Santa Cruz abre a possibilidade de renomear o Arruda via naming rights

Arruda. Foto: Santa Cruz/divulgação

O estádio tricolor é conhecido popularmente pelo nome do bairro, o Arruda. Oficialmente, no entanto, se chama Estádio José do Rêgo Maciel. Datado de 1972, o Mundão poderá ganhar uma nova denominação, em troca de rendimentos para o clube. A direção coral abriu a possibilidade de firmar um contrato de naming rights para atrelar o nome de alguma empresa ao estádio.

O vice-presidente coral, Constantino Júnior, revelou ter tido conversas com algumas empresas oferecendo a ideia. Deu o primeiro passo num modelo que ainda busca uma consolidação no país. A maior barreira é o fato de que os torcedores (e a imprensa) ignoram os nomes “mercadológicos”. Um exemplo está justamente aqui no estado, com o palco em São Lourenço. O nome oficial é Itaipava Arena Pernambuco, firmado após o acordo de R$ 100 milhões (por dez anos) com cervejaria. À parte do próprio consórcio, o “Itaipava” é cortado.

No Brasil, o caso de sucesso é o do Palmeiras, que renomeou o seu novo estádio, por R$ 300 milhões em 20 anos, como “Allianz Parque”. É a mesma seguradora que banca a arena de Munique. A denominação superou o tradicional “Palestra Itália”, até porque o antigo estádio foi demolido (e sua imagem junto).

Tricolor, você chamaria o Arruda pelo nome de um patrocinador?

Estádios brasileiros com naming rights
Arena Pernambuco
Itaipava (2013-2023)

Fonte Nova
Itaipava (2013-2023)

Arena do Palmeiras
Allianz (2014-2034)

Arena do Atlético-PR
Kyocera (2005-2008)

A elevada projeção de faturamento, sem sentido, e a realidade econômica da Arena

Receita real sobre a receita projetada da Arena Pernambuco. Crédito: divulgação

Com cerca de três mil páginas, o relatório sobre o faturamento e a projeção de receita da Arena Pernambuco apresenta números alarmantes sobre a operação do estádio em São Lourenço da Mata. O quadro, com dados até outubro de 2014, mostra um percentual ínfimo sobre a previsão, superestimada. O documento foi solicitado pelo deputado estadual Edilson Silva (Psol) ao governo do estado e apresentado no plenário da Assembleia Legislativa (Alepe).

Vale lembrar que antes da licitação foi feito um estudo de viabilidade com oito opções de mercado, da versão mínima, sem time algum, à máixma, com os três grandes clubes – hoje, apenas o Náutico faz parte efetivamente. Do pior ao melhor cenário, a previsão de faturamento anual iria de R$ 5,7 mi a R$ 86,2 milhões. Com jogos esporádicos de Sport e Santa, o cenário 5 sofreu um ajuste. Insuficiente para alcançar sequer 1/3 da previsão geral, de R$ 9 milhões/mês.

Quadro de viabilidade da Arena Pernambuco. Crédito: divulgação

Um dos problemas para a receita ser tão baixa em relação à previsão é a própria “previsão”, bastante elevada. De forma regular, cada temporada teria 56 jogos, com público médio de 23.360 pessoas (50,54% de taxa de ocupação). Apenas cinco jogos teriam públicos reduzidos. E o tal dado inferior seria de 9.684 torcedores – lembremos que algumas partidas, no futebol real, tiveram menos de mil espectadores. Ainda segundo o quadro, 46 jogos (82% do calendário) teriam uma assistência de 22.747 torcedores. No ponto alto, com cinco partidas, 42 mil! Até hoje, o maior público em jogos de clubes foi de 37 mil.

Projeção de público da Arena Pernambuco

O documento repassado à equipe do parlamentar respondeu 13 dos 17 tópicos questionados. O próximo passo deve ser questionar a parceria público-privada entre governo e Odebrecht no Ministério Público e na Justiça. Saiba mais aqui.

Aos poucos, a caixa-preta da arena vai sendo aberta…

Receita real sobre a receita projetada da Arena Pernambuco. Crédito: divulgação

Os 20 clubes de maior faturamento no Brasil em 2013 e 2014

Os 20 clubes brasileiros de maior receita em 2013 e 2014. Imagem: Rafal Soares/divulgação

As receitas dos vinte clubes de maior faturamento no Brasil, em 2014, vão de R$ 30 milhões a R$ 347 milhões, do Avaí ao Flamengo. Um levantamento feito pela revista Exame após a divulgação de todos os relatórios em abril, como exige a lei, mostra a disparidade do Fla em relação aos demais.

Se nos anos anteriores a disputa econômica no futebol nacional parecia polarizada com o Corinthians, na última temporada o time carioca teve uma receita operacional 34% maior que o Timão. A diferença bruta foi de R$ 88,8 milhões, o que já seria suficiente para a ser a 14ª maior receita do país.

Com o maior poder financeiro no estado, o Sport figurou em 3º lugar entre os nordestinos, com 60 milhões de reais. Como estava na segunda divisão em 2013, os leoninos foram um dos poucos times a registrar um acréscimo no balanço seguinte. Já tricolores (R$ 16,5 milhões) e alvirrubros (R$ 15,9 mi) ficaram distantes do top 20, uma casta cada vez mais rica.

Confira os balanços pernambucanos: Náutico, Santa Cruz e Sport.

Da Série A de 2015, não figuraram Ponte Preta, Joinville e Chapecoense.

Tricolor campeão estadual no campo e nas arquibancadas em 2015

Pernambucano 2015, final: Santa Cruz 1x0 Salgueiro. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A Press

Os 46.370 torcedores presentes na finalíssima no Arruda credenciaram o Santa Cruz a mais uma liderança no campeonato das multidões. O clube terminou com uma média superior a 20 mil espectadores, mesma situação ocorrida durante o recente tricampeonato estadual. Por sinal, esta foi a sexta vez em onze anos que o Tricolor teve a maior presença de torcida no Campeonato Pernambucano, segundo os números do blog, desde 2005.

A média elevada, porém, não condiz com o restante da competição. Em 2º lugar no quesito assistência na arquibancada, o Sport teve um índice de 12 mil. Já o Náutico pela primeira vez ficou fora do pódio (completado pelo Salgueiro). Aliás, o time vermelho e branco ficou bem longe, na 5ª posição.

No geral, a 101ª edição do Estadual teve 555 mil espectadores computados no borderô, com uma média de 4.590 pessoas, a pior marca dos últimos oito anos. Este número foi puxado para baixo por causa da Taça Eduardo Campos e do hexagonal do rebaixamento. Na fase principal (hexagonal do título e mata-mata), passou de 10 mil – ainda assim, abaixo de 2014, quando ficou em 11.859.

Média de público dos grandes clubes no Campeonato Pernambucano de 2005 a 2015. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Em relação à arrecadação, a renda bruta após as 121 partidas “abertas” ao público foi de R$ 7,6 milhões. A FPF, como se sabe, fica com 8% da bilheteria. Logo, a federação pernambucana já abocanhou R$ 612.551.

Abaixo, os números dos principais clubes e os dados da competição de 2015:

1º) Santa Cruz (7 jogos como mandante, 6 no Arruda e 1 na Arena)
Total: 142.874 pessoas
Média: 20.410
Taxa de ocupação: 35,14%
Renda: R$ 2.682.552
Média: R$ 383.221
Presença contra intermediários (5): T: 104.017 / M: 20.80

2º) Sport (7 jogos como mandante, 4 na Ilha e 3 na Arena)
Total: 87.723 pessoas
Média: 12.531
Taxa de ocupação: 32,41%
Renda: R$ 1.704.797
Média: R$ 243.542
Presença contra intermediários (5):T: 56.189 / M: 11.237

3º) Salgueiro (7 jogos como mandante, no Cornélio)
Total: 51.168 pessoas 31.735
Média: 7.309
Taxa de ocupação: 59,42%
Renda: R$ 530.995
Média: R$ 75.856

4º) Central (14 jogos mandante, no Lacerdão)
Total: 85.715 pessoas
Média: 6.122
Taxa de ocupação: 31,43%
Renda: R$ 978.775
Média: R$ 69.912

5º) Náutico (5 jogos como mandante, na Arena)
Total: 23.082 pessoas
Média: 4.616
Taxa de ocupação: 9,98%
Renda: R$ 499.800
Média: R$ 99.960
Presença contra intermediários (3): T: 12.393 / M: 4.131

6º) Serra Talhada (12 jogos como mandante, no Nildo Pereira)
Total: 44.316 pessoas
Média: 3.693
Taxa de ocupação: 73,86%
Renda: R$ 341.226
Média: R$ 28.435

Geral – 121 jogos (1ª fase, hexagonais do título e da permanência e mata-mata)*
Público total: 555.501
Média: 4.590 pessoas
Arrecadação: R$ 7.656.893
Média: R$ 63.280
* Foram realizadas 124 partidas, mas 3 jogos ocorreram de portões fechados.

Fase principal – 38 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 384.649
Média: 10.122 pessoas
Arrecadação total: R$ 6.343.719
Média: R$ 166.939

Média de público do Campeonato Pernambucano de 1990 a 2015. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Contrato de TV do Pernambucano vai de R$ 600 mil a R$ 3,8 milhões em 16 anos

TV

A primeira transmissão aberta de forma regular do Campeonato Pernambucano ocorreu em 1999, através da TV Pernambuco, uma emissora estatal. Sob o comando do locutor Luciano do Valle, o canal adquiriu os direitos junto à FPF por R$ 600 mil. Como se sabe, a audiência da competição, chegando a 50 pontos no Ibope, obrigou a Rede Globo a se mexer.

Os direitos dos quatro torneios seguintes foram comprados pela emissora por R$ 1,92 milhão. Em 2015 foi iniciado um novo contrato, ainda nas mãos do canal, com duração de quatro anos. Apesar das ressalvas dos dirigentes em relação à divulgação de valores, aos poucos as peças foram sendo encaixadas. Após a quantia destinada ao trio da capital, o presidente do Salgueiro, Clebel Cordeiro, revelou as cotas dos intermediários.

Somando o pagamento anual da luva de R$ 50 mil, cada time pequeno ganhará mais R$ 60 mil, totalizando R$ 110 mil por edição. Bem abaixo dos R$ 950 mil (cota + luvas) de Náutico, Santa e Sport. No geral,  um montante de R$ 3,84 milhões, num aumento de 540% em relação à pioneira negociação com a tevê.

Neste ano, 26 partidas passaram na televisão, sendo 14 em sinal aberto e 12 na tevê por assinatura. Os dois formatos integram o mesmo pacote.

1999 – TV Pernambuco: R$ 600 mil
Cotas
Grandes (3): R$ 100 mil
Pequenos (7): R$ 42 mil

2015 – Rede Globo: R$ 3,84 milhões
Cotas
Grandes (3): R$ 950 mil
Pequenos (9): R$ 110 mil

O contrato vigente com a tevê vai até 2018, com pequenos ajustes a cada ano.

Sport, Santa Cruz e Náutico renegados na abertura da Jeep, um cenário recorrente

Charge: Samuca, do DP/D.A Press (adaptada)

Anunciada em 2010, a fábrica da Fiat, em Goiana, previa um investimento de R$ 3 bilhões e 3,5 mil empregos. Quase cinco anos depois, a inauguração num cenário ainda melhor, com um aporte de R$ 6 bilhões e 5,3 mil empregos gerados, com a fábrica já especificada com a marca Jeep, um dos tentáculos da multinacional criada em 2014, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

O primeiro modelo produzido é emblemático, o Renegade. Quando a operação da planta chegar ao pico, a expectativa é de 10 mil pessoas empregadas. O número faz parte da projeção do produto interno bruto de Pernambuco, que deve dobrar até o fim desta década, batendo na casa de R$ 140 bilhões, incluindo o desenvolvimento no complexo de Suape.

Agora, o futebol. Nesse tempo todo, dirigentes de Náutico, Santa e Sport tentaram estreitar a relação com a empresa, através de encontros em bloco com a direção regional. Dentro da própria Fiat “parecia” haver a ideia de que um investimento nos três grandes clubes seria uma forma interessante de “marcar espaço na região” – em 2010, houve uma articulação sobre uma cota de R$ 200 mil, não firmada. Não seria a primeira vez. Em 2003, a Fiat bancou o patrocínio-master de Cruzeiro, Atlético-MG e América. Não por acaso, a montadora tem uma fábrica em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Contudo, a abertura da Jeep em Pernambuco coincidiu com a notícia do novo patrocínio ao Flamengo, inicialmente de R$ 4,5 milhões (barra traseira da camisa). A escolha partiu para um claro viés nacional. Em termos de mercado, é bem compreensível. E caso os clubes locais sigam renegados, este será mais um exemplo de um cenário já alertado, sobre a não reversão do crescimento econômico do estado para o esporte. Exceção feita à Itaipava, presente em Itapissuma, e com o naming rights da Arena Pernambuco e a exploração de espaços e bares no Arruda, nenhuma grande indústria aberta por aqui nos últimos tempos se articulou para patrocínio de camisa, o formato mais rentável.

No texto publicado há quatro anos, o blog fez o seguinte questionamento:
Inércia dos clubes, falta de interesse das indústrias ou negociações arrastadas?

Considerando a abertura do trio, talvez seja falta de interesse mesmo…

Passivo do Náutico dobra em quatro anos, chegando a R$ 137 milhões

Números do Náutico. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP/D.A Press

A dívida do Náutico cresceu 56% em um ano, saltando de R$ 87 milhões para R$ 137 milhões, quase impagável na situação atual. No entanto, esse aumento ocorreu devido a uma atualização do próprio clube em suas informações fiscais junto à Receita Federal e à normalização da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais de 2010 a 2013. Ainda que seja uma regularização tocada pela própria administração, é fato que a soma dos passivos circulante e não circulante dobrou em quatro anos, o período no qual o blog passou a acompanhar os balanços financeiros dos grandes clubes do Recife.

A situação se complica por causa de um indicativo simples: a receita caiu bastante. Após o ano de maior faturamento na centenária história timbu, com R$ 48 milhões em 2013, o MTA teve que se contentar com cerca de R$ 16 milhões no ano seguinte, quando o time voltou à Série B. Foi a menor receita operacional desde 2011. Para completar, um déficit no último exercício, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014, na ordem de R$ 13 milhões.

Balanço financeiro do Náutico em 2015. Crédito: Folha Náutico/reprodução

No novo balanço, há um dado que contrasta com o demonstrativo anterior. Segundo o relatório de 2013, no último ano da gestão Paulo Wanderley, a receita teria sido de 48,1 milhões, enquanto o deste ano, já com Glauber Vasconcelos, aponta (considerando o exercício de 2013) um valor de R$ 45,6 milhões. O blog optou por manter o dado original. Confira a análise do último balanço aqui.

O patrimônio imobilizado do clube está avaliado em R$ 172 milhões.

Receita operacional
2011 – R$ 19.236.142
2012 – R$ 41.089.423
2013 – R$ 48.105.068
2014 – R$ 15.956.176

Passivo
2011 – R$ 62.442.207
2012 – R$ 71.979.517
2013 – R$ 87.916.127
2014 – R$ 137.364.572

Superávit/déficit
2011 (-1.643.179)
2012 (-392.993)
2013 (-721.320)
2014 (-13.346.684)

Balanço financeiro do Náutico em 2015. Crédito: Folha Náutico/reprodução

Mesmo na Série B, Santa encerra 2014 mantendo a receita em R$ 16 milhões

Números do Santa Cruz. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP/D.A Press

O Santa Cruz manteve o seu patamar de faturamento em 2014. A receita operacional dos tricolores foi de R$ 16,5 milhões, com uma diferença (para baixo) de R$ 452 mil em relação a 2013. Impressiona a relação “dinheiro x títulos”, pois nos últimos quatro anos (com três títulos estaduais) o clube foi o de menor receita na capital, jamais alcançando nem R$ 20 milhões. Ou seja, o clube vem se virando com pouco mais de R$ 1,3 milhão por mês.

Chama a atenção no balanço, com dados de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014, o fato de que na temporada passada os corais disputaram a Série B, com um calendário completo, fato ocorrido após um hiato de seis anos. Ainda assim, o apurado foi menor. Pesou contra a movimentação financeira as punições impostas pelo STJD – por causa da arruaça das organizadas – , com jogos esvaziados em Caruaru e partidas de portões fechados nos Aflitos. Isso ocorre porque o Santa ainda não tem um grande contato com a tevê, fazendo com o percentual de bilheteria seja o maior. Basta dizer que a renda no Arruda gerou R$ 6,8 milhões, enquanto os direitos de transmissão renderam R$ 1,9 milhão.

Balanço financeiro do Santa Cruz em 2015. Crédito: Diario de Pernambuco/reprodução

A divulgação do demonstrativo oficial do Santa, como ocorre há alguns anos, ocorreu no Diario de Pernambuco. O patrimônio social do clube, de acordo com o documento, é de R$ 63 milhões. Relembre o balanço anterior aqui.

O resultado do último exercício foi o pior dos últimos quatro anos, com déficit de R$ 1,7 milhão e aumento da dívida em R$ 1,3 mi.

Receita operacional
2011 – R$ 17.185.073
2012 – R$ 13.133.535
2013 – R$ 16.955.711
2014 – R$ 16.504.362

Passivo
2011 – R$ 69.775.333
2012 – R$ 71.536.863
2013 – R$ 71.377.478
2014 – R$ 72.727.047

Superávit/déficit
2011 (+1.443.869)
2012 (-692.408)
2013 (+453.996)
2014 (-1.766.461)

Balanço financeiro do Santa Cruz em 2015. Crédito: Diario de Pernambuco/reprodução

Dívida do Sport é detalhada no balanço de 2014, chegando a R$ 73 milhões

Números do Sport. Arte: Brenno Costa/DP/D.A Press

O balanço financeiro do Sport em 2014 traz um novo cálculo em relação às dívidas do clube, com um aumento significativo, diga-se. No demonstrativo anterior, com exercício de 2013, o passivo era de R$ 22,7 milhões. O dado, considerando os passivos circulante e não circulante, subiu para R$ 73 milhões, de acordo com a movimentação financeira de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2014. É assustador num primeiro olhar. No entanto, esta dívida já “existia” de fato, por mais que na publicação passada o clube não tenha destrinchado os parcelamentos, empréstimos, financiamentos e receitas antecipadas. Somente aí, o buraco aumentou em R$ 42 milhões.

No parcelamento, o bolo é fatiado pelo INSS, FGTS, IRRF, PIS, Cofins e Banco Central (neste último caso, uma multa de R$ 5,2 milhões, de quase dez anos). Para dar conta disso tudo, o clube firmou um pagamento junto à Receita Federal em 15 anos, através da adesão ao programa de recuperação fiscal (Refis).

Balanço financeiro do Sport em 2015. Crédito: Folha de Pernambuco/reprodução

Em relação à receita operacional, o aumento em um ano foi de 17%. O crescimento era esperado, pois o Leão retornou à Série A, com a receita operacional passando de R$ 51 mi para R$ 60 mi. Porém, o número é bastante inferior ao da temporada 2012, o maior da história da Ilha do Retiro. Na ocasião, o Rubro-negro recebeu as “luvas” do novo contrato de quatro anos com a Rede Globo para a exibição dos jogos no Campeonato Brasileiro.

Mesmo com mais dinheiro, o Rubro-negro terminou negativo, registrando um déficit considerável, de R$ 8,6 milhões, o maior nos últimos quatro anos. O clube justifica pelo fato de que alguns fornecedores atrasaram. Ou seja, o repasse deve sair somente no balanço de 2015.

O balanço publicado neste 30 de abril, na Folha de Pernambuco, tomou uma página quase toda, bem mais detalhado que o anterior. Sobre o patrimônio social (estádio, sede, ginásios e parque aquático), o valor segue “congelado” em R$ 149.469.513. O número não considera o centro de treinamento, ainda em nome da Associação de Amigos dos Sport.

Receita operacional
2011 – R$ 46.875.544
2012 – R$ 79.807.538
2013 – R$ 51.428.086
2014 – R$ 60.797.294

Passivo
2011 – R$ 45.278.851
2012 – R$ 27.381.926
2013 – R$ 22.751.467
2014 – R$ 73.396.626

Superávit/déficit
2011 (+321.305)
2012 (+22.541.556)
2013 (-4.963.656)
2014 (-8.627.606)

Balanço financeiro do Sport em 2015. Crédito: Folha de Pernambuco/reprodução

Detalhes finais de Ceará e Bahia antes do maior prêmio do futebol nordestino

Medalhas e flâmulas da final da Copa do Nordeste de 2015. Crédito: divulgação

Com 40 mil torcedores na Fonte Nova e a venda de 63 mil bilhetes para a segunda partida, no Castelão, a decisão do Nordestão de 2015 ultrapassou a marca de 103 mil espectadores. Um número expressivo, que não ocorria no Brasil, considerando os jogos de ida e volta, desde 2009 – saiba mais aqui.

Em campo, Ceará e Bahia vão por muito mais. Cada um já recebeu R$ 890 mil pelas participações na primeira fase, quartas de final e semifinal. Na decisão regional, o vice ganhará mais R$ 350 mil. Já o campeão, sairá com a taça dourada da Lampions League e com um cheque de R$ 1,85 milhão, totalizando R$ 2,74 milhões em cotas. Além da vaga na Copa Sul-Americana.

Portanto, quando as flâmulas forem trocadas pelos capitães e a moedinha dourada do árbitro, confeccionada especialmente para a partida, girar determinando o mando de campo e a posse inicial da bola, estará em jogo o maior título da região no primeiro semestre, status cada vez mais consolidado.