Congresso xeneize

Sala da presidência do boca Juniors. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – São onze cadeiras confortáveis de cada lado na exclusiva sala da presidência. Na cabeceira, o lugar reservado para o presidente do Boca Juniors.

Jorge Amor Ameal, de 63 anos, assumiu a presidência do Boca Juniors em 5 de novembro de 2008. Ele era o vice-presidente do clube, quando o então mandatário, Pedro Pompilio, faleceu. Assim, tornou-se o 32º chefe do executivo do clube xeneize.

Há quem diga que Ameal acabou trazendo “azar” para La Bombonera, pois em sua gestão o time ganhou apenas o Torneio Apertura de 2008. Nenhum troféu internacional.

Esse jejum pesa bastante para a hinchada do Boca, que se acostumou com o apelido “Rey de Copas”, devido ao sucesso em solo estrangeiro. São nada menos que 18 títulos internacionais oficiais. Entre eles, três Mundiais.

Ao fundo da sala da presidência, o primeiro título mundial, em 1977. Taça sem moldura, para que todos os diretores do clube se lembrem da grandeza do Boca. Sempre.

América 6 – Invasão chilena vitoriosa

Copa América 2011: Chile 2x1 México. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Como era esperado, a fiel torcida chilena compareceu em peso nesta segunda-feira ao novo estádio Bicentenário, inaugurado em 16 de março deste ano.

Os 23.500 assentos foram tomados pelos torcedores, com maioria absoluta a favor da La Roja. A explicação é geográfica.

San Juan fica a 527 quilômetros de carro da capital do Chile, Santiago. Menos da metada da distância viária até Buenos Aires, de 1.216 km.

Na capital argentina, por sinal, a movimentação foi tímida nos bares com TV.

Encerrando a primeira rodada da competição, a torcida viu a partida com o maior número de gols. Nada do outro mundo. Foram apenas três tentos.

Para a alegria do povo chileno, uma merecida vitória por 2 x 1 sobre o remendado México, que dispensou oito jogadores pouco antes da estreia por indisciplina.

Se o Chile mantiver a sua disciplina, poderá sonhar em voltar à final da Copa América. Vice-campeão 4 vezes, a seleção não alcança a decisão desde 1987. Foi na Argentina…

Torcedores acompanhando Chile 2x1 México em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Hincha do Sport nas tribunas da Bombonera

Carta do Boca Juniors ao Sport pelo título da Copa do Brasil de 2008

Buenos Aires – Em 2008, quando conquistou a Copa do Brasil, o Sport recebeu os parabéns de vários clubes do país. Surpreendente mesmo foi a carta do Boca Juniors.

O clube argentino enviou um documento oficial de parabéns, através de Pablo Superno, então relações públicas do clube. Após conhecer o Recife e fazer amigos – vários deles diretores ou pessoas ligadas ao Rubro-negro -, Pablo passou a torcer pelo Sport.

Apaixonado pelo time xeneize, o agora diretor de vôlei e conselheiro do Boca mostrou as dependências do clube, organizado e moderno, apesar do estádio setentão.

Superno, de 41 anos, porém, diz que a paixão maior continua sendo o Boca, desde sempre. Ainda assim, ele entra na internet, direto do bairro de Barracas, só para saber como anda o Leão, na Série B… “Perdemos o hexa”, disse, em português.

Abaixo, um vídeo em português fluente, que mostra que a amizade no Leão foi forte.

América 5 – Celeste também escondeu o jogo

Copa América 2011: Uruguai 1x1 Peru. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Em San Juan, no início de uma rodada dupla pelo grupo C, mais um favorito não correspondeu à expectativa…

Antes da abertura da Copa América, os três campeões mundiais do continente eram apontados como “Argentina de Messi”, “Brasil de Neymar” e “Uruguai de Forlán”.

Equipes com uma “cara”, de qualidade. Porém, depois dos empates dos dois primeiros países contra Bolívia e Venezuela, respectivamente, a Celeste seguiu o caminho e também empatou com uma equipe tecnicamente inferior.

O empate em 1 x 1 com o Peru, nesta segunda, manteve o torneio sem brilho nos gramados, devido à economia dos atacantes.

Após os gols na primeira etapa, Diego Forlán, eleito como o melhor jogador do último Mundial, teve uma chance daquelas para virar o jogo.

Na frente da barra, cara a cara com o goleiro… Isolou. Chutou por cima.

Mas, assim como brasileiros e argentinos, os uruguaios ainda têm crédito na Copa América. O bom futebol pode, sem problemas, voltar na próxima rodada. É o limite.

Copa América 2011: Uruguai 1x1 Peru. Foto: Conmebol/divulgação

Não é a casa da Copa América. É a casa do futebol

Estádio La Bombonera, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Na capital, apenas um estádio será utilizado na Copa América de 2011. Um estádio e um jogo. O Monumental de Nuñez, do River Plate, será o palco da final, em 24 de julho. No entanto, o campo mais visitado do país continua sendo a Bombonera.

Inaugurada em 1940, a “cancha” jamais recebeu um jogo da Copa América. E olhe que no período o país sediou a competição em 1946, 1959 e 1987. A aura criada em torno de uma edificação que parece brincar com as leis da física basta.

Mesmo com o intervalo na temporada argentina de futebol – aqui, o ritmo é o mesmo da Europa, começando no segundo semestre -, a casa do Boca Juniors, com capacidade para 57.503 pessoas, virou um ponto oficial do turismo argentino.

O principal caldeirão da América do Sul está sempre no catálogo das agências.

A prática turística no local foi iniciada no início da década passada, no embalo dos títulos internacionais do clube xeneize, com Libertadores e Mundiais. Porém, colaborou bastante a construção do museu do clube, o mais visitado da cidade.

Aproveitando a folga da Seleção Brasileira nesta segunda, o blog deu uma passada no bairro de La Boca. O espírito copeiro de lá faz falta à Seleção…

Estádio La Bombonera, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Fan Fest, versão continental

Fan Fest da Copa América em Buenos Aires, em 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Implantada pela Fifa durante a Copa do Mundo de 2006, a Fan Fest se tornou algo rentável e de alto valor de promoção. No Mundial da África do Sul, o evento se estendeu até a outras cidades. O Rio de Janeiro, por exemplo, foi palco de uma Fan Fest. Agora, tornou-se também algo relacinado à Copa América.

Na Plaza San Martín, no centro da capital argentina, foi instalado um palco para shows e eventos da Copa América de 2011.

Em Pernambuco, uma Fan Fest será montada ao lado da futura arena em São Lourenço da Mata. Assim como em San Martín, fora do perímetro dos estádios do torneio continental, o Recife poderá ter mais uma Fan Fest, na praia de Boa Viagem.

No frio ou na praia, o objetivo é falar de futebol e conhecer novas pessoas, com a reunião de torcedores de todos os cantos da América. Ou, falando de 2014, do mundo.

Sinal fechado para o mau humor, apesar do futebol mandrake dos favoritos…

Avenida 9 de Julho, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Reportero, número 681

Centro de imprensa da Recoleta. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Finalmente, a credencial na mão. Do tipo C1, para a imprensa escrita, válida para jornais e web. No caso do blog, o trabalho duplo. Crachá de número 681.

Segundo a organização do centro de imprensa da Recoleta, o maior da Copa América, mais de oito mil pessoas ligadas à mídia realizaram o credenciamento. Jornalistas de toda a América Latina, e alguns da Europa e da Ásia, ainda estão chegando ao país…

De fato, o número de 2011 é bem expressivo. Para se ter uma ideia, na África do Sul, no último Mundial de futebol, foram 16 mil jornalistas.

Aqui, não basta ter apenas a credencial para ir aos jogos. Na Argentina ocorre uma disputa diária para conseguir um ingresso, com um pré-cadastramento via internet.

O blog está listado nos jogos de La Plata e Córdoba. A cidade de Mendoza, a 1.058 quilômetros da capital, também foi assinalada. Só para garantir…

América 4 – Cemitério de elefantes e do futebol

Copa América 2011: Paraguai 0x0 Equador. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Se o empate sem gols entre Brasil e Venezuela foi uma surpresa daquelas, o 0 x 0 entre Paraguai e Equador, completando o grupo B, foi esperado…

Historicamente, o time guarani monta boas defeses, mas costuma encontrar dificuldades para um articulador de jogadas e, sobretudo, um ataque entrosado.

O Equador, por sua vez, carece de qualidade de uma maneira geral. Entrou na chave para brigar por uma possível terceira vaga.

Neste domingo, em Santa Fé, a partida quase não teve lances de perigo. Um verdadeiro velório, que acabou fazendo justiça ao nome do estádio, o Cemitério de Elefantes.

Eis que agora o grupo tem quatro líderes e quatro lanternas. Todos com um ponto, nenhum gol a favor e nenhum sofrido. Rigorosamente iguais. Pelo lado ruim…

Copa América 2011: Paraguai 0x0 Equador. Foto: AFA/divulgação

Com a camisa da seleção particular

Buenos Aires – Durante as quase duas horas no terminal de ônibus de La Plata, para tentar retornar à capital, vários brasileiros seguiram caminhando devagar nas filas com cachecóis, bandeiras e camisas da Seleção, tentando driblar o frio intenso.

Eles conversavam de forma discreta sobre o resultado, aceitando a brincadeira dos venezuelanos, que, pela primeira vez, pontuaram diante do Brasil em uma competição.

É quase certo que a torcida pernambucana, sempre presente, daria o ar da graça.

No lado canarinho, além da camisa da Seleção, inúmeros uniformes dos clubes brasileiros. Inclusive dos grandes times do Recife! Náutico, Santa Cruz e Sport estiveram “representados” na arquibancada. No vídeo abaixo, a família de Ana Izabel, de 32 anos, que veio com um grupo de dez pessoas para passar 9 dias na Argentina.

O vulcão de notícias das Américas

Copa América 2011, centro de imprensa do estádio Único, em La Plata. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Centro de imprensa no estádio Único, em La Plata.

Grande, com segurança, inúmeras televisões de 40 polegadas com a transmissão em HD das partidas da Copa América e internet à vontade…

Ou quase isso, pois o sistema wi-fi vem deixando muita gente na mão durante os jogos, com a cobertura na arquibancada, no espaço reservado à imprensa. Inadmissível.

Em 2014, o centro de imprensa dos estádios brasileiros para a Copa do Mundo poderão chegar a ser três vezes maior que o ambiente da foto acima.

Aqui, a Fifa exige capacidade para pelo menos 200 profissionais da mídia…