Bom humor e acidez nos protestos do Náutico sobre a organização do Estadual

Protesto do Náutico, através do twitter (@nauticope)

As seguidas mudanças na tabela (locais e horários) do Pernambucano de 2017, envolvendo sobretudo Central e Belo Jardim, com seus estádios parcialmente vetados (dependendo do adversário), vêm gerando protestos ácidos (e bem humorados) por parte do Náutico. Utilizando o seu perfil oficial no twitter, o @nauticope, o clube já se queixou publicamente em dois momentos distintos.

1) Quando a FPF remarcou o jogo contra o Central em Caruaru, mas com torcida única no Antônio Inácio, o Timbu tapou a visão de seus torcedores, impedidos de assistir in loco. Na véspera, fazendo valer o Estatuto de Torcedor, o alvirrubro conseguiu a liberação.

2) Já prevendo alguma situação do tipo na partida contra o Belo Jardim, em 18 de fevereiro, o Náutico lançou uma imagem se “preparando para o que pode acontecer mais à frente”. O Calango vem mandando seus jogos em Caruaru, no mesmo Antônio Inácio. O Alvirrubro, contudo, parece não ter tanta certeza…

Claro, o compartilhamento das respectivas manifestações serve como pressão indireta à federação, que vem vacilando na organização do campeonato.

Alvirrubro, o que você acha desta postura do clube?

Protesto do Náutico, através do twitter (@nauticope)

FPF marca Central x Santa Cruz na Arena. Um jogo em São Lourenço é inversão?

Central x Santa Cruz na Arena Pernambuco. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O título acima foi inspirado na postagem sobre a marcação de Central x Náutico na Ilha do Retiro, com o mesmo questionamento sobre a inversão de mando, pois Central x Santa Cruz foi remarcado para a Arena Pernambuco, em 9 de fevereiro. Palco a 128 quilômetros do Lacerdão. Sobre o assunto, o artigo 12 do regulamento geral de competições da FPF diz o seguinte:

“Não será autoriza a inversão de mando de campo.”

Não há um detalhamento sobre o que seria “inversão de mando”, como cidade, estádio ou posse, presentes em regulamentos anteriores. Até 2014, por exemplo, a cidade de origem já seria suficiente para caracterizar a inversão.

Mas a cidade de origem do Santa Cruz é o Recife… não São Lourenço da Mata. 

Ao pé da letra, num preciosismo jurídico, não seria inversão. Mas na visão do blog, um jogo na região metropolitana mantém a característica de inversão, com o claro favorecimento à presença dos “visitantes”. Tomando como exemplo o Carneirão, na Zona da Mata (e também vetado), o Santa seguiria com mais torcida? Certamente. Também no Cornélio de Barros, no Sertão. Porém, haveria uma zona neutra entre as cidades dos times, evitando questionamentos, creio.

Outras polêmicas indiretas devido à decisão da federação…

É justo com o Náutico, que atuou em Caruaru? Não é. O timbu jogou no único campo liberado na cidade, o Antônio Inácio. Agora, contudo, a justiça não autorizou a presença das torcidas de Central e Santa, devido ao histórico de confrontos entre organizadas (!), veto que se estende a Central x Sport. Aliás…

E o Sport? Em 9 de abril será a vez do rubro-negro enfrentar a Patativa na condição de visitante. Até lá, há a possibilidade de o campo do Lacerdão ser finalmente liberado, o que já resultaria num terceiro cenário…

Salgueiro, o campeão da primeira fase do Estadual 2017, com troféu oficial da FPF

Salgueiro recebe o troféu de campeão da 1ª fase do Pernambucano 2017. Foto: Salgueiro/twitter (@CarcaraNet)

O Campeonato Pernambucano foi desmembrado em duas fases, preliminar e principal, em 2013, após a volta da Copa do Nordeste ao calendário oficial. Com isso, os clubes intermediários foram colocados numa primeira fase, com o objetivo de classificar três deles ao hexagonal – exceção feita justamente ao primeiro ano, com a presença do Náutico, fora do Nordestão na ocasião.

Ainda que de forma inconstante, a FPF vem premiando os vencedores com taças oficiais. Foi assim em 2014, com o Troféu Miguel Arraes, e em 2015, com o Troféu Eduardo Campos. Em 2017, numa fórmula curiosa, com três triangulares e uma classificação absoluta, o Salgueiro liderou de forma invicta, com 16 pontos, quatro a mais que o vice-líder Belo Jardim. Em seu primeiro jogo como mandante no hexagonal do título, o Carcará recebeu o troféu enviado pela FPF, “campeão da primeira fase”, consolidando o status de maior do Sertão.

É o 5º troféu do clube com a chancela da federação, se juntando à Copa PE (2005), Estadual A2 (2007), Taça do Interior (2010) e Miguel Arraes (2014).

Vencedores da 1ª fase do Estadual
2013 (9 clubes) – Náutico, 8 jogos, 6 vitórias, 1 empate e 1 derrota
2014 (9 clubes) – Salgueiro, 16 jogos, 11 vitórias, 3 empates e 2 derrotas
2015 (8 clubes) – Central, 14 jogos, 7 vitórias, 4 empates e 3 derrotas
2016 (8 clubes) – Central, 6 jogos, 4 vitórias, 1 empate e 1 derrota
2017 (9 clubes) – Salgueiro, 6 jogos, 5 vitórias, 1 empate e nenhuma derrota

Salgueiro recebe o troféu de campeão da 1ª fase do Pernambucano 2017. Foto: Salgueiro/twitter (@CarcaraNet)

Podcast – Análise da vitória do Náutico e dos empates de Santa Cruz e Sport no PE

A 2ª rodada do hexagonal do Estadual 2017 teve apenas um gol, anotado por Maylson, na vitória alvirrubra em Caruaru. Ainda assim, com a pobreza técnica no meio de semana, a análise foi completa, com três gravações exclusivas do 45 minutos. Ao todo, 68 minutos de podcast, comentando desempenhos coletivos e individuais, mudanças dos técnicos, contexto de classificação e possibilidades de mudanças nas próximas apresentações (será mesmo?).

Neste podcast, estou com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça!

Central 0 x 1 Náutico (18 min)

Santa Cruz 0 x 0 Belo Jardim (26 min)

Salgueiro 0 x 0 Sport (24 min)

Com mudança de locais e horários, a 2ª rodada do PE só registra 7.272 pessoas

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Santa Cruz 0 x 0 Belo Jardim. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Já são duas rodadas seguidas com menos de dez mil espectadores no hexagonal do título do Pernambucano de 2017. Na abertura, foram 8.671. Na rodada seguinte, 7.272, com queda de 16%. Foram 2.154 pessoas no Arruda (no menor público na capital até o momento), 3.058 no Cornélio de Barros, em Salgueiro, e 2.060 no Antônio Inácio, em Caruaru. Média de 2.424, considerando essas partidas. Analisando apenas os jogos envolvendo os grandes clubes como mandantes, incluindo um clássico, só foram registradas 10.597 pessoas no borderô. Especificamente na rodada deste meio de semana, talvez seja possível explicar o fiasco. Na véspera, vale lembrar, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, apontou a Copa do Nordeste como culpada. Será mesmo?

Originalmente, na segunda rodada, o jogo com transmissão aberta na tevê seria Central x Náutico, em Caruaru. Com as seguidas mudanças de local (Caruaru-Recife-Caruaru) e horários (21h30-21h00-20h30), a Globo acabou tendo que remanejar a sua grade, exibindo Santa x Belo Jardim, no Recife. O que só ocorreu porque o campo do Lacerdão foi vetado tardiamente, porque a PM não autorizou a partida com duas torcidas (de alvinegros e alvirrubros), porque a FPF remarcou o jogo para Ilha… Onde entra a culpa do Nordestão? Agora, a fase principal do Estadual dá uma pausa de uma semana. E há possibilidade de novas mudanças. Em Caruaru (Central x Santa), outra vez por segurança, pelas condições campo e com previsão de transmissão (desta vez no pay-per-view)…

Em relação à arrecadação, a FPF tem direito a 8% da renda bruta de todos os jogos. Logo, do apurado de R$ 385 mil, a federação já arrecadou R$ 30.834.

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Central 0x1 Náutico. Foto: Central/facebook (@centralsportclub)

Atualização até a 2ª rodada do hexagonal do título e a 1ª rodada da permanência:

1º) Náutico (1 jogo como mandante, na Arena Pernambuco)
Público: 4.622 torcedores
Taxa de ocupação: 10,0%
Renda: R$ 75.615

2º) Sport (1 jogo como mandante, na Ilha do Retiro)
Público: 3.821 torcedores
Taxa de ocupação: 13,9%
Renda: R$ 60.780

3º) Salgueiro (4 jogos como mandante, no Cornélio de Barros)
Público: 9.507 torcedores
Média de 2.376
Taxa de ocupação: 19,6%
Renda: R$ 48.460
Média de R$ 12.115

4º) Santa Cruz (1 jogo como mandante, no Arruda)
Público: 2.154 torcedores
Taxa de ocupação: 4,2%
Renda: R$ 17.860

5º) Central (4 jogos como mandante; 2 no Lacerdão e 2 no Antônio Inácio)
Público: 5.916 torcedores
Média de 1.479
Taxa de ocupação: 10,8%
Renda: R$ 85.330
Média de R$ 21.332

6º) Belo Jardim (4 jogos como mandante, no Antônio Inácio)
Público: 818 torcedores
Média de 204
Taxa de ocupação: 2,7%
Renda: R$ 6.872
Média de R$ 1.718

Geral – 32* jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 35.731 
Média: 1.116 pessoas
Arrecadação: R$ 385.437
Média: R$ 12.044
* Mais 4 jogos ocorreram de portões fechados 

Fase principal – 6 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 15.943
Média: 2.657 pessoas
Arrecadação total: R$ 211.576
Média: R$ 35.262

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Salgueiro 0x0 Sport. Foto: Salgueiro/twitter (@CarcaraNet)

Ranking dos pênaltis e das expulsões (2)

A segunda rodada do Campeonato Pernambucano foi mesmo esvaziada. Além do baixo público, 7.272 pessoas, e da quantidade de gols, um mísero tento, nada de pênaltis ou cartões vermelhos. Com isso, o ranking levantando pelo blog, sobre o hexagonal do título de 2017, mantém o mesmo quadro da rodada inicial.

Pênaltis a favor (1)
1 pênalti – Sport
Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Central, Salgueiro e Belo Jardim

Pênaltis cometidos (1)
1 pênalti – Central
Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Sport, Salgueiro e Belo Jardim

Cartões vermelhos (4)
1º) Sport e Salgueiro – 1 adversário expulso; nenhum vermelho
3º) Náutico e Santa – 1 adversário expulso; 1 vermelho
5º) Central e Belo Jardim – nenhum adversário expulso; 1 vermelho