Após um breve treinamento, os voluntários já estão distribuídos no complexo da Arena Pernambuco. Vários no centro de distribuição de credenciais, o ponto mais movimentado nos primeiros dias. Outros no recém-aberto centro de imprensa, local com espaço para mais de 200 jornalistas.
Informações, organização e logística. O papel é variado, mas desde já, há um grande desfalque. O blog apurou que vários voluntários não apareceram mais após a distribuição do kit fornecido pela Fifa. Má fé num processo gratuito…
Cada voluntário recebeu um agasalho, duas camisas, uma calça, uma mochila, um par de tênis, três pares de meia e um boné. Todos fabricados pela Adidas, parceira da entidade. A avaliação dos materiais oficiais, nas cores azul e amarelo e com emblemas da Copa das Confederações, é de quase R$ 1.000.
Obviamente, a Fifa tem o cadastro dos “faltosos”. Irá recuperar os materiais?
O Comitê Organizador Local não se pronunciou sobre o assunto…
De toda forma, os que ficaram, demonstrando boa capacidade para as funções definidas pela organização, poderão ficar sobrecarregados no torneio.
Ao todo, 99.172 pessoas se inscreveram no programa de voluntários, resultando em 5.652 selecionados nas seis subsedes.
A entrega das credenciais na Arena Pernambuco já foi iniciada.
Jornalistas de todo o país, do exterior, diretores, voluntários, segurança etc.
Entre as unidades de seguranças destacas para o evento, chamou a atenção o credenciamento de uma certa turma de preto…
Não é o Bope, a elite da polícia carioca, claro. Trata-se de uma equipe ainda mais exclusiva no país.
Os Comandos, tropa de elite do exército brasileiro.
“A condução e execução de ações de comandos, normalmente caracterizadas como incursões de longo alcance contra alvos inimigos de elevado valor e desenvolvidas em áreas hostis ou sob controle do inimigo, são operações caracterizadas pelo sigilo, pelo poder de choque e pelo alto grau de risco.”
Em Pernambuco estarão presentes dezenove homens e um comandante. Farda preta, pouca conversa e uma preparação de vários anos.
Antes de ingressar nos “Comandos”, o soldado têm a vida investigada, dissecada.
Não foi informado ainda o papel desta tropa no evento futebolístico, mas não deve ser algo tão dificil assim de adivinhar.
Quando o batalhão de choque, o exército e outros departamentos ficarem sobrecarregados, eis a última saída…
Gramado impecável, cadeiras numeradas, placas customizadas instaladas e área de imprensa devidamente equipada,
A Arena Pernambuco está quase pronta.
O blog esteve nesta quinta-feira na área nobre do estádio
Internamente, belíssima. Fora, muitos operários correndo contra o tempo para os últimos ajustes, como o centro de imprensa, cujo sistema de energia ainda está sendo testado.
No local destinado ao público, padrão de primeiro mundo mesmo.
O visual atual é provisório, tanto nas placas da Copa das Confederações quanto da zona de imprensa, bem maior que o espaço planejado para a operação regular do estádio após o ciclo da Fifa.
A última vez em que palavras pronunciadas em línguas estrangeiras foram usadas numa mesma recepção para duas seleções distintas no Aeroporto Internacional dos Guararapes foi em 1989.
Em 9 de julho daquele ano colombianos e peruanos empataram no Arruda, em partida válida pela primeira fase da Copa América.
O Recife viveu uma semana incomum, ainda com a presença do Paraguai na cidade, no jogo contra o Brasil, também no Mundão, numa rodada dupla.
Esse hiato está bem pertinho de acabar.
Em em grande estilo, reunindo duas seleções com títulos mundiais.
Na noite de quarta-feira e no início da madrugada desta quinta, mais uma vez os pernambucanos treinaram o portunhol no desembarque de delegações.
Bienvenidos… para espanhóis e uruguaios.
Os atuais campeões do mundo e da América já estão por aqui. Primeira a Fúria, às 19h30. Já passava de meia-noite quando a Celeste pousou. As duas equipes tiveram um esquema especial de imigração e deixaram rápido o aeroporto.
Nos hotéis em Boa Viagem, nenhuma palavra. Os atletas espanhóis ainda ainda aceneram e Sergio Ramos até deu autógrafo, mas os uruguaios entraram numa rota alternativa do hotel, driblando a torcida presente, pequena e aguerrida.
A partir de agora, caminhadas na orla, exercícios em academias na Zona Sul, treinos no Arruda e no centro de treinamento do Náutico e o embate agendado para domingo na Arena Pernambuco.
Seleções estrangeiras em ação no estado…
Espanha e Uruguai disputarão o 10º confronto entre gringos por aqui.
Em tempo: o jogo entre Uruguai e Espanha já está com lotação esgotada, o que corresponde a um público acima de 40 mil pagantes.
E isso é só o começo. Ainda vão pisar por aqui Itália, Japão e Taiti. Os próximos dez dias serão daqueles bem raros, registrados a cada duas décadas.
Copa do Mundo (Ilha do Retiro) 1950 – Chile 5 x 2 Estados Unidos
Taça da Independência (Arruda)
1972 – Irlanda 2 x 1 Irã
1972 – Portugal 3 x 0 Irã
1972 – Portugal 4 x 1 Chile
1972 – Equador 1 x 1 Irã
1972 – Chile 2 x 1 Irlanda
1972 – Chile 2 x 1 Irã
1972 – Portugal 2 x 1 Irlanda
Copa América (Arruda)
1989 – Colômbia 1 x 1 Peru
Copa das Confederações (Arena Pernambuco) 2013 – Espanha x Uruguai
As seis arenas da Copa das Confederações ganharam versões em miniaturas. Em vez de quase 200 metros decomprimento, 15 centímetros. Arena Pernambuco, Maracanã, Mineirão, Fonte Nova, Castelão e Mané Garrincha foram redimensionados na China. A Bley e Brollo Limitada confeccionou as seis peças, que chegam nas prateleiras por R$ 115, cada. Em 2014, os demais estão também deverão ganhar miniaturas.
Confira um post sobre os modelos dos Aflitos e da Ilha do Retiro aqui.
As minhas primeiras lembranças da Copa do Mundo vêm de 1990. De partidas tenebrosas com pouquíssimos gols na Itália e do pênalti convertido por Andreas Brehme no finzinho do jogo contra a Argentina de Maradona, no Stadio Olimpico.
Tinha oito anos e a vontade de assistir ao maior número de partidas do torneio foi natural. Minha, dos amigos e de quem gostasse de futebol. Difícil ficar alheio.
Apesar disso, o Mundial sempre me pareceu algo bem distante. Pela tempo desde a única edição brasileira, em 1950, antes do nascimento dos meus pais, e sobretudo pelas viagens que a Taça Fifa fez pelo globo.
Estados Unidos, França, Coreia do Sul, Japão e Alemanha. Há quatro anos a África do Sul quebrou paradigmas sobre o poder econômicos das sedes, até então países riquíssimos, estruturados.
Em condições normais de temperatura e pressão, francamente, o Brasil teria poucas chances para competir por uma nova chance. A concorrência era alta.
Mas o rodízio, que contemplou primeiramente justamente os africanos, chegou na América do Sul. Candidata único, a nação ganhou a chance e a “responsabilidade”, como frisou o presidente da Fifa em 2007, Joseph Blatter.
Seis anos atrás. Nesse tempo todo, as dúvidas sobre a realização de um evento tão grande assim por aqui continuou. Ou já esqueceram dos boatos sobre o plano B que levaria a Copa para a Inglaterra caso algo desse errado por aqui?
Na verdade, erros aconteceram sim. Várias situações saíram do controle e o investimento bilionário tornou-se o maior da história da competição. E mesmo com o gasto ainda incalculável, a infraestrutura segue criticada, lenta, temerária.
Com o grande teste do Mundial, a Copa das Confederações, batendo na porta, surge uma data emblemática: 12 de junho 2013.
Estamos a exatamente um ano do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.
365 dias, nada mais. Haja correria na preparação.
Aquelas lembranças de grandes seleções construídas em imagens na televisão terão a companhia de novas imagens, in loco.
Continuo com a mania de assistir a 30, 40, 50 jogos da Copa do Mundo. Ter a chance de ver um deles aqui ainda causa parafuso… Tão perto, tão longe.
A distribuição de ingressos para a Copa das Confederações revelou uma faceta da Fifa, com a localização disforme dos bilhetes, apesar dos valores.
Ingressos mais baratos em locais mais nobres para o público brasileiro, próximos ao campo, e entradas mais caras atrás do gol, no anel superior.
A direção da entidade disse “entender” a situação, mas que isso seria um reflexo da transição sobre os setores mais nobres no Brasil, com as novas arenas. Na explicação, o processo seria o mesmo no futebol europeu.
No mínimo, isso é uma meia verdade…
Acima, o gráfico com o sistema de vendas do Porto de Portugal para a temporada 2013/2014. Os preços consideram 18 jogos do clube, sendo 15 pela primeira divisão lusitana e 3 pela fase de grupos da Liga dos Campeões da Uefa.
O setor mais barato está… atrás do gol. Choca com o discurso da Fifa.
Abaixo, a setorização da Arena Pernambuco. Comparando com os valores do Porto, quais seriam os lugares mais nobres? Parece óbvio? Para a Fifa não.
Além da setorização, a comercialização de pacotes do Porto serve para ilustrar o futuro do futebol local, via Arena Pernambuco.
O esforço por um pacote gera um desconto a longo prazo. No caso mais barato, cada jogo sairia por 7,22 euros, ou R$ 19. A tendência é que o consórcio aplique esta ideia nos próximos anos em todos os locais.
A Copa das Confederações será monotemática no país neste mês. Ou pelo menos nas seis metrópoles indicadas para receber os jogos do torneio.
Decoração nas avenidas, seleções hospedadas em hotéis luxuosos, treinos nos campos dos clubes locais etc. Eis a hora para faturar em cima deste ciclo.
Com a venda de direitos de transmissão, ingressos, com preços bem acima dos valores praticados no futebol nacional, e, obviamente, produtos licenciados.
E não são poucos produtos. Mais de 1,5 mil foram fabricados por 34 empresas licenciadas. A loja oficial no Recife, para a Copa das Confederações, já está aberta, ocupando 50 metros quadrados no Aeroporto dos Guararapes.
Outros quiosques deverão ser montados na capital. Um deles já funciona no Shopping Recife, com camisas, brinquedos, bolas, fuleco etc. Tudo muito bem pensado desde o anúncio do Brasil como país-sede, em 2007.
Não por acaso o saldo líquido da Fifa no último Mundial foi de US$ 202 milhões, contra US$ 36 milhões no ano seguinte ao ciclo da Copa.
A decoração do Recife já foi iniciada visando a Copa das Confederações.
As principais avenidas da capital pernambucana receberão banners da Fifa sobre o evento. Ao todo, 375 peças. A customização da subsede havia sido apresentada com uma simulação num cenário em Salvador, no Farol da Barra.
No mundo real, as placas ficaram mais distantes umas das outras, além do tamanho reduzido dos banners. Confira a comparação.
Paralelamente à montagem da decoração, os coqueiros na orla em Boa Viagem vêm passando por uma poda, além do reforço na limpeza (veja aqui).
A primeira impressão para os dois torneios da Fifa vale bastante…