Nos devolva em 2014

Réplica oficial da Taça Jules Rimet de 1950, conquistada pela seleção do Uruguai em pleno Maracanã. Imagem no Museu do Futebol, em Montevidéu. Foto: Maria Carolina Santos/Diario de Pernambuco

Montevidéu – A campanha do Uruguai na Copa do Mundo de 2010, com a suada 4ª colocação, mudou o país. Os craques viraram estrelas. O atacante Luis Suárez – aquele mesmo que evitou com as mãos o gol de Gana no último minuto das quartas de final – está na capa da revista Caras, na versão local (veja AQUI). O meia Forlán, eleito como o melhor jogador do Mundial da África, estampa outdoors pela capital charrúa. A camisa azul celeste (ou moletom, por causa do frio) caminha nas ruas em massa.

Na imprensa local – e são quatro jornais diários em Montevidéu -, a seleção nacional realmente renasceu. Se no Brasil a atualização do ranking da Fifa rende apenas uma nota discreta, no país vizinho é uma matéria ampla, como trouxe o principal periódico do Uruguai, o El Pais. A reportagem de duas páginas (no estilo tablóide) aborda a mudança no ranking mundial – o time caiu do 6º para o 7º lugar -, já levantando a projeção para próximo mês, além de uma análise (veja AQUI).

O título no jornal, no caderno Ovación: A recuperar el sexto lugar del ranking. Virou uma obsessão manter a Celeste no topo do futebol mundial. A semifinal alcançada após 40 anos não quer ser retratada como acaso. É ilustrada como um marco.

No início deste mês, o time goleou duas vezes na Ásia, sendo 7 x 1 na Indonésia e 4 x 0 na China. Os resultados, atrelados à permanência do técnico Oscar Tabárez, condicionam a equipe a um raro favoritismo nas Eliminatórias para a Copa de 2014. A última vez que se classificou de forma direta foi para a edição de 1990. E olhe que o time vem penando. Ficou de fora em 1994, 1998 e 2006.

Esse princípio de “favoritismo”, na visão dos próprios uruguaios, aumenta ainda mais quando eles lembram que a próxima Copa do Mundo será no Brasil. Aí a história ganha corpo. Uma campanha no mesmo Brasil onde o pequeno país (cuja área tem 62,5% do território do Rio Grande do Sul) conquistou a sua maior façanha? É demais.

O Maracanazo está nas veias da população. É algo marcado na cidade. Ao lado do Centenário encontra-se uma praça em homenagem aos heróis de 1950. No museu dentro do estádio, a réplica oficial da Taça Jules Rimet de 1950, em um saguão com uma foto gigantesca do Maracanã com 200 mil pessoas naquele trágico 16 de julho.

Eu tentei “recuperar” a taça durante a passagem por lá… Não deu. Mas que o Uruguai não invente de querer pegar mais uma vez a taça encomendada para o Brasil. Em Montevidéu, esse desejo já é real.

Foto do Maracanã em 1950 no Museu do Futebol, no estádio Centenário, em Montevidéu. Foto: Maria Carolina Santos/Diario de Pernambuco

Que a TV transmita um gol do Carcará

A expectativa era grande no Sertão. Fundamentada no sonho de chegar à Série B.

Até mesmo pelo anúncio de transmissão ao vivo pela TV neste sábado. Mas, de última hora, a TV Brasil acabou passando para o estado Chapecoense x Ituiutaba.

A emissora já começou errado, pois esta partida deve ter dado “traço” na audiência.

Televisão à parte, o Salgueiro ficou no empate em 1 x 1 com Paysandu.

SalgueiroPaysanduNo estádio Cornélio de Barros, o Carcará ficou em vantagem até os 26 minutos do segundo tempo.

Fruto do gol de pênalti de Beá, no finzinho da primeira etapa. Mas Lúcio Bala empatou para o Papão.

Segundo o regulamento da Terceirona do Brasileiro, o formato do mata-mata é o mesmo adotado na Copa do Brasil (veja AQUI). Gol fora de casa tem um peso maior… Desvantagem para a equipe pernambucana.

Ou seja: um 0 x 0 em Belém classificará o time paraense.

O Salgueiro, que já cansou de surpreender nas situações mais adversas, vai ter que marcar pelo menos um gol no alçapão da Curuzu.

Jogo às 10h do próximo domingo (17). Com transmissão da TV Brasil? A conferir.

A primeira vez do Ipatinga. A última do Sport?

Série B-2010: Sport 0 x 1 Ipatinga. Leão perde do lanterna na Ilha. Foto: Blenda Souto Maior

Em 13 jogos como visitante nesta Série B, o Ipatinga havia empatado 3 e perdido 10.

Nenhuma vitória. Nenhuma!

Até a tarde deste sábado, na Ilha do Retiro.

Jogando de forma apática no primeiro tempo e afobada no segundo, o Sport conseguiu ser derrotado pelo time mineiro. O sonho do G4 virou pesadelo.

A luta para chegar ao pelotão de cima é quase inglória.

Nos primeiros 45 minutos, o Ipatinga teve um gol mal anulado e pressionou bastante. Já o Sport teve apenas uma bola na trave de Marcelinho Paraíba.

No comecinho da etapa final, o meia, em nova cobrança de falta, acertou o poste de novo. Não era o dia do time Rubro-negro.

O lance foi só uma falsa impressão para os 22.488 torcedores na Ilha, pois Alessandro cobrou um pênalti com tranquilidade e abriu o placar aos 6 minutos.

Depois, o goleiro Douglas fez três defesas espetaculares, em chutes de Ciro e Marcelinho Paraíba e numa cabeça de Germano, no fim.

A pior defesa da Segundona, com 48 gols, não foi vazada.

Douglas segurou tudo lá atrás, 0 x 1.

O Ipatinga era o lanterna da competiçã e continua sendo mesmo após os três pontos.

Ao Sport, pode ter sido a última cartada na luta pela classificação à Série A de 2011…

1975, um ano perdido em 2010

Marcelinho Paraíba, meia do Sport. Foto: Sport/divulgaçãoRomerito, meia do Sport. Foto: Sport/divulgaçãoO primeiro a nascer foi Romero Mendonça, em janeiro. Em Itaguaru, no interior de Goiás.

Em maio do mesmo ano, Marcelo do Santos. Também no interior, mas na Paraíba, em Campina Grande. Cresceram e rodaram muito por aí…

Ambos sempre dominando a bola sempre com o pé esquerdo.

O mais velho já tem uma vivência maior no clube. Brilhou em uma das duas estrelas douradas bordadas na camisa. O outro chegou como a contratação de impacto, capaz de sacudir toda uma torcida. Veteranos conscientes do peso de jogar uma Série B.

Os dois assinaram a peso de ouro. O paraibano por R$ 100 mil mensais e o goiano por cerca de R$ 70 mil. O tempo passou bastante desde aquele mesmo ano de 1975.

Agora, aos 35 anos, Romerito e Marcelinho Paraíba vão atuar juntos. Vão compor um dos setores de criação mais experientes do país.

Vão contra a lógica do futebol, com jogadores profissionais cada vez mais jovens. Mas a preparação física evoluiu e talvez seja esta a explicação para tamanha coincidência.

São 70 anos agregados nessa nova dupla no meio-campo do Sport.

A estreia será neste sábado, na Ilha do Retiro, contra o caçula Ipatinga, fundado em 1998. Naquele ano, ambos tinham 23 anos. Hoje, Ciro tem 21…

A cor da vitória

Documentário "Senna"A história do mito brasileiro das pistas já tem data marcada para chegar aos cinemas do país: 12 de novembro.

Uma semana após o Grande Prêmio do Brasil, em Interlagos.

O filme sobre Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1, teve o seu cartaz oficial lançado nesta quinta-feira pela Paramount Pictures (veja AQUI).

O tom amarelo que rasga a imagem faz parte do tradicional capacete do ídolo da F1, que morreu em um acidente no GP de San Marino, em 1º de maio de 1994.

Acima do título do documentário produzido pela Working Title (“Senna”), a frase lapidar do também tricampeão Niki Lauda.

“Ele foi o melhor piloto que já existiu.”

Senna ou Schumacher?

Polêmica à parte, vem aí um filmaço… Digno de um herói nacional.

Submarcas de 2014

Logotipo oficial de Salvador para a Copa do Mundo de 2014. Crédito: Secretaria de Comunicação de SalvadorAlém da logomarca oficial da Copa do Mundo de 2014, a Fifa vai lançar paulatinamente os emblemas das 12 subsedes da competição. A série começou com Salvador.

A marca é esta ao lado, tomando como base a logo do próximo Mundial de futebol (veja AQUI).

A Bahia já larga um pouco na frente. Nesta semana, o Bahia se tornou o primeiro clube do país a assinar, de fato, um contrato para jogar em um estádio operado em uma parceria público-privada. No caso, a segunda versão da Fonte Nova, com capacidade para 50 mil torcedores.

Montagem de um possível logotipo oficial do Recife para a Copa de 2014Voltando à nova rodada de emblemas da Copa…

As outras 11 subsedes deverão seguir o mesmo modelo, como um “selo”. Em Pernambuco, o nome será “Recife”, apesar da localização da arena, em São Lourenço da Mata. A própria Fifa já acabou com essa discussão (veja AQUI).

Mesmo sem muito tato com o photoshop, fiz a mudança aí do lado direito, levando em conta que apenas o nome deve mudar, de acordo com o Portal 2014 (veja AQUI). Não achei a mesma fonte, mas consegui uma parecida…

As marcas das subsedes deveriam seguir um modelo ou cada uma deveria ter um emblema característico?

A prioridade da CBF

Mano Menezes, técnico da Seleção Brasileira, com novo painel de patrocinadores. Foto: CBF/divulgação

A Confederação Brasileira de Futebol fica mais rica a cada dia. Fato.

Só não precisava escancarar tanto…

Abaixo, o título de uma notícia no site oficial da entidade nesta quarta-feira:

Renovação de cenários de entrevistas e modernização do site são as prioridades.

Veja a reportagem completa AQUI.

Trata-se de uma renovação no “painel” oficial, colocado atrás dos entrevistados, com os principais patrocinadores (são nove), além de um cenário para entrevistas…

Tudo em busca de aumentar cada vez mais a visibilidade da Seleção no planeta.

Mais uma frase do portal da CBF. E por aí segue o ritmo de mudanças na área de marketing da Canarinha. Futebol? Deixa com o Mano.

Cada amistoso da Seleção rende 2 milhões de dólares ao cofre da CBF, ou R$ 3,36 milhões. O nível dos adversários geralmente não é proporcional ao investimento.

Nesta quinta-feira tem jogo: Brasil x Irã.

Onde? Nos Emirados Árabes. Não queira uma explicação lógica além da financeira…

W.O. virtual

Náutico no Winning Eleven

Dez derrotas consecutivas como visitante.

Uma marca que aponta o pior caminho possível na Série B…

A campanha alvirrubra longe dos Aflitos virou um vexame. Em 17 de julho, contra o América/MG, o Náutico venceu fora de casa pela última vez.

Triunfo por 2 x 1 na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, a 70 km de Belo Horizonte. Aquela havia sido a terceira vitória timbu em quatro jogos longe de Rosa e Silva.

Desde então, o time não se encontrou mais. Virou uma presa fácil para os adversários. Não agride, dispõe de uma marcação frouxa e o poder de recuperação é nulo.

A confiança não existe. O time parece entrar virtualmente derrotado. Motivador, Roberto Fernandes sabe que é preciso sacudir o grupo.

Para um futuro não tão comprometedor, é preciso somar pontos fora de casa. E restam apenas cinco jogos longe dos Aflitos, incluindo um clássico.

Neste incômodo jejum de dez jogos, o Náutico sofreu 24 gols e marcou apenas 5.

Na noite desta terça-feira, mais do mesmo: ASA 2 x 0 Náutico. No Brasileiro, esse revés foi, também, a 7ª derrota nos últimos 8 jogos. Dado assustador.

Já faz tanto tempo desde a última vitória como visitante que o próximo adversário será mesmo América Mineiro… Na próxima terça, nos Aflitos. Em casa, Náutico. Em casa!

Lacuna eterna da Série A

Lista de campeões brasileiros Sub-20. Imagem: FGF/divulgação

O prejuízo por não fazer parte da Série A é enorme. De janeiro a dezembro.

Pesa na hora de buscar um patrocínio forte. O Náutico que o diga (veja AQUI).

As cotas de televisionamento são bem menores. A visibilidade é limitada.

Não só ao elenco profissional, mas como para toda a base dos clubes.

Criado em 2006, o Brasileiro Sub-20 cresce ano a ano. A competição, organizada pela Federação Gaúcha de Futebol (chancela da CBF), sempre contou Pernambuco.

Regra: todos os clubes da elite são convidados. Caso alguém desista, a vaga é cedida a algum time da Série B. Desde 2008, o número de participantes se fixou em 20.

E assim foram Santa Cruz (2006), Náutico (2006 a 2010) e Sport (2008 e 2009).

Porém, este ano o estado vai passar em branco nos gramados do Rio Grande do Sul.

A FGF divulgou a lista com os 20 times de juniores de 2010 (veja AQUI).

Todos os clubes da Série A aceitaram. Inclusive o maior desafeto, o São Paulo, que só jogou a primeira edição e depois recusou todos os convites.

O torneio ocorre sempre em dezembro, com transmissão de quase todas as partidas no canal Sportv. É uma chance única de mostrar, testar e valorizar os novos talentos.

E vale lembrar que Pernambuco já fez bonito por lá. Náutico e Sport disputaram uma semifinal histórica em 19 de dezembro de 2008, em Porto Alegre. O Leão passou nos pênaltis (vídeo). Dois dias depois, ficou com o vice-campeonato nacional.

A conta pela ausência na primeira divisão não fecha nunca… Dinheiro perdido.

Contrapartida do contra

Visão interna do projeto da Arena Pernambuco

Os gráficos tridimensionais da Arena Pernambuco guardam surpresas pelo arrojo.

Mas não tão surpreendente quanto este número: R$ 10.074.000.

Esse dado será a diferença acumulada ao longo de 30 anos na contrapartida anunciada pelo governo do estado, após a vitória da Odebrecht na licitação da arena, em relação ao valor publicado no Diário Oficial do estado no dia 30 de setembro.

Não se discute no blog a lisura da licitação.

O processo passou por todas as camadas burocráticas possíveis, de fato.

Porém, é preciso esclarecer o detalhamento do processo após a licitação (ou a retificação do contrato) que resultou no aumento da contrapartida do estado para o futuro estádio em São Lourenço da Mata.

Pelo acordo firmado na Parceria Público-Privada (PPP) visando a arena da Copa do Mundo de 2014, divulgado em 12 de maio deste ano, o governo pernambucano pagaria R$ 3.994.200 por ano ao consórcio vencedor (veja AQUI).

O valor poderia variar, de acordo com o número de clubes atuando na arena. Porém, o cenário não mudou desde o anúncio oficial dos valores. Nenhum clube assinou.

O pagamento vale a partir de 2013, após a inauguração do estádio, prevista para dezembro de 2012, de acordo com o cronograma exigido pela Fifa.

Em 2033, o estádio vai passar a ser propriedade do estado, que poderá lançar uma nova licitação para a operação da arena multituso logo em seguida.

No entanto, o Diário Oficial, com o relatório orçamentário do comitê gestor das PPPs, traz um novo valor a ser pago neste período: R$ 4.330.000 (abaixo, em milhares).

A diferença anual chega a R$ 335.800.

Após 30 longas prestações, chega-se ao valor total de R$ 10.074.000

Diário Oficial de Pernambuco, 30/09/2010, com o aumento na contrapartida do estado na Arena Pernambuco