A palavra é clara, a identificação é simples.
Separada por uma grade, a poucos metros do campo, uma torcedora gremista gritava “macaco” para o goleiro santista, Aranha.
O goleiro avisou, mas o árbitro fez vista grossa e até repreendeu o atleta. E os xingamentos continuaram na geral.
As câmeras de tevê captaram outros torcedores no mesmo setor imitando macacos.
E assim voltamos à estaca zero.
Relembrando alguns textos já publicado no blog sobre o assunto, já passamos das bananas arremessadas em campo, com uma senhora resposta do jogador brasileiro, ao racismo nas redes sociais e campanhas de conscientização.
A incrível resposta de Daniel Alves ao racismo
A necessidade de impor uma punição ao racismo no futebol brasileiro
Perdendo a compostura em castellano por causa de futebol
Apesar disso tudo, o cenário não parece mudar, nem no exterior nem aqui, até porque já está bem enraizado em alguns…
A punição de mando de campo ao clube não basta, a proibição no estádio (bebidas e bandeiras) também não.
Pois, desta forma, as partidas vão se moldando à violência e seguimos empurrando o problema para debaixo do tapete.
A solução não é simples, mas é incrível que até hoje o infrator tenha penas tão brandas, como se o crime dentro de um estádio de futebol tivesse um peso menor do que nas ruas. Como se tivesse uma liberdade de 90 minutos para apresentar o pior de si.
É óbvio que não tem. Se não há controle, isso, sim, precisa ser melhorado. Investigação e punição, nas esferas cível e penal.
A palavra dita pela torcedora estava na garganta dela faz tempo… presa.
Afinal, esse processo é bem mais longo. É cultural, infelizmente.
Ao ser proferida a palavra, que aguente as consequências. Aliás, que as consequências existam.