Índice Messi do mercado albiceleste

Loja na Rua Florida, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli

Buenos Aires – Literalmente, uma vitrine inteira com camisas da seleção da Argentina, com quase todas estampando “Messi”. Após dois empates na Copa América, mesmo jogando em casa, talvez essa montanha de peças diminua.

Mas, por enquanto, é bastante comum lojas assim no centro da capital dos hemanos, até porque isso atrai a atenção de brasileiros. Na rua Florida, apenas para pedestres e cheia de vendedores de bugigangas, os conterrâneros passam a todo momento.

Ao esbarrar em alguém por lá – algo comum, tamanha a quantidade de gente circulando em busca de alfajor – é mais fácil você ouvir “desculpa” do que “perdón”. Muitos param para olhar os preços dos inúmeros modelos de uniformes da seleção albiceleste.

Os valores das camisas acima variam entre 59 e 379 pesos, ou R$ 23 e R$ 148, respectivamente. Até o dia 24 de julho, data da final da competição continental, esses preços ainda vão oscilar bastante, de acordo com o desempenho “deles”, é claro.

Se for ruim, perdón. Quer dizer, desculpa…

América 7 – Na arquibancada de grama

Copa América 2011: Argentina 0x0 Colômbia, na Fan Fest de Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Do quarto, a cerca de 500 metros, era possível escutar o barulho da torcida. Estavam mesmo cantando, forte. Entraram no clima, ou talvez fosse justamente para enganar o termômetro, marcando 6 graus.

Às 21h45, o início da partida. Mas eu não estava em Santa Fé, onde jogavam Argentina e Colômbia, nesta quarta-feira. Tinha acabado de jantar e retornado ao hotel, na calle Maipú. Na Plaza San Martin, um telão gigante, armado na Fan Fest da Copa América para reunir torcedores e turistas. De todas as bandeiras… E aí veio a surpresa.

Os colombianos estavam em grande número. Cerca de metade da grama da praça, com quase todos sentados e acompanhando o jogo, foi ocupada pelos torcedores do time Cafetero. E que boa partida fez essa Colômbia com Falcao Garcia no ataque. Exigiu bastante do goleiro Sergio Romero, que cansou de espalmar bolas.

Copa América 2011: Argentina 0x0 Colômbia, na Fan Fest de Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Animado, o público colombiano, de cara pintada, uniforme oficial e bandeiras ia curtindo, sem temor algum de confusão. Claro que alguns barra-bravas da Argentina – com agasalhos da Albiceleste – tentaram provocar, mas ficou nisso. Ainda bem.

No fim, comemorando o empate em 0 x 0, os colombianos – muitos deram entrevistas para redes de rádio e TV de Buenos Aires – passaram a acreditar na final. Ao blog, pelo menos três disseram, de cara: “Colômbia x Brasil”. Se as duas seleções acabarem em primeiro lugar em seus grupos, o confronto só poderia acontecer mesmo na decisão.

Abaixo, um vídeo com o minuto final da partida na Fan Fest. Um fim do vídeo, um suspeito da polícia fala em português…

Investindo na pasión

Criança na Fan Fest da Copa América 2011, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – No início da Avenida Santa Fé, na área central da cidade, um evento oficial da Copa América dedicado apenas aos jovens torcedores. Gratuito.

Desde videogames de futebol, tendo a Argentina como única opção de escolha, por sinal, à pintura nos rostos, também com as cores azul e branca.

O investimento na audiência infantil parece ser um dos objetivos dos organizadores, uma vez que várias inserções comerciais na televisão também focam este público.

Aqui, aliás, as crianças não estão em período de férias, como no Brasil.

Certamente, a ação da AFA, devidamente bancada por três patrocinadores, colabora para a continudade da paixão local pelos clubes e, sobretudo, pela seleção.

Criança na Fan Fest da Copa América 2011, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Voluntários… Preparação relâmpago, mirando emprego

Voluntários da Copa América de 2011, na Argentina

Buenos Aires – Ao todo, três mil jovens argentinos se inscreveram para a função de “voluntário” durante os 24 dias da Copa América, distribuídos nas oito subsedes – no último Mundial foram 15 mil. Sem remuneração e com uma puxada carga de trabalho, de manhã até a noite, os voluntários têm um perfil bem específico. De cada dez, nove são jornalistas ou estudantes de jornalismo.

Em entrevista ao blog, o voluntário Nicolás Jarularkis, 31 anos, comentou que essa foi uma oportunidade única para o trabalho, pois muitos estão conseguindo fazer contato com a imprensa argentina, que, segundo ele, é de difícil inserção.

O treinamento, acredite, durou apenas um dia, das 8h às 16h. Outro voluntário, que pediu para não ser identificado, admitiu o pouco tempo de orientação. “Foi só um dia, em um sábado (18 de junho). Escutamos várias palestras, mas estamos aprendendo muito mais com a Copa em andamento, também nos jogos. Poucos falavam português, apesar dos pedidos da organização. Ainda bem que é fácil de aprender.”

Que se faça diferente aqui no Brasil, em 2014, com os cerca de 20 mil voluntários.

Abaixo, um vídeo sobre a expectativa de Nicolás, hincha do Boca Juniors, sobre a campanha da Argentina no restante da disputa continental. Ele é setoristas na Rádio Caseros FM 91.5 do pequeno Estudiantes de Buenos Aires, da Série B e futuro adversário do River Plate. Obviamente, ele quer trabalhar no Olé.

Um pequeno empate no Brasil, um salto na Venezuela

Camisa da Venezuela sonhando com a Copa do Mundo de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – O empate diante do Brasil, na abertura do grupo B da Copa América, ainda está sendo festejado pelos venezuelanos. A imprensa do país passou a vestir a camisa da seleção, inclusive com uma mensagem… Com um sonho, na verdade.

“Brasil 2014 – O sonho do meu país”

A camisa de vinho tinto do radialistas Carlos Abreu, circulando no cento de imprensa na Recoleta, destaca o maior desejo do país, o único dos dez membros filiados da Conmebol que jamais participou de uma Copa do Mundo desde 1930.

Após uma década de resultados surpreendentes – chegou a vencer o Brasil por 2 x 0 em um amistoso em 2008 – , os diretores da federação do país projetam pelo menos a 5ª vaga das Eliminatórias, até mesmo porque o Brasil, país-sede, não irá participar.

Sobre a vigente Copa América, destaque para uma palavra do vídeo abaixo: lejos. Em uma tradução direta, “longe”. É para tanto? As passagens de volta da equipe de Abreu, agendadas para o dia 14, após o fim da primeira fase, agora estão sem data fixa…

De Santa Fé para Santa Fé, sem tanta fé

Avenida Santa Fé, em Buenos Aires, na Copa América 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Pressionada, a seleção da Argentina encara a Colômbia nesta quarta-feira buscando um rendimento melhor em relação à estreia, com empate. Abaixo, um vídeo gravado na Avenida Santa Fé, próxima ao centro da capital federal.

Na cidade de mesmo nome, a 476 quilômetros de distância, o time entrará em campo no estádio Cemitério de Elefantes com a chance de voltar a mirar a Copa…

Até porque este é o lema dos hermanos para a Copa América: tudo pela Copa, pelo fim do jejum de 18 anos. Vale destacar que o nome do estádio de Santa Fé é uma referência às derrotas de grandes equipes jogando por lá.

Para a economia da competição, esse elefante albiceleste precisa ficar de pé…

Periodistas a 1,5 metro da Seleção

Jornalistas no treino do Brasil em Campana. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Há exatamente uma década trabalhando para a Confederação Brasileira de Futebol, Rodrigo Paiva passou de assessor à diretor de comunicação da entidade.

Com ele, as entrevistas na Canarinha se transformaram eventos, com painéis dos inúmeros patrocinadores, horários pré-estabelecidos para as coletivas e número definido de perguntas. Tudo muito bem organizado, atendendo a todos.

Mas o que chama a atenção nesta série de treinos do Brasil em solo argentino para a Copa América é a proximidade dos jornalistas às atividades do elenco comandado por Mano Menezes. Nos primeiros dias existia até uma tenda, agora reservada a convidados.

No gramado em Cardales, uma distância de um 1,5 metro até o campo de jogo. É possívei ouvir todos os diálogos dos jogadores durante o treinamento.

Algo muito diferente da última “Era” no Brasil, com Dunga. Com estilo “militar”, Dunga isolou o time o máximo que pôde – nem Rodrigo Paiva, agora com uniforme da comissão técnica, o convenceu do contrário. A mudança teria ocorrido após uma interferência direta da CBF. A emissora de TV que detém os direitos do Mundial vibrou.

Politicagem à parte, agora é possível acompanhar de fato a Seleção…

Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Geração playstation dos hermanos

 

Mateus e Tomás, argentinos no treino da Seleção Brasileira. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Alguns jogadores se tornam referências por um bom período para os torcedores. Sobretudo àqueles fãs mais distantes…

E o que dizer de dois hinchas “rivais” de 8 e 6 anos? Argentinos, os irmãos Charip, Mateus e Tomás, foram até o hotel onde a Seleção Brasileira está hospedada para tentar pegar alguns autógrafos.

Duas assinaturas eram essenciais para os pequenos, acompanhados da babá Isabel Ribeiro. Mas não havia muito o que fazer neste caso…

Mateus e Tomás saíram direto da escola, próxima ao hotel, em Cardales, para conhecer de perto Ronaldinho Gaúcho e Kaká.

Tive que “avisá-los” que os dois não estavam no time do Brasil nesta Copa América. Eles demoraram alguns segundos para acreditar.

Perguntei se gostavam de games de futebol. A resposta (“sí”) remeteu diretamente às capas dos jogos mais populares, Fifa Football e Pro Evolution Soccer (veja aqui).

A solução imediata da pequena dupla foi tentar falar com o goleiro Júlio César e com o zagueiro Lúcio. Não conseguiram, mas ganharam um aceno de outros jogadores, que passaram em uma van nos 300 metros que separam o campo e hotel.

O jeito deve ter sido voltar ao playstation…

Camisa 20 de Campana

Buenos Aires – Em Campana, acompanhando pela primeira vez o treinamento da Seleção Brasileira na Argentina, uma surpresa nesta terça-feira…

De fato, o momento foi bem atípico durante os 26 minutos de bola rolando em metade do campo, no treino do Brasil.

Eram 21 jogadores no gramado. Além dos goleiros, 10 atletas com a camiza cinza e nove com a vermelha. Titulares e reservas, respectivamente.

Prática para uma situação de jogo com um a mais em campo? Nada disso. O volante Sandro sentiu um desconforto muscular e acabou desfalcando a atividade.

Então, alguém teria que atuar como um “coringa”… Habilidoso, com uma visão de jogo fora do normal e muito técnico, o camisa 10 da Canarinha, Paulo Henrique Ganso, vestiu a camisa verde limão, além de um gorro para combater frio e o vento.

A regra era simples, em um jogo de toques rápidos.. Ganso só poderia jogar para o time com a posse de bola. E aí, no passe, ele comanda…

Caminho para o gol brasileño

Estrada para Campana, sede da Seleção Brasileira na Copa América 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Em Campana, o quartel general da Seleção Brasileira, 60 quilômetros ao norte da capital federal. Lá, na luxuosa La Reserva Cardales, um time sempre pressionado. De vez em quando até mesmo quando vence, devido à atuação.

Desta vez, uma pressão embasada na falta de algo vital no futebol, o gol.

A Era Mano Menezes, com nove partidas na Seleção desde agosto de 2010, foram apenas 10 gols. Pior. Nos últimos 270 minutos, apenas um tento.

Inversamente proporcional, a defesa sofreu apenas dois gols – que resultaram em duas derrotas, é verdade, diante de Argentina e França.

Então, na entrevista coletiva desta terça-feira, na reapresentação da Canarinha após a estreia frustrante na Copa América, um atacante e um zagueiro.

Alexandre Pato e Thiago Silva, atacante e zagueiro do Milan, amigos e titulares também no Brasil. Enquanto Pato buscava o discurso de evolução para o sábado, contra o Paraguai, Thiago  justificava que ninguém desaprendeu, em clara defesa ao grupo.

“Após 2  anos no Milan, quanto o Pato balança a cabeça eu já sei pra onde a bola vai.”

O entrosamento nas palavras ficou evidente. Basta, agora, mostrar isso no campo.

Copa América 2011: coletiva do Brasil em Campana, com Alexandre Pato e Thiago Silva. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco