São Paulo – A volta de Luiz Felipe Scolari à Seleção Brasileira, no fim de 2012, trouxe velhos costumes à vida do experiente técnico gaúcho.
No embalo da onipresença na imprensa nacional, Felipão voltou a ficar em evidência no mercado publicitário, através de comerciais na televisão, a dar palestras… e a demonstrar uma enorme confiança em relação ao desempenho da Canarinha.
Ao iniciar o trabalho no rastro de Mano Menezes, o treinador tinha a consciência do tamanho da missão em 2014.
Não menos do que ser campeão do mundo, atuando em casa.
Somente o italiano Vittorio Pozzo conquistou dois títulos mundiais comandando um país. No caso, a sua amada Azzurra, em 1934 e 1938.
O histórico não muda o tom de Scolari, detentor do título de 2002, que sintetizou os motivos que “levarão” a Seleção ao hexa nesta temporada.
“Ambiente, organização e torcida”.
Na prática, a mesma trinca da Copa das Confederações.
“O nosso planejamento vem desde 28 de novembro de 2012. Está tudo seguindo e vamos conseguir os nossos objetivos. Estou cada dia mais convicto. Como eu poderia passar para todo um país que não acredito na minha Seleção, que não vejo os meus jogadores em condições?”
As declarações foram dadas no encerramento do evento Futebol Melhor, bancado pela Ambev, com quem ele tem contrato – também já firmou acordos com Nike e Peugeot.
Frases do tipo também já foram proferidas em palestras em empresas, faculdades etc.
“Pagam direitinho”, brincou.
Como de costume, encerrou a noite quebrando gelo…
“E se eu perder a Copa, continuarei sendo o último técnico campeão mundial com o Brasil.”
São Paulo – Os sete maiores clubes do Nordeste ganharam 38 mil novos sócios em 2013. Não por acaso, o bloco foi prestigiado no evento que marcou o primeiro ano da campanha nacional de descontos para sócios-torcedores, o Futebol Melhor.
Foram três mesas, diante de uma centena de jornalistas. A primeira com cariocas e mineiros, seguida da composição com paulistas e gaúchos. No fim, os representantes de Sport, Santa Cruz, Bahia, Vitória, Ceará e Fortaleza conversaram com Galvão Bueno, o mestre de cerimônias da noite.
Sentiu a falta do Náutico? Pois é. Convidado, o clube não mandou representantes. O Tricolor foi representado por seu presidente, Antônio Luiz Neto, o que mais falou entre os nordestinos – da fundação do clube ao objetivo de subir para a Série A nesta temporada -, enquanto o Rubro-negro teve o seu vice-presidente de marketing, Gabriel Freire.
Convidado especial, o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, seria o último a ser chamado, sozinho. Contudo, a sua entrada acabou sendo antecipada, na cadeira do Alvirrubro, por sinal.
Antes de apresentar os dados, o locutor Galvão Bueno comentou a presença dos rivais das multidões do Recife.
“Eu fico encantado cada vez que vejo o Santa lotar estádio.”
“Sport, esse time que está ali sempre brigando por títulos…”
Em seguida, num contexto geral na região, elogiou a Copa do Nordeste.
“A Copa do Nordeste é muito importante, é um torneio de muita paixão.”
Voltando ao gancho econômico do encontro, o número de novos sócios dos clubes do Recife, Salvador e Fortaleza certamente fomentou o bloco especial. Na campanha Futebol Melhor, criada pela Ambev e com descontos em 600 produtos de 14 empresas, os clubes tiveram um aumento de receita no quadro de sócios de R$ 100 milhões durante a última temporada. Em contrapartida, os sócios tiveram descontos de R$ 25 milhões nas marcas credenciadas.
Essa mistura de razão (descontos) e emoção (paixão clubística) é o mote para a ampliação do projeto, com cinco novas empresas e sorteios mensais de carros zero quilômetro e dias com descontos maiores para os associados devidamente cadastrados no site oficial da campanha.
O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, revelou o faturamento do clube – o recordista de novos sócios em 2013, com 58 mil. Atualmente, o pagamento das mensalidades corresponde à terceira maior fonte de receita, atrás apenas da televisão, através das cotas de transmissão, e da Adidas, a fornecedora oficial de material esportivo. Um ganho anual de R$ 36 milhões, num ótimo indicativo para os demais.
Neste embalo, o Sport projeta saltar de 22 mil para 40 mil sócios em dia até dezembro de 2014, enquanto o Santa quer no mínimo mais dez mil associados.
“Nós temos consciência de que esse número ainda é baixo. O Sport deveria ter hoje 35 mil sócios. Vamos resgatar a autoestima de nossa torcida e a partir disso fazer um recadastramento em toda a nossa base. O Sport tem 53 mil sócios inadimplentes, alguns há 15 anos”, afirmou Gabriel Freire.
“Estamos completando cem anos e essa torcida, que não abandonou esse clube em momento algum, continuará sendo a nossa força. Precisamos de um choque de gestão, um pacto associativo. Não só o Santa Cruz, mas outros clubes tradicionais em situações parecidas, como o Remo, o Paysandu e o Fortaleza”, comentou Antônio Luiz Neto.
Apesar do status recebido no evento, o Náutico, cuja ausência foi lamentada por Galvão, foi o único da capital pernambucana a não elevar o seu quadro. Na verdade, caiu de 4 mil sócios para 2.430.
No geral, os 45 clubes brasileiros inseridos totalizam 700 mil associados adimplentes, ou 0,4% do potencial absoluto de torcedores – o dado inicial estava em 0,2%. O objetivo é alcançar 2,2% da massa…