Sobre meninos e lobos

Lobo em pele de cordeiro

Por Fred Figueiroa*

Nas noites que antecederam o meu aniversário de 6 anos, lembro da minha tia debruçada sobre a mesa da sala, desenhando e pintando um circuito de Fórmula 1. Lembro que todos lá em casa entraram pela madrugada fazendo as caixinhas com os nomes das equipes e dos pilotos. A minha caixinha foi a da Brabham de Nelson Piquet.

Fórmula 1 foi o tema da festa do meu aniversário de 6 anos e lembrei disso hoje ao ler a repercussão sobre a confissão de Nelsinho Piquet – ironicamente o filho de um dos grandes ídolos da minha infância – que assumiu ter provocado um acidente no GP de Cingapura de 2008, atendendo a um pedido da sua equipe (Renault) dentro de um acordo que lhe garantiria a renovação de contrato para mais uma temporada.

É até desnecessário comentar a atitude de Nelsinho no GP de Cingapura. O que me fez voltar 24 anos no tempo e me sentar em frente ao computador para escrever este texto aqui não foi a revolta com a falta de ética do jovem piloto brasileiro, nem mesmo a constatação de que, moralmente, a Fórmula 1 ruiu.

Acho que qualquer pessoa que acompanha a F-1 com um certo distanciamento (como é o meu caso) já está meio que anestesiado a armações do tipo.

Mas o que definitivamente me causou um sentimento de indignação foi a reação de grande parte das pessoas à confissão de Nelsinho. A começar pela entrevista de Rubens Barrichello. Com que cara Barrichello vem a público falar que o outro deveria sair da F-1? Como é que Rubinho tenta se posicionar como um defensor da moralidade do esporte se foi o próprio que desmoralizou a F-1 ao fazer aquela inesquecível cena na reta final do GP de Áustria de 2002, praticamente parando o seu carro para que o “companheiro” Schumacher passasse e vencesse a corrida.

Naquela manhã, eu estava diante da TV, já em pé, nervoso, torcendo, esperando o azarado Rubinho passar logo pela linha de chegada. Lembro de Cléber Machado narrando: “Hoje não! Hoje não! Hoje sim?…”. Desliguei a TV e prometi pra mim mesmo que nunca mais acordaria cedo para ver uma corrida de F-1. Não cumpri a promessa. Mas entendi o recado implícito (ou seria explícito?) de Barrichello: Ao reduzir a velocidade da sua Ferrari nos últimos metros da corrida ele mostrava ao mundo que a F-1 não era regida pelos princípios esportivos. Que a ética de um piloto era limitada pelo interesse da sua equipe ou até mesmo do seu adversário.

A história recente da categoria é repleta de comportamentos que, na essência, são iguais ao de Nelsinho. Qual a real diferença entre uma batidinha com riscos calculados só para deixar o carro atravessado na pista e frear o carro na reta de chegada?

Para mim, nenhuma. Principalmente, porque na questão ética, o erro é o mesmo. Ambos feriram a alma do esporte em detrimento próprio para servir aos interesses da equipe, de um adversário e – claro – da sua renovaçãozinha de contrato no final da temporada.

Sinceramente, também não consigo ver tanta diferença assim entre a batida proposital de Nelsinho Piquet e as já lendárias batidas também intencionais de Senna, Prost e Schumacher – que valeram títulos mundiais para os próprios. Esses três “gênios” da F-1 abusaram do recurso de provocar acidentes para interferir no que seria o resultado natural das corridas…

E eis que, de repente, todos parecem se contagiar por um surto de moralidade ou de hipocrisia e se mostram chocados com o fato de um piloto provocar intencionalmente um acidente.

Os motivos são diferentes? Na essência, não. O objetivo em todos esses casos era o mesmo: interferir no curso natural da corrida. Não importa se em benefício próprio ou atendendo aos interesses da equipe. Não existe “ética” pela metade.

Assim, nesta triste história de corrupção moral e financeira, me parece ainda mais condenável a hipocrisia de Barrichello e tantos outros. Isto sim ainda parece capaz de chocar até os mais anestesiados pela falta de princípios esportivos da F-1.

*Fred Figueiroa é editor-assistente do Diaro, blogueiro, e colaborador deste blog

Ilhas em guerra

Brasão de armas da Nova ZelândiaBrasão de armas do BahreinDos 32 países que vão disputar a próxima Copa do Mundo, 11 já garantiram vaga na África.

Na quarta, as tradicionais Inglaterra (campeã mundial em 1966) e Espanha (atual campeã europeia) se classificaram, chegando a 8 vitórias em 8 jogos nos seus grupos.

Uma das 21 vagas que restam, porém, sairá num confronto pra lá de incomum. Duas nações/ilhas muito, mas muito diferentes. Acima, os brasões de armas dos agora rivais Bahrein (esquerda) e Nova Zelândia (direita).

Em 2006, o Bahrein esteve pertinho de ir para o Mundial da Alemanha. Mas acabou sendo eliminado na mesma repescagem internacional (veja o video abaixo). E também por uma ilha (no caso, duas), Trinidad e Tobago. Já a Nova Zelândia participou da Copa de 1982, quando fez turismo na Espanha. Foi goleada 3 vezes na primeira fase.

Curiosidades sobre as duas seleções…

Nova Zelândia
Mais jogos: Steve Summer (105)
Maior artilheiro: Vaughan Coveny (30 gols)
Saiba mais AQUI

Bahrein
Mais jogos: Abdulrazzaq Mohamed (102)
Maior artilheiro: A’ala Hubail (30)
Saiba mais AQUI

O time classificado na repescagem asiática contra o campeão da Oceania. Lembrando que a Nova Zelândia conseguiu isso após a saída da Austrália, que foi liberada pela Fifa para se filiar à federação da Ásia (só isso já seria surreal 😯 ).

Abaixo, o playoff, cuja ordem dos jogos foi definida pela Fifa.

10/10/09 – Bahrein x Nova Zelândia, Estádio Nacional, em Riffa
14/10/09 – Nova Zelândia x Bahrein, no Westpac Stadium, em Wellington

Bahrein
Área: 665 km² (175º)
População: 688 mil de habitantes (157º)
PIB: US$ 19,6 bilhões (94º)

Arquipélago com 35 ilhas e ilhotas, no Golfo Pérsico

Nova Zelândia
Área: 268.000 km² (73º)
População: 4,2 milhões de habitantes (122º)
PIB: US$ 111 bilhões (58º)

Arquipélago formado por 2 ilhas principais (Norte e Sul) e inúmeras ilhotas.

Carnaval fora de época

Carnaval em SalvadorMuita chuva em Salvador. Muita gente em Pituaçu. E nem aí pra isso…

Após 10 anos, os baianos voltaram ver a Seleção Brasileira de perto.

Um Brasil bem desfalcado, mas tranquilo, já assegurado em 2010.

Contra um Chile focado na possível volta à Copa do Mundo. Esteve lá pela última vez em 1998, no Mundial da França. Até passou da primeira fase.

Mas acabou sendo eliminado pelo Brasil nas oitavas de final… 😎

Na noite desta quarta-feira, a raça chilena foi facilmente batida pela técnica brasileira.

O 1º tempo caminhava sereno, com 2 x 0 no placar (Nilmar e Júlio Baptista), quando Suazo diminuiu, aos 45 minutos. De pênalti.

Logo no começo da etapa final – já com um a menos, após a expulsão de Felipe Melo -, o Brasil viu o mesmo Suazo fazer o gol de empate da Roja. Festa total entre os 1.500 chilenos no estádio.

Em paz com a torcida, Dunga não ouviu vaias dessas vez. Pelo contrário, pois a torcida presente no reformado estádio de Pituaçu continuou apoiando a Seleção.

E foi recompensada. Aos 28, após uma sequência de passes, Nilmar marcou de cabeça e desempatou. Dois minutos depois, hat-trick de Nilmar. 3 gols em 3 finalizações.

No fim, o 4 x 2 no placar eletrônico de 70 metros quadrados. Um placar comum entre Brasil e Chile… Chocolate a favor dos pentacampeões.

Baiano já gosta de festa sem motivo… Com vitória da Seleção aí é sacanagem! 😈

Capítulo 90

Eliminatórias da Copa de 1990: Brasil 1 x 0 Chile (89)

Esse post deu trabalho, digo logo… 😎 Mas vamos lá, dar um mergulho de leve na história, com todas as campanhas da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Ao todo, foram 89 jogos da Canarinha, com 55 vitórias, 24 empates e 10 derrotas, sendo 6 delas na classificação pro Mundial de 2002.

Contra o Chile, nesta quarta-feira, em Salvador, o Brasil jogará pelas Eliminatórias pela 90ª vez, e já tranquilo, com a vaga nas mãos. Quase sempre, o Brasil decidiu a sua sorte em casa, mais precisamente no Maracanã, onde se classificou 7 vezes.

O Brasil esteve em 100% de todas as copas, mas isso poderia ter sido ainda mais difícil caso a Argentina não tivesse desistido do mata-mata em 1938, numa época na qual “eles” eram os melhores. Ufa.

Abaixo, as campanhas e os jogos que garantiram a vaga do Brasil no maior torneio de futebol do planeta.

1930 – Convidado
1934 – Desistência do adversário no mata-mata (Peru)
1938 – Desistência do adversário no mata-mata (Argentina)
1950 – País-sede
1954 – Venceu do triangular com Paraguai e Chile, com 4 vitórias em 4 jogos
14/03/54 – Brasil 1 x 0 Paraguai (Maracanã), a 2 rodadas
1958
– Eliminou o Peru (a Venezuela desistiu do triangular). Brasil avançou com 1 vitória e 1 empate
21/04/57 – Brasil 1 x 0 Peru (Maracanã), na última rodada
1962
– Atual campeão
1966 – Atual campeão
1970 – Venceu o quadrangular (Paraguai, Colômbia e Venezuela), com 6 vitórias
31/08/69 – Brasil 1 x 0 Paraguai (Maracanã), na última rodada
1974
– Atual campeão
1978 – Venceu o triangular preliminar, contra Paraguai e Colômbia, e depois ganhou o triangular final (na Colômbia), contra Peru e Bolívia. Foram 4 vitórias e 2 empates
14/07/77 – Brasil 8 x 0 Bolívia (Cali, Colômbia), na última rodada
1982
– Venceu o triangular com Bolívia e Venezuela, com 4 vitórias em 4 jogos
22/03/81 – Brasil 3 x 1 Bolívia (Maracanã), na última rodada
1986
– Venceu o triangular com Paraguai e Bolívia, com 2 vitórias e 2 empates
23/06/85 – Brasil 1 x 1 Paraguai (Maracanã), a 2 rodadas do fim
1990
– Venceu o triangular com Chile e Venezuela, com 3 vitórias e 1 empate
03/09/89 – Brasil 1 x 0 Chile (Maracanã), na última rodada
1994
– Venceu uma chave com 5 times (Bolívia, Uruguai, Equador e Venezuela), com 5 vitórias, 2 empates e 1 derrota
19/09/1993 – Brasil 2 x 0 Uruguai (Maracanã), na última rodada
1998
– Atual campeão
2002 – 3º lugar numa chave com os 10 filiados, com 9 vitórias, 3 empates e 6 derrotas
14/11/01 – Brasil 3 x 0 Venezuela (Castelão, São Luís), na última rodada
2006
– Mesmo sendo o atual campeão, precisou disputar as Eliminatórias. Ficou em 1º lugar na chave com os 10 filiados da Conmebol, com 9 vitórias, 7 empates e 2 derrotas
04/09/05 – Brasil 5 x 0 Chile (Mané Garrincha, Brasília), a 3 rodadas do fim
2010 – A 3 rodadas do fim, o Brasil já garantiu a sua vaga numa chave com os 10 filiados, com 8 vitórias, 6 empates e 1 derrota
05/09/09 – Argentina 1 x 3 Brasil (Rosário, Argentina)
2014 – País-sede 😈

O Tango

Maradona

Por Fred Figueiroa*

Desde a derrota da Argentina para o Brasil, no último sábado, em Rosário, o mundo do futebol passou a viver e consumir o drama dos argentinos – relativamente ameaçados de ficar fora da Copa do Mundo de 2010. Até os organizadores da competição externaram a preocupação de não ter Messi atuando nos gramados da África do Sul.

E a definição de “relativamente ameaçados” pode se tornar “seriamente ameaçados” na noite desta quarta-feira, quando a seleção de Maradona enfrenta o Paraguai em Assunção.Quis o destino que os paraguaios, com 27 pontos, precisassem justamente desta vitória para já garantir lugar no Mundial.

A situação matemática da Argentina é a seguinte: Hoje ela ocupa a 4ª posição com 22 pontos – seguida de perto por Equador e Colômbia, com 20; e ainda ameaçada por Uruguai e Venezuela, com 18. Restam, contando a de hoje, mais três rodadas. Nas duas últimas, os argentinos enfrentam o Peru em casa e o Uruguai no estádio Centenário em Montevidéo.

Só lembrando que os quatro primeiros se classificam direto para a Copa e o 5º colocado da América do Sul vai para uma repescagem com o 4º colocado da Concacaf (um duelo inédito já que até a última Copa, a repescagem era contra a seleção campeã da Oceania).

O drama se justifica. Seria – sem dúvida – o capítulo mais trágico do futebol de um país que não só ama, mas cultua e respira o esporte. O fracasso nas Eliminatórias deixaria Argentina fora da Copa pela primeira vez desde a conquista do título mundial em 1978.

Antes disso, os argentinos não participaram de quatro Copas: 1938, 1950, 1945 e 1970 – mas só nesta última os hermanos não conseguiram passar pelas eliminatórias sul-americanas. As três primeiras ausências foram por posicionamentos políticos (e radicais) da AFA e do próprio governo do país.

AS COPAS SEM A ARGENTINA

1938 – A Argentina havia se candidatado para sediar a competição e não aceitou a decisão da FIFA de levar a Copa para a França. Os argentinos defendiam um revezamento entre América do Sul (Uruguai foi sede em 30) e Europa (Itália havia sido sede em 1934). Como protesto, a seleção negou-se a disputar o Mundial.

1950 – A violenta decisão da Copa América de 1946*, onde houve uma batalha campal entre jogadores argentinos e brasileiros fez com que as federações dos dois países rompessem ligações por longos 10 anos. E como a FIFA escolheu o Brasil como sede do Mundial de 1950, a Argentina mais uma vez desistiu de participar**.

* Saiba os detalhes do jogo que transformou Brasil e Argentina em arqui-rivais e como foram os 10 anos sem duelos entre os dois países: http://fredfigueiroa2.blogspot.com

**Estas duas desistências seguidas fizeram com que a Argentina ficasse 21 anos sem enfrentar uma equipe européia – desde a partida contra a Iugoslávia pela Copa de 1930 até um amistoso contra a Inglaterra em 1951. Isto talvez explique como a seleção mais vitoriosa da América do Sul na época demorou tanto tempo para ganhar o seu primeiro Mundial, quando seus rivais (Uruguai e Brasil) já haviam conquistado, juntos, cinco Copas.

1954 – As divergências entre a AFA e a FIFA não foram administradas. Convictos das ruas razões, os argentinos – neste momento, rompidos com várias outras federações sul-americanas – mais uma vez se recusaram a disputar uma Copa, entrando para um isolamento de 24 anos sem participar da mais importante competição do futebol mundial.

1970 – Desta vez, nada de protesto. Nada de política. Pelo menos, não diretamente – já que o país vivia um período de turbulência administrativa e econômica. O fracasso no futebol, para muitos, foi um reflexo da crise nacional. O fato é que a Argentina, pela primeira e única vez, não passou das Eliminatórias. Em um grupo com Peru e Bolívia, venceu apenas um jogo, empatou outro e perdeu duas partidas.

*Fred Figueiroa é editor-assistente do Diaro e colaborador do blog

Filho da Fonte Nova

Estádio de Pituaçu, antes e depois

Inaugurado em 10 de março de 1979, o estádio de Pituaçu sempre ficou em segundo plano em Salvador. Assim como a Fonte Nova, trata-se de um estádio pertencente ao governo da Bahia.

Quando Pituaçu terminou de ser construído, com capacidade modesta para 16 mil pessoas, a Fonte Nova, erguida em 1951, já havia sido ampliada para receber até 110 mil torcedores. Desnecessário dizer que o filho Pituaçu, também conhecido como ‘Metropolitano’, ficou subutilizado. Com o tempo, foi sendo esquecido… 😯

Cadeiras danificadas, ferragens corroídas, estrutura comprometida, abandono. Em 1983 ainda houve uma pequena reforma. Em 1995, alguns jogos do Bahia foram disputados no então acanhado Pituaçu. Depois, não teve jeito. Até porque a tradicional Fonte Nova era o principal estado da capital baiana. A ‘casa’ do Bahia.

Isso até o dia 25 de novembro de 2007. Data na qual o Bahia, diante de 60 mil tricolores, conseguiu o acesso à Série B. Festa que terminou em tragédia, depois que parte da arquibancada do anel superior cedeu, matando 7 pessoas. Fonte Nova interditada, condenada. Será demolida. Em seu lugar, a arena da Copa de 2014.

Assim, o Bahia ficou desalojado. O rival Vitória não cedeu à pressão política do governo e não deixou o Tricolor de Aço jogar no Barradão. O jeito foi ir até Feira de Santana, a 116 km. Públicos pífios (4 mil, ao invés de 40 mil). Enquanto isso, o governo do estado anunciou um investimento de R$ 21 milhões em Pituaçu (veja AQUI).

Reforma em todo o estádio (cadeiras, gramado, refletores, placar eletrônico etc). Ampliação de 16 mil pra 32.400 lugares e melhorias no acesso viário ao bairro.

Serão 5 anos sendo finalmente tratado com algum zelo pelos baianos… Começando pelo primeiro jogo oficial da Seleção Brasileira lá (contra 9 na velha Fonte). E olhe que ainda existe a possibilidade de o Bahia arrendar o estádio em 2011. Mas e quando a futura Fonte Nova ficar pronta em 2014? Órfão de novo? Ih…

Curiosidade: os estádios homenageiam dois governadores da Bahia. O nome oficial da Fonte Nova é Estádio Octávio Mangabeira (chefe do executivo baiano entre 1947 e 1951). Já o nome de Pituaçu é Estádio Roberto Santos (1975/1979). Coincidentemente, os dois governadores inauguraram os estádios no último ano de suas gestões. O primeiro jogo de Pituaçu aconteceu 5 dias antes do fim do mandato de Roberto Santos… É a política. 😎

Celebrando a tradição

O Recife estava há 14 anos sem ver a Seleção Brasileira. Viu e gostou. Salvador já está há 10 anos na mesma situação… Vai sair do jejum na noite desta quarta-feira. Os baianos vão acompanhar ao time de Dunga sem 3 jogadores da espinha dorsal (Lúcio, Kaká e Luís Fabiano), mas com a mesma vontade de vencer a 11ª partida seguida.

Uma equipe pronta para celebrar uma classificação antecipada ao Mundial, bem diferente do que temos visto há decadas na Seleção. Um time com presença garantida na Copa do Mundo de 2010. E também na de 2014. 😎

Apenas 8 países (de um total de 32) já se classificaram para a próxima copa, e o Brasil já tem vaga nas duas próximas, totalizando 20 participações. Definitivamente, uma Copa do Mundo sem o Brasi é como cinema mudo (só lamento caso alguém goste).

Voltando ao futebol… Está ficando difícil secar o Brasil, hein?

Com todo respeito ao Chile, que montou uma seleção razoável e deve se classificar para o Mundial da África do Sul, mas o time ‘rojo’ é um freguesaço da Seleção. O Brasil ganhou nada menos que 45 dos 64 jogos, desde o primeiro confronto, em 1916, no então Campeonato Sul-Americano (atual Copa América) realizado em Buenos Aires/ARG.

Copa do MundoRetrospecto geral
64 jogos
45 vitórias da Seleção Brasileira
12 empates
7 vitórias do Chile
148 gols da Seleção Brasileira
53 gols do Chile

Últimos 5 jogos
Brasil 5 x 0 Chile (Brasília – Eliminatórias – 04/09/2005)
Brasil 4 x 0 Chile (Gotemburgo, Suécia – amistoso – 24/03/2007)
Brasil 3 x 0 Chile (Cachamay, Venezuela – Copa América – 01/07/2007)
Brasil 6 x 1 Chile (Puerto La Cruz, Venezuela – Copa América – 07/07/2007)
Brasil 3 x 0 Chile (Santiago, Chile – Eliminatórias – 07/09/2008)

Na Copa, fora o baile

Eliminatórias da Copa de 2010: Argentina 1 x 3 Brasil

Essa Seleção Brasileira comandada por Dunga está aniquilando tabus.

Primeiro, o mito de não vencer o Uruguai em Montevidéu. Eram 33 anos. Mas acabou. O Brasil foi lá e trucidou o combalido time uruguaio por 4 x 0.

Depois, o de não conseguir ganhar da Argentina na Argentina. A última vez havia sido em 1995. Em Buenos Aires. No sábado, os dois maiores rivais no futebol se enfrentaram em Rosário. Num cenário bem armado pelo técnico Maradona, que quis incendiar o jogo.

E vitória categórica da Canarinha, que fez 3 x 1 com vaga pra mais. Deixou Maradona roendo a unha. E com o atacante da Copa de 2010 (com presença garantida do Brasil) já definido: Luís Fabiano.

Mesmo que Adriano e Ronaldo – dois grandes nomes do ataque da Seleção – consigam um apoio ainda maior da mídia, não consigo ver Luís Fabiano fora do time titular. É muito rápido pra finalizar. Chuta forte. Com categoria. E faz gol quase sempre (foram 2 contra os hermanos). Esse é o cara da Seleção na próxima copa.

Quanto ao Dunga… Já são 18 jogos sem perder, com 10 vitórias seguidas. Vaga na Copa por antecipação (mesmo com treinadores mais renomados, o Brasil sempre penou nas Eliminatórias) e títulos (Copa América e Copa das Confederações). 😎

Galvão Bueno está certo: Ganhar é bom, mas ganhar da Argentina é muito melhor.

Obs. A Argentina está em 4º lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas, com 22 pontos, e seriamente ameaçada. Muita gente já está secando os ‘caras’, para que a bicampeã mundial fique de fora da Copa da África do Sul.

Confesso: espero a Argentina na Copa. Mas, faltando 3 rodadas, a missão está difícil. Na próxima rodada, nada menos que o Paraguai, em Assunção. É bronca. Deles…

O peso de ver um clássico

1 peso argentino

A Associação de Futebol da Argentina (AFA) colocou 1.200 ingressos à disposição da torcida brasileira para o jogão deste sábado no estádio Gigante de Arroyito, em Rosário, pelas Eliminatórias da Copa. Mas os bilhetes estão encalhados.

Por um simples motivo… O preço é diferenciado para os visitantes (algo proibido no Brasil). Os brasileiros estão tendo que desembolsar nada menos que 450 pesos por uma entrada. O valor equivale a R$ 220. Já os argentinos tiveram ingressos com valores bem mais baixos, entre 100 e 350 pesos, ou R$ 49 e 171, respectivamente. 😯

O valor cobrado aos torcedores do Brasil é superior ao de uma camisa oficial da seleção argentina, que custa 150 reais. Alguém se interessa…?

Mas tem problema não… Os outros 191 milhões de torcedores da Canarinha vão acompanhar pela TV mesmo. E todos têm um motivo para ficar otimista nesta noite. Ate hoje, a Argentina jogou 11 vezes em Rosário, com 8 vitórias, 2 empates e 1 derrota. Pra quem? Pra quem…? Argentina 0 x 1 Brasil, em 16 de agosto de 1975, pela Copa América (veja a lista AQUI).

Esse sim é o peso de jogar 100% pressionado para tentar a classificação para a Copa. E ao contrário dos últimos Mundiais, agora a pressão está do ‘outro’ lado.

O Egito além do Sub-20

Egito

O Campeonato Mundial Sub-20 deste ano acontecerá no Egito, entre 24 de setembro e 16 de outubro.. A seleção “100% nacional” (apenas jogadores que atual no Brasil foram chamados) vai estrear no dia 27, contra a Costa Rica. Abaixo, um vídeo editado por um egípcio, mais do que apaixonado pelo seu país. 😎

Com quase 8 mil visualizações, o vídeo mostra os estádios onde serão realizados os jogos da 17ª edição do Mundial de juniores. Resta saber se em 2011 algum colombiano fará o mesmo para divulgar o seu país na 18ª edição.

Um dos países com mais história no mundo, o Egito teve a sua primeira dinastia em 3.500 AC. Ou seja: 5 mil anos antes de Pedro Álvares Cabral errar o leme e descobrir o Brasil. Atualmente, o Egito tem uma população de 81 milhões de habitantes, com renda per capita de US$ 5.491.

No futebol, o Egito está na 3ª linha (no mínimo). No ranking da Fifa, a seleção egípcia aparece em 32º lugar. O Egito é o maior campeão da África, com 6 taças com a seleção adulta. Nas competições da Fifa, porém, o melhor resultado foi o 3º lugar justamente num Mundial Sub-20, em 2001, na Argentina.

O país cortado pelo Rio Nilo também já sediou um Mundial, o Sub-17 de 1997. Para os otimistas: o Brasil foi o campeão…