Que o sono não resulte em volta olímpica alheia

Superclássico das Américas 2011: Argentina 0 x 0 Brasil. Foto: CBF/divulgação

Foi sonolento demais. Em vários momentos, um jogo realmente chato.

Por ser um duelo do quilate de Argentina x Brasil, o torcedor lutou para se manter acordado, na expectativa de um bom futebol.

Tendo na linha ofensiva Ronaldinho, Neymar, Leandro Damião, a esperança era até real, ainda mais com a zaga dos hermanos, com os pesados Desábato e Sebá.

Mas nada aconteceu na interminável noite desta quarta-feira, em Córdoba, no moderno estádio Mario Kempes, um dos principais palcos da última Copa América.

Damião, artilheiro do país na temporada, ainda acertou a trave duas vezes, mas o insosso empate em 0 x 0 permaneceu sem ser ameaçado.

Os dois times caseiros – sem os atletas “estrangeiros” – não fizeram por onde. O nível técnico foi bem abaixo do histórico duelo, marcado por grandes jogos.

Assim, o título da primeira edição do Superclássico das Américas segue aberto.

O jogo de volta do confronto será no dia 28 deste mês, no estádio Mangueirão, em Belém. Quem vencer, levanta troféu. Qualquer empate leva para os pênaltis.

Para Mano Menezes, ver a seleção argentina dando a volta olímpica em solo brasileiro pode ser a gota d’água. Até porque o projeto de 2014 visa exatamente o contrário…

Superclássico das Américas 2011: Argentina 0 x 0 Brasil. Foto: CBF/divulgação

Superlogotipo da rivalidade

Eis o logotipo oficial do Superclássico das Américas, o novo torneio envolvendo apenas as seleções de futebol de Brasil e Argentina. A disputa já tem até conta no Twitter.

Elementos brasileiros e argentinos misturados em uma nova marca. Aprovada?

O torneio está confirmado para as próximas oito temporadas, sempre em setembro.

Saiba mais sobre a reedição da antiga Copa Roca clicando aqui.

Superclássico das Américas

Alejo Julio Roca vive em 2011

Copa Roca: Brasil x Argentina

Quase centenária, a rivalidade entre Brasil e Argentina começou pra valer em 1914.

A Copa Roca, com suas inúmeras batalhas de futebol, foi uma homenagem a Alejo Julio Argentino Roca Paz, ex-ministro dos hermanos.

A primeira edição, em 27 de setembro, com vitória verde e amarela por 1 x 0, aconteceu pouco antes da morte do militar e político Julio Roca, em 19 de outubro, aos 71 anos.

Nesta quarta-feira, os rivais voltam a se enfrentar numa disputa em ida e volta, agora rebatizada de Superclássico das Américas.

Agora, o primeiro jogo será em solo argentino, na cidade de Córdoba, no belíssimo estádio Mario Kempes. A volta será no Mangueirão, em Belém, no dia 28 de setembro.

A disputa encerra um hiato de 35 anos desde a última Copa Roca.

Ao todo, foram oito títulos brasileiros (1914, 1922, 1945, 1957, 1960, 1963, 1971 e 1976) e quatro dos hermanos (1923, 1939, 1940 e 1971). No retrospecto, 11 vitórias do Brasil, 9 da Argentina e 3 empates. Confira a lista de partidas clicando aqui.

A partir de agora, a “Copa Roca” será anual, apenas com jogadores que atuem nos respectivos países. Jogando a Série A, cresce a chance de ceder jogadores à Seleção.

Enganando na Seleção

Amistoso 2011: Brasil 1x0 Gana. Foto: CBF/divulgação

Em um estádio acanhado, sem nexo algum com a Seleção Brasileira, o time comandado por Mano Menezes venceu Gana pelo econômico placar de 1 x 0.

De positivo em uma tarde sem muitas emoções, o Brasil teve a presença de área de Leandro Damião, o atacante colorado com o retrospecto de 36 gols na temporada, o lateral-esquerdo Marcelo, mostrando o mesmo potencial visto no Real Madrid, e, quem diria, o meia Ronaldinho Gaúcho, outrora o melhor do mundo.

Um alento nesta segunda-feira, mas nada do outro mundo…

O Brasil jogou praticamente com quatro atacantes. Algo que não conseguiu diante de times mais fortes tecnicamente, como Alemanha, França e Argentina.

O jogo era mesmo para salvar a pele de Mano no comando técnico. Porém, a vitória pouco convincente só mostra que o problema está longe da solução tática.

Resta, então, esperar pelo próximo amistoso na Inglaterra, inclusive em estádios onde nem mesmo o English Team tem a coragem de pisar.

No campo do Fulham, em Londres, a seleção inglesa só atuou uma vez, no distante ano de 1907, no empate em 1 x 1 com o País de Gales.

Algo está errado na Seleção, no comando técnico e administrativo…

Amistoso 2011: Brasil 1x0 Gana. Foto: CBF/divulgação

Artilharia intacta de Ronaldinho

Ronaldinho Gaúcho chega em Londres para jogo do Brasil em 2011. Foto: CBF/divulgação

De fato e de direito, Ronaldinho Gaúcho está de volta à Seleção Brasileira.

O meia de 31 anos acaba de se apresentar na capital inglesa, Londres, onde a Canarinha enfrentará Gana, em um amistoso, em 5 de setembro, no estádio do Fulham.

O craque do Flamengo volta ao escrete com status de artilheiro entre o convocados.

Foram 34 gols nos 93 jogos realizados, com 6.478 minutos em campo com o uniforme do Brasil. Ao todo, ele soma 110 convocações.

Experiência? Tem. Técnica? Ainda mais. Resta saber o comprometimento…

Em convocações, jogos e minutos em campo, Ronaldinho só fica atrás do zagueiro e capitão Lúcio, com 132, 106 e 9.230, respectivamente.

Veja o perfil dos convocados de Mano para a partida, com esses números, clicando aqui.

O que você acha da volta de Ronaldinho à Seleção? Tem fôlego para 2014?

Copa do Mundo 2006: Brasil 1 x 0 Croácia, com Ronaldinho Gaúcho em ação. Foto: Fifa/divulgação

ATP Fifa

Ranking da Fifa 1993/2011. Crédito: Erandi Moreira/Diario de Pernambuco

Confira um levantamento realizado pelo blog com todas as 217 atualizações mensais do complexo do ranking da Fifa, entre agosto de 1993 e agosto de 2011.

Sete países já conseguiram liderar a lista máxima do futebol.

A última lista foi divulgada nesta quarta, tendo a Holanda como novidade no 1º lugar.

Veja todas as lideranças do ranking em uma resolução maior clicando aqui.

Amizade mais que renovada até segunda ordem

Convite da FPF à CBF para o amistoso Brasil x Gana. Crédito: FPF/divulgação

Trata-se de uma relação cada vez mais estreita.

Os presidentes da FPF, Carlos Alberto Oliveira, e da CBF, Ricardo Teixeira, passaram 14 anos afastados politicamente. Carlos Alberto chegou a lançar à sua candidatura à CBF.

O longo hiato é simbolizado pela ausência da Seleção Brasileira no Recife, justamente neste período, entre o amistoso com a Polônia em 19 de junho de 1995 e o duelo contra o Paraguai, em 10 de junho de 2009, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Vitória por 2 x 1 nos dois jogos. Alegria na arquibancada e rompimento fora dela. A punição mais clara ao futebol do estado foi mesmo a distância da Seleção Brasileira.

Aos poucos, o contato não só voltou, como vem ocorrendo de forma pública…

Em junho, Carlos Alberto Oliveira foi convidado pelo mandatário da CBF para chefiar a delegação brasileira durante o 61º Congresso da Fifa, marcado pela eleição presidencial.

Representando o Brasil, Carlos Alberto confirmou o voto em Joseph Blatter.

Agora, novo convite. Desta vez para presidir a delegação nacional no amistoso contra Gana, em 5 de setembro, em Londres.

Destaque para a frase final do ofício encaminhado à sede da FPF.

“Aproveito o ensejo para renovar a vossa senhoria meus protestos de elevada estima e distinta consideração.”

O que representa essa reaproximação de fato? Política, política, política…

Nova dinastia sem coroa

Seleção da Holanda. Foto: Fifa/divulgação

Criado em agosto de 1993, o ranking de seleções elaborado pela Fifa sempre foi marcado por contestações, devido ao complicadíssimo sistema de pontuação com os 206 times.

Só para citar alguns: variação de pontos de acordo com o adversário, o tipo da partida (amistoso, torneio – continental ou mundial), o período do jogo (considerando os últimos oito anos, decrescendo, claro), relação pelo número de partidas com o nível dos confrontos, bônus, por resultados fora de casa etc.

Assim, em agosto de 2011, 18 anos depois, a Holanda torna-se o 7º país a alcançar a liderança. O time laranja chega ao topo do ranking da Fifa sem jamais ter chegado no topo de um Mundial. Os holandeses somam três vices (1974, 1978 e 2010).

Antes, considerando a primeira vez, chegaram lá Alemanha (08/1993), Brasil (09/1993), Itália (11/1993), França (05/2001), Argentina (03/2007, Espanha (07/2008).

A Fúria também chegou ao topo do reinado da bola sem a coroa, mas dois anos depois conseguiu erguer a sua Copa do Mundo, já com sangue azul.

Como curiosidade, confira a pior posição de cada um dos países que já lideraram.

França: 27º (09/2010); Espanha: 25º (03/1998); Holanda: 25º (02/1998); Alemanha: 22º (03/2006); Brasil: 8º (08/1993); Itália: 16º (05/1994); Argentina: 24º (08/1996).

Nota-se que o Brasil é o único Top Ten da história… Resta saber até quando.

Dois campeões mundiais jamais ficaram na liderança do ranking oficial. O máximo que a Inglaterra conseguiu foi repetir, agora, o 4º de dezembro de 1997. A posição mais baixa do English Team foi a 27ª posição em fevereiro de 1996.

Já o Uruguai deu um grande salto após a conquista da Copa América. A Celeste aparece na 5ª posição, sua melhor escalada na história da lista da Fifa. Por outro lado, entre os campeões, apresenta a pior queda com um vexatório 76º lugar em dezembro de 1998.

A Fifa tenta explicar o ranking, em inglês, com duas opções: básica e complexa.

Caro para quem não pode, barato para quem não quer

Amistoso 2011: Brasil x Gana, em Londres. Preços dos ingressos

No gráfico, todos os preços para o amistoso Brasil x Gana, em 5 de setembro, no acanhado estádio Fullham, em Londres.

São apenas 25.700 lugares.

Teoricamente, com a lei da oferta e da procura, considerando o pequeno número de bilhetes à disposição, os preços deveriam ser altíssimos.

Não é exatamente o que acontece…

Os valores variam entre 15 libras (geral para menores de 16 anos) e 30 libras esterlinas, a tradicional moeda inglesa. Convertendo, respectivamente: R$ 39,50 e R$ 79.

Esse amistoso será o 10º jogo do Brasil em Londres desde 2006. Na maioria deles os estádios não tiveram a sua capacidade máxima ocupada.

Paralelamente a isso…

Nos últimos 16 anos, a Seleção Brasileira só atuou uma vez no Recife, em 2009.

Na ocasião, no duelo contra o Paraguai, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, foram 56 mil ingressos à venda no Arruda. Os preços variaram entre R$ 50 (anel superior) e R$ 250 (cadeiras). Todas as entradas foram vendidas, é bom lembrar.

Neste caso, a lei citada acima pode ser aplicada, pois o Brasil da CBF está sempre perambulando na Inglaterra, em jogos relacionados com seus patrocinadores.

Nessa lógica, fica visível a punição ao torcedor brasileiro… Vê pouco e paga caro.

E o Oscar vai para o… Brasil. Com o troféu

Mundial Sub 20: Brasil 3 x 2 Portugal, na final. Foto: Fifa/divulgação

Uma das principais queixas em relação à Seleção Brasileira é a falta de identificação da equipe junto à torcida, associada a uma falta gritante de comprometimento.

No embalo do fiasco na última Copa América, os brasileiros começaram a acompanhar de forma tímida o Mundial Sub 20, na Colômbia.

Lá, a presença da base dos clubes brasileiros, sob o comando de Ney Franco.

E o Brasil foi avançando no torneio. Novos nomes foram surgindo – entre eles, “Negueba” – e a torcida aumentou. Passou a verificar até os horários dos confrontos.

Como no duelo dificílimo contra a Espanha, no seguro triunfo contra os mexicanos e, sobretudo, na agônica decisão contra os portugueses. Todos diante da TV.

Ou quase isso… No desfecho, um horário indigesto: 22h do sábado.

Obviamente, muita gente não assistiu. Festas, shows, cinema, descanso etc.

Mas teve o outro lado da moeda. Nos bares do Recife, televisões sintonizadas na transmissão direto de Bogotá, com uma possível redenção do futebol brasileiro – ou, no mínimo, um alento. O blog acompanhou o jogo em um desses locais.

Foi bacana ver a mistura de alegria e decepção dos torcedores presentes, tamanha a reviravolta da partida, com duas viradas. Sinal de que ninguém estava indiferente.

O meia Oscar marcou todos os gols da vitória por 3 x 2, com direito a um golaço na prorrogação, garantindo o pentacampeonato mundial do país na categoria.

Com os chopes chegando nas mesas a todo momento, o papo após os 120 minutos era de que “esse time é o verdadeiro Brasil”. Não, não é.

Porém, a determinação do time Sub 20 demonstrada nesta campanha é um exemplo.

Um brinde ao quinto triunfo! Outro brinde à raça.

Mundial Sub 20: Brasil 3 x 2 Portugal, na final. Foto: Fifa/divulgação