Miami – O blogueiro está nos Estados Unidos. Durante esta semana, vou em busca de alguns posts aqui na terra do Tio Sam.
Mas, neste sábado, ainda que de passagem, não havia como esquecer de destacar a vitória do Náutico na Série B, no Distrito Federal.
O Timbu não ganhava longe dos Aflitos desde o dia 17 de julho. Foram quase quatro meses de espera, mas os três pontos chegam num momento fundamental para o clube, que deu um passo enorme para se manter na Segundona na próxima temporada.
O Alvirrubro ganhou do Brasiliense por 1 x 0 e ficou cinco pontos acima da zona de rebaixamento. Um alívio importante para programar o clube em 2011.
Saiu a tabela do Campeonato Pernambucano de 2011. Uma tabela surreal.
Em primeira mão, o portal Superesportes antecipou a ordem das 22 rodadas da fase classificatória do próximo Estadual, que começará em 16 de janeiro (veja AQUI).
Porém, basta dar uma rápida observada na tabela para ter a certeza que o nosso futebol ainda carece de um “pouco” de organização.
Explico: de acordo com o Estatuto do Torcedor, o intervalo entre jogos oficiais é de pelo menos 72 horas – três dias. Veja abaixo as datas das primeiras rodadas.
1ª rodada – 16 de janeiro (domingo)
2ª rodada – 18 de janeiro (terça-feira, 5 jogos) e 19 de janeiro (quarta-feira, 1 jogo)
3ª rodada – 20 de janeiro (quinta-feira, 4 jogos) e 21 de janeiro (sexta-feira, 2 jogos)
4ª rodada – 23 de janeiro (domingo)
4 rodadas em 8 dias.
Intervalos de 48 horas… Algo visto pela última vez na década passada.
O modelo segue a fórmula absurda com três jogos por semana até a 7ª rodada, quando o Estadual passa a ter dois jogos a cada sete dias. A fase acabará em 17 de abril.
Mas, como o mandatário da FPF, Carlos Alberto Oliveira já afirmou, o Pernambucano vai continuar com 12 times e inchado até o fim de sua gestão, em 2015 (veja AQUI).
Que ninguém reclame de falta de tempo para treinar…
O Santos cansou de revelar jogadores nesta década…
Primeiro, com a geração de 2002, que deu o primeiro título brasileiro da história ao Peixe. Entre outros craques, surgiram Robinho, Diego, Léo, Elano e Alex. Todos eles com passagens na Seleção Brasileira. Todos eles foram vendidos para o exterior e renderam milhões ao clube da Baixada Santista. Consequência? Bicampeonato em 2004.
Agora, a geração de Neymar. Além do genial e genioso atacante, destacam-se no elenco da Vila Belmiro o meia Paulo Henrique Ganso e jogadores como Zé Eduardo e André, que já foi vendido neste ano. Todos eles com multas rescisórias astronômicas. O Santos chegou a negar uma oferta de R$ 71 milhões (30 mulhões de euros) do Chelsea por Neymar. Recusou pois sabe que tem ouro em estado bruto.
Ok. Então já ficou claro que um bom trabalho na categoria de base de um clube pode gerar muito dinheiro. Eis uma reviravolta nesta mesma década.
Em 2001, o então presidente do Sport, Luciano Bivar, dissolveu a categoria de base da Ilha do Retiro. O Leão tinha cerca de 200 jogadores espalhados pelo infantil, juvenil e juniores.
O dirigente alegou que a Lei Pelé, que havia acabado com o passe dos jogadores profissionais, seria prejudicial aos clubes. Com o tempo, todos entenderam que era necessário esticar os contratos para poder conseguir um retorno financeiro através dos atletas, com o respaldo da lei.
Agora, exatamente dez anos depois, o mesmo Luciano Bivar deverá assumir o núcleo amador do futebol do Sport na provável gestão de Gustavo Dubeux (veja AQUI). Abaixo, uma nota publicada por Bivar nos jornais em 27 de setembro de 2000.
A Hora da Verdade
“Há muito esbraveja em minha aldeia sobre os riscos catastróficos que a famigerada Lei Pelé viria causar ao esporte mais popular do país. Uma das razões que me levaram ao Congresso Nacional era protestar contra o assunto. Todavia, a mídia populista e demagógica foi maior do que os que vociferavam no combate àquela norma, sobre o apocalipse que ela provocaria. Os trâmites legislativos avançaram como um furacão guiados por uma mídia insana e inconseqüente e marcaram a data da morte do futebol brasileiro: 26 de março de 2001, data da Vocatio Legis do art. 28 §2º, da Lei nº 9.615/98.”
Basta dar uma espiada na área de embarque dos principais aeroportos do país que é fácil encontrá-la.
Dentro, um volume enorme de dinheiro.
Propostas de R$ 30 mil, R$ 50 mil, R$ 100 mil… E subindo em alta velocidade.
A medida em que o campeonato brasileiro vai afunilando, tanto na Série A quanto na Série B, maior o valor.
O “pedido” é bem simples: empenho em campo. Geralmente, a mala branca (outrora chamada de mala preta) aparece diante de clubes sem tantos motivos para continuar motivados. Nem cai nem sobe. Então, nada como alguns reais na conta corrente.
Sabe aquela equipe no meio da tabela? Já está correndo bem mais agora… Para subir, alguns clubes vão ter que abrir o bolso. A conversa vai ser aquele de sempre:
“Alguns conselheiros do clube se cotizaram para ‘incentivar’ os jogadores do clube.”
Independentemente da origem do cash, ele costuma fazer a diferença.
O número de clubes no Pernambucano foi ampliado de 10 para 12 em 2008.
Assim está e deverá ficar por mais algumas temporadas.
Há dois anos, o presidente da FPF, Carlos Alberto Oliveira, promoveu o acesso de quatro times da Série A2, quando apenas dois deveriam ter subido. Entre os quatro, o Centro Limoeirense, o seu time do coração, que não conseguiu o acesso no campo.
E veio um Estadual inchado, com datas insuficientes no calendário da CBF.
Sempre foi especulada a redução da competição para dez equipes desde então. O Estatuto do Torcedor, que prevê a realização de uma fórmula por pelo menos dois anos, acabou inviabilizando a mudança.
Como em 2011 o formato será o mesmo deste ano, vai abrir, assim, o caminho para a modificação dentro de dois anos. Em tese… Na prática, não deverá sair do papel.
Durante o Conselho Arbitral do Campeonato Pernambucano de 2011, nesta terça-feira, Carlos Alberto deu a seguinte declaração em entrevista ao blog:
“Enquanto eu for presidente da Federação Pernambucana de Futebol, o número de clubes será 12. Não mudarei nada até 2015.”
Ele alegou que outros Estaduais têm mais clubes, como São Paulo, com 20 equipes. Lá, porém, são utilizadas 23 datas, enquanto aqui gastamos 26.
Em tempo: a gestão do mandatário acaba em 2015. Deveria ser em 2014, mas ele ganhou um ano de bônus para acompanhar o centenário da FPF…
É claro que o foco era a vitória na noite desta terça-feira.
Apenas os três pontos afastariam o Náutico da zona de rebaixamento da Série B.
Pelo menos o fôlego seria maior para a reta final do Brasileiro.
Mas a vitória não veio nos Aflitos. E a derrota passou raspando.
No fim, com dez jogadores desde o 1º tempo, o Timbu, que balançou as redes com Bruno Meneghel, segurou o 1 x 1 com a Ponte Preta, mais forte tecnicamente.
A reação da torcida alvirrubra?
Presente em bom número novamente, a galera timbu aplaudiu o time.
Aplaudiu o empenho de uma equipe a apenas dois pontos do terrível Z4.
Faltam três rodadas para o fim da Série B.
O próximo jogo?
Contra o Brasiliense, no Distrito Federal. O adversário, em 17º lugar, tem 40 pontos. O Náutico, em 16ºª, tem 42.
Prenda a respiração, torcedor. O próximo jogo pode decidir o futuro em 2011.
O aplauso pode ocorrer na viagem de volta ao Recife…
Como já virou praxe nas últimas rodadas, o post do Sport não está atrelado somente ao jogo do Leão, mas também ao do América/MG, foco maior neste sonho do acesso.
E assim segue a rotina de cálculos para tentar chegar ao G4 do Brasileiro.
Numa noite de rodada cheia na Série B, o Rubro-negro abriu a série de dez partidas desta terça-feira com um empate frustrante no Serra Dourada.
Contra o Vila Nova, um empate em 1 x 1 que poderia ter sido, francamente, uma goleada. Foram cinco chances inacreditáveis desperdiçadas pelos leoninos.
Todas elas cara a cara com o goleiro Max. Livre para marcar.
Foram duas com Wilson – sendo que uma delas a torcida não irá esquecer tão cedo – e outras com Marcelinho Paraíba, Eliandro e Elton.
Foi inacreditável! Nenhuma delas resultou em gol. Técnica, ansiedade, desgaste físico, o gramado, a bola… Faltou algo.
Com um mísero ponto somado, bastava ao Sport secar, e muito, o América, que jogaria minutos depois contra o Bahia, em Sete Lagoas.
Apesar do mando de campo, o Coelho tropeçou. Foi derrotado por 1 x 0.
Até aquele momento, os rubro-negros presentes na redação do Diario de Pernambuco já demonstravam um desânimo grande. Acho que isso refletia nos demais torcedores, inconformados nos fóruns da web e bares da cidade. Mas eis que soltaram essa pérola:
“Esse empate do Sport e a derrota do América acabou sendo uma situação melhor do que se os dois tivessem vencido.”
Sabe a verdade desta declaração…? Ela faz sentido.
Equações de 2º grau para o acesso: América/MG, 58; Portuguesa, 56; Sport, 55.
Vale lembrar que, só para ser ainda mais complicado, o Sport não pode empatar em pontos com nenhum dos dois, pois tem menos vitórias…
América/MG – São Caetano (fora), Sport (casa), Ponte Preta (fora). Portuguesa – Bahia (fora), Ipatinga (casa) e Sport (fora). Sport – Santo André (casa), América/MG (fora) e Portuguesa (casa).
3 vitórias do Sport e 1 tropeço do América nos dois jogos como visitante.
2 vitórias do Sport e 1 empate. Abaixo, as variáveis do empate…
1) Se for contra o Santo André, o América precisaria ser derrotado uma vez como visitante, enquanto a Lusa teria que empatar um jogo. Pontuação máxima: Sport 62, América 61, Lusa 60. 2) Se for contra o América, o Coelho teria que somar, no máximo, dois pontos nos dois jogos como visitante. Já Portuguesa teria que empatar um. Pontuação máxima: Sport 62, América 61, Lusa 60. 3) Se for contra a Portuguesa, o América teria que somar, no máximo, três pontos nos dois jogos como visitante. A Portuguesa teria que empatar um.Pontuação máxima: Sport 62, Lusa 61, América 61.
1 vitória do Sport e 2 empates. Sim, acredite, é possível… Variáveis:
1) Caso a única vitória leonina seja contra a Portuguesa, o América teria que perder do São Caetano e da Ponte, enquanto a Portuguesa teria que perder pelo menos um jogo ou empatar os dois. Pontuação máxima: Sport 60, América 59, Lusa 59.
2) Caso a única vitória leonina seja contra o Santo André, o América teria que perder os dois jogos como visitante, enquando a Lusa só poderia somar até 2 pontos nos jogos restantes. Pontuação máxima: Sport 60, América 59, Lusa 59. 3) Caso a única vitória leonina seja contra o América, o Coelho só poderia somar 1 ponto como visitante. Já a Portuguesa só poderia somar 2. Pontuação máxima: Sport 60, América 59, Lusa 59.
Na teoria é possível subir até perdendo um jogo, para o Santo André… Deixa pra lá.