Clube do presente e do futuro

No museu do Barcelona, iPads com conteúdo histórico do clube. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Barcelona – A visita ao estádio do Barcelona chama-se Camp Nou Experience. De fato, a estrutura audiovisual do gigante clube catalão impressiona.

A rica história blaugrana está exposta em iPads e painéis digitais com touch screen, na área interna do estádio. Há uma referência a todos os jogadores que já atuaram por lá.

Do Brasil, a lista é enorme. Destaque, claro, para Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, pela ordem. Todos eles ganharam o prêmio de melhor do mundo, pela Fifa, vestindo a camisa do Barça, em 1994, 1996, 1999 e 2004/2005, respectivamente.

Todos eles contam com textos e vídeos de gols históricos. O passeio é bom, mas também pesa no bolso. É o museu/passeio mais caro em Barcelona, 22 euros (R$ 57).

O valor, porém, não consegue afastar os visitantes, pois o Camp Nou Experience só perde para a Fundação Miró em número de turistas no país.

Por ano, cerca de 1,2 milhão de pessoas visitam o estádio do Barça, dono do melhor time da atualidade e bem encaminhado para o futuro.

O relógio que remarcou o tempo olímpico

Estádio Olímpico de Barcelona. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Barcelona – Postagem sobre o Estádio Lluís Companys, como foi rebatizado em 2001 o Olímpico de Montjuic, palco principal dos Jogos de 1992.

Ocasionalmente, além de provas internacionais de atletismo, a estrutura de 55 mil lugares recebe o Espanyol, clube menor da cidade, 4 vezes campeão da Copa do Rei.

Agora, um pouco de história sobre o Montjuic…

Durante duas décadas, os Jogos Olímpicos foram marcados por ausências motivadas por questões políticas, algo muito longe do esporte e do ideal do mega-evento. Capitalismo, comunismo, países em guerra, suspensões etc.

Após a edição de 1972, a Olimpíada só voltaria a contar com todos os comitês olímpicos nacionais em 1992, em Barcelona.

A cidade espanhola recebeu 169 nações e 9.356 atletas. Um desses “novos” países foi a África do Sul, suspensa durante muito tempo por causa do apartheid.

Já a Alemanha voltou a disputar os Jogos de forma unificada, enquanto a União Soviética, dissolvida seis meses antes do início da competição, enviou uma representação chamada Comunidade dos Estados Independentes.

Esse fortalecimento do movimento olímpico foi visto já na abertura dos Jogos, no estádio de Montjuic, no alto de uma montanha em Barcelona.

Hoje, o estádio conserva o relógio de um ano que “reinventou” o espírito olímpico.

Na calçada e nas quadras

Marca do tênis de Rafael Nadal, no Parque Montjuic, em Barcelona. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Barcelona – No enorme parque Montjuic, espaço para a estrutura olímpica de 1992, quando a cidade recebeu os Jogos – um dos mais elogiados da história -, e para o museu dos esportes.

Na entrada do museu, uma calçada da fama apenas com atletas espanhóis. Entre os mais destacados, Pau Gasol, do basquete, e Rafael Nadal, do tênis.

Curioso ver uma imagem um pouco gasta e perceber que Nadal tem apenas 25 anos e segue atuando no circuito mundial de tênis como um dos protagonistas…

Para isso, dez títulos do Grand Slam no currículo.

Caso alguém pergunte sobre a idade de Pau Gasol: 31. Jogados do Los Angeles Lakers, ele foi campeão da NBA em 2009 e 2010.

Dono do mercado publicitário no Mediterrâneo

Metrô de Barcelona. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Barcelona – Se a dúvida sobre a força da marca era remota, ela foi logo dissipada.

Após atravessar os 628 quilômetros entre Madri e Barcelona através de um trem-bala a cerca de 290 km/h, a chegada à terra do Barça de Messi e companhia.

A estação Barcelona-Sans, no centro, é anexada ao metrô, que, assim como na capital do país, cobre toda a cidade, a maior do continente à beira do Mar Mediterrâneo.

O metrô também fica no subsolo. Então, escadarias pela frente. E logo na primeira, o cenário acima, deixando claro quem manda no mercado publicitário da cidade…

Em tempo, a Qatar Foundation, a primeira empresa a pagar para estampar a sua marca no uniforme do Barcelona em 111 anos, pagará 30 milhões de euros por ano até 2016.

É o maior contrato de publicidade no futebol, com 5 milhões acima do rival, o Real.

Veja os dez maiores contratos do mundo, segundo a Futebol Finance, clicando aqui.

Tour Bernabéu, obrigatório

Madri – Todos os dias o ritual é o mesmo, com fila de turistas de todos os cantos do mundo na bilheteria fora do estádio Santiago Bernabéu. Tudo com o objetivo de obter um tíquete para o “Tour Bernabéu”, com uma visita completa ao templo do Real Madrid, eleito pela Fifa como o maior clube do século XX.

Vista panorâmica na arquibancada – no terceiro anel de arquibancada, a uma altural considerável – , passeio na sala de troféus, com destaque para as 9 conquistas na Liga dos Campeões da Uefa, sala de imprensa, vestiários, tribuna de honra, gramado…

Enfim, um programa daqueles para quem curte futebol. Outros clubes no mundo adotam a mesma tática para torcedores – ou admiradores, como no caso blogueiro aqui.

No entanto, a quantidade de craques na história do Real – Puskas, Di Stéfano, Raul, Zidane, Ronaldo etc – faz com que o tour seja diferente, um passo à frente dos demais. Ou de quase todos, pelo menos.

No álbum de fotos, imagens dos troféus individuais de jogadores. Haja prêmio!

O passeio, aberto de segunda a segunda (mesmo em dia de jogos), custa 16 euros, ou R$ 41. Abaixo, um vídeo com a sala dedicada ao eneacampeonato europeu.

Curiosidade: o troféu da Copa do Rei de 2011, o último título do clube e que foi atropelado durante as comemorações, está devidamente reformada…

Mentira Real

Puskas, o "maior" goleador do mundo, segundo o Real Madrid. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Madri – Quem foi o maior artilheiro do futebol profissional no século XX?

Qualquer resposta que não seja “Pelé” deve ser considerada um absurdo.

O que dizer, então, do painel acima, estampado logo na entrada do estádio Santiago Bernabéu? Trata-se do húngaro Puskas, um dos maiores ídolos do Real Madrid.

O canhoto jogou no clube merengue entre as décadas de 1950 e 1960.

Em toda a sua carreira, contabilizando as suas participações na seleção nacional e no Honved, clube anterior ao Real, Puskas marcou 512 gols.

Pelé, é bom lembrar, anotou 1.283 tentos.

No entanto, vamos à fonte da agremiação espanhola para criação do painel, o International Federation of Football History & Statistics, ou simplesmente IFFHS, uma organização alemã criada em 1984 e reconhecida pela Fifa.

Para ela, amistosos não entram na conta, e nem mesmo os campeonatos estaduais, disputados basicamente no Brasil. Desta forma, os números do Rei cairiam para… 541!

E olhe que entre Puskas e Pelé ainda há espaço para o austríaco Josef Bican, com incríveis 518 gols em 341 partidas, com uma média de 1,51 gol por jogo.

Nota-se que o IFFHS, que passou a contar recentemente os gols da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, corrigiu o seu ranking. O Real ainda não…

Santiago Bernabéu fora do “Padrão Fifa”

Estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Madri – Inaugurado em 14 de dezembro de 1947, o estádio Santiago Bernabéu passou por diversas ampliações e reformas.

Palco da final da Copa do Mundo de 1982, longe dos padrões atuais de segurança, o estádio ganhou um novo anel superior em 1992 e cobertura completa dos três níveis de arquibancada em 2001.

Todos os 80.354 lugares do campo do Real Madrid são formados por cadeiras.

Aí está o “problema”. Apesar de ultramoderno, reconhecido como nível A pela Uefa (recebeu a final da Champions League 2009/2010), o maior estádio da capital espanhola não teria condições de receber, hoje, um jogo do Mundial de Futebol, segundo as normas da Fifa.

Entenda o motivo no vídeo… E depois comente: exagero ou não da Fifa?

Não desista, Madri

Madri – A capital da Espanha é a terra do Real Madrid, do museu Reina Sofia, do Jardim Botânico Real, do mercado de jamón e de calles históricas misturadas ao modernismo das cuatro torres business area (CBTA), no centro econômico da cidade.

Isso tudo o blog está vendo de perto, impressionado, durante as férias (fotos).

Contudo, Madri ainda não é a terra de todos os esportes, por mais que esse seja um grande sonho da bem cuidada e bonita metrópole ibérica.

Derrotada na disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2012 (Londres) e 2016 (Rio de Janeiro), a cidade já está confirmada no novo pleito, visando a Olimpíada de 2020…

Na primeira tentativa, em um processo com cinco cidades em 2005, Madri acabou em 3º lugar, sendo eliminada na penúltima rodada, quando somou 31 votos, contra 33 de Paris e 39 de Londres. O curioso é que na etapa anterior ela havia sido a mais votada.

Quatro anos depois, nova votação via Comitê Olímpico Internacional, em Copenhague, na Dinamarca. Para a fase final da seleção, apenas quatro candidatas. Madri chegou à “final”, contra o Rio de Janeiro, mas acabou massacrada nas urnas, 66 x 32.

Política do COI à parte, a infraestrutura de mobilidade urbana da capital, algo tão questionado pela entidade – assim como pela Fifa -, está longe de ser um problema. Aqui, ela é, na verdade, a solução.

Com 288 estações de metrô espalhadas em 12 linhas, fica difícil não encontrar o seu ponto de “chegada”. A rede é a segunda maior da Europa – atrás apenas, vejam só, de Londres -, com quase 300 quilômetros de trilhos. É muita coisa.

Com estações interligadas, com a mesma passagem, é possível ir do aeroporto ao centro histórico. De lá para o estádio Santiago Bernabéu, e em seguida para a Plaza Maior. Nesses passeios, o encontro com parte das 2,5 milhões de pessoas que utilizam o sistema. Transporte de massa, massificado.

Vale ainda o registro do Aeroporto Internacional Barajas, com três terminais de passageiros – isso mesmo -, conectados por um VLT, veículo leve sobre trilhos.

Com 49,8 milhões de passageiros em 2010, o aeroporto foi o mais movimentado do país, o 4º da Europa e 11º do mundo. O número assusta…

Talvez assuste a realidade brasileira, com as subsedes do Mundial tendo que correr para reformar seus aeroportos. Em Madri, a estrutura é mais do que suficiente para essa demanda. A ponte aérea Madri-Barcelona, por exemplo, é a rota mais recorrente do Velho Mundo, com 971 voos… por semana.

Mais do que o apelo turismo, um tanto óbvio, Madri está preparada desde já para continuar na briga por uma Olimpíada, assim como a sua “rival” Barcelona, com evolução histórica após a conquista de 1992.

Então, eis as seis candidatas para 2020: Madri (Espanha), Roma (Itália), Istambul (Turquia), Doha (Catar), Baku (Azerbaijão) e Tóquio (Japão).

A escolha será feita em 7 de setembro de 2013, na assembleia do COI, em Buenos Aires.

Um é pouco, dois é bom, três é Madri.

Mais uma ponte na RMR, via futebol

Ramal Cidade da Copa. Imagem: Governo de Pernambuco/divulgação

Demorou, mas saiu do campo virtual a estrada principal para o futuro do futebol local.

Apontado como o acesso mais importante à Arena Pernambuco, o Ramal Cidade da Copa vinha nadando nos mares da burocracia, mesmo com o estádio saindo do papel.

Mais de um ano depois do início das obras da Odebrecht em São Lourenço da Mata, o corredor que ligará Camaragibe à BR-408, passando pelo estádio, finalmente teve a ordem de serviço assinada, como preza a matriz de responsabilidades junto à Fifa.

Ao custo de R$ 132 milhões, o projeto será desenvolvido pelo consórcio formado pelas empresas Mendes Júnior e Servix (saiba mais aqui).

Durante a assinatura, neste sábado, o governador do estado, Eduardo Campos, não escondeu de ninguém a confiança em emplacar Pernambuco na Copa das Confederações de 2013, levando em conta a conclusão do novo ramal, dentro de 18 meses.

Independentemente da decisão sobre o Recife no torneio-teste da Fifa, pelo menos a arena não está mais ilhada. É preciso acabar logo com o mito da distância…