Central proíbe uso de camisas de outros times nos setores reservados ao clube

Comunicado do Central sobre camisas de outros times no setor destinado à torcida alvinegra. Crédito: Central/twitter (@centraloficial)

Remo em 2013, Chapecoense em 2014 e ABC em 2017. Esses são alguns dos clubes periféricos do país, à parte do eixo SP-RJ-MG-RS, que proibiram o acesso de camisas de outros times em setores reservados às suas torcidas em seus jogos. Em todos os casos, a segurança foi tratada como questão de primeira ordem, embora a medida também tenha sido uma forma de brecar a concorrência sobre a preferência clubística, várias vezes dividida.

Polêmica ou não, a medida já havia chegado há alguns anos de forma velada no Recife, onde quase não se vê camisas de times brasileiros dentro dos setores destinados às torcidas de Náutico, Santa e Sport – acredite, camisas do Fla, por exemplo, já foram vistas na arquibancada da Ilha. Marcando o seu território, ‘visando preservar o bem estar do torcedor alvinegro’, o Central emitiu um comunicado sobre o jogo contra o Náutico, em 21/01, vetando o acesso de pessoas com uniformes de outros times (brasileiros e estrangeiros) aos setores da Rua Campos Sales, as sociais e cadeiras do Lacerdão. Em Caruaru, o alvinegro enfrenta um cenário pesado em termos de preferência no futebol. Desconsiderando a hipótese (real) de torcedores mistos, a patativa teria 7% da preferência, dado da última pesquisa realizada lá, há quatro anos.

Você concorda com o veto de camisas de outros times dentro do seu setor?

Entre os dias 4 e 5 de janeiro de 2014, o instituto Plural Pesquisa ouviu 400 pessoas em Caruaru, com margem de erro de 4,9%. Abaixo, os percentuais dos times mais citados, já com a projeção absoluta das torcidas, a partir da estimativa do IBGE na época, com 337.416 moradores na capital do agreste.

Pesquisa de torcida em Caruaru (2014)
1º) Sport – 17% (57.360)
2º) Corinthians – 13% (43.864)
3º) Santa Cruz – 8% (26.993)
4º) Central – 7% (23.619)
4º) Palmeiras – 7% (23.619)
6º) Náutico – 5% (16.870)
7º) São Paulo – 4% (13.496)
8º) Flamengo – 2% (6.748)
9º) Porto – 1% (3.374)

A ampliação da capacidade de público no Arruda e Ilha em 2018. Redução na Arena

Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro. Crédito: Google Maps

A capacidade oficial de público dos três maiores estádios de Pernambuco sofreram alterações para a temporada de 2018. Embora nenhum lance de arquibancada tenha sido construído (ou demolido), a variação ocorreu devido às análises de engenharia, vigilância sanitária, segurança e bombeiros, com laudos anuais. Segundo os documentos, à  disposição no site da FPF, o Arruda e a Ilha foram ‘ampliados’, enquanto a Arena Pernambuco teve uma redução mínima, mesmo atendendo a todas as exigências possíveis.

No caso da Ilha, é o segundo seguido com aumento, após a drástica redução por medida de segurança. De 27.435 em 2016, passou para 29 mil em 2017 e agora 30 mil em 2018, com o aumento registrado nos setores de arquibancada frontal (+500) e geral da torcida mandante (+500). Ainda assim, o dado segue abaixo da capacidade máxima segundo o cadastro da CBF, de quase 33 mil espectadores. Já no Arruda, uma mudança dupla. Primeiro na capacidade liberada para a temporada, com mais 5 mil lugares no anel superior, chegando a 55 mil no total. A segunda é na própria capacidade oficial, segundo a engenharia, voltando aos 60.044 lugares – a medição da Fifa desde 2012

Por que há diferença entre a capacidade liberada e a capacidade oficial na Ilha e no Mundão? Isso começou em 25 de setembro de 2015, quando os bombeiros emitiram atestados sobre o José do Rego Maciel e o Adelmar da Costa Carvalho, reduzindo ambos. No ano seguinte, Santa Cruz e Sport se reuniram com o Ministério Público para formular um plano escalonado de reformas. Mediado pela Promotoria de Justiça Especializada do Torcedor, o prazo vai até o fim deste ano. Já a Arena Pernambuco mantém os 45.845 assentos vermelhos, mas há uma restrição no “projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico”, reduzindo em 345 lugares, sem especificar.

A seguir, as capacidades setorizadas dos principais palcos…

No fim, a capacidade dos estádios autorizados para o Estadual de 2018, com Náutico e Acadêmica Vitória mandando as suas partidas na arena.

Arruda (55.582 lugares autorizados em 2018)
Anel inferior – 21.400
Anel superior – 20.000
Sociais – 6.100
Sociais ampliação – 1.200
Cadeiras – 5.950
Camarotes/conselho/tribuna – 932
Capacidade em 2017: 50.582 lugares (ampliação de 5.000)
Capacidade oficial: 60.044 lugares (redução de 4.462)

Arena Pernambuco (45.500 lugares autorizados em 2018*)
Anel inferior (nível 1)  – 18.831
Camarote (nível 2) – 1.726
Camarote (nível 3) – 1.995
Anel superior (nível 4)  – 23.293
Capacidade oficial (idem em 2017): 45.845 lugares (redução de 345)
* Não há a informação sobre qual setor seria reduzido

Ilha do Retiro (30.000 lugares autorizados em 2018)
Arquibancada frontal (frontal e curva do placar) – 8.029
Arquibancada sede (tobogã e curva da sede) – 5.452
Arquibancada do placar (visitante) – 2.900
Sociais – 3.500
Cadeira central – 5.311
Cadeira ampliação – 2.050
Assento especial – 2.076
Camarotes/conselho – 682
Capacidade em 2017: 29.000 lugares (ampliação de 1.000)
Capacidade oficial: 32.983 lugares (redução de 2.983)

A capacidade dos estádios liberados para o Pernambucano 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Torcedor Alerta, o aplicativo da FPF para denunciar a violência em jogos de futebol

Aplicativo "Torcedor Alerta"

A FPF se associou a uma startup pernambucana para a elaboração de um aplicativo no combate à violência dentro e fora dos estádios de futebol no Recife. O Torcedor Alerta é uma adaptação de um aplicativo já existente, o Sempre Alerta, da Mooh Tech. No ícone da FPF no app é possível fazer denúncias, enviar fotos, áudios e vídeos de atos violentos (roubo, agressão, ameaças, abuso etc). De certa forma, lembra a linha de WhatsApp criada pelo governo do estado, em 2015, pelo número (81) 98606-9880. Também com o denúncias de episódios violentos no futebol, garantindo o anonimato. Neste caso, a diferença é o chamado direto com agentes fiscais e a polícia.

No chat com a central de atendimento é estabelecida a localização via GPS, com o ponto exato da denúncia. E a visualização de várias denúncias espontâneas no mesmo perímetro identificam uma área prioritária, otimizando a ação. Segundo a entidade, o sigilo da fonte se mantém. A estreia do trabalho de “segurança participativa” foi agendado para o jogo de ida da final da Copa do Nordeste de 2017, entre Sport e Bahia, na Ilha do Retiro. Antes, dez meses de testes, avaliando as respostas às informações repassadas pelo público. Com a oficialização, a capital pernambucana é a primeira a contar com a ferramenta, em parceria com a CBF, com São Paulo sendo a segunda.

Com o banco de dados, a polícia terá um “mapa de calor” sobre as áreas críticas nos estádios. Que processe a informação e se antecipe ao problema.

Para baixar (app gratuito, de 44 megas): iOSAndroid

Aplicativo "Torcedor Alerta"

FPF implanta sistema mundial contra a manipulação de resultados no futebol

Reprodução do Sistema de Detecção de Fraudes (FDS), da Sportradar. Crédito: integrity.sportradar.com

Já está em operação no futebol pernambucano um sistema de detecção de fraudes (com a sigla em inglês FDS), produzido pela Sportradar, empresa internacional especializada em “prevenção de manipulação de resultados”. Além de Pernambuco, a federação paulista também já havia contratado o serviço, cujo relatório obtido pelo globoesporte.com, de julho de 2016, apontava que o “futebol no Brasil está ameaçado por fraudes” – não por acaso, já houve um caso confirmado, no Brasileirão de 2005 (com 11 jogos anulados). E a questão vai além dos clássicos (como seria no Recife, envolvendo Náutico, Santa e Sport), uma vez que, hoje, praticamente todas as partidas profissionais estão sujeitas a apostas online, até a 2ª divisão pernambucana, pioneira local no sistema.

O Fraud Detection System, agora a serviço da própria Fifa, foi criado em 2005, passando por atualizações. Atualmente, é monitorado por 550 operadoras de apostas e até lotéricas não regulamentadas (caso do Brasil). Os três escritórios do FDS, em Londres (Inglaterra), Manila (Filipinas) e Sydney (Austrália), recebem dados de cinco mil jornalistas e 275 pesquisadores freelancers

Alertas de fraude no futebol, segundo o FDS:

1) O sistema contém 44 alertas no pré-jogo, baseados nas movimentações de apostas, detectando padrões incomuns tanto no número de jogos feitos quanto no dinheiro injetado. O cenário fora da curva sugere manipulação.

2) Durante o jogo existem 25 alertas, a partir de um modelo matemático que permite um monitoramento minuto a minuto. Segue a mesma lógica de ações fora do padrão – independentemente do local da partida e da aposta realizada. 

Por dia, são processados cinco bilhões (5.000.000.000!) de dados, já anexados ao histórico das competições, dos times e dos atletas (imagens). Pois então imagine isso em escala anual, com mais de 160 mil partidas supervisionadas.

Vamos a um jogo de pequeno porte realizado no estado no período:

Como foi possível monitorar Íbis 2 x 4 Vera Cruz, na abertura na Série A2 de 2016? Através de uma análise enxuta. Nada de apostas específicas como “o próximo escanteio será do Íbis”, mas, sim, a partir do histórico de resultados. Uma vitória do Vera Cruz como visitante surpreenderia? Não, devido ao péssimo retrospecto do Pássaro Preto. Logo, por que alguém apostaria R$ 100 mil (por exemplo) na vitória do Íbis? Provavelmente, o alerta teria sido acionado.

Até o momento (cinco meses), nenhum alerta no futebol pernambucano…

Reprodução do Sistema de Detecção de Fraudes (FDS), da Sportradar. Crédito: integrity.sportradar.com

A capacidade oficial de público em cada setor do Arruda, Arena e Ilha em 2017

Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro. Crédito: Google Maps/2017

A capacidade de público de um estádio é ratificada anualmente através dos laudos de engenharia, vigilância sanitária, segurança e bombeiros. Nem sempre os números batem com a capacidade máxima, resultando na redução da carga. São fatores como evacuação, pontos cegos, restrição de assentos etc. Tanto que os maiores estádios do Grande Recife não têm a capacidade total liberada.

Através do laudo de prevenção e combate a incêndio, dos bombeiros, é possível conferir a setorização de Arruda, Arena e Ilha. No caso tricolor, a capacidade oficial foi reduzida para 55.582, tratando o número clássico, de 60.044, como “não oficial”. O dado anterior era de 1999, via Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), acionado pela FPF após a superlotação no Clássico das Multidões de 21 de fevereiro de 1999, no duelo Mancuso x Leonardo. Na ocasião, 78.391 pessoas, fora as invasões. De toda forma, até o novo cálculo foi reduzido, “pelo risco de superlotação nos setores (…), podendo elevar o risco geral de acidentes em caso de fuga emergencial”. Para isso, cinco mil pessoas a menos.

Na Ilha do Retiro, a versão 2017 está maior. Após duas temporadas com 27.435 assentos, o estádio rubro-negro “ganhou” 1.565 lugares, chegando a 29 mil. Com isso, ampliou a geral do placar, o setor dos visitantes, para 2.900, ou 10%, respeitando (enfim) o Estatuto do Torcedor. Em 2016, o local só podia receber no máximo 2.335 (8,5% da capacidade na ocasião). Vale lembrar que Santa e Sport têm até 2018 para atender às exigências estruturais, do Ministério Público, para retomar as capacidades originais. Por fim, a Arena, cujo laudo aponta, além dos 45.845 assentos, 68 locais disponíveis para cadeirantes, maior número no futebol local. Agora, vamos às capacidades destrinchadas em cada palco…

Arruda (50.582 lugares)
Anel superior – 15.000
Anel inferior – 21.400
Sociais – 6.100
Sociais ampliação – 1.200
Cadeiras – 5.950
Camarotes/conselho – 932
Capacidade oficial: 55.582
Redução: 5.000 (-8,9%)

Arena Pernambuco (45.913 lugares)
Anel superior (público geral) – 21.739
Anel inferior (público geral) – 16.113
Anel inferior (premium) – 2.718
Camarote/VIP (nível 1) – 1.726
Camarote (nível 2) – 1.893
Mídia – 1.656
Cadeirantes – 68
Capacidade oficial: 46.214
Redução: 301 (-0,6%)

Ilha do Retiro (29.000 lugares)
Arquibancada frontal (frontal e curva do placar) – 7.529
Arquibancada sede (tobogã e curva da sede)– 4.952
Sociais – 3.500
Cadeira central – 5.311
Cadeira ampliação – 2.050
Assento especial – 2.076
Camarotes/conselho – 682
Arquibancada do placar (visitante) – 2.900
Capacidade oficial: 32.983
Redução: 3.983 (-12,0%)

A declaração de Paulo Câmara sobre a violência no futebol. Cobrou… os clubes

Paulo Câmara, governador de Pernambuco. Foto: DP

A recorrente violência praticada por integrantes de torcidas organizadas, entre elas Torcida Jovem, Inferno Coral e Fanáutico, há tempos traz uma sensação de insegurança nos jogos de futebol no Recife, potencializada nos clássicos. A cada episódio de repercussão, inclusive nacional, o governo do estado volta a ser questionado sobre a situação, na visão do blog, de segurança pública.

Três dias após a tentativa de linchamento do presidente da Inferno Coral durante uma briga na Avenida Caxangá, horas antes do Clássico das Multidões e a 5 km da Ilha do Retiro, o governador Paulo Câmara comentou o seguinte:

“Acho que falta uma decisão muito clara das pessoas que fazem futebol em Pernambuco. A polícia se desdobra demais. Botar 400 homens num jogo chega a ser irracional em tempos de hoje. Não devia ter isso. Em outros locais do mundo a segurança dos estádios é feita pelos próprios organizadores do futebol.”

“Essas organizadas já mostraram danos em outros episódios. Então, a gente tem que coibir isso. E precisamos da decisão realmente de quem faz futebol em Pernambuco, em termos de posições claras para evitar que fatos como esse não aconteçam. Não se pode olhar apenas a renda, mas a torcida, o entorno dos estádios. É muito importante.”

“O estado tem se colocado à disposição, não tem se omitido da segurança dos estádios, dos jogos. Agora, é importante que quem faz futebol em Pernambuco tenha precaução e cuidado.”

O texto acima é a íntegra da declaração dada no Palácio do Campo das Princesas, durante uma coletiva após o anúncio de uma fábrica no estado.

Assusta ver o governador, já com dois anos de mandato, ter uma visão tão rasa sobre o assunto, relacionando uma briga a quilômetros do estádio ao futebol propriamente dito. Talvez, realmente ache que a possibilidade de clássicos com torcida única, a partir de 2017, seja suficiente – por mais que não tenha resolvido em São Paulo e Belo Horizonte. Ignora os crimes em dias sem jogos e as ramificações com outras facções, com o mesmo repertório de violência.

É sempre bom lembrar, caso o governador tenha esquecido, o levantamento do Ministério Público de Pernambuco, de 2012, com 800 crimes registrados em cinco anos, somente entre integrantes das supracitadas uniformizadas. Furto, roubo, lesão corporal e formação de quadrilha. De lá pra cá, até homicídios. Em vez cobrar investigação e estrutura na região metropolitana, o governo acabou cobrando os clubes e a FPF, que, até onde se sabe, não têm poder de polícia.

Confira a opinião dos dirigentes locais sobre esta declaração aqui.

Torcida visitante nos clássicos no Recife: 50%, 20%, 10% e possivelmente 0%

Sport 1 x 1 Santa Cruz na final do Pernambucano de 1996. Crédito: youtube/reprodução

“Eu não quero essa história de torcida única nos estádios no Pernambuco, não. Isso acontece no Campeonato Brasileiro”
Carlos Alberto Oliveira, presidente da FPF, em janeiro de 2009.

“Já estamos cogitando torcida única, embora não acredite que vá funcionar”
Evandro Carvalho, presidente da FPF, em setembro de 2016.

Nos mais de sete anos entre as duas declarações, o futebol local viveu um período de turbulência, com seguidos arrastões e brigas entre facções uniformizadas na cidade, detenções sem efeito, tentativas de homicídio (tiro e agressão) e dois assassinatos. Paulo Ricardo Gomes da Silva, de 26 anos, atingido por um vaso sanitário em 2015, e Márcio Roberto Cavalcante da Silva, de 36 anos, espancado em 2016. Mortos na saída de jogos de futebol no Recife.

A cada manchete violenta, repercutida no país, os organizadores tentaram impor ações, que posteriormente se mostraram paliativas. Foi assim até hoje, com o governo do estado pecando de forma absurda na questão, cristalina em relação à segurança pública. Agora, por mais que a violência tenha sido sensivelmente reduzida dentro dos estádios, o isolamento em clássicos segue como ‘solução’. Para 2017, já no Campeonato Pernambucano, há a possibilidade real de clássicos com torcida única, nos quatro principais palcos da região metropolitana. Como já ocorre nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte.

Como exemplo, dois Clássicos das Multidões, ambos na Ilha do Retiro e separados por vinte anos, 1996 e 2016. Mostram uma redução impressionante do espaço à torcida coral. Nacionalmente, hoje, o Regulamento Geral de Competições da CBF determina uma carga de 10% dos ingressos à torcida visitante. No cenário local, em 2009, o então mandatário da federação elevou o dado para 20%, válido apenas entre os confrontos envolvendo o Trio de Ferro, justamente para evitar a perda da identidade. Formada por clássicos divididos meio a meio nas arquibancadas e gerais, num passado cada vez mais remoto.

Com o cenário, a divisão nos clássicos (abaixo) perderia qualquer sentido…

Arruda*
Capacidade: 50.582 lugares
Visitante/Campeonato Brasileiro – 10% (5.058 ingressos)
Visitante/Campeonato Estadual – 20% (10.116 ingressos)

Ilha do Retiro*
Capacidade: 27.435 lugares
Visitante/Campeonato Brasileiro – 10% (2.743 ingressos)
Visitante/Campeonato Estadual – 20% (5.487 ingressos)

Aflitos** 
Capacidade: 15.000 lugares
Visitante/Campeonato Brasileiro – 10% (1.500 ingressos)
Visitante (Campeonato Estadual – 20% (3.000 ingressos)

Arena Pernambuco*
Capacidade: 45.845 lugares
Visitante/Campeonato Brasileiro – 10% (4.584 ingressos)
Visitante/Campeonato Estadual – 20% (9.169 ingressos)

* Os limites autorizados pelo Corpo de Bombeiros, por questão de segurança
** A capacidade atual é de 22.856, mas será reduzida na reforma

Sport 5 x 3 Santa Cruz, na 24ª rodada do Brasileirão de 2016. Crédito: Rede Globo/reprodução

Cada vez mais presentes, torcedoras pernambucanas lutam contra o machismo

Torcedoras de Náutico, Santa e Sport comentam o machismo no futebol. Crédito: Flores do Estádio?/documentário (youtube/reprodução)

A presença feminina nas torcidas de futebol é cada vez maior, mais atuante. No Recife, são 622 mil torcedoras, segundo o estudo mais recente, o que corresponde basicamente à metade dos aficionados pelo Trio Ferro. Ainda assim, a sua participação ainda é tratada, em partes, como casualidade. Um machismo velado, analisado frontalmente pelo minidocumentário Flores do Estádio?, produzido por Manuela Andrade e Catarina Santos, alunas do curso de jornalismo da UFPE.

Lançado em julho de 2016, o vídeo aborda a opinião de torcedoras de Náutico, Santa e Sport e também de clubes de outros estados, São Paulo e Atlético-MG. A premissa é simples: a participação feminina muito além do batido “embelezamento” das arquibancadas, sendo determinante como parte da massa, sem distinção. O vídeo de 10 minutos foi produzido para a disciplina “redação para os meios de comunicação”. Tema válido demais.

A torcida feminina no Recife*
Sport – 330.067 (52% do clube na cidade)
Santa Cruz – 214.438 (48%)
Náutico – 78.251 (49%)

A divisão das 622.756 torcedoras: Sport 53%, Santa 34% e Náutico 12%.

* Dados do levantamento da Plural Pesquisa, em setembro de 2015.

Game da vida recifense: Boy do Bote

Game "Boy do Bote". Crédito: Google Play/reprodução

A cena viralizou, num meme que chegou até ao revezamento da tocha. Mas, à vera, foi uma tentativa de crime. Um jovem de camisa verde e calção branco se aproximou de um ônibus, na alagada Avenida José Rufino, na Estância, e pulou para tentar dar o bote no celular de uma mulher, que filmava o caos na cidade. Não conseguiu pegar, mas o vídeo foi rapidamente compartilhado, multiplicado.

Quatro dias depois, quando a zoeira começava a passar, surgiu o game “Boy do Bote”, produzido para smartphones pela Homy Apps. Para quem gosta de jogos eletrônicos, eis uma “corrida com obstáculos”, inspirada deliberadamente na dura vida na capital pernambucana. Com 15 megas, o jogo pode ser baixado gratuitamente em aparelhos com o sistema Android. Clique aqui.

O jogo é bem simples, no estilo “endless runner”, com o personagem tendo que desviar dos entulhos na rua alagada e ainda dar o bote nos celulares à disposição nas janelas. Quanto mais aparelhos, mais pontos…

Game "Boy do Bote". Crédito: Google Play/reprodução

Os dez nomes dos Refugiados Olímpicos, representando mais de 60 milhões

Time dos refugiados nos Jogos Olímpicos de 2016. Crédito: unhcr.org

Pela primeira vez na história, a Olimpíada irá acolher uma equipe de refugiados durantes as competições. Uma equipe pequena, mas que representa um duro tema atual, com números exorbitantes. Somente em 2015, segundo a ONU, mais de 60 milhões de pessoas que fugiram de seus países devido às guerras e perseguições, na maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial.

Oficialmente chamado de Team Refugee Olympic Athletes (Team ROA), a delegação terá dez nomes, já confirmados pelo comitê olímpico internacional após uma seletiva com 43 candidatos. Com tratamento idêntico às 206 nações filiadas, o “Time de Refugiados” participará de todo o programa no Rio de Janeiro, como as boas vindas na cerimônia de abertura no Maracanã, marchando à frentes do país-sede, inclusive, e alojamento na Vila Olímpica, tomada por quase 11 mil competidores. Em qualquer representação do time, incluindo algum pódio, a bandeira e o hino serão os temas olímpicos oficiais.

O grupo, formado por seis atletas, dois nadadores e dois judocas, recebeu suporte para treinamento, incluindo técnicos e preparados físicos. A pretensão é simples. Literalmente, competir. Todos os custos são providos pela organização assistencialista Olympic Solidarity, numa ajuda que deve se estender após o evento na Cidade Maravilhosa e às próximas edições, ampliando a equipe.

Treinamento da equipe de atletismo do time de refugiados. Crédito: unhcr.org

Conheça os atletas da 207ª delegação dos Jogos Olímpicos de 2016…

James Nyang Chiengjiek, 28 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalidade: atletismo (800 metros)
“Correndo bem, eu estarei fazendo algo bom para ajudar os outros”

Yusra Mardini, 18 anos
Naturalidade: Síria
Refúgio: Alemanha
Modalidade: natação (200 metros livres)
“Eu quero mostrar a todos que depois da dor, depois da tempestade, vêm dias calmos”

Yolande Mabika, 28 anos
Naturalidade; Congo
Refúgio: Brasil
Modalidade: judô (peso médio)
“Judô nunca me deu dinheiro, mas me deu um coração forte”

Paulo Amotun Lokoro, 24 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalide: atletismo (1.500 metros)
“Antes de eu chegar aqui, eu não tinha nem tênis para treinar”

Rami Anis, 25 anos
Naturalidade: Síria
Refúgio: Bélgica
Modalidade: natação (100 metros borboleta)
“A piscina é a minha casa”

Treinamento da equipe de natação do time de refugiados. Crédito: unhcr.org

Yiech Pur Biel, 21 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalidade: atletismo (800 metros)
“Eu posso mostrar aos meus companheiros refugiados que eles têm chance e esperança na vida”

Rose Nathike Lokonyen, 23 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalidade: atletismo (800 metros)
“Eu estarei representando o meu povo no Rio”

Popole Misenga, 24 anos
Naturalidade: Congo
Refúgio: Brasil
Modalidade; judô
“O judô me ajudou dando-me serenidade, disciplina e compromisso”

Yonas Kinde, 36 anos
Naturalidade: Etiópia
Refúgio: Luxemburgo
Modalidade: atletismo (maratona)
“Nós podemos fazer tudo no campo de refugiados”

Anjelina Nadai Lohalith, 21 anos
Naturalidade: Sudão do Sul
Refúgio: Quênia
Modalidade: atletismo (1.500 metros)
“No último ano, a fome foi muito difícil”

Treinamento da equipe de judô do time de refugiados. Crédito: unhcr.org