Jérôme Valcke volta a Pernambuco para sair novamente do discurso padrão

Jérôme Valcke em visita na Arena Pernambuco em 26 de junho de 2012. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Principal figura da Fifa em relação à preparação brasileira para a Copa das Confederações de 2013 e, sobretudo, a Copa do Mundo de 2014, o francês Jérôme Valcke é disparado o tom mais crítico em relação às obras no país.

Ao contrário dos gestores brasileiros, que sem surpresa alguma focam sempre o otimismo máximo, o secretário-geral da entidade que comanda o futebol não costuma economizar nos comentários.

No próximo dia 5 de março de 2013, o executivo visitará a Arena Pernambuco pela segunda vez. Na primeira, em 26 de junho de 2012, encontrou o canteiro com 43% de avanço. Na época, o temor era de que o Recife virasse uma nova Port Elizabeth, a cidade sul-africana cortada da última Copa das Confederações.

A esta altura, com milhares de ingressos do Festival de Campeões vendidos para os três jogos no estado, essa possibilidade tornou-se irreal. O que não significa que esteja tudo perfeito. Não está, mas a correria para a alcançar o prazo de conclusão agendado para abril elevou o panorama atual para 90%.

Na nova visita, o mesmo script, com Ronaldo e Bebeto atraindo as atenções, o governador de Pernambuco reforçando a parceria com o Comitê Organizador Local e, no fim, Valcke listando as verdadeiras prioridades.

Há oito meses, falou do estádio, da rede hoteleira, do aeroporto e da mobilidade urbana da capital. A sua última declaração expõe a situação (veja aqui).

“Não adianta fazer o estádio mais bonito do mundo, no meio do nada.”

Agora fica a expectativa sobre o que ele tem a dizer sobre a inauguração do estádio, uma vez que o Castelão e o Mineirão abriram os portões sob críticas.

Jérôme Valcke em visita na Arena Pernambuco em 26 de junho de 2012. Foto: Odebrecht/divulgação

Arena Pernambuco a 9,9% da inauguração

Construção da Arena Pernambuco em fevereiro de 2013. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Na reta final de trabalho, a Arena Pernambuco passou de 90,1% de avanço físico. Os dados de fevereiro, com expectativa superior a 95%, serão concluídos até meados de março. Falta pouco para o futuro do futebol local.

Em vez de apontar o que já foi feito, chegou a hora do blog fazer o oposto, enumerando os pontos em aberto no milionário empreendimento.

No setor de cadeiras já são mais de 16.000 assentos instalados, de um total de 46.214. Parte das cadeiras vermelhas já encontra-se no anel superior, na ala sul.

Construção da Arena Pernambuco em fevereiro de 2013. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Içados por guindastes, os 22 módulos da cobertura, armados ainda no solo por telhas, forros e vidros, pesando 45 toneladas cada, foram montados com ajuda de alpinistas. Os módulos estão sendo finalizados.

Construção da Arena Pernambuco em fevereiro de 2013. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Na área do campo de jogo, o terreno foi rebaixado para a colocação do sistema de drenagem, com o formato de uma “escama de peixe”. As camadas seguintes serão de brita, no estágio inicial, e areia, prevista para março. Só depois será colocado o gramado “bermuda celebration”, cultivado no CT do Náutico.

Construção da Arena Pernambuco em fevereiro de 2013. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

A estrutura metálica onde será instalado o revestimento combinado entre LED e almofadas de Etileno Tetrafluoretileno já circunda quase toda a arena. A membrana terá 25 mil metros quadrados, a tecnologia da Allianz Arena.

Construção da Arena Pernambuco em fevereiro de 2013. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Os trabalhos de acabamento devem durar até o início de abril, no chamado “arremate” do projeto. Entre os vários pontos, a colocação de azulejos nas quatro rampas de acesso ao anel superior, além de lanchonetes e banheiros.

Construção da Arena Pernambuco em fevereiro de 2013. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Antes dos testes finais em abril, prioridade para as instalações elétrica e hidráulica – nos lugares climatizados ainda haverá um forro especial. Além do trabalho na área interna, serão colocados dois telões de LED (77,4 m²) e 380 projetores de luz, anexados à cobertura.

Construção da Arena Pernambuco em fevereiro de 2013. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Agenda completa a quatro meses da Copa das Confederações, na hora H

Copa das Confederações 2013. Crédito: copagov/youtube

Estamos a exatamente quatro meses da Copa das Confederações.

O Festival de Campeões de 2013 será o grande teste do Brasil aos olhos do planeta para a organização da Copa do Mundo, no ano que vem. Estrutura, acessibilidade, conforto, segurança, horários etc.

O país vem correndo para tentar deixar as seis subsedes em condições de abrigar o torneio no alto nível exigido pela Fifa. Uma correria que na prática é culpa da própria desorganização do país, no seu oceano burocrático.

Nesta mesma sexta começou a segunda fase da venda pública de ingressos para o torneio. Ainda faltam 291.200 bilhetes para os jogos de Brasil, Espanha, Itália, Uruguai, México, Nigéria, Japão e Taiti. Veja como conseguir aqui.

Abaxo, um vídeo com a tabela completa, estádio por estádio, agora finalizada após o título africano da Nigéria em fevereiro, o oitavo integrante.

Aos países participantes, uma premiação acumulada de US$ 20 milhões através da Fifa, sendo 4,1 milhões de dólares para o campeão.

Na Arena Pernambuco, com 90% de avanço físico até o momento, o cronograma tabela já estava definido, com três partidas (veja aqui).

Em 120 dias teremos as respostas sobre a capacidade organizacional.

Habemus asfalto nos caminhos até a arena, também correndo contra o tempo

Arena Pernambuco em janeiro de 2013. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht

Os caminhos até a Arena Pernambuco…

À medida que o estádio se aproxima da conclusão, prevista para abril, aumenta a preocupação sobre a infraestrutura viária até o complexo (veja aqui).

No estádio, cuja obra chegou em janeiro a 90% de avanço físico, serão aproximadamente de seis mil vagas disponíveis no estacionamento.

Para chegar lá, dois caminhos vitais, além do metrô. Pelo Ramal da Copa, em um acesso a partir de Camaragibe, e através da rodovia BR-408.

O Ramal foi uma das últimas obras a sair do papel, apesar do caráter prioritário. A assinatura do projeto de R$ 132 milhões foi em 1º de outubro de 2011. Atualmente encontra-se em 65%, com parte da pista asfaltada.

Já na rodovia federal a duplicação está pronta. Falta o viaduto de acesso à arena, cujo contrato é de R$ 24,5 milhões. A construção está em 92%.

A previsão é finalizar os dois caminhos até abril, no limite do estádio.

Você acha que a estrutura de acessibilidade à Arena Pernambuco suportará a demanda de público? A princípio, você iria de metrô, pelo ramal ou pela rodovia?

Arena Pernambuco em janeiro de 2013. Foto: Governo do Estado/divulgação

Dois anos de trabalho na Arena Pernambuco em 48 segundos

Projeto do complexo da Arena Pernambuco. Crédito: Consórcio Arena Pernambuco/divulgação

Uma câmera instalada no canteiro de obras da Arena Pernambuco registra, de hora em hora, uma foto da obra, desde o seu ínicio, há mais de dois anos.

A compilação das imagens, desde a fundação até o estágio atual, em 90% de avanço físico, resultou no novo vídeo em time lapse do empreendimento.

O cadastro de imagens vai durar até a inauguração do estádio.

Essa é a terceira versão do time lapse no canteiro. Saiba mais detalhes da construção na série Diário de uma Arena.

A arena multiuso, projetada para receber 46.214 torcedores, está orçada em R$ 532 milhões.

Seleção Brasileira na versão retrô para a Copa das Confederações

Camisa da Seleção Brasileira para 2013, produzida pela Nike. Foto: Nike/divulgação

Uma versão retrô da camisa verde e amarela para buscar o tetra na Copa das Confederações de 2013…

Se em 1990 a Seleção Brasileira fez um péssimo papel na Copa do Mundo, não alcançando sequer as quartas de final, o uniforme pelo visto agradou aos designers da Nike.

O padrão com a gola verde foi, sem dúvida alguma, a fonte de inspiração para a camisa desta tempora.

Na apresentação oficial, o onipresente Neymar, que reveza jogos e eventos publicitários de maneira impressionante.

O que você achou do novo uniforme da Canarinha? Fica a torcida pelo mesmo desempenho no Festival de Campeões de 1997, 2005 e 2009.

Sobre o padrão do Mundial 2014, o modelo apresentado pela Nike, parceira da CBF desde 1996, já teria sido aprovado pela direção da entidade. Seria uma camisa “tradicional”. A conferir.

Camisa da Seleção Brasileira para 2013, produzida pela Nike. Foto: Nike/divulgação

Economia milionária com voluntários da Fifa e do governo

Programa Brasil Voluntário. Crédito: Governo Federal

Catorze mil voluntários na Copa das Confederações de 2013.

Haja mão de obra, gratuita.

Supondo que cada selecionado recebesse um salário mínimo de R$ 678 durante o mês, uma quinzena de treinamento e outra na competição, a despesa seria de R$ 9.492.000.

Apesar da experiência num evento tão importante como ponto a favor, chega a ser curioso a economia da Fifa e do próprio governo federal nesse plano.

Há bastante tempo a Fifa realiza seus torneios com milhares de voluntários. No seu programa para este ano, 130 mil pessoas se cadastraram para as vagas de voluntários.

Oito mil pessoas deverão ser selecionadas para trabalhar, sem remuneração, nos seis estádios, aeroportos e fan fests oficiais do evento (veja aqui).

A Fifa lucrou R$ 1,2 bilhão nos últimos cinco anos…

Mas a ação para o Festival de Campeões não para aí.

O governo federal deverá recrutar outros sete mil voluntários.

No novo programa Brasil Voluntário, gerido pelo Ministério do Esporte, as áreas de atuação são aeroportos, trem, metrô e pontos turísticos das seis subsedes.

A novidade é a criação de uma rede social entre os voluntários, com dicas e fotos sobre a participação de cada um. Para participar, clique aqui.

Qual é a sua opinião sobre o trabalho voluntário nas competições da Fifa?

O nascedouro do novo gramado pernambucano

Gramado da Arena Pernambuco plantado no CT do Náutico em 6 de janeiro de 2013. Foto: Daniel Leal/DP/D.A Press

Cultivado há quase dois meses no centro de treinamento do Náutico, na Guabiraba, o gramado que será utilizado na Arena Pernambuco começa a ganhar a sua cor definitiva.

O trabalho com irrigação, adubação e inseticidas chegou a 53 dias com o verde vivo.

Acima, o registro de 6 de janeiro de 2013, mas o plantio começou em 15 de novembro de 2012, após a terraplenagem e a colocação de areia e fertilizantes. Só depois foram colocadas as mudas da Bermuda Celebration, a grama mais utilizada pela Fifa.

Ao todo foram 68 sacos com mudas, com 60 quilos cada um, o suficiente para ocupar toda a área de 120m x 160m, com um total de 19.200 metros quadrados. Isso equivale uma área superior a dois campos oficiais de futebol.

O campo da arena terá dimensões de 105m x 68m, ou 7.140 metros quadrados. Em breve, o gramado será retirado em rolos para a ser transferido para o estádio em São Lourenço, cujo trabalho na drenagem do futuro campo ainda será executado.

Metade do gramado plantado ficará no próprio CT na Guabiraba, para que o Náutico possa treinar no campo semelhante ao que irá jogar pelas próximas trinta temporadas.

Gramado da Arena Pernambuco plantado no CT do Náutico em 20 de novembro de 2012. Foto: Daniel Leal/DP/D.A Press

Antes da Brazuca, as inúmeras versões da Cafusa

A bola "Cafusa", desenvolvida pela Adidas para a Copa das Confederações. Crédito: Adidas.com

Antes da Brazuca, a primeira bola oficial no país será a Cafusa.

Produzida pela Adidas, que também confeccionará a pelota do Mundial, a bola da Copa das Confederações 2013 conta com nove versões no mercado, de R$ 49 a R$ 399.

Sobre a bola oficial do torneio, ela custará, sim, quase R$ 400. Imagine a Brazuca! Ao todo, bolas infantis, modelos do tamanho original, beach soccer e futsal (veja aqui).

Dos modelos à venda, três têm o mesmo tamanho, o oficial da Fifa para o futebol. Visualmente idênticos, mas com alguns motivos que levam à diferença nos preços.

Cafusa Glider – R$ 69
Inspirada na bola usada na Copa das Confederações, a Glider apresenta construção costurada à máquina e câmara de butil.

Confecção com costura à máquina para maciez ao toque e alta durabilidade; Câmara de butil para melhor retenção do ar; Deve ser inflada; 100% TPU

Cafusa Top Replique – R$ 99
Inspirada na original, ela apresenta construção sem costuras para maior controle.

Tecnologia TSBE para superfície sem costura para toque aperfeiçoado e menor absorção de água; Câmara de butil para melhor retenção do ar; Bola de treino; Aprovada nos testes da Fifa de circunferência, peso, rebote e absorção de água (Fifa Inspected); Deve ser inflada; 100% TPU

Cafusa Oficial – R$ 399
Réplica em tamanho original, a “Confederations Cup Official Match Ball” conta com superfície sem costuras para trajetória e toque mais precisos.

Material de alta qualidade no revestimento, no reforço e na câmara para desempenho perfeito em campo; Superfície sem costuras unida termicamente para uma trajetória mais previsível, toque aperfeiçoado e menor absorção de água; Avaliação mais alta da Fifa; aprovação nos testes de peso, absorção de água, formato e conservação de tamanho; Deve ser inflada; 85% poliéster / 15% malha simples de algodão

A preliminar da Copa do Mundo com mais torcedores

Copa das Confederações 2013. Crédito: Fifa/divulgação

Foi na Coreia do Sul e no Japão, em 2001, que a Fifa passou a utilizar a Copa das Confederações como um “teste” para os organizadores da Copa do Mundo.

A competição, criada em 1992, já havia passado por Arábia Saudita e México, quando houve a mudança no foco do torneio, cuja marca foi sendo consolidada.

No Brasil, em 2013, o Festival de Campeões deverá registrar a segunda maior média de público da história e a maior entre os países que estavam se preparando para o Mundial no ano seguinte – abaixo, o ranking. Preparação à parte, o brasileiro está empolgado.

Ao todo, os seis estádios selecionados pela entidade receberão 16 partidas entre 15 e 30 de junho. Considerando todos os lugares disponíveis para eventos da Fifa, que geralmente reduzem a capacidade total, o número de assentos chegaria a 961.640.

Contudo, por questão de segurança nesta edição preparatória, a Fifa só autorizou 829.286 lugares, ou 86,2% da capacidade prevista para o Mundial. Desta forma, caso todos sejam comercializados, a média brasileira chegaria a 51.830 pessoas.

A venda antecipada de entradas surpreende até o momento. Na pré-venda foram 132 mil. Em seguida, no primeiro dia oficial de venda, mais 186 mil.

Outros 50 mil já estão reservados para torcedores de baixa renda. Somando esses dados preliminares o índice de ocupação já estaria em 23 mil pessoas por partida.

Que adquirir um ingresso? A venda segue até o dia 15 de janeiro no site da Fifa.

Público da Copa das Confederações de 1992 a 2009. Crédito: Fifa/divulgação