Náutico segura o Flamengo no Maraca e traz vantagem para a Arena Pernambuco

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Flamengo 1x1 Náutico. Foto: ROBERTO FILHO/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO

O Náutico arrancou um bom resultado no Maracanã. O empate em 1 x 1 deixa o time em vantagem para obter a vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil, diante do Flamengo. Sendo prático, já começa “classificado”, com o empate sem gols na volta, na Arena Pernambuco. Entretanto, a partida ainda está longe. Será realizada somente em 22 de julho, após a disputa da Copa América. Até lá, vale manter a pegada para seguir a boa fase, neste misto neste calendário misto com a Série B, onde o Alvirrubro lidera após três rodadas.

No Rio, um confronto de interinos. Jayme de Almeida lá e Levi Gomes cá, substituindo o recém-contratado Cristóvão Borges e o suspenso Lisca. Cobraram como os titulares, exigindo mais pegada. No caso timbu, era a única coisa a se fazer no primeiro tempo, pois teve apenas 35% de posse. Mas a compactação foi digna de elogios (apesar das mudanças forçadas, como Flávio no lugar de Ronaldo Alves), com uma recomposição rápida. Ainda assim, o Mengão abriu o placar, com uma dose de sorte. Após o escanteio e a cabeçada no travessão, a bola foi para Wallace, estático. Atento, testou para as redes.

Na volta do intervalo, o jogo caiu de produção. Lisca, digo, Levi Gomes, promoveu uma importante troca aos 21, com a saída de Carmona, sem ritmo, e a entrada de Renato, mais ágil. Afinal, o Fla pouco agredia. A 14 minutos do fim, Douglas recebeu de Marino e bateu no cantinho do goleiro carioca, bem na frente da torcida alvirrubra presente no Maraca. O lance que deixou o Timbu com amplas condições de avançar à quarta fase do torneio e fisgar a cota de R$ 690 mil, que seria essencial para o restante da Segundona…

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Flamengo 1x1 Náutico. Foto: Site Oficial do Flamengo/divulgação

Fundo Monetário Fifa, de 2007 a 2014

Reserva financeira da Fifa. Crédito: Fifa

Dados oficiais das finanças da Fifa nas últimas oito temporadas:

Faturamento (revenue): US$ 9.907 bilhões.
Despesas (expenses): US$ 8,938  bilhões.
Superávit de 969 milhões de dólares

Convertendo, um lucro acumulado desde 2007 na ordem de R$ 3,04 bilhões.

Com esse saldo positivo, as reservas da Fifa chegaram a US$ 1,523 bilhão. Mudando para a moeda brasileira, o robusto caixa é de R$ 4,78 bilhões.

No relatório de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014, o lucro da entidade foi o maior dos últimos quatro anos, de 141 milhões de dólares. Na por acaso, no ciclo financeiro anterior, a maior marca foi em 2010. Justamente os anos da Copa do Mundo na África do Sul e no Brasil, com venda de ingressos, direitos de transmissão, marketing etc. Confira a evolução no gráfico abaixo.

Confira o documento completo com o balanço financeiro aqui.

Neste faturamento, alguns acordos ocorreram na base da propina, como apontou a investigação do FBI, com dados de 1991 a 2014.

A caixa-preta da Fifa, que na verdade vive num tom azul, está sendo aberta…

 

Balanço financeiro da Fifa entre 2007 e 2014. Crédito: Fifa/divulgação

O FBI abalou a estrutura do futebol e tornou verdade a antiga desconfiança

FBI

O mundo do futebol acordou com a sensação de alma lavada.

A nebulosa administração da Fifa começou a ruir com as prisões anunciadas pela procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch.

Uma investigação conjunta do FBI, da receita federal americana e da polícia suíça no melhor estilo CSI, com direito a microfone escondido em chaveiro de dirigente, apurou o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que funciona há pelo menos 24 anos. Entre 14 primeiros nomes revelados em Nova York, o do ex-presidente da CBF, José Maria Marin. O decano, que empresta o nome à sede da confederação brasileira, foi indiciado junto a outros oito dirigentes da entidade que comanda o esporte e cinco agentes de marketing.

Sem surpresa, Fifa e CBF defenderam a investigação, atestaram a própria lisura e demonstraram interesse em colaborar com o trabalho incessante do Federal Bureau of Investigation. Posicionamento esperado, mas inócuo.

O escândalo de US$ 150 milhões pode (ou deve) ser o prenúncio de uma mudança profunda. Das suspeitas de propina para viabilizar negociações de direitos de transmissão, da seleção viciada de sedes de torneios mundo afora (realizados ou não), de comissões escusas em transferências de atletas e até, na base do processo, sobre a manipulação de resultados.

A princípio, a apuração foi específica, mas as autoridades norte-americanas confirmaram a investigação de outras pessoas (fácil imaginar quem seriam). Sem um controle rigoroso, o futebol envolve dinheiro demais em todas as esferas. Oficialmente, o faturamento da Fifa em 2014 foi de US$ 2,096 bilhões. No mesmo período, a CBF arrecadou R$ 519 milhões. Entranhados nisso tudo, o paternalismo na estrutura organizacional e a longevidade dos mandatos suscitam um interesse além da conta pelo poder.

Que este 27 de maio de 2015 seja mesmo um marco no futebol.

Até porque os agentes do FBI ainda deverão ter muito trabalho. A polícia federal e a receita federal do Brasil, ainda sem ação, também teriam…

As duas versões do milionário e emperrado projeto da Arena do Sport

Projeto da Arena Sport em 2013

O projeto da arena do Sport segue emperrado. Não por questões burocráticas junto aos órgãos públicos, mas por falta de investimento. Após o boom econômico no país, o projeto de R$ 750 milhões ficou inviável para o Leão. Foi até melhor, uma vez que a empresa interessada, a Engevix, acabou envolvida na investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

À parte disso, há uma curiosidade entre o projeto original (abaixo) e a versão com as exigências da Prefeitura do Recife (acima), sobretudo por conta do tráfego na região. O complexo da Ilha compreenderia um estádio de 45 mil lugares, clube social, um shopping center, dois empresariais e um hotel.

Conforme presumido pelo blog (e negado pelo clube), o arquiteto português Tomás Taveira, responsável pelas arenas do Palmeiras e do Sporting de Lisboa, criou o design do complexo rubro-negro, posteriormente adaptado pela Pontual Arquitetos. Esse projeto substituiu o modelo da DDB /Aedas.

Principais mudanças:

1) O estádio. Antes, a arena ficaria posicionada num local semelhante à Ilha do Retiro, com o principal acesso voltado para a Rua João Elysio Ramos. Acabou sendo recuada (até a área do campo auxiliar), ganhando mais uma entrada, através da venida Prefeito Lima Castro.

2) A sede seria, inicialmente, toda demolida. No entanto, a entrada da sede social foi mantida, pelo valor histórico da fachada.

3) A entrada do shopping ficaria na Avenida Prefeito Lima Castro, no lado da arquibancada frontal, mas foi remanejado para a Avenida Sport.

4) O canal. O curso de esgoto na Rua João Elysio Ramos seria totalmente coberto, mas o canal acabou sendo mantido aberto, com três pontes.

5) O centro poliesportivo ficaria onde hoje existe o campo auxiliar, com as quadras distribuídas em um pequeno prédio, que acabou cortado. Quanto às quadras, elas foram realocadas para o último andar do shopping.

Veja os detalhes do projeto original, sem as exigências da PCR, clicando aqui.

Projeto da Arena Sport em 2011

Podcast 45 (135º) – Especial 45 perguntas

A cada 45 edições, o 45 minutos realizada um programa especial, com 45 perguntas enviadas pelos ouvintes. Esta é terceira vez que o podcast para a sua pauta normal para responder as dúvidas e curiosidades dos torcedores. Dos bastidores do futebol pernambucano ao trabalho no jornalismo esportivo, o mito da imparcialidade, melhores reportagens, mancadas e outras várias questões sem direito a ficar “em cima do muro”. Foram 3h30 de gravações! Tanto tempo que o programa acabou sendo dividido em duas partes.

No podcast, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!