e Arsenal (vencedores da Copa Sul-Americana) são bons exemplos.
8º) Enquanto continuar o atual cenário econômico na América Latina e os clubes de tradição não conseguirem segurar os seus jogadores, eles serão tubarões indefesos perto de cardumes de piranhas.
Assim, irão surgir mais times simpáticos como Aurora, Audax Italiano, Sao Caetano, Tiger, Pasto, Rampla Juniors e La Equidad. No futebol, pelo menos na América Latina, governa o proletariado.
Você concorda com Barraza? Opine!
Concordo 100% com os tópicos 5, 6, 7 e 8.