Segundos finais da prorrogação no Arruda, já lotado novamente, com o povão retornando das ruas após o gol de Célio no fim do tempo regulamentar da decisão.
Com um jogador a menos, o artilheiro Washington havia sido expulso, o Santa Cruz tentava segurar a pressão do Náutico. Em uma virada emocionante no tempo normal, em um clássico com 71 mil torcedores, o Tricolor tinha o empate a seu favor.
Em mais uma bola levantada na área, o atacante alvirrubro Mário Carlos dominou meio sem jeito e bateu fraco, à direita do goleiro tricolor.
Sem pressa alguma, Marcelo pegou a pelota e se preparou para bater o tiro de meta.
Foi quando o árbitro Wilson Souza pediu a bola ao goleiro, encerrando o 2 x 1. O Santa era campeão pernambucano de 1993 numa conquista inesquecível.
O goleiro ficou marcado, como outros jogadores daquele time e suas reviravoltas.
Ele esticou a carreira até 2002, incluindo ainda outra atuação no Arruda, em 1999. Foi quando pendurou as luvas e emendou de cara a carreira à beira do gramado.
Sem pressa, sem atropelar estágios, mas já assumindo a nova identidade futebolística, “Marcelo Martelotte”. A rápida passagem como técnico do Taubaté foi suplantada por trabalhos nas categorias de base do Palmeiras e a função de auxiliar em outros times.
No Santos, ganhou visibilidade. Nunca foi efetivado no cargo, mas dirigiu o time em 28 partidas entre 2010 e 2011, em duas épocas distintas.
Ao todo, 2.520 minutos à frente de um dos principais times brasileiros.
No próximo ano, a transição definitiva deste carioca de 43 anos. Irá assumir o Santa Cruz vinte anos após a sua primeira passagem, vitoriosa (veja aqui).
Como técnico, missões difíceis, mas totalmente na mira da agremiação.
Começará no Nordestão, uma conquista ainda inédita para os corais. Depois, no Pernambucano, tentará o tricampeonato estadual, o que não acontece desde 1971.
A segunda etapa, contudo, será a principal. Sucessor de Zé Teodoro, Martelotte chega sabendo que acima de tudo isso está o acesso à Série B, vital.
É um técnico que conhece o clube das multidões de longas datas, que já cumpriu a sua carga de testes como auxiliar e visa entrar de vez no mercado, experiência à parte.
Vontade não faltará ao novo treinador, ávido por uma nova história no Mundão.
Cassio Zirpoli, eu não comentei com intuito de mudar nada no post. hehehe
Apenas acrescentei a informação que me veio a mente, ao relembrar o bom goleiro que ele era.
Bené,
Apesar de não ter dito que esta seria a sua segunda passagem, reforcei a informação com a atuação de 1999 para que outros torcedores também não questionem isso. Valeu pela ajuda!
É a terceira passagem de Marcelo pelo Arruda: Foi jogador do Santa também em 1999, que foi titular por um bom tempo (inclusive no vice pernambucano) mas acabou se machucando e deu espaço à Nílson (um dos grandes heróis do acesso).
Boa sorte pra ele. Aquela conquista foi inesquecível. Apesar de achar que ele é inexperiente demais para esse cargo de tanta responsabilidade, vou torcer por ele e pelo meu Tricolor.