Recife confirmado, Recife sempre confirmado no discurso

Copa das Confederações. Foto: Fifa/divulgação

Notícia quente do dia. Vamos lá.

“O Recife está confirmado na Copa das Confederações”.

Eis o comunicado completo da Fifa, no 62º Congresso da entidade (veja aqui):

“Copa das Confederações da Fifa Brasil 2013: Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife e Salvador foram aprovadas como cidades-sede; no entanto, foram preparados calendários de jogos incluindo quatro, cinco e seis cidades-sedes a fim de garantir flexibilidade em relação à situação no momento oportuno, no mais tardar em meados de novembro.”

Entendi mal ou, na prática, o estado continua na mesma situação? A tabela com quatro ou cinco sedes indica que uma ou duas cidades podem ficar de fora.

A notícia de “hoje” é tão diferente assim do cenário de “ontem”?

Não mesmo…

O prazo da decisão final foi novamente estendido. De junho para novembro.

Ou seja, se a Arena Pernambuco não acelerar – e existe um plano para isso, é verdade -, poderá ser desligada do evento-teste na próxima reunião da Fifa.

A obra do estádio está em 40%. A expectativa é chegar a 50% em junho. O objetivo é alcançar 100% em fevereiro do ano que vem.

A decisão foi mais política do que técnica, como quase tudo relacionado à organização dos eventos da Fifa no Brasil. Obviamente, os integrantes da parceria público-privada em São Lourenço da Mata irão comemorar bastante a “confirmação”.

Tecnicamente, porém, a decisão desta terça-feira não interferiu muito.

A cobrança por resultados no canteiro não diminuiu nada de ontem para hoje. Nada.

Ainda é preciso cumprir um prazo apertadíssimo.

Para que a Fifa não seja obrigada a usar as tabelas com quatro ou cinco sedes…

Todos os caminhos até a arena na Copa das Confederações

Obras viárias de Pernambuco para a Copa das Confederações de 2013. Crédito: Secopa-PE

Ao todo, o investimento em Pernambuco para a Copa das Confederações será de R$ 1,2 bilhão. Apenas para o torneio-teste do Mundial, considerando arena e plano viário.

Para a Copa do Mundo, no entanto, o dado é ainda maior, de R$ 2,7 bilhões. Entram na conta a Via Mangue, corredores Norte-Sul e Leste-Oeste, entre outros.

Investimento federal, estadual, municipal e privado. Haja obra. Haja prazo.

Time lapse da Arena Pernambuco

Cidade da Copa. Crédito: Odebrecht

Confira o novo vídeo da construção da Arena Pernambuco em “time lapse”, do início das fundações até o estágio atual em São Lourenço, em 40%.

Trata-se de uma compilação de imagens do mesmo ponto. A câmera instalada no canteiro vêm registrando uma foto por hora.

O cadastro de imagens vai durar até a inauguração do estádio. Essa é a segunda versão do time lapse no canteiro. Assista à primeira clicando aqui.

Saiba mais detalhes da obra na série Diário de uma Arena.

O estádio, projetado para receber 46.214 torcedores, está orçado em R$ 532 milhões.

Centro de Segurança da Copa do Mundo em Pernambuco

Centro de Comando e Controle Integrado da SDS-PE. Crédito: SDS/divulgação

Orçado em R$ 98 milhões, o Centro de Comando e Controle Integrado do estado será construído na Cidade da Copa, visando inicialmente, claro, o Mundial de futebol.

O obra terá 12 mil metros quadrados de área construída, com videomonitoramento, salas de despacho (para o governador), call center com 120 atendentes e até um heliponto.

O centro de comando, que funcionará 24 horas por dia, vai possuir energia e água própria para funcionar por até 15 dias. A inauguração está prevista para maio de 2013.

Um ano para fazer toda essa obra? Considerando que ainda haverá licitação?

Então, é bom correr logo… Ou então será mais um alvo de críticas na preparação.

Deste centro vão sair as ordens para os 26 mil policiais militares na Copa do Mundo, um efetivo 30% maior que o atual. Abaixo, o vídeo institucional do projeto.

A cara da Arena Pernambuco antes da resposta da Fifa

Construção da Arena Pernambuco, em abril de 2012. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Faltam menos de dois meses para a decisão final da Fifa sobre a presença da Arena Pernambuco na Copa das Confederações de 2013.

No post as mais recentes fotos aéreas da construção em São Lourenço da Mata, com crédito de Eduardo Martino, contratado pela Odebrecht.

Segundo o governo do estado, a obra chegou a 40%, com três mil operários em ação.

O objetivo local é chegar em junho com 50%.

Bronca mesmo será alcançar 100% em fevereiro do ano que vem.

Vale lembrar que o estádio pernambucano terá capacidade 46.214 torcedores, com cinco jogos no Mundial. Quantos na Copa das Confederações? A conferir.

Confira o álbum da Fifa com mais uma rodada de fotos das outras 11 arenas aqui.

Construção da Arena Pernambuco, em abril de 2012. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Nem só de lóbi vive uma arena

Lóbi

Foi enorme o lóbi político para encaixar a Arena Pernambuco na Copa das Confederações de 2013. Conversas com o alto escalão em Brasília e no Rio de Janeiro. Em 20 de outubro do ano passado, quando o estádio foi escolhido pela Fifa de forma condicionada para o torneio, o tom do governo do estado foi de comemoração, mesmo com o papel de coadjuvante na Copa do Mundo, cuja estrutura da tabela foi divulgada no mesmo dia.

Desde então, foi reforçado o discurso local sobre a participação nos dois eventos da Fifa. Paralelamente, foi crescendo o temor de não terminar o estádio a tempo. Para tentar vencer esta desconfiança, inúmeros planos foram elaborados.

O número de operários é um bom indicativo para ilustrar as variações que tentam evitar um vexame. Quando o projeto foi lançado, em 15 de janeiro de 2009, o número estimado era de 1.200 funcionários no pico. Há dois meses, esse númeo já estava em três mil.

Agora, o ultimato: cinco mil trabalhadores. Um custo maior no embalo (veja aqui).

Paralelamente ao aumento do trabalho, grandes veículos de comunicação divulgam notas sobre uma parada já decidida, contrária ao pleito pernambucano.

A revista Veja, através do colunista Lauro Jardim, divulgou uma nota em seu site na qual o “Recife está com um pé fora”. Uma saída honrosa já estaria sendo articulada para preservar a imagem política do governador Eduardo Campos, alvo deste revés.

Indagado sobre o assunto, o secretário extraordinário da Copa no estado, Ricardo Leitão, comentou a postagem do jornalista de forma bem humorada.

“O que preparamos aqui é uma ‘entrada honrosa’. Não vi o texto, mas já estou discordando. E digo que o senhor Lauro Jardim já está convidado para assistir ao primeiro jogo da Copa das Confederações aqui”.

O fato é que o megaprojeto pernambucano alcançou 40% das obras executadas, mas segue em último entre as seis arenas indicadas para a Copa das Confederações. Também escolhida de forma condicionada, a Fonte Nova já está em 59%.

Não existe saída honrosa neste caso, simplesmente porque o estado lutou, e muito, para conseguir se tornar subsede do vestibular do Mundial. Daí, tanto esforço agora para não municiar durante um bom tempo as bases da oposição.

A Copa do Mundo sempre caminhou ao lado da política, mas não adianta só o lóbi…

A conta secreta dos aditivos da Arena Pernambuco

Arena Pernambuco. Crédito: Odebrecht/divulgação

Os sucessivos aumentos nas projeções sobre o número de operários no canteiro de obras do estádio em São Lourenço da Mata acabaram levantando a dúvida sobre até que ponto a construtora Odebrecht arcaria com todos os custos do empreendimento…

De acordo com o contrato, através de uma parceria público-privada (PPP), cabe ao consórcio, liderado pela construtora, bancar toda a obra até o início da operação.

Com o estádio oficialmente aberto, porém, seria possível reajustar as bases financeiras…

Atualmente, a contrapartida do governo estadual está estipulada em R$ 4,3 milhões. Trata-se de um valor já retificado, pois no momento da assinatura do contrato, em 12 de maio de 2010, o valor seria de R$ 3,9 mi. Saiba mais esse tema aqui.

Caso o valor do obra ultrapasse os limites gerais do contrato, não revelados, o governo de Pernambuco teria que completar o gasto na contrapartida anual à construtora, a partir do ano que vem. E serão 30 anos, diga-se.

Perguntado sobre este aditivo, o secretário extraordinário da Copa no estado, Ricardo Leitão, deu a seguinte resposta ao blog:

“Se o Sport assinar, a conta desse possível aumento já estaria paga.”

Atualmente, só o Náutico tem contrato assinado para jogar no estádio do Mundial. Só os jogos do Timbu por lá proporcionariam uma receita de R$ 60 milhões por ano (veja aqui)

Inicialmente, o custo da Arena Pernambuco seria de R$ 532 milhões. Somente.

Cinco mil operários na Arena Pernambuco

Capacete de obra

Um aumento de 66% no efetivo em apenas um mês, na derradeira projeção.

Após a sexta e última visita técnica da Fifa antes da decisão final sobre a presença da Arena Pernambuco na Copa das Confederações, o efetivo foi mais uma vez recalculado…

Quando o megaprojeto foi lançado, em 15 de janeiro de 2009, seriam 1.200 homens no canteiro. A construtora Odebrecht ganhou a licitação pública em 12 de maio de 2010 e logo refez os dados, aumentando para 1.800.

Com a escolha do estádio para o evento-teste do Mundial, os números subiram mais duas vezes desde então, para 2,5 mil e 3 mil, em março.

Agora, em abril, o ato final, com um acréscimo de mais dois mil funcionários sobre a projeção anterior, que já era mais que o dobro da previsão inicial!

O novo pico da obra será a partir de novembro, com 5.000 operários em dois turnos estendidos. A mágica será baseada na equiparação dos trabalhos dia e noite. Antes, alguns serviços só eram realizados em turnos específicos.

Segundo fonte oficiais, o percentual de obras executadas chegou a 40%…

Paul McCartney em Pernambuco e com seu povo arretado

Paul McCartney em show no Arruda, com a bandeira de Pernambuco. Foto: Apolonio Melo

Pernambuco na rota dos grandes shows, de forma emblemática.

O já inesquecível show de Paul McCartney, com 50 mil pessoas no Arruda, mostrou que o estado pode, sim, receber eventos de grande porte como esse do ex-beatle.

Na Ilha do Retiro, capacidade para 40 mil, também já comprovada. Em breve, a Arena Pernambuco, com até 50 mil pessoas em concertos. Espaço tem, público também.

Ou seja, uma receita extra (e milionária) para os clubes a partir de agora. Basta se organizar, incluindo melhorias na infraestrutura, para o show business…

Sobre o aguardado show de Paul, um rigoroso esquema de segurança e uma linha expressa de ônibus, além de toda a frota de táxi de Jaboatão e Olinda liberada para circular no Recife. E ainda assim faltou táxi…

Todos os caminhos levavam mesmo ao estádio coral. Não se falava em outra coisa.

Chegando ao Mundão, a multidão assistiu ao maior show internacional da história de Pernambuco. Imprevistos de organização aconteceram, como em qualquer evento grandioso. Que a experiência sirva para as próximas e desejadas edições.

Na entrada e na saída do público e também limitado estacionamento no entorno. A educação que não é vista nos clássicos de futebol colaborou para o bom andamento.

Lá dentro, gente de todas as idades, fãs e novos fãs. Pernambucanos ou não. Um povo arretado e que se divertiu demais durante quase três horas de música de primeira.

A apatia passou longe…

Uma imagem ficará na memória. Bastava uma.

Estádio do Arruda tomado por 50 mil pessoas para o show de Paul McCartney. Foto: Terror do Nordeste

O (mau) andamento dos 12 estádios da Copa do Mundo

Relatório sobre a construção dos estádios da Copa do Mundo de 2014

Dos doze estádios para o Mundial, três estão apresentam um diferença acima de 30% entre o estágio da obra e o prazo já utilizado na construção. O Recife está nesta lista.

A tabela acima faz parte do relatório do deputado Romário sobre a Copa de 2014, através de dados da Controladoria Geral da União e do Ministério do Esporte (veja aqui).

Legenda:
1) Prazo da obra (em dias) = Previsão de Conclusão – Início Efetivo (mês comercial).

2) Dias de obra = Data atual (abr/2012) – Início Efetivo (considerando mês comercial); entre parênteses porcentagem de dias de obras até o momento.

3) Diferença (em %) = Estágio de obras – Prazo de obras

4) Data de conclusão efetiva futura é a que consta do contrato assinado.

Observação: em verde, os estádios em que a diferença entre o estágio da obra e o prazo já cumprido das obras tenham diferença de até 20%; em amarelo, aquelas com diferença entre 20% e 30%; e, em vermelho, estágios com diferença superior a 30%.