Desde que o sistema de acesso e descenso foi implantado no Brasileirão, em 1988, o ano que vem será apenas a segundo com os três grandes clubes em divisões distintas.
Em 2013, Náutico na Série A, Sport na Série B e Santa Cruz na Série C.
Até o desfecho do Campeonato Brasileiro neste domingo, o único cenário com este contexto havia sido em 1999, com o Sport na A, Santa Cruz na B e Náutico na C.
Consciente do momento especial, soberano, a torcida alvirrubra foi à forra nos Aflitos. Imagem devidamente destacada na capa do Diario de Pernambuco desta segunda…
Confira a capa do jornal em alta resolução clicando aqui.
Aumentou a receita de forma considerável em dois anos de gestão.
Firmando um contrato milionário com a televisão e angariando novos patrocinadores.
Também aumentou o quadro de sócios, reforçando a categoria sócio-torcedor. Por sinal, modernizou o sistema de cadastro e pagamento.
Estendeu a gama de produtos licenciados, da imagem do time em jogos de videogame à lata de cerveja. Abriu uma filial da loja oficial do clube.
Deu sinal positivo para elogiados projetos sociais, dando crédito à imagem do clube.
Enfim, investiu pesado na infraestrutura do centro de treinamento, com novos campos e alojamentos. Trocou todo o gramado do estádio, depois de décadas de espera.
Desenvolveu o projeto de uma nova arena e articulou a participação de investidores.
Renegociou dívidas antigas e gigantescas e equacionou o passivo da agremiação. Trabalhou nos bastidores pela isenção do IPTU do clube.
Não atrasou salários. Nem do setor administrativo e nem do futebol. Trabalhou com uma folha de pagamento acima da média.
Chegou a pagar o maior salário de um jogador na cidade. Atletas renomados.
Essa descrição deixa transparecer uma boa gestão?
Pois tudo isso aconteceu no Sport sob o comando de Gustavo Dubeux, em 2011/2012.
Um empresário de sucesso no estado no ramo imobiliário. Um gestor acostumado às grandes cifras, metas de trabalho, execução e perfeccionismo.
Mas que viu no futebol um entrave para todo esse empreendedorismo.
Em seus primeiros dias como mandatário na Ilha do Retiro, Dubeux afirmou o seguinte.
“Não estou no Sport para colocar o meu dinheiro. Estou aqui para emprestar o meu tempo, que é muito mais valioso.”
De fato, ele estava certo.
Não havia necessidade de tirar dinheiro do bolso, repetindo um costume dos cartolas nos grandes clubes até a década de 1970.
Havia, sim, a necessidade de obter resultados práticos com a bola rolando.
Ao gerir um clube do porte do Leão, deve-se ter em conta a missão de controlar uma massa. Que apoia e que cobra na mesma intensidade.
O revés no jogo faz parte, naturalmente.
A sucessão disso, por outro lado, atrapalha qualquer avanço externo.
Ao entrar nas dependências do clube, Gustavo Dubeux era visto como um homem bem sucedido. Não por acaso, teve 98% de aprovação nas urnas.
Por mais que tenha emprestado o seu tempo e tenha dado o aval para uma série de atos importantes para a estrutura, a sua imagem diante de milhares ficou comprometida.
A perda de dois títulos estaduais emblemáticos, eliminações precoces na Copa do Brasil e o rebaixamento. Tudo pontuado por um planejamento discutível nas quatro linhas.
Sempre com o mesmo perfil no plantel e, sobretudo, na diretoria de futebol.
Sim, existem coisas que o dinheiro não compra. Como a opinião de uma imensa torcida.
Nos traços de Jarbas Domingos, a charge do Diario de Pernambuco na edição desta segunda-feira, com toda a cobertura sobre o clássico em que o Náutico acabou com a ultima esperança do Sport em permanecer na Série A de 2013… Nem Jason.
Fim da trigésima oitava rodada da Série A, encerrando a competição.
No Recife, o jogo que definiria a última vaga na zona de rebaixamento. Um Clássico dos Clássicos histórico, possivelmente o último no estádio Eládio de Barros Carvalho.
Jogando melhor, o Náutico venceu por 1 x 0, gol de Araújo. Estabeleceu a melhor campanha do clube na era dos pontos corridos, com o 12º lugar.
De quebra, levou o Timbu à sua segunda participação internacional, numa vaga assegurada que precisa ser confirmada através da próxima Copa do Brasil. Para disputar a Sul-americana, basta não chegar às oitavas de final do mata-mata nacional.
No Leão, o quarto rebaixamento na Série A, como em 1989, 2001 e 2009. Resta saber quanto tempo o time irá demorar para retornar desta vez. Em 1989, subiu no ano seguinte. Em 2001, precisou esperar cinco anos.
Pernambuco segue na Série A. Duas cores. Vermelho de luta, branco de paz…
A partir do dia 14 de agosto do ano que vem, o pioneirismo local no torneio.
A Série B está ainda mais perto. Vermelha e preta.
Começará mais uma caminhada leonina em 25 de maio de 2013.
Após um longo e batalhado campeonato, o epílogo pernambucano na Série A desta temporada foi escrito às 17h36 do dia de 2 de dezembro de 2012.
Tão cedo esse Clássico dos Clássicos será esquecido, por todos.
Souza cobrou uma falta na área, Diego Ivo afastou mal e a pelota sobrou limpa para Araújo. Há quinze jogos sem marcar, o atacante encheu o pé na meta de Mateus, terceiro goleiro leonino, que acabara de entrar.
Definia a vitória pra lá de histórica do Náutico sobre o Sport, por 1 x 0, em um domingo repleto de gente no Eládio de Barros Carvalho, com 20.100 torcedores. O solitário gol de um clássico muito nervoso, com direito a pênalti desperdiçado pelo mandante.
Enquanto os resultados iam chegando no rádio, a festa da torcida alvirrubra só aumentava, consciente do belo capítulo escrito no velho gramado.
O triunfo do Náutico, o seu 13º jogando em 19 partidas em casa, garantiu, na prática, o retorno do clube dos Aflitos a uma competição internacional oficial, numa lacuna que vinha desde a Taça Libertadores da América de 1968.
O placar terminou de empurrar o adversário centenário para o segundo escalão nacional, que sequer teve resultados a seu favor nesta tarde.
Transformou o Timbu no único representante do estado na próxima edição da elite. Repete o ano de 1990, com o Clube Náutico Capibaribe soberano na primeira divisão.
Para completar o novo ano, um novo tempo, terá como palco a Arena Pernambuco.
Será uma estreia em grande estilo dos alvirrubros em sua nova e moderna casa, silenciando qualquer ato rival por um bom tempo…