Foi uma semana atípica. Há bastante tempo o confronto entre Sport e Flamengo é pautado sobre 1987, sempre com uma novidade, uma provocação, lá e lô. Agora, por exemplo, poderia ter sido repercutido o julgamento no STF, em vigor. Mas não houve nada. O jogo foi trabalhado como mais um na agenda do Brasileirão, e isso foi muito positivo para os leoninos. O time não entrou pilhado, como no último ano, na Arena Pernambuco. O lateral Samuel Xavier foi expulso logo no comecinho daquele confronto, mas hoje, no mesmo local, mostrou personalidade, sendo um dos melhores da partida, com um importante papel defensivo. Samuel serve como referência, pois o time se portou com extrema segurança. O rubro-negro carioca simplesmente não conseguiu finalizar na meta de Magrão, mero espectador.
Exceção feita a Diego, que nem estreou, o Fla veio com força máxima, empurrado por uma invencibilidade de seis jogos e em busca da liderança. Essa confiança aumentou de vez aos seis minutos, quando Diego Souza sentiu uma lesão. O último lampejo da polêmica sumiu ali, com o número 87 anunciado pela placa eletrônica, numa substituição implacável para o rendimento técnico do Sport. Ainda mais com o substituto, Edmílson. Gabriel Xavier precisou ser recuado e Rogério caiu para a ponta. O time pernambucano demorou um pouco a se encontrar após a mudança, mas aí voltou a contar com boas ações individuais. Samuel, como citado, Everton Felipe (oscilou para cima nesta tarde), o próprio Rogério (muito veloz), Paulo Roberto (marcando e tocando a bola muito melhor que o suspenso Serginho) e a dupla de zaga.
Sim, o paredão leonino quase não agiu, mas precisa agradecer a Ronaldo Alves e Matheus Ferraz, que cortaram todas as bolas aéreas – e olhe que no final o Fla abusou das bolas alçadas, mirando Guerrero e Damião. Por fim, o próprio Edmílson. No lugar de DS87, o centroavante escorou um cruzamento de Rogério, após bela jogada pela esquerda. Lance semelhante àquele em Floripa, quando desperdiçou a chance da virada. Desta vez, marcou o gol da vitória do Sport por 1 x 0, acabando um tabu desde 2009. No segundo tempo, ainda perderia um gol inacreditável – há três rodadas vem sendo assim -, deixando a partida tensa. Mais pelo placar que pelo futebol, pois ali quem estava pilhado era o próprio Flamengo, em tarde para esquecer. Entre os 25 mil rubro-negros presentes, a imensa maioria saiu festejando os seis jogos seguidos pontuando aos gritos de “87 é nosso, 2008 também”. Só para manter a “tradição”…