Podcast – Balanço da Olimpíada do Rio

Finalizada a edição carioca dos Jogos Olímpicos, a turma do 45 minutos se reuniu e fez um longo balanço, sobre estrutura, melhores eventos, resultado do Brasil (surpresas e decepções), números, curiosidades, expectativa para Tóquio. Conversa longa, com 2h25, com uma boa dose de humor.

Entre as 19 medalhas brasileiras, respondemos perguntamos como…
Qual foi o ouro mais importante?
Qual medalha foi mais surpreendente?
Qual foi o maior nome do País nos Jogos?
Qual foi o resultado mais expressivo sem medalha?
Quais modalidades deveriam receber mais investimento?

Neste PodioCast, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto, Lucas Fitipaldo e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando qusier!

Pernambuco no encerramento olímpico no Rio, com frevo, DJ, Lenine e Gonzagão

Frevo na Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Maracanã. Crédito: Rede Globo/reprodução

Onipresente nas ladeiras olindenses e nas ruas do Recife Antigo, sobretudo no mês de fevereiro, o frevo foi bem longe. Tomou conta do Maracanã. No embalo de Vassourinhas, o ritmo pernambucano foi um dos escolhidos para compor a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016.

Aliás, Pernambuco foi um dos estados cuja cultura mais se fez presente no evento. Na sequência da apresentação das passistas vieram cantorias, o time completo da Orchestra Santa Massa, com Fábio Trummer, DJ Dolores, Isaar, Maciel Saulo e Jam da Silva, Maestro Spok, uma lembrança daquelas de Luiz Gonzaga, com Asa Branca fazendo os bonecos de barro de Mestre Vitalino ganharem vida, e, por último, Lenine. A maior festa em linha reta.

Durante os 17 dias da primeira Olimpíada no país a presença pernambucana foi intensa, com bandeiras e camisas do estado e do trio da capital. Os atletas locais não medalharam, é verdade, mas houve plena entrega nas disputas, representada em Yane Marques, a porta-bandeira brasileira na abertura.

Depois de tanto simbolismo, o plano B já está traçado caso Tóquio vacile…

Sim, em 2020. Ou, no mais tardar, 2024. Não entendeu? Veja aqui.

Nunca duvide. Pernambuco sempre dá um jeito. =)

Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Crédito: Rede Globo/reprodução

Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Crédito: Rede Globo/reprodução

Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Crédito: Rede Globo/reprodução

Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Crédito: Rede Globo/reprodução

Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Crédito: Rede Globo/reprodução

Mesmo sem top ten, Brasil supera as suas marcas particulares nos Jogos Olímpicos

Brasil nos Jogos Olímpicos

O objetivo do Comitê Olímpico Brasil, de colocar o Time Brasil no top ten em 2016, não foi alcançado. Nem qualitativamente, pelo peso das medalhas (13º lugar), ou quantitativamente, pelo total de pódios (12º). Antes do Rio de Janeiro, em apenas quatro edições, das 27 edições realizadas, a nação da cidade-sede não havia ficado entre os dez primeiros no quadro de medalhas.

Ainda assim, o país encerrou a sua participação nos Jogos Olímpicos liderando na América Latina e quebrando todas as suas marcas particulares. Superou Atenas-2004 no número de ouros (7 x 5), Londres-2012 no total de medalhas (19 x 17) e Antuérpia-1920 na melhor colocação no quadro (13º x 15º), considerando o modelo tradicional. Medalhou em doze modalidades: atletismo (1), boxe (1), canoagem (3), futebol (1), ginástica (3), judô (3), maratona aquática (1), taekwondo (1), tiro (1) vela (1), vôlei (1) e vôlei de praia (2).

Esse desempenho teve um custo alto. De uma forma geral, nunca se investiu tanto, entre recursos estatais, loterias e iniciativa privada, com 700 milhões de dólares injetados neste ciclo, compreendendo num período de quatro anos. Ou 89% a mais que o ciclo anterior. Considerando o investimento no Rio e a média de gasto por medalha nas três edições passadas, as participações em 2012, 2008 e 2004 poderiam ter gerado 32, 45 e 74 medalhas, respectivamente

Investimento nos ciclos olímpicos
2004 – US$ 94 milhões, ou 9.4 milhões por medalha (10)
2008 – US$ 250 milhões, ou 15.6 milhões por medalha (16)
2012 – US$ 370 milhões, ou 21.7 milhões por medalha (17)
2016 – US$ 700 milhões, ou 36.8 milhões por medalha (19)

No Rio, dos 465 atletas da delegação brazuca, a maior da história, 49 foram ao pódio, distribuídos em 7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes. O índice de medalhistas foi de 10%, o menor desde 1992, em Barcelona – abaixo, um quadro com o desempenho em todas as participações. Pesou para o baixo aproveitamento, sem dúvida alguma, os resultados nos esportes coletivos, com apenas dois pódios (futebol e vôlei masculinos, ambos dourados). Em Beijing, para se ter uma ideia, foram 78 medalhistas, numa delegação com 188 representantes a menos. Ali, 28% dos brasileiros voltaram para casa com a medalha no pescoço.

Também pesou (contra) o desempenho feminino. Desde que as brasileiras passaram subir no pódio, há vinte anos, em Atlanta, esta foi edição com menos atletas medalhistas. Apenas 7, ou 3% da trupe. O recorde por gênero, das próprias mulheres, em 1996, é de 42%! A eliminação do vôlei feminino, então franco favorito, tirou 12 pessoas deste cálculo. Por outro lado, foram dois ouros, ambos inéditos (Rafaela Silva, no judô, e Martine Grael e Kahena Kunze, na vela), ficando atrás, qualitativamente, apenas dos Jogos de 2008.

Somando a participação brasileira em todas Olimpíadas…

Geral (22 participações)
3.147 atletas
475 medalhistas (15,0%)
128 medalhas (30 ouros, 36 pratas e 62 bronzes)

Homens (22 participações)
2.241 atletas
335 medalhistas (14,9%)
95 medalhas (23 ouros, 29 pratas e 48 bronzes)

Mulheres (20 participações)
906 atletas
140 medalhas (15,4%)
28 medalhas (7 ouros, 7 pratas e 14 bronzes)

Neymar celebra o ouro inédito da Seleção num Maracanã repleto, contra a Alemanha

Olimpíadas 2016, final: Brasil (5) 1 x 1 (4) Alemanha. Foto: Rio 2016/twitter (@Rio2016)

Como um raio, tal qual Usain Bolt já se faz presente na história olímpica, Neymar escreveu o seu nome na antologia do futebol brasileiro. O atacante passou em branco na primeira fase do torneio olímpico do Rio. Vaias da torcida no Mané Garrincha, ansiedade em campo e a pressão de ser a maior estrela em busca de um título inédito para a Seleção Brasileira. Reservado desde então, longe de entrevistas atravessadas (até colocar a medalha no pescoço) e mais consciente de seu papel, inclusive o de capitão, o craque passou a ser o que dele se espera. Foi decisivo. Contra a Colômbia, contra Honduras, contra a Alemanha.

Foram quatro gols no mata-mata e o último pênalti na agônica decisão contra os germânicos. O jogador de 24 anos, em sua segunda Olimpíada, comandou o Brasil numa reviravolta celebrada em um Maracanã totalmente amarelo, como se imaginou para a Copa 2014. No primeiro tempo, o camisa 10 marcou um golaço de falta. A partir dali o jogo ficaria bem complicado, com a Alemanha mandando três bolas no travessão. Trabalhando bem as jogadas, mostrando a organização de sempre, chegaram ao empate na segunda etapa, com Meyer finalizando.

Na prorrogação, faltou gás. Mas não coração, de ambos os lados. O Brasil errava mais, talvez pelo peso dos maus resultados do time principal nos últimos anos. Nos rápidos intervalos, Micale tentou incutir na equipe a necessidade de ocupar os espaços, tudo ou nada. Nada mudou, e a definição se estendeu às penalidade. Após oito cobranças perfeitas, quatro de cada lado, brilhou Weverton, convocado de última hora, justamente pelo histórico nos pênaltis. Deixou o caminho aberto para Neymar confirmar o ouro, 5 x 4. Aquele mesmo time que passou em branco contra África do Sul e Iraque explodiu o Maraca.

Após três vices olímpicos no futebol, enfim o ouro, o sexto do Time Brasil nos Jogos de 2016, quebrando o recorde de Atenas. Mais emblemático, impossível.

Campanhas brasileiras nos Jogos
1952 – quartas de final (2v, 0e, 1d)
1956 – não disputou
1960 – 1ª fase (2v, 0e, 1d)
1964 – 1ª fase (1v, 1e, 1d)
1968 – 1ª fase (0v, 2e, 1d)
1972 – 1ª fase (0v, 1e, 2d)
1976 – semifinal (2v, 1e, 2d)
1980 – não disputou
1984 – Prata (4v, 1e, 1d)
1988 – Prata (4v, 1e, 1d)
1992 – não disputou
1996 – Bronze (4v, 0e, 2d)
2000 – quartas de final (2v, 0e, 2d)
2004 – não disputou
2008 – Bronze (5v, 0e, 1d)
2012 – Prata (5v, 0e, 1d)
2016 – Ouro (3v, 3e, 0d)

Em 13 participações olímpicas, o Brasil disputou 60 jogos, com 34 vitórias, 10 empates, 16 derrotas. Considerando três pontos por vitória, um aproveitamento de 62,2%. No Mundial, com força máxima, exceto em 1930 (base carioca), são 104 jogos, com 70 vitórias, 17 empates e 17 derrotas. Índice de 72,7%.

Olimpíadas 2016, final: Brasil (5) 1 x 1 (4) Alemanha. Foto: Lucas Figueiredo/MoWa Press (site da CBF)

Isaquias Queiroz, o primeiro brasileiro com 3 medalhas em uma Olimpíada

As três medalhas olímpicas de Isaquias Queiroz no Rio, em 2016. Crédito: Rio 2016/twitter (@Rio2016) e Sportv/reprodução

O histórico brasileiro de multimedalhistas olímpicos é escasso. Ainda que tenha começado bem, com os atiradores Guilherme Paraense e Afrânio da Costa ganhando duas medalhas, cada, no idos de 1920, em Antuérpia. Depois, o país esperou 76 anos até que um representante repetisse o feito nos Jogos Olímpicos, com o nadador Gustavo Borges. Cielo, também da natação, fez o mesmo em Beijing. Sempre com duas medalhas. Parecia cabalístico. Até surgir Isaquias Queiroz, em 2016, numa modalidade sem resultados até então.

Na canoagem, o baiano de Ubaiataba foi ao pódio nas três provas que disputou na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro. Começou com a prata no C1 1.000m. Seguiu com um bronze emocionante no C1 200m, quando “empurrou” a canoa a centímetros da linha de chegada. Por fim, em parceria com Erlon de Souza, remou na C2 1.000m e ganhou mais uma prata. Recorde.

Além de se tornar o primeiro atleta brasileiro com três medalhas em uma mesma Olimpíada, logo como estreante, Isaquias já é um dos 15 maiores medalhistas do país somando todas as participações. Até então, apenas nomes da vela, vôlei, natação e hipismo. Tendo iniciado a prática da modalidade em 2005, o canoísta tem apenas 22 anos, com a perspectiva de evolução técnica e física para até dois ciclos olímpicos, em 2020 e 2024. Caminho aberto para ser o maior medalhista do país em todos os tempos? Parece bem plausível…

Eis os maiores multimedalhistas olímpicos do Brasil:

Em uma Olimpíada
3 – Isaquias Queiroz (2016, canoagem), 2 pratas e 1 bronze
2 – Guilherme Paraense (1920, tiro), 1 ouro e 1 bronze
2 – César Cielo (2008, natação), 1 ouro e 1 bronze
2 – Afrânio da Costa (1920, tiro), 1 prata e 1 bronze
2 – Gustavo Borges (1996, natação), 1 prata e 1 bronze

Somando todas Olimpíadas*
5 – Robert Scheidt (vela), 2 ouros, 2 pratas e 1 bronze
5 – Torben Grael (vela), 2 ouros, 1 prata e 2 bronzes
4 – Serginho (vôlei), 2 ouros e 2 pratas
4 – Gustavo Borges (natação), 2 pratas e 2 bronzes

3 – Marcelo Ferreira (vela), 2 ouros e 1 bronze
3 – Dante (vôlei), 1 ouro e 2 pratas
3 – Giba (vôlei), 1 ouro e 2 pratas
3 – Rodrigão (vôlei), 1 ouro e 2 pratas
3 – Bruno (vôlei), 1 ouro e 2 pratas

3 – Ricardo (vôlei de praia), 1 ouro, 1 prata e 1 bronze
3 – Emanuel (vôlei de praia), 1 ouro, 1 prata e 1 bronze

3 – Rodrigo Pessoa (hipismo), 1 ouro e 2 bronzes
3 – Fofão (vôlei feminino), 1 ouro e 2 bronzes
3 – César Cielo (natação), 1 ouro e 2 bronzes
3 – Isaquias Queiroz (canoagem), 2 pratas e 1 bronze
* Atualizado após a edição do Rio

Isaquias Queiroz na Olimpíada de 2016. Foto: Rio 2016/twitter (@Rio2016)

Brasil x Alemanha no Maracanã, pelo ouro olímpico e por um lampejo de revanche

Olimpíada 2016, final: Brasil x Alemanha. Foto: Fifa/twitter (@FIFAcom)

Neymar e Gabriel Jesus, atacantes. Lukas Klostermann e Niklas Süle, defensores. Os jovens jogadores brasileiros e alemães festejaram as vitórias sobre Honduras e Nigéria e avançaram à decisão dos Jogos Olímpicos do Rio. No sábado, às 17h30, Brasil e Alemanha terão formações bem distintas em relação ao já antológico confronto de 2014. Em vez do Mineirão, o Maracanã. Em vez de Copa do Mundo, a Olimpíada. E em vez do 1 x 7? A conferir.

Não se trata de uma revanche para os brazucas. Não mesmo. O peso daquela partida provavelmente jamais será igualado. Mas, em termos de rivalidade, pode servir, sim, para aliviar um pouco aquela frustração. Até mesmo pelo ineditismo do ouro olímpico para os brasileiros – os próprios alemães só ganharam uma vez e numa época dividida, com a Alemanha Oriental levando a melhor em 1976.

Apesar da descrição no início do texto, com atacantes brasileiros e defensores alemães, os números deste torneio olímpico dizem o contrário. A (sempre) organizada seleção germânica tem o melhor ataque, com 21 gols marcados – quase metade diante da frágil equipe de Fiji -, enquanto o time verde e amarelo chega à final sem ter sido vazado. Começou mal, é verdade, empatando com sul-africanos e iraquianos, mas engatou boas vitórias desde então, sobretudo a partir da entrada de Luan, encaixando o ataque de Micale.

Mineirazo à parte, a final de 2016 tende a ser um jogo bem interessante…

Campanhas até a decisão…

Mannschaft: 5 jogos, 3 vitórias, 2 empates, 21 GP, 5 GC
Artilheiros: Petersen e Gnabry, 6 gols

Grupo C – Alemanha 2 x 2 México (Fonte Nova)
Grupo C – Alemanha 3 x 3 Coreia do Sul (Fonte Nova)
Grupo C – Alemanha 10 x 0 Fiji (Mineirão)
Quartas – Alemanha 4 x 0 Portugal (Mané Garrincha)
Semifinal – Alemanha 2 x 0 Nigéria (Arena Corinthians) 

Seleção: 5 jogos, 3 vitórias, 2 empates, 12 GP, 0 GC
Artilheiros: Neymar, Gabriel Jesus e Luan, 3 gols

Grupo A – Brasil 0 x 0 África do Sul (Mané Garrincha)
Grupo A – Brasil 0 x 0 Iraque (Mané Garrincha)
Grupo A – Brasil 4 x 0 Dinamarca (Fonte Nova)
Quartas – Brasil 2 x 0 Colômbia (Arena Corinthians)
Semifinal – Brasil 6 x 0 Honduras (Maracanã) 

O Brasil na final olímpica… 

1984 – Brasil 0 x 2 França (Rose Bowl, 101.799)
1988 – Brasil 1 x 2 União Soviética (Olímpico de Seul, 73 mil)
2012 – Brasil 1 x 2 México (Wembley, 86.162)
2016 – Brasil x Alemanha (Maracanã, até 76 mil)

As medalhas de brasileiros e alemães (1900-2012)… 

Brasil – 3 pratas (1984, 1988 e 2012) e 2 bronzes (1996 e 2008)
Alemanha Oriental – 1 ouro (1976), 1 prata (1980) e 1 bronze (1972)
Alemanha Ocidental – 1 bronze (1988)
Alemanha – 1 bronze (1964)

Maracanã nas Olimpíadas

Gol mais rápido da história olímpica abre o caminho para a 4ª final da Seleção

Olimpíadas 2016, semifinal: Brasil 6 x 0 Honduras. Foto: Ministério do Esporte/twitter (@minesporte)

As filas eram enormes nos portões do Maracanã, com milhares de torcedores tentando entrar, quando Neymar dividiu com o goleiro hondurenho e marcou o primeiro gol da Seleção Brasileira na semifinal olímpica. Em apenas 14 segundos o atacante abriu o caminho para mais uma decisão, em uma tranquila goleada por 6 x 0, na melhor apresentação da equipe após o início cambaleante. Sobre o lance, com o jogo iniciando às 13h num dia de sol forte no Rio de Janeiro, Neymar quebrou uma marca estabelecida nesta mesma Olimpíada.

Na primeira rodada do torneio feminino, a canadense Beckie balançou as redes em vinte segundos, superando o recorde de Oribe Peralta, algoz brasileiro na final masculina em Londres. O primeiro torneio olímpico masculino foi disputado em 1900, mas os gols só passaram a ser registrados pela Fifa com segundos (e não só minutos) a partir de 1976, em Montreal. Já a competição feminina, que integra a contagem do gol mais rápido, foi implantada em 1996, em Atlanta.

Antes da mudança, o gol mais rápido pertencia ao iugoslavo Galic, no primeiro minuto da final contra a Dinamarca, em 1960. O seu país venceu por 3 x 1.

Os gols mais rápidos nos Jogos Olímpicos*
14s – Neymar (Brasil 6 x 0 Honduras, 2016, masculino)
20s – Janine Beckie (Canadá 2 x 0 Austrália, 2016, feminino)
29s – Peralta (México 2 x 1 Brasil, 2012, masculino)
* Dados desde 1976

Será a quarta decisão olímpica da seleção masculina de futebol, repetindo as campanhas de 1984, 1988 e 2012, esta com o mesmo Neymar presente. Em todas, a prata. Desta vez, em casa, espera-se um desfecho diferente…

Olimpíadas 2016, semifinal: Brasil 6 x 0 Honduras. Foto: Rio 2016/twitter (@Rio2016)

Boxe, a 10ª modalidade dourada do Brasil. Graças a Robson Conceição, no Rio

Final do boxe (peso ligeiro), com Robson Conceição, na Olimpíada 2016. Crédito: Rede Globo/reprodução

O pugilista Robson Conceição conquistou a primeira medalha de ouro da história do boxe brasileiro. Na categoria até 60 quilos, ou “peso ligeiro”, o baiano venceu o francês Oumiha, diante de uma plateia ensandecida na arena do Rio Centro, e colocou a sua modalidade no rol dos esportes com títulos olímpicos do Time Brasil. O boxe tornou-se a 10ª modalidade dourada, numa série iniciada em 1920, com Guilherme Paraense no Tiro, na prova de pistola rápida.

Em 2016, das 42 modalidades instituídas pelo Comitê Olímpico Internacional, o Brasil teve representantes em 39, com o boxe seguindo fase a fase a partir dos socos cruzados, jabs e ganchos de Robson, de 27 anos e em sua terceira Olimpíada. Após eliminações precoces em Beijing e Londres, ele manteve o foco, o sonho. E venceu de forma incontestável as quatro lutas no Rio de Janeiro, com a última já ao vivo em tevê aberta para todo o país.

Até esta jornada, o boxe do país somava quatro medalhas, sendo uma prata e três bronzes. O primeiro pódio foi em 1968, na Cidade do México, com Servílio de Oliveira, terceiro lugar no peso mosca. Desta vez, a bandeira ficou no alto!

Campanha do título olímpico de Robson Conceição em 2016
Oitavas – Anvar Yunusov (Tadjiquistão)
Quartas – Hurshid Tojibaev (Uzbequistão)
Semifinal – Lázaro Álvarez (Cuba)
Decisão – Sofiane Oumiha (França)

Final do boxe (peso ligeiro), com Robson Conceição, na Olimpíada 2016. Crédito: Rede Globo/reprodução

A primeira participação do Brasil na Olimpíada foi em 1920. E já estreou com o ouro. Porém, só voltaria ao degrau mais alto 32 anos depois, com Adhemar Ferreira da Silva. Após o bi no salto triplo, um novo hiato, de 24 anos. A partir de 1980, o ouro tornou-se recorrente, mas sempre em doses homeopáticas. Foram dez edições desde então, com apenas uma Olimpíada em branco, em 2000. Nas últimas quatro o país conquistou títulos olímpicos em modalidades inéditas, duas delas improváveis para o histórico desportivo do país, hipismo e ginástica. O boxe, de Éder Jofre e Popó, não. Esse era, há muito, aguardado…

O primeiro ouro brasileiro em cada modalidade
1º) Tiro – 1920
2º) Atletismo – 1952
3º) Vela – 1980
4º) Judô – 1988
5º) Vôlei – 1992
6º) Vôlei de praia – 1996
7º) Hipismo – 2004
8º) Natação – 2008
9º) Ginástica – 2012
10º) Boxe – 2016

Todas as medalhas de ouro do Time Brasil
1920 – Tiro (1ª)
1952 – Atletismo (1ª)
1956 – Atletismo (2ª)
1980 – Vela (1ª) e Vela (2ª)
1984 – Atletismo (3ª)
1988 – Judô (1ª)
1992 – Judô (2ª) e Vôlei (1ª)
1996 – Vela (3ª), Vela (4ª) e Vôlei de praia (1ª)
2004 – Vela (5ª), Hipismo (1ª), Vela (6ª), Vôlei de praia (2ª) e Vôlei (2ª)
2008 – Atletismo (4ª), Natação (1ª) e Vôlei (3ª)
2012 – Judô (3ª), Ginástica (1ª) e Vôlei (4ª)
2016 – Judô (4ª), Atletismo (5ª) e Boxe (1ª)

Final do boxe (peso ligeiro), com Robson Conceição, na Olimpíada 2016. Crédito: Rede Globo/reprodução

Com time completo, judô emplaca três pódios no Rio. Em 52 anos, 22 medalhas

Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Rafael Silva em ação nos Jogos Olímpicos de 2016. Fotos: Rio 2016/twitter (@rio2016)

Os sete dias de disputas no judô na Arena Carioca renderam três medalhas olímpicas para os brasileiros. Ouro inédito para Rafaela Silva (leve) e bronze com Mayra Aguiar (meio pesado) e Rafael Silva (pesado), que repetiram a terceira colocação em Londres. Há quatro anos, o país subiu quatro vezes no pódio, em seu melhor desempenho. No Rio, esperava-se um rendimento maior, pelo fator casa (importante nos quatros títulos obtidos nos Mundiais de 2007 e 2013) e pelo investimento no ciclo. A modalidade, aliás, era considerada uma das principais fontes de medalhas para o COB, na busca pelo top ten no quadro geral dos Jogos de 2016. Com o time completo, o rendimento de medalhas foi de 21%. Dos outros onze judocas, apenas Erika Miranda e Mariana Silva chegaram a lutar por medalha, com os demais caindo nas fases preliminares.

Em 52 anos de participação, o Brasil conquistou 22 medalhas, sendo 4 ouros, 3 pratas e 15 bronzes. Uma história iniciada por Lhofei Shiozawa, o solitário representante em 1964, em Tóquio, quando o judô entrou no programa olímpico – no Japão, os donos da casa inciaram um domínio absoluto, hoje com 37 ouros. O brasileiro, então com 23 anos, terminou em 5º lugar na categoria até 80 quilos. Depois, os pódios foram recorrentes, começando com o bronze de Chiaki Ishii em 1972, em Munique. A partir de 1984, o judô brasileiro emplacou uma série, ainda vigente, com nove edições presente no pódio.

Naturalmente, a equipe brasileira foi crescendo, técnica e numericamente, com a participação feminina, preenchendo cada vez mais categorias. Até completar, via ranking, a lista de pesagem. Em 2012 e 2016 o Brasil competiu nas 14 categorias, sendo sete masculinas e sete femininas. Que a esperança nos tatames se renove em 2020. Novamente em Tóquio, a meca da arte marcial…

Estatísticas do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos…

Medalhas
1964 – nenhuma (estreia da modalidade)
1968 – não houve disputa
1972 – 1 bronze
1976 – nenhuma
1980 – nenhuma
1984 – 1 prata e 2 bronzes
1988 – 1 ouro
1992 – 1 ouro
1996 – 2 bronzes
2000 – 2 pratas
2004 – 2 bronzes
2008 – 3 bronzes
2012 – 1 ouro e 3 bronzes
2016 – 1 ouro e 2 bronzes

Evolução da delegação brasileira
1964 – 1 judoca
1972 – 2 judocas

(…)
2000 – 12 judocas
2004 – 12 judocas
2008 – 13 judocas
2012 – 14 judocas (time completo)
2016 – 14 judocas (time completo) 

Rendimento de medalhas (pódios x representantes)
2000 – 16%
2004 – 16%
2008 – 23%
2012 – 28%
2016 – 21%

Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Rafael Silva em ação nos Jogos Olímpicos de 2016. Fotos: Rio 2016/twitter (@rio2016)

De 72 horas a 4 mil horas, a evolução da transmissão na TV dos Jogos Olímpicos

Mosaico de transmissão da Olimpíada 2016. Foto: Cassio Zirpoli/DP

Com a transmissão de todas as competições nas 42 modalidades, o Sportv anunciou a “maior cobertura da história da Olimpíada” no Rio de Janeiro. Com 56 canais, sendo 16 na tevê a cabo e 40 na internet, a emissora agendou 100% do evento. Para dar conta, escalou 35 narradores e 110 comentaristas. A oferta ao vivo foi tão intensa que acabou sendo difícil para o telespectador se concentrar em um canal, com “queixas” nas redes sociais. A cobrança deu certo, tanto que, no 6º dia, o Sportv passou disponibilizar um mosaico com 16 canais – até então, os mosaicos contavam com no máximo quatro telas, durante o Campeonato Brasileiro de futebol. Essa macro transmissão contrasta frontalmente com a primeira Olimpíada exibida ao vivo na televisão, há 80 anos.

Em Berlim, no evento-propaganda de Hitler, as principais provas passaram num circuito fechado do governo e em 25 auditórios públicos, com telões especiais. Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), 162.228 pessoas assistiram à transmissão, espalhada em três cidades. Além da capital, Potsdam (a 35 km) e Leipzig (a 189 km) também receberam as imagens, via cabo. A equipe técnica usou 21 câmeras, com tecnologia bem distinta – uma delas tinha 1,82 cm. Na primeira Olimpíada após a Segunda Guerra Mundial, em Londres, em 1948, a transmissão começou efetivamente para as casas. Eram 60 mil aparelhos num raio de 80 quilômetros da cidade-sede. Da abertura ao encerramento foram quase quatro horas diárias, sempre ao vivo em Wembley (não havia videotape), o dobro do planejado pela British Broadcasting Corporation, a BBC.

A exibição dos Jogos deu um grande salto em 1968, na Cidade do México, após a utilização de satélites, quebrando todas as fronteiras. Foram 600 milhões de telespectadores, naquele ano, com alguns países recebendo imagens coloridas. O Brasil só entraria no circuito na edição seguinte, quando a Rede Globo adquiriu os direitos, com Léo Batista lendo os boletins no fim da noite. Em Munique sugiram inovações como slow motion e câmeras debaixo d´água, tendo como astro o norte-americano Mark Spitz, com sete ouros nas piscinas. Após a disputa política nos Jogos de 1980 (boicote capitalista) e 1984 (boicote comunista), os valores dos direitos de transmissão subiram bastante, com vendas separadas, sendo o mercado norte-americano sempre o mais caro. 

A partir de 2001, mesmo com a negociação retalhada, a Olympic Broadcasting Services (OBS) passou a ser a única produtora de imagens. Ligada ao COI, a empresa tornou-se responsável por toda a cobertura oficial dos eventos, descontando entrevistas em zonas mistas. Nesse período, as inovações foram marcadas pela reproduções de imagens (ao vivo) em alta definição, três dimensões e via mobile. Por sinal, a transmissão na internet (celulares, tablets e computadores) passou de 628 milhões de “video streams” em Beijing para 1,5 bilhão em Londres, que recebeu o evento pela terceira vez. 

Evolução até o Rio, num alcance olímpico como nunca se viu…

Evolução da transmissão olímpica na TV
1904 – Primeira gravação, com frames do estádio de Saint Louis no cinema
1936 – Primeira transmissão ao vivo, em circuito fechado para três cidades
1948 – Primeira transmissão ao vivo na tv aberta, para Londres
1956 – Primeira transmissão internacional, com filmes (Europa e EUA)
1960 – Primeira transmissão internacional ao vivo, para 18 países
1964 – Primeira transmissão internacional via satélite (chegou aos EUA)
1968 – Primeira transmissão em cores
1972 – Primeira transmissão para o Brasil
1976 – Primeira transmissão com “cameraman” nas provas
1992 – Primeira vez com pay-pew-view, nos EUA
2004 – Primeira transmissão em alta definição (HD)
2008 – Primeira transmissão em plataformas mobile
2012 – Primeira transmissão ao vivo em 3D
2016 – Primeira transmissão 100% de um canal*
* Através do sinal produzido pela Olympic Broadcasting Services (OBS)

Tempo de exibição (horas acumuladas por canal)
1936 – 72 horas, governo alemão
1948 – 64 horas, BBC (Inglaterra)
1984 – 184 horas, ABC (Estados Unidos)
2000 – 400 horas, NBC (Estados Unidos)
2016 – 4.000 horas, Sportv (Brasil)

Audiência global
1936 – 162 mil
1948 – 500 mil
1968 – 600 milhões
1984 – 2,5 bilhões
1992 – 3,5 bilhões
2000 – 3,6 bilhões
2004 – 3,9 bilhões
2008 – 3,6 bilhões
2012 – 3,6 bilhões

Direitos de transmissão (da maior emissora)
1948 – £ 1.000 (BBC, Inglaterra)
1960 – US$ 394 mil (CBS, Estados Unidos, por videotapes)
1980 – US$ 87 milhões (USSR State TV, União Soviética)
1984 – US$ 225 milhões (ABC, Estados Unidos)
1988 – US$ 398 milhões (NBC, Estados Unidos)
2004 – US$ 793 milhões (NBC, Estados Unidos)

2024-2032 – US$ 7,65 bilhões (NBC, Estados Unidos)