Paralisação dos metroviários aumenta a pressão sobre as torcidas organizadas

Estação de metô fechada. Foto: Guilherme Verissimo/DP/D.A Press

Os metroviários compraram a briga contra a violência no futebol pernambucano.

Sobretudo porque os funcionários vêm sofrendo, há tempos, com as ações dos vândalos nas estações de metrô que cortam a região metropolitana do Recife.

O estopim foi a chuva de pedras numa estação no sábado, 31 de janeiro de 2015, horas antes do Clássico das Multidões entre Santa e Sport, no Arruda.

O trem ficou parado, refém da violência entre supostos integrantes das torcidas organizadas, com vidros quebrados, agressão e ameaça de invasão. As cenas de terror, no Barro, foram registradas pelo próprio maquinista.

No dia seguinte, domingo, a categoria parou as ações na hora do confronto entre Náutico e Salgueiro, na Arena Pernambuco, pelo Estadual. Justamente num estádio construído para ter a rede de metrô como principal acesso.

A princípio, a ação parecia oportunista. Não foi… É, na verdade, um alerta.

Por mais que a paralisação atrapalhe a vida de 200 mil passageiros, por baixo, o ato visa chamar a atenção para algo sério, numa falha de segurança pública.

Veio o jogo seguinte, novamente entre Náutico e Salgueiro, desta vez pelo Nordestão, e nova paralisação dos metroviários. E o anúncio de outra parada já foi feito para o domingo, 8 de fevereiro, no Clássico dos Clássicos.

O estado pode até ignorar o caos, mas tem quem perca a paciência, com razão.

Com uma rodada, hexagonal do título eleva a média de público do Estadual

Jogos da 1ª rodada do hexagonal do Pernambucano 2015: Santa Cruz 0x3 Sport, Central 1x0 Serra Talhada, Náutico x Salgueiro. João de Andrade Neto/DP/D.A Press e TV Criativa/reprodução

Bastou uma rodada com a presença dos grandes clubes para subir a média do Pernambucano de 2015. Passou de 2.451 pessoas, num dado com 56 partidas, para 2.846, nos 62 jogos disputados. Um reflexo direto dos 24.143 torcedores presentes no Clássico das Multidões, no Arruda, que abriu o hexagonal do título. Com esse borderô, o Santa Cruz, claro, assumiu a liderança no ranking de público – que será atualizada pelo blog até o fim da competição. Contando apenas a fase principal, o índice foi de 12 mil espectadores.

Com o fim da rodada de abertura dos dos dois hexagonais, do título e do rebaixamento, eis os dados sobre público e renda do Estadual, segundo o borderô oficial da FPF. Confira todas as médias de 1990 a 2014 clicando aqui.

1º) Santa Cruz (1 jogo como mandante, no Arruda)
Total: 24.143
Média: 24.143
Taxa de ocupação: 40,20%
Renda: R$ 475.175
Média: R$ 475.175
Presença contra intermediários: nenhum jogo

2º) Náutico (1 jogo como mandante, na Arena)
Total: 5.429
Média: 5.429
Taxa de ocupação: 11,74%
Renda: R$ 86.980
Média: R$ 86.980
Presença contra intermediários (1): T: 5.429 / M: 5.429

3º) Central (8 jogos mandante, no Lacerdão)
Total: 32.877 pessoas
Média: 4.109
Taxa de ocupação: 21,09%
Renda: R$ 266.825
Média: R$ 33.353

4º) Serra Talhada (7 jogos como mandante, no Nildo Pereira)
Total: 23.995 pessoas
Média: 3.427
Taxa de ocupação: 68,54%
Renda: R$ 179.001
Média: R$ 25.571

* Sport e Salgueiro ainda vão estrear como mandantes, no hexagonal.

As capacidades (oficiais) dos estádios usadas para calcular a taxa de ocupação: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478), Cornélio de Barros (9.916) e Nildo Pereira (5.000).

Geral – 62 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 176.484
Média: 2.846 pessoas
TCN: 145.711 (82.56% da torcida)
Média: 2.350 bilhetes
Arrecadação: R$ 1.696.607
Média: R$ 27.364

Fase principal – 3 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 36.215
Média: 12.071 pessoas
TCN: 15.880 (43,84% da torcida)
Média: 5.293 bilhetes
Arrecadação total: R$ 613.615
Média: R$ 204.538

Pernambucano em 2 linhas – 1ª/2015

Pernambucano 2015, hexagonal:: Santa Cruz 0x3 Sport, Náutico 0x0 Salgueiro e Central 1x0 Serra Talhada. Fotos: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press (Arruda), Marlo Costa/FPF (Arena) e Guilherme Milleron/Blog Movimento Coração Alvinegro

Começou de fato o Campeonato Pernambucano de 2015. Após a fase classificatória, iniciada ainda em dezembro passado, enfim o hexagonal do título. De cara, um Clássico das Multidões, no sábado, com o Sport goleando o Santa. No domingo, apenas um gol, e contra. Foi o suficiente para a vitória do Central. Na Arena Pernambuco, Náutico e Salgueiro – adversários no Estadual e no Nordestão – ficaram num empate sem gols. Lembrando que os quatro melhores vão avançar após a 10ª rodada.

Hoje, as semifinais seriam: Sport x Náutico/Salgueiro e Central x Náutico/Salgueiro

Em 3 jogos nesta fase do #PE2015 saíram 4 gols, com média de 1,33. Em relação à artilharia, que a FPF oficialmente considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, o rubro-negro Élber começou liderando a lista, com 2 gols.

Santa Cruz 0 x 3 Sport – Diante de 24 mil pessoas, os rivais faziam um jogo equilibrado até o pênalti (correto) a favor do Leão, que depois matou em contragolpes.

Náutico 0 x 0 Salgueiro – Aos 47 do 2º tempo, o alvirrubro Josimar teve, de cabeça, a chance de definir a partida. O resultado acabou sendo justo pelo futebol visto.

Central 1 x 0 Serra Talhada – Um gol contra de Luciano Totó valeu a tarde no Lacerdão, cujo gramado apresentava marcas de uma partida de futebol americano.

Destaque: Élber. Contratado junto ao Cruzeiro, o atacante marcou duas vezes em sua estreia oficial pelo Sport, e logo num clássico, fora de casa.

Carcaça: Marcelo de Lima Henrique. O árbitro acertou na penalidade, mas foi rigoroso demais nas expulsões de Alemão e Joelinton. Quis mostrar moral, só.

Próxima rodada:
08/02 (16h00) – Serra Talhada x Santa Cruz (Nildo Pereira)
08/02 (16h00) – Salgueiro x Central (Cornélio de Barros)
08/02 (18h30) – Sport x Náutico (Arena Pernambuco)

A classificação atualizada após a 1ª rodada do hexagonal.

Classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2015 após a 1ª rodada. Crédito: Superesportes

Canetada da FPF confirma Sport x Náutico na Arena Pernambuco

FPF

Na base da “canetada”, a FPF alterou o mando de campo do clássico entre Sport e Náutico, em 8 de fevereiro. O conselho arbitral extraordinário, convocado pela entidade, havia vetado a possibilidade de ter o Timbu como visitante na Arena Pernambuco. Contudo, a federação confirmou o palco, usando seis justificativas numa ata, incluindo uma lei de 2011 e a segurança – veja abaixo.

Na visão do blog, não havia “inversão” de mando de campo neste contexto. No entanto, no momento em que o caso foi colocado em votação, que o arbitral fosse respeitado. Não aconteceu, pesando a pressão econômica, numa soma do governo do estado (patrocinador via Todos com a Nota) e da própria arena.

Não por acaso, a decisão conta com o argumento do consórcio, que havia emitido uma nota de duas páginas em 16  de janeiro, na qual confirmou o status de “campo neutro”. Eis alguns trechos:

“Não há dúvidas, portanto, que a Itaipava Arena Pernambuco é um equipamento público, pertencente ao Poder Concedente, mas cuja exploração foi delegada à Concessionária por prazo determinado”

“Assim sendo, percebe-se que Sport Club do Recife (“Sport”) e o Santa Cruz Futebol Clube (“Santa”), entre quaisquer outros clubes, desde que previamente acordado com a Concessionária, podem demandar os seus jogos na Arena Pernambuco na qualidade de entidade detentora do mando de campo.”

“(…) é certo que não há exclusividade de nenhum clube para utilizar a Itaipava Arena Pernambuco na qualidade de entidade detentora do mando de jogo.”

Por mais que a FPF aponte meios legais, fica uma decisão imoral. Canetada.

Decisão da FPF confirmando o clássico Sport x Náutico para a Arena Pernambuco, em 2015

Primeiro turno do Estadual 2015 termina com média de 2.451 torcedores

Taça Eduardo Campos de 2015, nos oito estádios. Fotos: FPF/site oficial, Serra Talhada/facebook e Pesqueira/twitter

O primeiro turno do Campeonato Pernambucano de 2015 levou 137 mil torcedores aos 56 jogos. A tabela foi composta de oito estádios, sendo um na capital e sete no interior, dois deles em Caruaru (Antônio Inácio e Lacerdão).

O subsídio do governo do estado nos ingressos foi essencial para o público geral – abaixo da média histórica do futebol local. O Todos com a Nota correspondeu a 92% do público registrado nos borderôs no site da FPF. A arrecadação bruta passou de um milhão de reais, justo na última rodada.

Até a final, o blog irá acompanhar os dados de público e renda do Estadual, com destaque para as médias dos seis candidatos ao título. No caso dos intermediários, os dados da primeira fase foram computados.

Em relação ao “público fantasma”, denunciado nos últimos três anos pelo Diario, vem sendo coordenado pela fiscalização do TCN. Tanto que na primeira fase, com presença na arquibancada semelhante à do ano passado, apenas 16 jogos esgotaram a carga máxima do TCN.

A média da última edição, com 140 jogos, foi de 6.318 espectadores, com R$ 9,3 milhões de bilheteria. É superar esses dados nesta temporada?

1º) Central (7 jogos mandante)
Total: 26.234 pessoas
Média: 3.747
Taxa de ocupação: 19,23%
Renda: R$ 215.365
Média: R$ 30.766

2º) Serra Talhada (7 jogos como mandante)
Total: 23.995 pessoas
Média: 3.427
Taxa de ocupação: 68,54%
Renda: R$ 179.001
Média: R$ 25.571

* Náutico, Santa Cruz, Sport e Salgueiro ainda vão estrear, no hexagonal.

Capacidade oficial: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478), Cornélio de Barros (9.916) e Nildo Pereira (5.000).

Geral – 56 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 137.307
Média: 2.451 pessoas
TCN: 126.955 (92,46% da torcida)
Média: 2.267 bilhetes
Arrecadação: R$ 1.060.492
Média: R$ 18.937

Central e Serra Talhada, presentes no hexagonal do Estadual e na Série D

Festa de Central e Serra Talhada na 14ª rodada do 1º turno do Estadual 2015. Fotos: FPF/site oficial e Serra Talhada/facebook

A noite de quarta-feira foi de festa em Caruaru e Serra Talhada.

Em casa, Central e Serra Talhada cumpriram seus objetivos no Estadual.

Ao menos o primeiro deles. A Patativa e o Cangaceiro estão classificados ao hexagonal do título do Campeonato Pernambucano, a verdadeira elite do futebol estadual em 2015. Se juntam a Náutico, Santa Cruz, Sport e Salgueiro.

Mais. Ambos garantiram presença na Série D. Enquanto o time do Agreste vai para a terceira participação seguida, o sertanejo irá estrear em Campeonatos Brasileiros. Portanto, calendário garantido no segundo semestre.

Em campo, duas situações bem distintas nos 90 minutos definiram a história.

No Lacerdão, com 2.179 espectadores, o Alvinegro entrou como campeão antecipado do primeiro turno. Assim, recebeu oficialmente da FPF a Taça Eduardo Campos, correspondente à etapa. O jogo em si, não tão pegado, com um empate sem gols com o América. E não havia motivo para qualquer tipo de desgaste. Só mesmo para para festejar, junto às sociais.

Já o estádio Nildo Pereira lotou (4.013 pessoas) para uma verdadeira decisão contra o Porto. Entre os candidatos à última vaga, o mandante era o único que precisava de uma simples vitória. Conseguiu, mas suou bastante. O alívio só veio aos 6 minutos do segundo tempo, num gol contra de Vagner Rosas.

A festa do Serra se estendeu ao vestiário, com direito ao famoso selfie.

Ao todo, a Taça Eduardo Campos teve 14 rodadas. Os demais colocados terão que disputar um hexagonal para definir os dois rebaixados à segundona de 2016.

A fogueira pulada por Central e Serra foi das maiores… um salto até a Série D.

Classificação final da Taça Eduardo Campos (1º turno do Estadual 2015). Crédito: FPF/site oficial

Um conselho arbitral extraordinário, raro e decisivo no futebol. Em 1987 e 2015

Conselho arbitral extraordinário do Pernambucano de 2015. Foto: João de Andrade Net/DP/D.A Press

Um conselho arbitral extraordinário, como o próprio nome deixa implícito, só pode ser convocado para debater casos ‘omissos’ em um campeonato de futebol. Um ajuste na fórmula, a interpretação definitiva de um texto confuso no regulamento etc. É algo raro, mas sempre decisivo, na base do voto.

Vamos a dois exemplos locais e suas semelhanças. Em ambos foi marcado um segundo arbitral com os torneios em andamento. No Brasileiro de 1987, 22 x 7 a favor da exclusão do quadrangular envolvendo os melhores dos módulos amarelo e verde. No Estadual de 2015, 11 x 1 a favor a realização de clássicos na Arena Pernambuco com o Náutico sendo visitante diante de Santa e Sport.

No entanto, a minoria saiu vencedora nas duas votações. É a lei. O quadrangular do Brasileirão foi mantido e os clássicos vetados com timbu visitante.

Explicação: somente a unanimidade aprovaria as mudanças..

No primeiro caso, a votação extraordinária só ocorreu em 15 de janeiro de 1988, na antiga sede da CBF, no Rio. Apenas Sport, Guarani, Náutico, Criciúma, Joinville, CSA e Treze votaram contra. O Santa, suspenso, se absteve. Já na versão estadual, na sede da FPF, na Boa Vista, só o Alvirrubro foi contra. Exerceu o seu direito. Na prática, só o seu voto estava em dúvida. Os intermediários estavam juntos à federação, enquanto tricolores e rubro-negros votariam em benefício próprio. Portanto, cabia a Glauber Vasconcelos a decisão.

Os dois fatos extraordinários tiveram validade efêmera, de um ano.

Em 1988, os módulos foram fundidos em um campeonato onde todos os times se enfrentaram. Assim como em 2016 o presidente da FPF já adiantou que o mando de campo nos clássicos será da própria federação.

Nas decisões dos conselhos arbitrais ordinários, a maioria vence. É a lei.

Conselho arbitral extraordinário do Pernambucano de 2015. Foto: João de Andrade Net/DP/D.A Press

Duas montadoras e duas cervejarias na briga pelo Pernambucano, de 2016 a 2019

Candidatas ao naming rights do Campeonato Pernambucano

O Campeonato Pernambucano foi “rebatizado” pela primeira vez em 2011. No contrato de naming rights, a FPF cedeu os direitos sobre a nomenclatura. Durante quatro anos, rendendo R$ 600 mil por edição, o nome oficial virou Campeonato Pernambucano Coca-Cola. Com o fim, a indústria de refrigerante não demonstrou interesse em renovar. Mesa livre para novas tratativas.

Em entrevista ao blog, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, disse que quatro empresas estão na disputa, mas com uma particularidade. O acordo seria de 2016 a 2019. A ausência do naming rights no Estadual de 2015 deve-se à demora na votação sobre consumo de cerveja nos jogos no estado.

Nesta disputa, estão Ambev e Itaipava, ambas com história no futebol local. Por pouco, em 2009, a Ambev não se tornou a primeira parceira. Ofereceu um contrato de R$ 800 mil, mas acabou desfeito porque naquele ano começou a proibição de bebidas alcoólicas. Já a Itaipava tem um contrato de R$ 100 milhões na Arena Pernambuco, por dez anos, para rebatizá-la de “Itaipava Arena Pernambuco”. Além disso, fechou um contrato para operar os bares do Arruda.

Paralelamente, há outra disputa entre duas montadoras, ambas mirando o campeonato somente a partir do ano que vem. A Fiat, com uma fábrica em operação no estado, pretende consolidar a sua marca. Já a Chevrolet controla mais de 20 estaduais. No Nordeste, somente o Pernambucano ficou fora. Uma consultoria contratada pela FPF deve ajudar na escolha do futuro patrocinador.

Abaixo, alguns contratos de naming rights em competições e estádios.

O Brasileirão, por exemplo, passou de R$ 18 milhões para R$ 21 milhões por ano no novo contrato. Em relação às arenas, a do Palmeiras custou R$ 300 milhões à seguradora, que também dá nome ao estádio do Bayern de Munique.

Campeonatos (naming rights)

Campeonato Pernambucano
Coca-Cola (2011-2014)

Copa do Brasil
Kia (2009-2012)
Perdigão (2013)
Sadia (2014-2015)

Campeonato Brasileiro
Visa (2002)
Nestlé (2005)
Petrobrás (2012-2013)
Chevrolet (2014-2017)

Copa Sul-Americana
Nissan (2003-2010)
Bridgestone (2011-2012)
Total (2013-2015)

Taça Libertadores da América
Toyota (1998-2007)
Santander (2008-2012)
Bridgestone (2013-2017)

Estádios brasileiros (naming rights)

Arena Pernambuco
Itaipava (2013-2023)

Fonte Nova
Itaipava (2013-2023)

Arena do Palmeiras
Allianz (2014-2034)

Arena do Atlético-PR
Kyocera (2005-2008)

Central solta o grito de campeão após 13 anos, com outro governador na taça

Pernambucano 2015, 1º turno: Ypiranga 1x1 Central. Foto: Raniere Marcelo/divulgação

O Central confirmou o favoritismo e conquistou a Taça Eduardo Campos.

O título, que na verdade corresponde à primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2015, foi garantido com uma rodada de antecedência.

E nada melhor que uma partida contra um grande rival, o Ypiranga. Um cenário com o devido apoio da torcida alvinegra, que percorreu os 56 quilômetros que separam Caruaru de Santa Cruz do Capibaribe.

No Limeirão, o empate em 1 x 1, sem aperreio (no campo), terminou com festa.

O último grito de “campeão” havia sido há 13 anos. Curiosamente, o troféu também teve nome de governador. No caso, a Copa Jarbas Vasconcelos, disputada em 2002 pelos intermediários enquanto os grandes participavam do Nordestão. Aquela volta olímpica também foi fora de casa, em Petrolina.

Em 2011, é verdade, a Patativa ganhou o ‘primeiro turno’ do Estadual. Porém, naquele ano a competição não foi dividida em turnos , o que tornou o triunfo em algo meramente simbólico. Agora não. Havia um troféu protocolado pela FPF.

Ou seja, a comemoração foi legítima por parte da fiel torcida alvinegra, que ainda sonha com o primeiro Campeonato Pernambucano.

Classificado para o hexagonal do título, o Central também ganhou a vaga na Série D do Brasileiro. Disputará pela terceira vez seguida.

E assim a Patativa vai ocupando o seu calendário com o mínimo de dignidade…

Pernambucano 2015, 1º turno: Ypiranga 1x1 Central. Foto: FPF/divulgação

Náutico, Santa e Sport de contrato assinado com a Arena Pernambuco, com clássicos agendados

Arena Pernambuco

A temporada de 2015 começa com os três grandes clubes de Pernambuco de contrato assinado para jogar na arena em São Lourenço, cada um de seu jeito.

1) O Náutico, como se sabe, tem um acordo para mandar todos os seus jogos no estádio por trinta anos. Em vigor desde 2013.

2) Após as sete partidas no local em 2014, o Sport negociou outro pacote, agora com dez jogos, sendo quatro pelo Estadual e seis pela Série A.

3) Em seguida, o Santa Cruz anunciou um acordo de seis partidas na arena, sendo um pelo Pernambucano e o restante na Série B.

Nas partidas escolhidas por rubro-negros e tricolores, no Estadual, há uma particularidade: ambos escolheram mandar o clássico contra o Náutico.

A polêmica acerca do “mando de campo” na Arena Pernambuco, nesses clássicos, foi parar num conselho arbitral convocado às pressas pela FPF. E só a unanimidade entre os 12 participantes do torneio local poderá chancelar Leão e Cobra Coral como mandantes diante do Timbu, nesta edição.

Independentemente da votação, está claro que o cenário deverá ser adotado nos próximos anos, escrito (e claro) no regulamento original. E era essa a ideia para a operação do estádio. Desde o seu lançamento, em 15 de janeiro de 2009, sempre foi dito que os três grandes receberiam os seus principais jogos lá, sem exclusividade. Aos poucos, isso começa a se tornar real.

Afinal, trata-se de um campo neutro, administrado de forma público-privada.

Isso já ocorre há tempos, por exemplo, no Rio de Janeiro. O Vasco atua em São Januário, mas enfrenta Flamengo, Fluminense e Botafogo no Maracanã. Em Salvador, não é incomum o Vitória mudar o local do confronto contra o Bahia para a Fonte Nova, mesmo tendo o Barradão. É uma tradição nessas cidades, algo que, de fato, não existe no Recife, onde os principais clubes possuem estádios particulares. No entanto, ao menos fica claro que há onde se espelhar.

Para completar o cenário, existe uma lei estadual que obriga (sim, obriga) o trio a jogar ao menos duas vezes na arena, cada um, para que continuem fazendo parte do programa Todos com a Nota, com ingressos subsidiados.

Portanto, essa polêmica é um tanto rasa… e não passa de 2015.

Torcida do Náutico na Arena Pernambuco, contra o Sporting, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Torcida do Santa Cruz na Arena Pernambuco contra o América-RN, em 2014. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Torcida do Sport na Arena Pernambuco.