Mercado super-hiper-mega-inflacionado, de novo

Dragão

Pela primeira vez na história, a economia do Reino Unido foi ultrapassada por um país da América do Sul. No caso, o Brasil, agora em 6º lugar e com um PIB de US$ 2,4 trilhões.

Foi mais um passo da economia que cresce num ritmo acelerado, abaixo apenas dos insuperáveis chineses. Esse crescimento, porém, acaba explicando o nosso futebol…

O produto interno bruto mais avantajado significa, em parte, um maior poder de compra para o consumidor, inserido em uma classe média maior, apesar da miséria geral.

Poder de compra que acirra a concorrência, a visibilidade midiática e uma série de outras coisas que Tatiana Nascimento sabe explicar muito bem (veja aqui).

Falando em exposição, eis a TV. No caso, a Rede Globo, que, para manter a exclusividade da transmissão aberta da Série A, desembolsou uma cifra bilionária.

Criou as já chamadas “supercotas”. Flamengo e Corinthians, por exemplo, vão ganhar R$ 100 milhões por temporada apenas da televisão… Padrão europeu, na conta corrente.

Em menor grau, Sport e Náutico também foram contemplados com esse aumento, acompanhado de novos patrocínios e receitas renovadas, como quadro de sócios.

Não por acaso, a dupla centenária terá o maior orçamento da história, com mais de R$ 55 milhões para os rubro-negros e R$ 40 milhões para os alvirrubros.

Valores que levam esse contexto econômico a outro estágio, o do trabalhador. No caso do futebol, diante de uma inflação muito acima da média, com pedidos astronômicos.

Jogadores medianos, com dificuldades para armar e desarmar, mas de cabelo “estiloso” e correntes de ouro, pedem sem pestanejar 100 mil reais, fora as luvas de 300 mil.

No caso recifense, somente uma loucura financeira levaria algum dirigente, leonino ou timbu, a acertar bases desse tipo. O problema é a massificação das propostas.

O mercado futebolístico está, sim, super-hiper-mega-inflacionado. Somando salários e marcas agregadas, o santista Neymar já acumula R$ 3 milhões a cada 30 dias.

No entanto, é preciso ter muita calma, sobretudo pelo histórico de valores irreais.

Vale lembrar de 2000, ano em que o país possuía 33 bilhões de dólares em reservas internacionais, contra os atuais 390 bilhões, mas se recuperava após uma crise mundial.

Em janeiro, no Mundial de Clubes, o Vasco acertou por uma temporada com a fenomenal dupla de ataque Romário e Edmundo. Cada um ganhava R$ 450 mil!

O próprio Sport ultrapassou a sua barreira e bancou R$ 120 mil por mês a Celso Roth. Não suportou a carga (de críticas também) e recuou. Tanto que só voltaria a pagar mais de R$ 100 mil por um contratado nove anos depois, com o meia Paulo Baier.

Aquela bolha em 2000, com vários clubes firmando parcerias milionárias (Vasco/Bank of America e Flamengo e Grêmio com a ISL) acabou explodindo. A base era rasa demais.

É óbvio que isso não indica que a atual bolha salarial também vá explodir em breve. Fica, apenas, o aprendizado de que a economia não é eternamente linear, com imaginam jogadores e, principalmente, seus empresários.

A economia de base, commodities, serviços e “futebol” pode ser afetada pelos mais diversos motivos. Então, o superaquecimento via cotas de TV precisa ser contido.

Ou então jamais haveria um crescimento sustentável… Correto, Rei Arthur?

Rei Artur

7 Replies to “Mercado super-hiper-mega-inflacionado, de novo”

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  3. Pra mim pouco importa a posição do Brasil no ranking do PIB. Gostaria que estivéssemos crescendo em educação e desenvolvimento, mas quando saímos as ruas vemos que estamos regredindo, seja pela falta de educação no trânsito ou pelas “músicas” que fazem apologia a prática sexual precoce por adolescentes.

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  5. Neymar?esse pica-pau imbecil q foi humilhado recentemente?tá de brincadeira.sabe por que esse menino idiota(assim feito Robinho),deitam e rolam aqui no Brasil?por que temos um bando de MANÉS!querendo aparecer na Tv.Santos?o time q joga o”Futebol Brasileiro”.esse q ficou em 9o no Brasileiro?humilhado pelo Barcelona?essa Tv Globo,vai DESTRUIR nosso futebol,e os manés vão dizer amem.e poupa-la de qualquer culpa!

  6. PIB não tem relação alguma com poder de consumo. Pode-se crescer a taxas altíssimas sem repartir o bolo. O país continua miserável. Dezenas de milhões de brasileiros não tem sequer água e esgoto. A pobreza é extrema. Não conheço nenhum inglês pobre, trabalhador disposto a ser pobre e trabalhador no Brasil. Nosso índice de desenvolvimento humano é bizarro mesmo com esse vôo de galinha da economia que, diga-se de passagem, cresce infinitamente menos que outros países em desenvolvimento. O mercado do futebol acaba sendo contaminado por esse ufanismo bocó e se inflacionando para desespero dos clubes médios.

  7. Cassio ,
     
    Acho que existe uma diferença entre o momento atual com aquele que vai do final dos anos 90 até 2001. Na época , eram empresas de marketing esportivo que entravam em cena , depositando de uma vez só um caminhão de dinheiro em troca da marca e de grande parte das receitas dos clubes , incluindo ai TV e patrocinio. Não havia um lastro mais solido para manter esse cenário por muitos anos. O tal fundo que alimentava o Coritnhians e o Cruzeiro faliu e a ISL , que bancou sonhos mirabolantes de Flamengo e Gremio , idem. O Vasco foi diferente. Por trás havia um banco americano , mas pelo lado cruzmaltino , tinha o Eurico , que desviou metade dos recursos destinados ao clube. Nada foi investido em infra estrutura e , quando o sonho acabou , os clubes não tinham como arcar com uma folha salarial que era superior a capacidade de geração de receitas de cada um.
    Hoje o cenário é outro. Claro que a super inflacionada que o mercado brasileiro deu é preucupante sim. Mas eu vejo uma nova geração de dirigentes , com pensamento diferente ( mesmo que não muito…) , os Conselhos parecem mais firmes , talvez por consequencia de novas legislações criadas após a farra das parcerias e vocês , jornalistas , estão prestando um serviço importante , pois passaram também a fiscalizar , mesmo que de longe , a saude financeira dos clubes.
    Eu vejo um cenário mais solido , mais lastreado nas marcas dos clubes. E o futebol brasileiro passa por uma onda de investimentos em infra estrutra , seja em CT ou em modernização dos estádios. A tendencia é que as receitas continuem crescendo. Viu o exemplo que eu te dei da nova parceira AMBEV-FUTEBOL CARIOCA ? Há dois anos atrás , não entrava um unico tostão da empresa nos cofres dos 4 grandes. Em 2012 , cada um levará R$ 12.5 milhões por ano para casa.
    O crescimento da nossa economia trouxe um aumento da renda dos brasileiros. Com isso , vende-se mais camisas oficiais e mais pacotes de ppv , aumentando o valor do contrato entre cada time e seu forncedor de material esportivo e o a receber pelos direitos de transmissão do ppv.
    A sua duvida é valida , afinal estamos no Brasil e falando de futebol. O histórico pesa e muito contra. Mas eu acredito que , diante de tudo isso , teremos um grande fortalecimento do futebol brasileiro , o que será muito bom para o Nordeste. A tendencia de enfraquecimento dos clubes principais da região é revertida diante do cenário de aumento de dinheiro investido no futebol brasileiro. O Sport , dono da oitava maior torcida do país entre 10-16 anos , é , para mim , o clube a decolar. Se souber gerenciar corretamente esse momento e , aproveitando do enorme boom economico que Pernambuco e a RM de Recife passa , o rubro negro pode dobrar o seu IPC , que mede o potencial de consumo de cada marca.
     
     

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