A torcida do Sport foi lembrada no Prêmio Brasileirão 2017. Durante o evento com os destaques da competição, na sede da CBF, no Rio de janeiro, a torcida do rubro-negro pernambucano ganhou a placa “Não é só futebol” pela fraternidade na recepção a Abel Braga, no jogo Sport 2 x 2 Fluminense, em 2 de agosto. Aquela partida na Ilha do Retiro, presenciada por quase 17 mil espectadores, foi a primeira da Série A após a morte do filho do treinador.
Mesmo abalado pela morte de João Pedro, Abel veio ao Recife. E quando surgiu no gramado foi aplaudido durante toda a caminhada até o banco de reservas, num ato que levou o experiente comandante às lágrimas.
Após o jogo, o técnico do tricolor carioca disse o seguinte:
“Já fui inimigo do Sport, já trabalhei no Santa Cruz e sempre joguei contra eles, e quero agradecer a todos, ao país inteiro. Não podia imaginar nem em sonho esse carinho. Me sinto feliz porque não é por gostar do Abel, é pelo caminho que o Abel traçou, que meus filhos traçaram, de honradez, de caráter, de dignidade, de honestidade e de amizade para com todos, hoje é um dia que vai ficar marcado.”
Homenagem de arrepiar da torcida do Sport ao Abel Braga.
Parabéns à torcida do @sportrecife! pic.twitter.com/4CJ4MMnQpW— Ataires Alexandre (@Atairesofc) 3 de agosto de 2017
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Nota da CBF sobre o prêmio ‘Não é só futebol’:
“Nunca foi só futebol. Não é só sobre ganhar ou perder. O esporte vai além e o futebol como paixão nacional vai ainda mais longe. Quando a rivalidade fica no gramado, a união e o respeito são os grandes personagens desse jogo. Foi assim na tragédia com o avião da Chapecoense, que chocou o mundo em 2016. E foi assim também nesta temporada, quando o filho de Abel Braga nos deixou.
Apesar da dor, o técnico do Fluminense se fez gigante. Dias após o falecimento de João Pedro, Abel Braga foi a campo comandar a equipe contra o Sport. Na ilha do Retiro, o comandante tricolor foi aplaudido de pé por todos os torcedores adversários, num gesto que marcou a história do Campeonato Brasileiro.
Há um ano o mundo abraçava o verde da Chape, enquanto Brasil e Colômbia se tornavam um só país. Em 2017, cada grito de apoio, cada homenagem e aquele longo minuto de silêncio rigorosamente respeitado pelas torcidas em nossos estádios confortaram o coração de Abel por alguns minutos. Mais uma vez, o futebol mostrou sua grandeza. Representados pelos rubro-negros pernambucanos, os torcedores provaram sua força. E de novo, os clubes brasileiros se uniram em solidariedade a uma causa maior.
Os fatos provam e comprovam: o futebol é capaz de mudar inúmeras vidas. É o esporte mais popular do país e segue escrevendo histórias. Não é à toa que Brasil afora, torcedores, atletas e dirigentes entoam aos quatro cantos a famosa frase “Não é só futebol”. Pois não é. Nunca foi. E nunca será. Obrigado pela lição, Leões da Ilha!”
A seleção do Brasileirão 2017
Vanderlei (Santos); Fágner (Corinthians), Geromel (Grêmio), Balbuena (Corinthians) e Arana (Corinthians); Arthur (Grêmio), Bruno Silva (Botafogo), Hernanes (São Paulo) e Thiago Neves (Cruzeiro); Henrique Dourado (Fluminense) e Jô (Corinthians).
Técnico: Fábio Carille (Corinthians)
Craque: Jô (Corinthians)
Revelação: Arthur (Grêmio)