46 erros

Álbum oficial da Copa do Mundo de 2010Por mais que as informações sobre todos os jogadores estejam disponíveis na internet, e com certa facilidade, a graça de colecionar figurinhas ainda existe.

O álbum oficial da Copa do Mundo foi um sucesso de vendas, invadindo todas as escolas, com meninos e meninas. Adultos também entraram na onda, gastando um bom cash.

Mas, como se sabe, o álbum de 2010 da Panini saiu bem antes do anúncio dos 736 jogadores convocados pelas 32 seleções que vão disputar o Mundial. Assim, saíram alguns erros curiosos no álbum.

Na verdade, foram 46 erros! 😯

Somente do Brasil foram 3: Adriano, Ronaldinho e André Santos. Outros famosos ficaram de fora, como o inlgês Beckham, o francês Benzema e o argentino Cambiasso.

É mais fácil colecionar, então, o álbum virtual da Fifa… Clique AQUI.

Era uma vez a Era Dunga

* Por Lucas Fitipaldi

O dia 11 de maio de 2010 foi um marco na retomada do futebol brasileiro. Às 13h, o Brasil digeriu desconfiado os 23 nomes escolhidos para vestir o manto canarinho na África. Nada de Ganso, Neymar ou Ronaldinho Gaúcho. Fim da esperança.

De volta para o futuroA convocação da Seleção para a Copa de 2010 foi um claro recado do comandante Dunga, submerso em jargões prontos para justificar suas escolhas. Lemas como coerência, comprometimento e lealdade foram usados como escudo. Para proteger um grupo desprovido de talento, mas até então vencedor. Campeão da Copa América e da Copa das Confederações. Primeiro lugar nas eliminatórias, carrasco da Argentina. A Copa, no entanto, pedia mais…

Na África do Sul, o Mundial clamou pelo talento do futebol brasileiro. Em falta. Naquele trágico anúncio no hotel Windsor, Dunga escancarou seu alto apreço pelo tal comprometimento. E desapego à arte. A arte de improvisar.

Faltou a alma pura dos meninos Neymar e Ganso na África. O futebol bem jogado, a habilidade, a magia verde e amarela. Nossa principal matéria prima fez falta. Diferentemente de 94, quando Parreira se viu sem alternativa, a safra 2010 tinha talento a oferecer A derrota na África era assim uma morte anunciada. Era e foi. Uma lição aos pragmáticos, ferrenhos críticos da geração Telê Santana.

Ficou provado que futebol força sustentado na marcação não é condição de triunfo, como imaginavam alguns. A arte da Espanha sobrepôs o esquema previsível de Dunga nas oitavas-de-final. O Brasil voltou pra casa mais cedo. E a genuína arte, a brasileira, exigiu passagem no alto comando da Seleção.

No dia primeiro de julho de 2010, Dorival Júnior foi anunciado como novo comandante. Sua missão? Resgatar o verdadeiro futebol brasileiro. O projeto 2014 tinha um único objetivo: dar o troco na Argentina de Messi, campeã com beleza e justiça na África do Sul. De imediato, novas caras na primeira convocação. Com a chegada de Neymar, Ganso e Alexandre Pato, o apelo popular enfim foi atendido. Começava, na prática, a retomada. E como fez gosto acompanhá-la.

Pra encurtar a história neste chuvoso 11 de maio de 2054, o último ato, a redenção do nosso autêntico futebol havia mesmo de ser daquela maneira. Naquele exato palco, diante daquele exato adversário: 4 x 1 incontestável em cima da Argentina de Messi. Gols de Neymar e Ganso, dois pra cada. Era o adeus ao sonhado tetra hermano. Sonhado por eles, é claro. O gol de Messi logo no início foi o único consolo. Chegou a aterrorizar a massa com a possibilidade de outro Maracanazo.

Cutucou os fantasmas de 50 e incitou os pragmáticos de plantão. Mas era dia de fazer as pazes com a justiça. O ousado, paciente e educado Dorival Júnior fora enfim coroado. Ciente da responsabilidade, teve todo mérito naquela retomada. O mérito de saber escalar. Hoje, tenho certeza: a sexta taça foi um marco. A confirmação da nossa identidade. Sem ela, não teríamos chegado ao deca de maneira tão bela. Faz 40 anos. Mas parece que foi ontem.

* Lucas Fitipaldi é repórter do Diario e colaborador do blog

Pragmatismo a serviço do hexa

Diario de Pernambuco: 12/05/2010

Dunga preza pelo pragmatismo dos resultados. Preza por comprometimento, coerência e lealdade. Despreza a arte. O Brasil digeriu desconfiado os 23 nomes que vão vestir o manto verde e amarelo na África do Sul. Nada de Ganso, Neymar ou Ronaldinho. A Seleção vai à Copa com a cara do comandante. Fracassada em 90, glorificada em 94.

Gilberto Silva, Josué, Felipe Melo, Ramires, Kléberson, Elano, Júlio Baptista e Kaká preenchem as oito vagas do meio-campo. Quatro volantes, três quase volantes e um único meia criativo. No ataque, Grafite foi o escolhido para substituir Adriano. A única surpresa de fato. O técnico resolveu apostar na sua tropa fiel. Vencedora. Campeã da Copa América e da Copa das Confederações.

Acima, o texto escrito pelo repórter Lucas Fitipaldi e que está na capa do Diario de Pernambuco desta quarta-feira

A edição traz toda a repercussão da polêmica convocação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2010 (veja AQUI). No DP, um posicionamento crítico sobre o time, tentando compreender as razões do treinador e o sentimento da torcida.

De fato, vale ressaltar que o elenco é fiel ao perfil do treinador, que prioriza o grupo acima de tudo. Mas esse pensamento ultrapassou todos os limites. Inclusive aquele que é primordial em uma Copa. A técnica…

Deixar Ronaldinho Gaúcho e Paulo Henrique Ganso fora da lista foi demais. Principalmente com 7 volantes entre os 8 meio-campistas anunciados por Dunga.

Mas a torcida vai existir, sempre. Com esses 23 nomes, o sonho do do hexa.

Arte: Bosco/DP

Produção pré-convocação

Copa do Mundo de 2010: Nilmar, Robinho, Maicon e Luís FabianoEm questão de minutos, logo após a divulgação nesta terça-feira da lista com os 23 nomes convocados por Dunga para a Seleção Brasileira, a Nike postou um vídeo na internet com o depoimento de quatro jogadores que estarão na África do Sul.

Coincidentemente, os quatro craques presentes no vídeo são patrocinados pela empresa de material esportivo: Nilmar, Robinho, Maicon e Luís Fabiano.

Na Copa do Mundo, até os atletas patrocinados por outras marcas (Adidas, Puma, Lotto, Diadora etc) terão que usar, obviamente, o uniforme da Nike. Apenas a chuteira (o material de “trabalho”) é de livre escolha. Ou contrato…

No fim do vídeo, o quarteto manda o recado para a torcida: “Tamo junto”.

A confiança dos atletas sobre a presença na lista do técnico Dunga para o Mundial de 2010 era realmente grande. Produção caprichada!

Veja mais sobre o Nike Futebol AQUI.

Conexão Brasil/África do Sul

Avião da Seleção na Copa 2010

O avião acima será o transporte oficial da Seleção na Copa do Mundo de 2010. Do Brasil para a África do Sul, além das conexões entre os jogos no país do Mundial.

Trata-se de um Airbus A330, da TAM, com capacidade para 219 passageiros, sendo 40 na classe executiva e outros 179 na classe econômica.

Visando o Mundial, o avião  foi totalmente customizado pela companhia aérea – que é a patrocinadora e transportadora oficial da Seleção desde 2007. Além disso, mais de 300 mensagens de torcedores que participaram de uma promoção da TAM serão escritas na fuselagem da aeronave (veja AQUI).

Os 23 “passageiros especiais” serão anunciados por Dunga nesta terça-feira. O primeiro voo será em 22 de maio, rumo a Curitiba, na fase inicial de treinamentos.

No dia 26, o voo para Joanesburgo. Embarcando para o hexa. É o objetivo…

Em tempo: o bico do avião foi pintado com uma bola com o mesmo modelo utilizado na Copa de 1970. O ano do tri, no México.

Copa da Arte

Copa do Mundo de 1986: Argentina 2 x 1 Inglaterra

O argentino Germán Aczel recontou a história das Copas do Mundo em caricaturas.

De 1930 até a prévia de 2010. São momentos marcantes, como a descrição do gol uruguaio na final de 1950, no Maracanã, o passo a passo de Maradona arrancando antes da linha do meio-campo para fazer o gol mais bonito da história dos Mundiais, em 1986 (acima), e  a recente cabeçada de Zidane no italiano Materazzi.

Copa do Mundo de 1970: Brasil 4 x 1 ItáliaÉ claro que o Brasil também foi bem reproduzido, com Pelé abraçado com Jairzinho após o gol na final de 1970, na goleada por 4 x 1 sobre a Itália. Além do escrete 1958, entre outros capítulos históricos…

Todas essas caricaturas estão reunidas no livro World Cup 1930 -2010, publicado pela britânica SportsBooks. Veja algumas dessas caricaturas no página de Germán no Flickr clicando AQUI.

Curiosidade: Aczel começou a desenhar no colégio, quando reproduzia as jogadas do Boca Juniors, o seu time do coração.

Messi, Cristiano Ronaldo, Ballack e outras feras da atualidade (prontos para 2010) já estão lá.

Post com a colaboração de Luzonaldo Júnior

A Copa do Mundo na sua estante

Bolas da Copa do Mundo entre 1970 e 2006

As bolas oficiais da Copa do Mundo sempre são cercadas de expectativa antes da competição. Historicamente, o novo modelo traz inovações que marcam o futebol nos anos seguintes. E são economicamente bem rentáveis.

Fornecedora oficial da bola da Copa do Mundo desde 1970, a empresa alemã Adidas já lançou a Jabulani para a edição de 2010 (veja AQUI).

Paralelamente a isso, a Adidas também voltou no tempo e lançou um kit com 10 minibolas (de 250 gramas cada) que são réplicas das redondas usadas em todos os Mundias desde 1970 (acima). Pra ficar na estante…

O formato clássico de 70, com 32 gomos, serviu para ajudar na transmissão das partidas pela TV, já que as maioria dos aparelhos geravam imagens em preto e branco.

Abaixo, os nomes das bolas dos Mundiais.

Copa do Mundo1970 – Telstar
1974 – Telstar
1978 – Tango River Plate
1982 – Tango
1986 – Tango España
1990 – Etrusco Unico
1994 – Questra
1998 – Tricolore
2002 – Fevernova
2006 – Teamgeist

Gostou da ideia? Já é possível encontrar o kit no Recife. É um presente e tanto para quem curte futebol. Porém, as minibolas não são vendidas separadamente… O preço do kit é um “pouco” salgado.

R$ 500. 😯

2014, no papel // 2022, construído

Jornal da Câmara dos DeputadosResquício da breve passagem em Brasília. Mas não menos importante.

Na visita ao Congresso Nacional, peguei um exemplar do Jornal da Câmara, que informa o movimento da casa. Quase todo…

Na capa da edição desta semana (que vence justamente nesta sexta-feira), a notícia de que metade (repito: metade) dos estádios da Copa do Mundo de 2014 vão atrasar novamente o início das obras.

A Fifa perdeu a paciência e cravou o dia 3 de maio como último prazo para o início. As 12 subsedes (com projetos revistos, licitações arrastadas etc) correm para aliviar a data.

Em Pernambuco, a Comissão da Copa quer uma semana de crédito, até 10 de maio.

A reportagem, cuja fonte é o presidente da subcomissão que fiscaliza a organização do Mundial, deputado Silvio Torres (PSDB-SP), não cita quais são os estádios. Por que…?!

Mas a matéria do Jornal da Câmara dá algumas dicas:

Vão começar em 3 de maio: Amazonas e Mato Grosso.
Vão atrasar: São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.

Abaixo, um vídeo com os estádios que poderão ser utilizados pelos Estados Unidos, que concorrem para sediar a Copa do Mundo (2018 ou 2022). Detalhe: todas as arenas já estão prontas e têm capacidade acima de 60 mil pessoas. Sem mais! A decisão da Fifa sobre as duas sedes será anunciada em dezembro deste ano.

Invencível

Maradona, Pelé e Zidane numa campanha da Louis Vuitton

A foto acima foi tirada neste ano, no Café Maravillas, em Madri.

Três gênios do futebol. Três gerações distintas. Três nações.

Maradona e a sua estupenda Copa do Mundo de 1986, Pelé e o seu reinado eterno e Zidane com a mística de ter derrubado a Seleção Brasileira duas vezes no Mundial.

Todos eles reunidos em uma mesa de totó… 😯

Dá pra imaginar que não foi fácil reunir esse trio. Deu bastante trabalho. A Copa do Mundo – a “casa” deles – ajudou, e a Louis Vuitton conseguiu.

Após muitos telefonemas, a luxuosa marca francesa estampa Pelé, Maradona e Zidane em sua nova campanha publicitária (saiba mais AQUI).

O nome da campanha? Valores essenciais.

Uma foto inquietante. Esse time seria invencível.

Mas vale uma ressalva… A foto aconteceu no mesmo dia, mas não teria sido ao mesmo tempo (veja AQUI)! Especula-se que Maradona se atrasou (“apenas” 4 horas) e que a fotógrafa Annie Leibovitz teve que se virar para montar essa cena espetacular. Será?!

De fato, um time que ficou na imaginação. De qualquer apaixonado pelo bom futebol!

A minha tragédia de Sarriá

Copa do Mundo de 1982: Brasil 2 x 3 Itália

Por Lucas Fitipaldi*

Viajei no tempo na noite de terça-feira. Encontrei-me com Sócrates, Falcão, Éder, Júnior, Leandro e todos aqueles cracaços da mágica Seleção Brasileira comandada pelo mestre Telê Santana na Copa de 1982. Encontrei-me principalmente com Zico. Dei de cara com Paolo Rossi.

Foram pouco mais de 90 minutos diante do banquete servido pela ESPN. Tentei entender e refletir sobre aquela derrota do Brasil para a Itália na Copa da Espanha. Pela primeira vez, assisti na íntegra a propalada tragédia de Sarriá.

Tenho 25 anos, nasci em 1984, portanto, dois anos e alguns meses depois daquele memorável jogo de futebol. Até então, guardava na mente apenas fragmentos do senso comum: os 5 gols (3 da Itália e 2 do Brasil), o pênalti escandaloso não marcado sobre Zico, a defesa, ou seria o milagre de Zoff na cabeçada de Oscar? No mais, relatos. Passei a vida a escutar versões não só sobre a partida em si, senão sobre aquele trágico dia. Ontem, pude desmistificar algumas “verdades” incutidas na minha cabeça. Citarei apenas duas, as quais considero fundamentais. Não pretendo ser repetitivo.

A primeira diz respeito ao desenrolar do jogo. Cansei de ouvir por aí que o Brasil tomou um nó tático da Itália. Que naquela tarde, surpreendentemente, os italianos acharam um jeito de superar a nossa Seleção – superar no sentido de ser superior mesmo. Definitivamente, isso não aconteceu. O Brasil foi melhor desde o início.

O toque de desprezo na bola denunciava o nível de excelência daquele time. Ao conduzi-la, aqueles amarelinhos pareciam embriagados pela mais pura das arrogâncias; algo espontâneo, mais ou menos como faz o Barcelona de Messi ou fazia a Laranja Mecânica de Cruyff. Era visível o abismo técnico entre as duas equipes.

A outra verdade desmistificada diz respeito a Zico. Como jogava o Galinho! Com todo respeito a Sócrates e Falcão, só agora tudo faz sentido. O nosso camisa 10 era de fato o craque daquele time. Logicamente, rodeado por outras feras; como Pelé em 70.

Me espantei com a velocidade de Zico. Guardava a imagem de um jogador bem mais cadenciado, até certo ponto, lento. Por isso digo que em relação ao Galo, os melhores momentos dos DVDs e dos programas de TV tiveram efeito contrário para mim. Só terça o vi em ação durante um jogo inteiro. Só terça pude entender a total reverência dos flamenguistas. Da geração anos 80. Dos privilegiados que presenciaram tardes de domingo inesquecíveis no Maracanã. Só terça.

Perdão, Zico.

*Lucas Fitipaldi é repórter do Diario e colaborador do blog. Fotos: Fifa