O mundo viu em Pequim uma enxurrada de quebra de recordes no fantástico estádio olímpico Ninho do Pássaro – cuja tecnologia da pista possibilitou a melhora de pelo menos 1% no rendimento dos atletas. Com o fim dos Jogos, ficou claro que o Brasil ainda sente a falta de centros de excelência para o atletismo. Pernambuco, então, está há anos-luz disso.
O principal pólo da modalidade no estado é o Centro de Esporte, Lazer e Cultura Alberto Santos Dumont, em Boa Viagem, inaugurado em 1975. Com uma pista ultrapassada desde 1994, os atletas pernambucanos vem se esforçando bastante para atingir índices satisfatórios no local.
Em 20 de outubro de 2007, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, divulgou no Recife, com muita pompa, a verba de R$ 1,266 milhão para reformar o Santos Dumont, com direito a obras de acessibilidade para portadores de deficiência e idosos. Dinheiro dos governos federal (R$ 1 mi) e estadual (R$ 266 mil). Passado quase um ano, a reforma segue a passos lentos, até mesmo porque a receita injetada não foi suficiente. Longe disso. A princípio, serão reformados o alambrado e a gaiola de arremessos.
Apesar do atraso, a situação deverá mudar bastante no ano que vem. Com um novo orçamento de R$ 15 milhões aprovado para o setor de esportes e lazer de Pernambuco, a secretaria estadual espera agora pela liberação da verba, que deverá sair em 2009. Segundo o coordenador do Santos Dumont, Cristiano Ferreira, o montante – que faz parte do Orçamento Geral da União (OGU) – foi destinado para o estado após uma ação suprapartidária da bancada pernambucana na Câmara dos Deputados.
Com todo esse dinheiro, Pernambuco deverá contar com um verdadeiro centro formação de atletas e equipes de alto rendimento (até mesmo porque o ginásio e a piscina do centro também estão na pauta de reforma). Algo bem animador, se realmente sair do papel. Enquanto isso, continuará sendo raro o surgimento de atletas olímpicos, como Keila Costa (buscando o índice para Atenas, em 2004, na foto abaixo) e Jessé Farias.
PISTA – A má conservação da pista do Santos Dumont é visível. As placas de borracha se soltam a todo instante. O trabalho é apenas de manutenção. De acordo com Cristiano Ferreira, até mesmo na última reforma (em 1994) o piso colocado já era defasado, segundo as normas da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Mas em 2009, porém, a nova pista será no mesmo nível da colocada no estádio olímpico João Havelange, no Rio de Janeiro.
“Pernambuco terá uma pista moderna, no mesmo nível do Pan-Americano do Rio. O valor era muito alto para a verba inicial, tanto que essa pista deverá custar quase R$ 4 milhões. Estamos apenas esperando a análise da Caixa Econômica, que irá repassar o dinheiro em 2009”, afirmou Ferreira. O piso será do tipo Decoflex, que tem uma manta de poliuretano SBR, revestida por outra camada de borracha (com 14mm), do tipo EPDM – que tem o papel de reduzir o desgaste dos raios ultravioleta.
“A reforma dessa pista é prioridade para a gente”, disse o coordenador. Para todo o estado, Cristiano.
Evolução da pista olímpica do Santos Dumont
1975 – Pista de carvão
1994 – Piso roberdan (placas de borracha)
2009 – Pista sintética SBR (poliuretano)
4.331 metros quadrados de pista
Custo: R$ 4 milhões