Clássico. Não adianta apontar na véspera uma ampla superioridade técnica, o fator casa, a confiança adquirida. Nada.
Um duelo entre brasileiros e uruguaios valendo nada já é muita coisa no futebol. Valendo uma vaga na decisão de uma Copa… Aí vira guerra.
No Mineirão, com 58 mil pessoas, tivemos a atuação mais tensa da Seleção.
Não houve aquela pressão imposta ao adversário nos primeiros instantes. Desta vez, haveria uma marcação duríssima. E lances emocionantes.
Júlio César espalmando pênalti de Forlán, Fred mostrando oportunismo no finzinho do primeiro tempo, Cavani devolvendo o placar na retomada da partida, catimba, provocação, discussão e várias bolas raspando a trave.
Figa, reza e todo tipo de mandinga da torcida àquela altura…
Aos 41 minutos, num escanteio pela esquerda, novamente com participação direta de Neymar, Paulinho cabeceou para botar a Seleção Brasileira na final de sua própria Copa das Confederações.
Venceu o valente Uruguai por 2 x 1, levando susto até os descontos.
Foi um jogo para ser estudado, com a raça fazendo grande diferença no desenvolvimento de campanhas em torneios de grande porte.
Ao Brasil, a composição com raça, técnica e torcida a favor pode a verdadeira espinha dorsal. Algo esperado para 2014.
Antes, uma passagem no Maracanã. Na prévia do sonho.
Em busca do tetracampeonato das Confederações. Da aura vencedora…
O velho clássico entre brasileiros e uruguaios volta a acontecer numa disputa eliminatória. Já foi final de Copa do Mundo, em 1950, de cinco edições da Copa América, 1919, 1983, 1989, 1995 e 1999, e de outras tantas semifinais.
Como nesta quarta, no renovado Mineirão, valendo uma vaga na decisão da Copa das Confederações. Apesar da tradicional rixa desde a Cisplatina, no Brasil os duelos vêm sendo bem favoráveis à Seleção.
O Brasil não perde do Uruguai no país desde 25 de novembro de 1992.
Era o primeiro jogo da Canarinha no interior do Nordeste. O estádio Amigão, em Campina Grande, recebeu o amistoso com vitória celeste por 2 x 1.
O Brasil entrou em campo com: Gilmar; Luís Carlos Winck, Válber, Ronaldão e Roberto Carlos; César Sampaio, Júnior, Raí e Zinho; Edmundo e Evair.
Aquela foi a primeira e última apresentação da Seleção no interior da região.
Após quase duas décadas, enfim sul-americanos e europeus voltarão a decidir o título da Copa das Confederações. Brasileiros, italianos, espanhóis e uruguaios confirmaram o amplo favoritismo na fase de grupos e seguem na disputa pela taça da 9ª edição da competição, em solo brasileiro.
As duas escolas mais tradicionais só estiveram numa final, em 1995, quando a Dinamarca venceu a Argentina por 2 x 0 na então chamada Copa Rei Fahd. Neste ano teremos o eterno clássico de 1950 e um revival da última Euro. Há uma clara diferença técnica, da Espanha ao Uruguai, mas com um quarteto campeão mundial não há garantia nas previsões da bola. Eis a análise do blog.
Semifinais
26/06 – Brasil x Uruguai (Mineirão, 16h)
27/06 – Espanha x Itália (Castelão, 16h)
A final será realizada em 30 de junho, no Maracanã.
Confira as história de uma semifinal com quatro campeões mundiais aqui.
A Seleção Brasileira é um time em formação há várias temporadas. Desde 2010 o Brasil busca uma equipe ideal. Felipão parece ter dado essa cara. Alguns jogadores ainda são alvos de contestação, mas a espinha dorsal da próxima Copa está formada. O ótimo desempenho de Neymar é vital para este encaixe, além do apoio das arquibancadas, que realmente vem fazendo a diferença até aqui, com 100% e um ataque avassalador. Na defesa, Thiago Silva, absoluto, e David Luiz fecharam o setor.
Líder do grupo A – 3 jogos, 3 vitórias, 9 GP, 2 GC
Brasil 3 x 0 Japão
Brasil 2 x 0 México
Brasil 4 x 2 Itália
7ª participação no torneio
Melhor campanha: campeão (1997, 2005 e 2009)
A semifinal no Mundial 2010 e o título da Copa América em 2011 reergueram o futebol do Uruguai. No entanto, o time começa a sentir o desgaste da idade. Diego Forlán, de 34 anos, com 100 jogos pela seleção, é o principal exemplo. Está sem seu ciclo final no time de Tabárez. A equipe também carece de um articulador. Seu meio-campo é formado basicamente por destruidores. Na frente, Luis Suarez e Cavani vêm recebendo poucas bolas.
Segundo lugar do grupo B – 3 jogos, 2 vitórias, 1 derrota, 11 GP, 3 GC
Uruguai 1 x 2 Espanha
Uruguai 2 x 1 Nigéria
Uruguai 8 x 0 Taiti
2ª participação no torneio
Melhor campanha: 4º lugar (1997)
A Fúria chegou como favorita e não teve trabalho algum para ratificar o status na primeira fase, controlando a bola como sempre, com no mínimo 60% de posse. Iniesta aparece como a principal apoiador da Espanha. Inteligente, o meia do Barça tem um passe certeiro. Na frente, apesar da falta pressa em alguns momentos para definir, conta com Torres, David Villa e Soldado, num revezamento na escalação de Del Bosque.
Líder do grupo B – 3 jogos, 3 vitórias, 15 GP, 1 GC
Espanha 2 x 1 Uruguai
Espanha 10 x 0 Taiti
Espanha 3 x 0 Nigéria
2ª participação no torneio
Melhor campanha: 3º lugar (2009)
Os italianos mudaram a sua característica histórica. Nada de ferrolhos e contragolpes. A nova Itália sai para o jogo e marca muitos gols, apesar de mostrar um certo desordenamento em alguns momentos do jogo – o que vem resultando na mesma quantidade de gols sofridos. O técnico Prandelli gosta de ter Balotelli mais isolado à frente, com o meio-campo chegando com força. Andrea Pirlo, desfalque na terceira rodada, é peça imprescindível para a semi. A Azzurra conta com ele.
Segundo lugar do grupo A – 3 jogos, 2 vitórias, 1 derrota, 8 GP, 8 GC
Itália 2 x 1 México
Itália 4 x 3 Japão
Itália 2 x 4 Brasil
2ª participação no torneio
Melhor campanha: fase de grupos (2009)
A definição da fase decisiva da Copa das Confederações de 2013 promoveu uma composição histórica entre os semifinalistas do segundo torneio mais importante organizado pela Fifa. Em toda a história, esta é apenas a terceira vez em uma disputa senior reúne quatro campeões do mundo na semifinal.
Mundial, Copa das Confederações, Olimpíada, Eurocopa, Copa América etc.
Anteriormente, apenas os Mundiais de 1970 (Brasil, Itália, Alemanha e Uruguai) e 1990 (Alemanha, Argentina, Itália e Inglaterra) tiveram este contexto. Mas não é só isso. No evento teste em vigor, brasileiros, italianos, uruguaios e espanhóis somam 12 conquistas mundiais, no maior número já visto de taças agregadas.
A marca passada também foi estabalecida na Copa das Confederações, em 2005, com o penta Brasil, a tri Alemanha e a bi Argentina, somando dez títulos.
Desta vez, o penta Brasil, a tetra Itália, o bi Uruguai e a atual campeã Espanha.
Títulos mundiais em campo: 1930, 1934, 1938, 1950, 1958, 1962, 1970, 1982, 1994, 2002, 2006 e 2010.
Haja tradição em campo…
Sobre conquistas na Copa das Confederações, em sua 9ª edição, apenas a Seleção já levou o torneio, e em três oportunidades.
Na estreia contra o Japão, Neymar acertou de primeira de fora da área e mandou no ângulo. Também no comecinho do jogo contra os mexicanos, nova finalização de prima. Outro golaço. E a série continua…
Encerrando a primeira fase da Copa das Confederações, agora na Fonte Nova, contra a Itália, uma belíssima cobrança de falta, no ângulo de Buffon. Foi o segundo gol brasileiro numa tarde inspirada. Vitória por 4 x 2, consolidando o bom futebol e a liderança do grupo A do evento teste no país.
No calor baiano neste sábado, a Canarinha não abriu mão do ataque. Mas o primeiro gol saiu só no finzinho do primeiro tempo, com Dante. Fred, ao seu estilo, brigador e com chutes certeiros, também mandou para as redes, num jogo no qual a Seleção continuou a progressão técnica.
O time comandado por Felipão chegou a abrir dois gols de vantagem aos 21 minutos da etapa final, mas a valente Azzurra, mesmo sem Pirlo, reagiu e pressionou nos dez minutos finais, com pelo menos dois lances de perigo.
As jogadas europeias deixaram a Canarinha mais alerta, aumentando de novo a pegada em campo. E Fred, em branco até esta tarde, fechou a conta, mostrando o velho poder de fogo na grande área.
Foi uma grande vitória da Seleção, até porque marcar quatro gols na Itália, em qualquer situação, é algo assombroso. Não foi assim com a Espanha na final da Euro no ano passado? Pois é. Num grupo respeitável, sem o Taiti para turbinar a estatística, o Brasil venceu os três jogos e marcou nove gols…
O aguardado pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em rede nacional sobre as manifestações no país, na noite desta sexta, durou sete minutos.
Falou sobre mobilidade, saúde e prometeu receber os líderes dos movimentos.
Garantiu o uso da verba do petróleo na educação. Um ganho. A presidente citou que o enorme gasto com estádios foi “fruto de financiamentos e será pago”.
“Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal.”
Contudo, não parece tão simples o pagamento desta conta bilionária, através das empresas e governos que irão explorar os estádios. Sobre o Mundial, ela sequer cogitou a não realização do maior torneio de futebol no país em 2014.
No fim, provavelmente pelas manifestações batendo nas portas das arenas em plena Copa das Confederações, Dilma fez um apelo.
“O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes. O futebol e o esporte são símbolos de paz e convivência pacífica entre os povos. O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa.”
Qual é a sua opinião sobre a declaração da presidente em relação à Copa?
A exibição da partida entre brasileiros e mexicanos num telão na Arena Pernambuco e os incessantes pedidos da organização para que o público chegasse cedo, evitando o tumulto do domingo, criou uma atmosfera diferente no estádio nesta quarta.
Assim como primeiro jogo em São Lourenço da Mata, muitos vestiram a camisa verde e amarela num dia sem o Brasil em campo, oficialmente. Contudo, com o gramado vazio, os olhos se voltaram para os dois telões de LED do moderno estádio, com 77,4 metros quadrados cada.
Olhos atentos e comportamento semelhante ao de um jogo “in loco”. Com aplausos, “uhhh” a cada bola raspando a trave e vibração no golaço de Neymar, lá no Castelão, em Fortaleza.
A transmissão da partida foi uma reprodução da Rede Globo, com narração de Galvão Bueno – num potente sistema de som da arena -, devido ao contrato de licenciamento da emissora. Mas como a Fifa também tem seus contratos, no intervalo do jogo o sinal foi cortado, voltando apenas após o reinício…
Tempo para a arquibancada da Arena apanhar ainda mais gente torcendo pelo Brasil, mesmo a 788 quilômetros de distância do verdadeiro campo de jogo…
No fim, um barulho daqueles na jogadaça de Neymar para o 2 x 0.