De Leônidas de Rodes a Michael Phelps, o último recorde olímpico. De 2.168 anos

Lêonidas de Rodes, recordista nas Olimpíadas da Antiguidade. Foto: Museu Britânico

A Olimpíada foi criada na Grécia em 776 antes de Cristo. De quatro em quatro anos, com corrida, luta, salto, arremesso de disco, pentatlo, corrida de bigas, entre outras provas exóticas. O campeão ganhava uma guirlanda e a honra de virar estátua na mítica cidade de Olímpia, numa tradição que superou mil anos. Nos Jogos da Antiguidade, o maior vencedor foi Leônidas de Rodes. Em provas individuais, ganhou 12 coroas de louros. Dos 24 aos 36 anos, ele foi imbatível em três tipos de corridas. No estádio, contra vinte competidores, ganhou as provas de uma e duas voltas. Ainda havia uma sui generis, a hoplitódromo, tendo que correr com um elmo e segurando um escudo de ferro.

Antes dele, o recorde era de três coroas em uma prova, o stadion, a primeira e mais importante corrida, com Chionis de Sparta (664 a.C., 660 a.C., 656 a.C.), Astyalus de Crotone (488 a.C., 484 a.C. e 480 a.C.) e Crisson de Himera (448 a.C., 444 a.C. e 440 a.C.). A Era Antiga dos Jogos acabou em 393, por decisão do imperador romano Teodósio I, convertido ao cristianismo. Seguiu assim até 1896, quando a Era Moderna foi iniciada, outra vez na Grécia. Nada de guirlandas, mas medalhas douradas aos campeões das tantas modalidades formuladas desde então. Com o homem desafiando o seu limite, recordes foram caindo. Exceto o de Leônidas. Essa marca, levantada pelo olympstats.com e publicada pelo jornal The Washington Post, já durava 2.168 anos.

Tão veloz quanto, mas na água, Michael Phelps agigantou a sua lenda ao registrar 1 minuto, 54 segundos e 66 centésimos nos 200 metros medley. Num mar de medalhas, com 26 ao todo, sendo 22 de ouro, esta foi a sua 13ª vitória individual. No um contra um, como havia sido com Lêonidas, tetracampeão nos primórdios descritos como contos, Phelps tornou-se o primeiro nadador com quatro ouros numa prova individual. Ao vivo para o mundo inteiro, o americano unificou as eras Antiga e Moderna em torno de uma verdade: é o maior.

Lêonidas de Rodes (corredor grego, 12 guirlandas individuais)
164 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos
160 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos
156 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos
152 a.C. – stadion (180 metros), diaulos (360 metros) e hoplitodromos

Michael Phelps (nadador norte-americano, 13 ouros individuais)
2004 – 400m medley, 100m borboleta, 200m borboleta, 200m medley
2008 – 400m medley, 200m livre, 100m e 200m borboleta, 200m medley
2012 – 200m medley, 100m borboleta
2016 – 200m borboleta, 200m medley

Michael Phelps. Foto: Rio 2016/reprodução

Raio X da delegação recorde do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

A uma semana dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) divulgou um relatório sobre os 465 atletas do país confirmados no evento, sendo 256 homens e 209 mulheres. Gente espalhada entre os 12.500 competidores oriundos das 206 nações filiadas, além do “time de refugiados”. Da delegação verde e amarela, 68% dos convocados vão disputar a Olimpíada pela primeira vez. O perfil médio do Time Brasil, segundo o raio x, é de 1,76m, 73 quilos e 27 anos. Abaixo, o infográfico completo.

Com 15 representantes (13 mulheres e 2 homens), Pernambuco corresponde a 3,2% da delegação. Do estado, vão à Cidade Maravilhosa os seguintes nomes: Keila Costa (saltos em distância e triplo), Érica Sena (marcha atlética), Cisiane Dutra (marcha atlética), Wagner Domingos (lançamento de martelo), Joanna Maranhão (natação, 200m e 400m medley e 200m borboleta), Etiene Medeiros (natação, 50m e 100m livres, 100m costas e revezamentos), Yane Marques (pentatlo moderno), Felipe Nascimento (pentatlo moderno), Teliana Pereira (tênis), Jaqueline (vôlei), Dani Lins (vôlei), Samira Rocha (handebol), Bárbara (futebol), Amanda Araújo (rúgbi) e Cláudia Jaqueline (rúgbi).

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Um dia de frevo na Olimpíada de 2016

Em um trajeto de 34 quilômetros, a tocha olímpica passou no Recife, do Arruda até Boa Viagem e em seguida ao Marco Zero, para a celebração que marca o fim de cada dia no revezamento pelo país. A organização dos Jogos do Rio fez até uma homenagem ao frevo, com o mascote Vinícius dançando com uma sombrinha colorida no Recife Antigo. Entre os 176 condutores selecionados, algumas personalidades esportivas tiveram a oportunidade de carregar o chama olímpica por 300 metros. Do entardecer à apoteose.

Magrão, o atleta com mais partidas vestindo a camisa do Sport, foi um dos primeiros condutores da tocha. Curiosamente, o seu percurso aconteceu bem pertinho do Arruda, casa do arquirrival. De lá, correu para o treino em Paratibe.

Magrão no revezamento da Tocha Olímpica no Recife. Foto: Rio 2016/divulgação

O ex-nadador João Reinaldo, o Nikita, participou da Olimpíada de 1968, na Cidade do México. No seu trajeto acabou levando uma queda, num buraco na rua. Chama olímpica à parte, o acidente expõe a falta de estrutura da cidade.

Nikita no revezamento da Tocha Olímpica no Recife. Foto: Rio 2016/divulgação

Suely Guimarães, vencedora de duas medalhas de ouro na Paralimpíada, em 1992 e 2004, também foi escolhida. Um dos momentos marcantes do dia.

Suely Guimarães no revezamento da Tocha Olímpica no Recife. Foto: Rio 2016/divulgação

O recifense Pampa e o ex-companheiro de seleção brasileira Giovane, campeões olímpicos de vôlei em 1992, em Barcelona, se encontraram durante a passagem da tocha na orla de Boa Viagem.

Pampa e Giovane no revezamento da Tocha Olímpica no Recife. Foto: Rio 2016/divulgação

Primeira medalhista olímpica do estado em provas individuais, Yane Marques foi uma das últimas condutoras da tocha na capital, já à noite. Novamente classificada no pentatlo moderno, também irá à abertura oficial no Rio.

A medalhista Yane Marques foi uma das últimas condutoras da tocha olímpica no Recife. Foto: Rio 2016/divulgação

Vencedora do arremesso de peso e disco na Paralimpíada de Sidney, a pernambucana Roseane Ferreira, a Rosinha, teve a honra de acende a pira olímpica armada no Marco Zero, encerrando a passagem da chama no Recife.

Rosinha acende a pira olímpica no Marco Zero, no Recife. Foto: Rio 2016/divulgação

Olimpíada de 2016 a um ano da abertura

Falta exatamente um ano para o início dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, cujo orçamento em infraestrutura (esportes, mobilidade, meio ambiente, renovação urbana etc) chega a R$ 38 bilhões. Em relação ao campo esportivo, a estrutura principal do evento, o Parque Olímpico, apresenta uma execução de 82% nos trabalhos planejados, de acordo com o comitê organizador.

Confira um passeio nas arenas em construção, tanto no Parque Olímpico da Barra quanto no Complexo Esportivo de Deodoro. Vale lembrar que a abertura (e a final dos torneios de futebol) será no Maracanã, enquanto as provas de atletismo ocorrerão no Engenhão, cuja pista está sendo trocada.

Ao todo são 7,5 milhões de ingressos para as disputas olímpicas nas 37 arenas.

Parque Olímpico da Barra

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, as Arenas Cariocas 1, 2 e 3. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Arena Carioca 1 – 85%
Capacidade: 16 mil
Modalidade: basquete

Arena Carioca 2 – 91%
Capacidade: 10 mil
Modalidades: judô, luta greco-romana e luta livre

Arena Carioca 3 – 93%
Capacidade: 10 mil
Modalidades: esgrima e taekwondo

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, a Arena do Futuro. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Arena do Futuro – 74%
Capacidade: 12 mil
Modalidade: handebol

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Estádio Aquático. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Estádio Aquático – 81%
Capacidade: 18 mil
Modalidades: natação e polo aquático

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Centro de Tênis. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Centro de Tênis – 68%
Quadra principal: 10 mil
Quadra 2: 5 mil
Quadra 3: 3 mil
7 quadras de jogo: 250 lugares cada

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Velódromo. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Velódromo – 61%
Capacidade: 5 mil
Modalidade: ciclismo (pista)

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Parque Maria Lenk. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Parque Aquático Maria Lenk – % não divulgado
Capacidade: 5 mil
Modalidades: saltos ornamentais e nado sincronizado

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, Centro Internacional de Transmissão (IBC), Hotel de Mídia e Centro Principal de Imprensa (MPC). Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Centro Internacional de Transmissão (IBC, 81%) e Hotel de Mídia e Centro Principal de Imprensa (MPC, 77%)

Complexo Esportivo de Deodoro

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o complexo de canoagem. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Canoagem – 79%
Capacidade: 8.424
Modalidade: canoagem slalom

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Centro BMX. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Centro BMX – 79%
Capacidade: 7,5 mil
Modalidade: ciclismo BMX

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, a Arena da Juventude. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Arena da Juventude – 62%
Capacidade: 5 mil
Modalidades: esgrima do pentatlo moderno e basquete feminino

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Centro de Hipismo. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Centro de Hipismo – % não divulgado
Capacidade: 14,2 mil
Modalidades: hipismo olímpico (saltos, adestramento e concurso completo de equitação)

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Centro de Hóquei Sobre Grama. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Centro de Hóquei Sobre Grama – % não divulgado
Quadra principal: 8 mil
Quadra secundária: 5 mil
Modalidades: hóquei sobre grama

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Estadádio de Deodoro. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Estádio de Deodoro – % não divulgado
Capacidade: 15 mil
Modalidades: rúgbi, hipismo do pentatlo moderno e combinado (corrida e tiro) do pentatlo moderno

Faltando 1 ano para a Olimpíada 2016, o Centro de Tiro. Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br

Centro de Tiro – % não divulgado
Capacidade: 7.577
Modalidades: tiro esportivo olímpico

As medalhas de Pernambuco nos Jogos Pan-Americanos de 2015

Yane Marques, Etiene Medeiros, Keila Costa, Érica Sena e Joana Maranhão, as medalhastias individuais de Pernambuco nos Jogos Pan-Americanos de 2015

Doze pernambucanos subiram ao pódio em Toronto, na 17ª edição dos Jogos Pan-Americanos, com 17 medalhas ao todo. Um desempenho bem acima da média histórica considerando os atletas do estado. O feito se torna ainda mais relevante se levarmos em conta as medalhas individuais, todas conquistadas pelas mulheres. Foram sete, sendo dois ouros, três pratas e dois bronzes. A título de curiosidade, caso Pernambuco fosse um país, como de fato foi durante 75 dias na Revolução de 1817, teria ficado em 16º lugar no quadro geral de medalhas, que conta com 41 países. Superaria, por exemplo, Uruguai, Bolívia e Paraguai. Mesmo sem “disputar” as provas coletivas, claro.

Os destaques da terrinha foram Etiene Medeiros, a primeira nadadora do Brasil a ganhar uma prova pan-americana, e Yane Marques, medalhando pela terceira vez consecutiva no pentatlo moderno. Nas quatro edições passadas (Guadalajara 2011, Rio de Janeiro 2007, Santo Domingo 2003 e Winnipeg 1999), o máximo alcançado pela delegação local havia sido três medalhas individuais.

Além das provas individuais, a bandeira pernambucana, estendida quase sempre nos ginásios canadenses, sobretudo nos jogos de vôlei, também foi representada em outras modalidades coletivas, como futebol, basquete, handebol e o próprio vôlei, com Jaqueline, bicampeã olímpica. Ainda na natação, Etiene Medeiros e Joanna Maranhão também subiram no pódio em outras oportunidades, nas provas de revezamento.

Vale ficar de olho no rendimento no próximo Pan, em Lima, no Peru…

Medalhas individuais de Pernambuco em 2015:

2 ouros
3 pratas
2 bronzes

Natação
Ouro – Etiene Medeiros (100m costas) – 59s51
Prata – Etiene Medeiros (50m livre) – 24s55
Bronze – Joanna Maranhão (200m borboleta) – 2m09s38
Bronze – Joanna Maranhão (400m medeley) – 4m38s07

Atletismo
Prata – Erica Sena (marcha atlética, 20 km) – 1h29m37s
Prata – Keila Costa (salto triplo) – 14,50m

Pentatlo Moderno
Ouro – Yane Marques – 1.348 pontos

As medalhas pernambucanas, em provas de revezamento e coletivas:

Ouro – Samira Rocha (handebol feminino)
Ouro – JP Batista (basquete masculino)
Ouro – Bárbara (futebol feminino)
Ouro – Bruno Santana (handebol masculino)
Prata – Joanna Maranhão (4x200m livre)
Prata – Jaqueline (vôlei feminino)
Prata – João Rafael (vôlei masculino)

Bronze – Etiene Medeiros (4x100m livre)
Bronze – Etiene Medeiros (4x100m medley)
Bronze – Rômulo (futebol masculino)

Total de medalhas (individuais e coletivas): 6 ouros, 6 pratas e 5 bronzes

Medalhas individuais de atletas pernambucanos no Pan:

2011 (22º lugar)
Prata – Joanna Maranhão (400m medley)
Prata – Yane Marques (pentatlo)
Bronze – Joanna Maranhão (200m medley)

2007 (17º lugar)
Ouro – Yane Marques (pentatlo moderno)
Prata – Keila Costa (salto triplo)
Prata – Keila Costa (salto em distância)

2003 (25º lugar)
Bronze – Joanna Maranhão (400m medeley)
Bronze – Emmanuel Santana (caratê, 74kg)

1999 (23º lugar)
Prata – Lula/Francismar (vôlei de praia)

As meninas de Pernambuco com os melhores resultados do país na piscina

Etiene Medeiros (Mundial 2013) e Joanna Maranhão no Mundial de Natação (Olimpíada 2004). Fotos: Satiro Sodre/CBDA

Os dois melhores resultados da natação feminina na tradicional piscina de 50 metros foram obtidos por atletas pernambucanas.

As duas foram treinadas na infância por João Reinaldo, o Nikita (veja aqui).

Na Olimpíada de 2004, Joanna Maranhão foi 5º lugar na prova de 400 metros em quatro estilos (medley). Tinha 17 anos na disputa em Atenas, na Grécia.

1º) 4min34s83 – Yana Klochkova (Ucrânia)
2º) 4min34s71 – Kaitlin Sandeno (EUA)
3º) 4min37s51 – Georgina Bardach (Argentina)
4º) 4min39s29 – Eva Risztov (Hungria)
5º) 4min40s00 – Joanna Maranhão

No Mundial de 2013, Etiene Medeiro chegou em 4º lugar na prova de 50 metros costas. Em Barcelona, na Espanha, a nadadora de 22 anos ficou com a três décimos da medalha de bronze. A prova não é olímpica, mas certamente servirá de base para a disputa dos 100 metros costas no Rio de Janeiro, em 2016.

1º) 27s29 – Zhao Jing (China)
2º) 27s39 – Fu Yuanhui (China)
3º) 27s53 – Aya Terakawa (Japão)
4º) 27s83 – Etiene Medeiros

Não é uma tarefa fácil revelar talentos na natação, sobretudo com a escassa quantidade de piscinas olímpicas na cidade, o que só engrandece as marcas…

O sonho do Santos Dumont Olímpico

Projeto do Centro Esportivo Santos Dumont, no Recife. Crédito: COB/divulgação

De acordo com o guia oficial de locais de treinamento Pré-Jogos Rio 2016, existem 176 pontos no país engatilhados para a preparação de delegações de todo o planeta.

Contudo, apenas dez centros do Nordeste estão na lista. Só um no estado. Inaugurado em 1975, o Centro de Esportes e Lazer Alberto Santos Dumont reúne inúmeras modalidades. É o representante local na Olimpíada do Rio de Janeiro (veja aqui).

O centro conta com pista de atletismo, natação, esportes coletivos, artes marciais etc. Tinha tudo para ser um polo formador de atletas de primeiro nível. Com quase quatro décadas de história, o Santos Dumont carece de uma estrutura moderna.

Há bastante tempo o local em Boa Viagem sobrevive com reformas pra lá de enxutas, aumentando ano a ano a demanda por um novo complexo. Por uma referência.

Tornou-se um para-raio de promessas políticas. Consequentemente, virou um desafio.

Projeto do Centro Esportivo Santos Dumont, no Recife. Crédito: COB/divulgação

No post, imagens do possível futuro do Santos Dumont, agendado para o primeiro semestre de 2014. Piso de última geração na pista de atletismo, um grande ginásio para várias atividades simultâneas e parque aquático. Porém, o projeto, bem editado, não é novidade. Vários outros surgiram nos últimos dez anos (veja aqui).

Em 2008, uma reforma de R$ 1,2 milhão. Em 2009 veio a promessa de orçamento de R$ 15 milhões para uma ampla reforma. Nada. Em 2012, um montante de R$ 84.994.736 para a requalificação física e estrutural, através do decreto 38.395 no Diário Oficial do Estado. Na divisão, 65,32% do governo do estado e 34,68% do Ministério do Esporte.

A ordem de serviço deverá ser dada ainda neste ano, em um obra com previsão de vinte meses. Concorrendo com mais 175 locais no país, o centro tem uma chance única, literalmente, para fazer parte da agenda de futuras delegações nos Jogos Olímpicos.

Ação paralela ao antigo sonho de formar atletas de maneira sistemática, multiplicando nomes olímpicos como Yane Marques, Joanna Maranhão, Keila Costa, Jessé Farias…

O passo mais importante é transformar o 3D em realidade. De uma vez por todas.

Projeto do Centro Esportivo Santos Dumont, no Recife. Crédito: COB/divulgação

A norma 40 do COI não competiu com Michael Phelps

Larissa Latynia e Michael Phelps em comercial da Louis Vuitton

Nadou o quanto pôde. Subiu seis vezes no pódio. Fez história, de novo.

Tornou-se o maior vencedor da história do Jogos Olímpicos, com 22 medalhas.

Seria a foto acima suficiente para apagar toda a brilhante história escrita na disputa em Londres pelo americano Michael Phelps?

Acredite, uma norma do Comitê Olímpico Internacional, criada este ano, pode tirar as seis medalhas conquistadas pelo nadador na recém-encerrada edição da Olimpíada.

Trata-se de um exagero. Mas com base legal, através do artigo 40 do COI.

Entre 18 de julho e 15 de agosto de 2012, nenhum atleta poderia ter participado de campanhas publicitárias com empresas sem relação com os Jogos Olímpicos.

O objetivo era fortalecer a imagem dos paceiros oficiais da entidade.

A ilustração acima, junto à ex-ginasta Larissa Latynina, visando a campanha “Duas carreiras extraordinárias, um mesmo destino”, começou a circular em 13 de agosto.

A grife francesa Louis Vuitton alega que a foto foi violada.

No entanto, está feito o imbróglio, sem qualquer relação com as braçadas na piscina.

Essa medida do comitê é abusiva ou a possível punição aplicada a Phelps seria justa?

Diante de uma campanha mundial que prima pela elegância, a direção do COI poderá proporcionar um dos atos mais controversos na história olímpica…

Lego de Michael Phelps e Usain Bolt

Parque Olímpico de Londres, em 2012, em formato Lego. Crédito: Warren Elsmore

Michael Phelps ratificou em Londres o status de maior atleta olímpico da história, com 22 medalhas na piscina, sendo 18 delas douradas.

Na pista de atletismo, o jamaicano Usain Bolt manteve a hegemonia como o mais rápido do mundo. Ouro nos 100m e 200m. Com direito a flexão no fim da prova. Tirou onda.

Dois dos maiores nomes da Olimpíada em 2008 e 2012.

Focando os dois nomes, a Lego produziu dois vídeos, divulgados pelo The Guardian.

Duas divertidas homenagens com uma linha de brinquedos tradicional.

Michael Phelps, na final dos 200 metros medley.

Usain Bolt, na final dos 100 metros livres.

As dezenove medalhas de Poseidon, o verdadeiro

Poseidon

Heróis, mitos, deuses.

Moldados através de façanhas. Escritas e reescritas. Contadas e recontadas.

Assistir ao surgimento de um deles requer paciência. No esporte, não basta um recorde, uma conquista. É preciso uma história marcante, insuperável. Ou quase insuperável…

Na Olimpíada da antiguidade, criada na Grécia em 776 a.C, o campeão ganhava uma guirlanda e tinha honra de ver uma estátua sua na mítica cidade de Olímpia.

Gigantes eternizados pela arte através da glória.

Dos primeiros Jogos Olímpico até hoje, 2.788 anos. O simbolismo da guirlanda foi incorporado pela medalha. Provas como corrida de bigas caíram no esquecimento.

Outras tantas, do badminton ao judô, entraram no programa olímpico. Em todas, nomes históricos. Os maiores em suas modalidades. Como mensurar o maior de todos?

Com técnica, incontáveis recordes, vitórias e mais vitórias.

No presente, o maior nome olímpico da história.

Sem busto algum. A história escrita diante de quase um bilhão de pessoas. Ao vivo.

A Ilíada de Michael Phelps começou em águas australianas, em 2000. Ainda garoto, com apenas 15 anos, chegou à final dos 200 metros borboleta.

Era o nadador mais jovem dos Estados Unidos presente numa Olimpíada em 68 anos. Surpreendeu, mas não alcançou o pódio. Precisou esperar mais um ciclo. Na verdade, o mundo é que esperou, para ver o potencial daquele jovem em seu grau máximo.

Em Atenas, foi o herói norte-americano, com seis ouros e dois bronzes. Em Beijing, o recorde absoluto em uma edição dos Jogos Olímpicos, com oito ouros em oito provas.

Não é a questão de ter superado o topo de medalhas douradas, que era de nove, dividido por quatro monstros sagrados da histórica olímpica.

Aos 23 anos, o nadador de 1,93m vivia o seu auge nas braçadas, extenuadas de treinamentos. Phelps aniquilou a marca. Chegou a cartorze. Virou mito.

Em Londres, já sem o mesmo afinco na preparação, o atleta viajou disposto a “se divertir”, como afirmara. Uma forma de tirar a responsabilidade, de parte dela.

Na primeira prova, no sábado, ficou fora do pódio. Ainda na piscina, um olhar perdido, com aquela sensação estranha, vivida só aos 15 anos.

A diferença é que na adolescência a presença na prova já foi uma vitória. Assim, o campeão tinha na Inglaterra o seu primeiro insucesso. Focado por todas as câmeras.

No dia seguinte, outro cenário incomum, com a prata no revezamento 4 x 100 livre. Phelps não era mais o mesmo. Mas, acredite, havia a aura de campeão.

Dois dias depois, nova chance para ouro, em sua especialidade, aqueles mesmos 200 metros nado borboleta. Por cinco centésimos, outra prata. Indignação e pódio.

Os resultados, mesmo “adversos”, o deixaram a uma medalha de elevar ainda mais o seu patamar. Neste 31 de julho de 2012 ele fechou o revezamento 4 x 200m livre.

Pelo menos dois corpos de vantagem sobre o segundo lugar e mais um ouro, o 15º na carreira, superior a 170 das 204 nações filiadas ao Comitê Olímpico Internacional.

Para os livros, mais uma vez reescritos, Phelps transformou-se em sinônimo de pódio. Colecionando metais, ouro, prata e bronze, conquistou 19 medalhas, superando uma escrita de 48 anos no maior evento esportivo do planeta.

O maior medalhista de ouro, o maior medalhista em uma edição, o maior medalhista em toda a história, incluindo os Jogos Olímpicos da Antiguidade.

Poseidon, pode se levantar do trono. Ele já tem um novo dono. Um novo deus.

Estátua de Poseidon