A quarta temporada da Arena Pernambuco marcou a transição da operação, com o fim da parceria público-privada junto à Odebrecht, em rescisão tomada pelo governo. Agora, o empreendimento vem sendo administrado pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco (que organizou 20 dos 32 jogos em 2016), até que uma nova licitação seja realizada. Além disso, o ano também fica marcado pelos piores números do estádio, considerando os jogos oficiais do Trio de Ferro – como o blog apura desde a sua abertura, em 2013.
Baixa tanto em público quanto em bilheteria bruta. Neste caso, parece ter sido determinante a suspensão do programa Todos com a Nota, que subsidiava milhares de ingressos nos jogos com mando de campo de Náutico, Santa Cruz e Sport. Não por acaso, o número de jogos na arena caiu, com 11 partidas a menos – com forte ausência leonina, reduzindo de 10 para 3 apresentações. No total, foram 192 mil torcedores a menos nas cadeiras vermelhas do estádio, resultando numa taxa de ocupação foi de 17,7%, com média de 8 mil pessoas. Até então, nunca havia ficado abaixo de 20% e de 10 mil, respectivamente. Já em termos de arrecadação, o baque foi R$ 6,2 milhões em relação a 2015.
Como contraponto ao quadro desidratado, a primeira partida da Seleção Brasileira em São Lourenço estabeleceu um recorde duplo. O empate em 2 x 2 com o Uruguai foi assistido in loco por 45.010 torcedores (a capacidade máxima é de 46.214), com uma renda de R$ 4.961.890. Trata-e da maior bilheteria da história do futebol local, levando em conta os dados conhecidos – a Fifa não divulgou as bilheterias da Copa do Mundo e da Copa das Confederações.
Mesmo com o jogo das Eliminatórias da Copa 2018, o saldo do ano não deve ser bom no próximo relatório a financeiro, a ser divulgado em 2017. Lembrando que já são três anos seguidos com saldo negativo no balanço oficial: R$ 29,7 milhões em 2013, R$ 24,4 milhões em 2014 e R$ 19,0 milhões em 2015. Ao todo, R$ 73 milhões de déficit operacional do estádio, que ainda segue buscando o seu espaço entre tricolores e rubro-negros, essenciais para o negócio.
Confira abaixo os quadros separados por cada clube e período.
Neste ano, a Arena Pernambuco registrou a pior média de público, pior taxa de ocupação, pior arrecadação, pior média de renda e pior tíquete médio. Apenas dois dados escaparam: número de jogos e público absoluto.
Após a baixa em 2015, o Náutico melhorou um pouco os seus dados. Para isso, contou a flexibilização no preço dos ingressos – após a saída da Odebrecht. Com setores promocionais, chegou a registrar três jogos com 25 mil torcedores, no embalo da campanha de recuperação, que quase culminou com acesso.
Após mandar dez jogos em 2015, com rendas milionárias, o Sport atuou apenas três vezes em 2016. A primeira delas, contra o Flamengo teve uma renda de R$ 802 mil, a maior do ano entre clubes na arena. Por outro lado, disputou lá o seu primeiro Clássico das Multidões como mandante com apenas 6.570 pessoas.
O Santa Cruz segue como o grande clube pernambucano mais distante da arena. Foram apenas duas partidas, o mesmo dado de 2015. Mas o público presente foi menor, com 11.490 de diferença. Em seu primeiro Clássico das Multidões como mandante lá, pela Copa Sul-Americana, apenas 5.517 pessoas.
A quantidade jogos abaixo considera apenas os mandos do Trio de Ferro. Vale destacar que em 2013 houve o clássico carioca entre Botafogo e Fluminense, com 9.669 pessoas e R$ 368 mil de renda. Já em 2015 houve um jogo de portões fechados na Ilha, não computado. Em 2016, o América jogou na Ilha (2x) e no Arruda (1x), partidas também não consideradas no levantamento.