Tempo de bola rolando no Pernambucano é superior ao da Copa do Mundo. Será?

Cronômetro no campo

A Fifa estipula que em um jogo oficial o tempo de bola rolando (“tempo útil”) deve ser de no mínimo 60 minutos. O tempo ideal seria de 70 minutos. Na prática, é muito difícil que o tempo corrido no futebol chegue a tanto entre os noventa minutos, incluindo os descontos. Faltas, comemorações e paralisações brecam o cronômetro. Nem a Copa do Mundo passa ilesa. Nas edições mais recentes, em 2010 e 2014, os tempos médios foram de 54,0 e 57,6 minutos, abaixo até do mínimo aceitável. Pois bem, no Campeonato Pernambucano de 2015 o índice é de 64,6 minutos, de acordo com as súmulas no site da FPF.

Apenas três partidas locais tiveram menos de 60 minutos, e quatro passaram de 70. Entre os 36 jogos cronometrados pela federação (três não tiveram o tempo computado), chama a atenção Porto 1 x0 Pesqueira, em 3 de fevereiro. Os 683 torcedores que foram ao Antônio Inácio assistiram a um jogo com incríveis 75 minutos de bola rolando, apesar das 27 faltas marcadas. O índice é tão alto, para um futebol tecnicamente contestável, que a desconfiança foi inevitável.

Por isso, o Diario de Pernambuco acompanhou três jogos, para cronometrar os tempos e compará-los às sumulas oficiais. Nos jogos (Central 1 x 0 Sport, Santa 0 x 0 Náutico e América 3 x 3 Porto), a diferença (para baixo) foi de 14 minutos. É verdade que a estatística foi uma novidade na modernização das súmulas, mas os dados são discrepantes e não batem com as faltas marcadas. Considerando 39 jogos, a média do Estadual é de 36,3 infrações. Acima dos Mundiais da África do Sul e do Brasil, com 31,4 e 29,9, respectivamente.

Mais faltas e mais tempo de jogo? De acordo com a assessoria de imprensa da FPF, a cronometragem do tempo de bola rolando nas partidas é feita pelo quarto árbitro escalado, geralmente localizado na beira do campo, entre os dois bancos de reservas. A entidade reconheceu que o controle do tempo “não é preciso”.

Compare as médias do Estadual com os dois últimos Mundiais:

Pernambucano 2015 (hexagonais do título e da permanência)
Tempo: 64,6 minutos*
Gols: 2,4
Faltas: 36,3
Jogos: 39
*A média de bola rolando foi feita em 36 jogos, pois três partidas não tiveram marcação oficial de tempo.

Copa do Mundo 2014
Tempo: 57,6 minutos
Gols: 2,7
Faltas: 29,9
Jogos: 64

Copa do Mundo 2010
Tempo: 54,0 minutos
Gols: 2,3
Faltas: 31,4
Jogos: 64

Cronometragem FPF/Diario:
Sport 1 x 0 Central (26/02, Ilha do Retiro)
FPF: 66 min
Diario: 55 min

Santa Cruz 0 x 0 Náutico (01/03, Arena)
FPF: 67 min
Diario: 51 min

América 3 x 3 Porto (03/03, Aflitos)
FPF: 65 min
Diario: 52 min

Média via FPF: 66 min
Média via Diario: 52 min

Os recordes de audiência global na TV, do Super Bowl à imbatível Copa do Mundo

Audiência esportiva no mundo, em milhões de telespectadores

O Super Bowl de 2015, no Arizona, chamou como nunca a atenção dos brasileiros. A vitória do New England Patriots sobre o Seattle Seahawks foi vista em bares e até cinemas no Recife. Sem dúvida alguma, é um megaevento anual, com o máximo em organização no esporte. Uma aula do que o futebol também poderia ser, associando audiência e entretenimento.

A partida foi assistida no canal NBC por 114,4 milhões de norte-americanos, registrando a maior audiência da história dos EUA (quadro abaixo). Na escala global, segundo o Sporting Intelligence, o dado sobe para 163 milhões. Apesar do bom momento, com exibição em dois canais pagos no Brasil, com pelo menos cinco jogos a cada semana, a NFL ainda está muito atrás do futebol.

Com uma influência muito maior no planeta, o soccer ocupa os três primeiros lugares no ranking global de audiência na tevê. A final da Liga dos Campeões da Uefa chega a quase 200 milhões de telespectadores, enquanto a decisão da Eurocopa alcançou aproximadamente 300 milhões. Pesa, claro, o interesse do Velho Mundo. Já a final da Copa do Mundo… Esse evento parece imbatível.

O jogão entre Argentina e Alemanha, decidindo o título em 2014, no Maracanã, foi visto por mais de 700 milhões de pessoas, ou 1/10 da população da Terra.

Recordes de audiência na TV dos Estados Unidos. Crédito: Nielsen Media Research/Wall Street Journal

Cristiano Ronaldo chega ao tri da Bola de Ouro. Lógico, mira o tetra de Messi

Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo em 2008, 2013 e 2014. Fotos: Fifa/divulgação

“Espero apanhar o Messi já na próxima época”

No português mais ‘lusitano’, Cristiano Ronaldo deixou claro, com a Bola de Ouro de 2014 nas mãos, o quanto é competitivo. Eleito novamente o melhor jogador do mundo, o craque já vislumbrou o futuro e o seu grande objetivo.

Quer ser o jogador mais vezes eleito pela Fifa. Agora, chegou ao terceiro prêmio, somando 2008, 2013 e 2014. De cara, empatou com lendas do futebol do porte de Ronaldo e Zidane, somente.

À frente deste trio, um tal de Lionel Messi, detentor de quatro bolas de ouro, consecutivas, diga-se. Mas enquanto o argentino tenta retomar a sua melhor forma, CR7 segue em alta. Na última temporada, em particular, “só” falhou na Copa do Mundo, quando caiu com a sua seleção na primeira fase.

Com a camisa branca do Real Madrid, deitou e rolou.

Em 60 jogos no ano, marcou 61 gols e ainda deu 22 assistências. Logo, teve participação direta em 83 gols, com uma média de 1,38 gol por partida.

O resultado disso? Empilhou taças…

Mundial de Clubes, Liga dos Campeões, Copa do Rei e Supercopa Europeia.

Mesmo vitorioso, Cristiano Ronaldo quer algo mais na carreira…

Quer, no mínimo, igualar a galeria de prêmios individuais de Messi. Este, mesmo um pouco abaixo de seu rendimento normal, fez 66 jogos em 2014, com 58 gols e 22 assistências. Por sinal, Cristiano e Messi, juntos, venceram as últimas sete edições da Bola de Ouro. Estão a léguas dos demais.

Na festa de gala na Suíça, onde foi entregue a grande premiação, Cristiano sentou justamente ao lado de Messi. Tão perto, tão longe…

Lionel Messi, o melhor do mundo em 2009, 2010, 2011 e 2012. Fotos: Fifa/divulgação

Os cinco momentos mais marcantes da Arena Pernambuco em 2014

A Arena Pernambuco anunciou os seus cinco grandes momentos em 2014. Copa do Mundo, Náutico, Santa Cruz, Sport e futebol americano figuram na lista. Abaixo, um resumo desses momentos marcantes bo estádio em São Lourenço da Mata, que neste ano recebeu 729 mil pessoas em 47 partidas de futebol, e mais 7 mil no futebol americano.

Concorda com a lista? Comente.

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

1) Copa do Mundo – Foram cinco partidas em junho, com direito a uma apresentação da seleção que conquistaria o Mundial, a Alemanha. O time de Müller e Schweinsteiger venceu os EUA por 1 x 0. Uma curiosidade sobre o jogo foi o recorde de público estabelecido, de 41.876 espectadores, mesmo com o dilúvio que caiu na cidade. A última partida foi pelas oitavas de final, quando a carismática Costa Rica eliminou a Grécia nos pênaltis.

Final do Pernambucano de 2014, Sport campeão. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

2) Campeonato Pernambucano – A primeira final da história do Estadual na arena foi logo a da 100ª edição da competição. O título foi disputado entre Náutico e Sport, com 30 mil pessoas presentes na arquibancada – até então o maior público entre clubes. O zagueiro Durval marcou o gol da vitória e, consequentemente, do título leonino. No palco, ele ainda teve a honra de erguer mais um troféu em sua passagem no Rubro-negro.

Torcedor 1 milhão da Arena PE. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

3) Torcedor 1 milhão – A Arena Pernambuco atingiu a marca de 1 milhão de torcedores em todas as suas partidas, desde a sua abertura em 2013, Clássico das Emoções em 8 de novembro, que terminou sem gols. O alvirrubro Gilmar Cavalcanti foi com a sua esposa ao jogo e teve o bilhete premiado, ganhando uma camisa autografada do clube.

Aniversário de 15 anos na Arena PE. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

4) Festa de Aniversário – João Paulo, um adolescente de 15 anos, comemorou o seu aniversário de forma bem incomum. Pela primeira vez, o estádio foi alugado para uma festa assim, mostrando a gama de eventos possíveis por lá. Em uma festa surpresa bancada pelo pai, o torcedor do Santa Cruz pôde convidar os amigos para conhecer todas as dependências do estádio e até bater uma pelada no impecável gramado.

Final da Superliga do Nordeste de futebol americano. Foto: Arena Pernambuco/divulgação

5) Futebol Americano – O maior público do futebol americano no Brasil, somente. A final da liga nordestina entre Recife Mariners e João Pessoas Espectros reuniu 7.056 torcedores, pintando de azul as cadeiras da arena, numa referência às cores do time pernambucano. Num evento inédito no estádio, os paraibanos acabaram faturando o título, por 38 a 12.

O fim da versão em português do site da Fifa e o desrespeito a 86 milhões de internautas brasileiros

Site oficial da Fifa, sem versão em português a partir de 22/12/2014

Durante cinco anos o site oficial da Fifa contou com uma versão em português.

A estrutura online planejada para o público brasileiro foi extinta neste 22 de dezembro de 2014.

A ideia, claro, foi fundamentada na Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil. Durante o período, a cobertura das obras e do futebol no país renderam muitos cliques ao portal da entidade sediada em Zurique.

A língua portuguesa foi o sexto idioma a entrar no portal, criado em 1994. Antes, já havia conteúdo em inglês, francês, espanhol, alemão e até árabe.

Com o fim (e o sucesso) do Mundial, a federação ainda deu um crédito de cinco meses até o fim do conteúdo em língua portuguesa. Agora, encerrou o trabalho.

Ao clicar na opção “português”, o internauta é direcionado para uma a “novidade” do site oficial. Eis a íntegra:

A Copa do Mundo da FIFA 2014 se foi, e as emoções do torneio no Brasil vão ficar para sempre na memória de todos. Mas o FIFA.com segue aqui, sempre acompanhando de perto, com conteúdo exclusivo, cada passo que é dado pelo mundo do futebol afora.

Acesse agora em um dos nossos cinco idiomas:

Inglês
Espanhol
Francês
Alemão
Árabe

E logo mais será a vez de integrar o conteúdo em russo, de olho em 2018! 

Pois é. Mesmo com um histórico recorde de cinco títulos mundiais e a organização de duas Copas, o Brasil acabou alijado no quesito informação.

Segundo os dados da IBGE, o Brasil tem 86,7 milhões de usuários de internet com 10 anos ou mais. Público havia, e muito.

Contudo, deve estar faltando dinheiro para manter a estrutura online. Até porque em 2013 a reserva financeira da Fifa chegou a “apenas” US$ 1,432 bilhão…

A verdade é que faltou respeito ao público brasileiro mesmo.

Todos os emblemas da Copa do Mundo, de 1930 a 2018

Emblema oficial da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Crédito: Fifa/divulgação

Foi apresentado o emblema oficial da 21ª Copa do Mundo.

A marca futebolística será trabalhada nos próximos quatro anos pela Fifa em todos os seus produtos – e são centenas.

Em 2018, o torneio chegará pela primeira vez à Rússia. E foi na capital, Moscou, que o logotipo foi revelado, na televisão. Na verdade, a imagem imagem veio via satélite, com três astronautas na estação espacial russa….

Como se sabe, a sede do Mundial seguinte, em 2022, segue com o Catar. O emblema, porém, deverá surgir somente após a próxima final.

Sobre os já apresentados, qual foi o emblema mais bonito desde 1930? Dois deles no Brasil…

Emblemas oficiais da Copa do Mundo de 1930 a 2018. Crédito: Fifa

Obra do estádio de Olinda volta após 22 meses. Prefeitura aponta ritmo acelerado

Retomada da construção do estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Luiz Fabiano/Pref. Olinda

A construção do estádio Grito da República, no bairro de Rio Doce, em Olinda, ficou parada durante 22 meses. Até o mato subir e tomar conta.

O tema já foi abordado pelo blog aqui.

A ordem de serviço, com investimentos do Ministério do Esporte e da Prefeitura de Olinda, foi assinada em 2008! Inicialmente, o gasto era de R$ 7,1 milhões. Porém, após muito tempo sem atividade no terreno, a obra foi retomada em setembro – com um custo total recalculado em R$ 10.545.712. A previsão, agora, é entregar o estádio de 10.700 lugares em dezembro de 2014.

É um pouco tarde para o objetivo original. Basta ler o trecho sublinhado da justificativa oficial da obra, no site governamental Portal dos Convênios.

“Inicialmente vimos informar que o Estádio Municipal de Olinda situa-se na Avenida Brasil, entre as Avenidas Jules Rimet e a México, na 2º Etapa no Bairro de Rio Doce e; Considerando que o Município de Olinda vem realizando a Construção do Estádio de Futebol em Rio Doce com o objetivo de ampliar os espaços de práticas esportivas e culturais para jovens, adultos e idosos, proporcionando a realização de torneios esportivos, além de dar oportunidade de revelar atletas profissionais para os clubes existentes a nível Nacional, bem como Internacionalmente; Considerando ainda o momento em que o país vivencia a Copa do Mundo em 2014, onde poderemos disponibilizar esse espaço esportivo para ser utilizado como centro de treinamento de seleções mundiais; Considerando enfim a necessidade de complementação deste Estádio para estar apto a atender as exigências da Federação Pernambucana de Futebol( F. P. F ) e também da FIFA; Enfim, entendemos que estaremos contribuindo para que, através da prática de esportes e de lazer, possamos ter um espaço público que venha convergir a relação entre pessoas.”

Enquanto isso, a Prefeitura de Olinda publica uma nota sobre a retomada com a seguinte mensagem…

“A obra de construção do Estádio Grito da República, em Rio Doce, encontra-se em ritmo acelerado.”

Ritmo acelerado? Só se for para a Copa do Mundo de 2018…

Retomada da construção do estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Luiz Fabiano/Pref. Olinda

Fan Fest do Cais da Alfândega em penúltimo lugar no Mundial

Fan Fest do Recife para o jogo Brasil 3x1 Croácia. Foto: Renato Barro (twitter.com/renatorbarros)

Inicialmente, a Fan Fest no Recife receberia um investimento de R$ 20 milhões, num grande evento no Marco Zero. Como a Prefeitura do Recife voltou atrás na decisão de organizá-la, uma grande discussão junto a Fifa durou meses.

Nesse tempo, o centro de entretenimento foi recalculado para R$ 11 milhões e, posteriormente, R$ 6 milhões. Quanto mais barato, menor a estrutura, claro. Acabou mesmo sendo realizado sem dinheiro da prefeitura.

Mesmo acanhada, a fan fest na capital pernambucana, no Cais da Alfândega, recebeu grandes públicos na Copa do Mundo de 2014, mostrando o erro de visão da PCR. A lotação máxima, bem além da conta, foi de 8 mil torcedores. Pouco se comparada à versão de Copacabana, com até 30 mil pessoas.

Com uma estrutura modesta, não tinha mesmop como ser diferente a má situação no ranking de espectadores, num dado apresentado só agora pela Fifa.

O Recife foi a penúltimo lugar no quesito…

1º) Rio de Janeiro – 937.330
2º) São Paulo – 806.226
3º) Fortaleza – 781.602
4º) Manaus – 504.108
5º) Porto Alegre – 497.893
6º) Brasília – 369.480
7º) Cuiabá – 306.896
8º) Belo Horizonte – 255.403
9º) Salvador – 255.040
10º) Natal – 195.062
11º) Recife – 132.510
12º) Curitiba – 112.836

As 12 fan fests tiveram 748 apresentações ao vivo (menos no Recife) e 760 horas de música. Ao todo, o evento reuniu 5.154.386 pessoas.

Pernambuco representou 2,5%.

Os números da Copa do Mundo de 2014

A direção da Fifa divulgou um relatório com várias curiosidades sobre a organização da Copa do Mundo de 2014, como número de torcedores, dados das transmissões, produtos vendidos, pessoas envolvidas, receita gerada etc.

São 13 páginas sobre o bilionário evento realizado no Brasil.

Eis alguns números…

1 bilhão de telespectadores na final entre Alemanha e Argentina
10.044 profissionais de imprensa credenciados
300 toneladas de equipamentos, o total trazido pelas delegações
570 voos domésticos transportaram os árbitros
760 horas de música nas fan fests
132 mil pessoas na fan fest do Recife
77 milhões de produtos oficiais vendidos
3 milhões de cervejas comercializadas nos estádios
15 mil empregos criados

O relatório final da Copa do Mundo de 2014, sem versão em português

A Fifa divulgou um amplo relatório sobre a Copa do Mundo de 2014, com detalhes de todas as partidas, como gols, estatísticas (gols, posse de bola, faltas etc), público e diversas análises do grupo de estudos técnicos da entidade.

O documento tem 284 páginas. Confira a íntegra.

Apesar de o Mundial ter sido no Brasil, não foi disponibilizada uma versão em português. O textos estão em inglês, francês, espanhol e alemão. Pois é.