Repetindo o roteiro dos últimos anos, de se agigantar nos mata-matas, na hora decisiva, o Santa Cruz chegou ao ápice de sua centenária história. Em um final de jogo emocionante em Campina Grande, o Tricolor reagiu, empatou com o Campinense e conquistou a Copa do Nordeste. Com todos os méritos possíveis. No Amigão, uma multidão de tricolores, bem acima da expectativa de três mil. Foi quase o dobro. Uma torcida que viajou 198 quilômetros para cantar e apoiar até o fim. Sendo recompensada com lágrimas de uma emoção inédita.
Era preciso trabalhar a vantagem do empate, mas sem perder as características do time nessa passagem de Milton Mendes. Tanto que o Santa largou sem João Paulo, preocupação durante a semana, mas o técnico manteve a escalação do Arruda, bem ofensiva, com jogadores leves no meio-campo e três atacantes. Por linhas tortas, a formação acabou mudando para a ideal aos 14 minutos, quando Leandrinho sentiu a coxa. João Paulo foi acionado, indo para o sacrifício. Literalmente, sem deixar espaço para o adversário. Um dado que ilustra isso é a posse de bola da Raposa, 57%. Girou, girou e quase não criou chances efetivas, com Rodrigão com marcação dupla – Neris e alguém na sobra.
Enquanto isso, o Tricolor, armado para o contragolpe, teve a chance para matar aos 26. Grande jogada de Arthur, que deixou Grafite livre, na marca do pênalti. Um quique na bola atrapalhou o camisa 23, que isolou. No intervalo, o elétrico técnico Francisco Diá fez uma mudança ousada, tirando o camisa 10, Roger Gaúcho. De fato, o meia não acertou nada e a Raposa precisava de agilidade. Com o sol caindo, o segundo tempo seria mesmo mais nervoso. Seguiu com poucas chances e muitas divididas até os 25 minutos. Num lance quase fatal, o Campinense tocou bem a bola, num espaço mínimo. E realmente bastou um centímetro de vacilo para Rodrigão guardar. Recebeu e tocou com categoria, no canto esquerdo de Tiago Cardoso. O 9º gol do artilheiro, invertendo a situação.
Logo depois, Bruno Moraes entrou no lugar de Vitor, com o time pernambucano indo para o all in. Apostando tudo, na pressão e com o coração, o Tricolor chegou lá. Em outra jogada decisiva de Keno, a bola rolou para Arthur empatar. A partir dali, o copeirismo imperou, com o 1 x 1 eternizado em uma campanha com 7 vitórias, 3 empates e apenas 2 derrotas. Parabéns, Santa Cruz! Ah, o clube ainda ganhou R$ 1 milhão e vagas na Sul-Americana de 2016 e 2017…
Copeiro demais!