Livro sobre o Campeonato Brasileiro de 1987: De fato, de direito e de cabeça

A capa do livro "1987 - De fato, de direito e de cabeça". Crédito: divulgação

Há alguns anos, à parte dos trabalhos no Diario de Pernambuco, onde edito este blog, e no podcast 45 minutos, eu também vinha produzindo um material junto ao amigo e jornalista André Gallindo sobre o Brasileirão de 1987. Ao todo, foram 178 páginas de texto, mais fotos e documentos sobre a polêmica competição vencida pelo Sport, ratificada pelo Supremo Tribunal Federal em 2017. O resultado da extensa pesquisa e das dezenas de entrevistas está aqui, no livro “1987 – De fato, de direito e de cabeça”, via Onze Cultural/Zinnerama.

Abaixo, o release da publicação, cuja pré-venda sai por R$ 40, fora o frete. No lançamento, em outubro, custará R$ 49. Para comprar o livro, clique aqui.

Sobre a apresentação, em 08/09: há exatamente 30 anos era definido o regulamento com o cruzamento. E o campeonato começaria só em 11/09…

Desde já, um convite à leitura para todos.

Dos autores André Gallindo e Cassio Zirpoli, o livro ‘1987 – De fato, de direito e de cabeça’ faz uma viagem de volta ao Brasileirão mais controverso da história, uma edição sem paralelos entre todos os outros campeonatos nacionais disputados até hoje. 1987 ultrapassou as páginas esportivas. Ocupou cadernos policiais, jurídicos. Este livro, fruto de longa e ampliada pesquisa, apresenta todos os lados que se enfrentaram nos gramados, nas salas de reuniões, nos tribunais. Do Rio de Janeiro a Porto Alegre, de Campinas ao Recife. 

Um ano que levou três décadas para terminar produziu incontáveis histórias, estórias e causos que estão reunidos aqui neste livro que tem prefácio do jornalista Tino Marcos. ‘De fato, de direito e de cabeça’ remonta o ambiente político no país e no futebol nacional desde os anos de 1970, que tem efeitos diretos sobre o Brasileirão de 1987; entre eles, a criação do finado Clube dos 13, e sua proposta de campeonato que excluía equipes com direito esportivo adquirido, preteridas em nome de um negócio (bem-sucedido) chamado Copa União. 

Esta obra reabre o tabuleiro do jogo político dentro da CBF, revela detalhes do acordo que selou a formatação inicial da competição, apresenta os documentos do regulamento original. Não eram tempos de Primeira e Segunda Divisões, como agora. Eram os módulos Amarelo e Verde e os quase esquecidos módulos Azul e Branco. Um campeonato que não se resumiu à constelação do Flamengo em que quase todo o time disputou Copas do Mundo. No outro grupo, estava o então vice-campeão nacional, o Guarani, em que a maioria dos titulares chegou à Seleção Brasileira; craques que não estavam no álbum de figurinhas. 

Se dezenas de milhões não esquecem o gol de Bebeto no Maracanã, outros milhões tem na memória a cabeçada de Marco Antônio na Ilha do Retiro, o gol da Taça das Bolinhas. 1987 teve mais. Teve agressão a presidente de clube e bicheiro famoso. O ‘sequestro’ de um juiz. Produção de pênaltis em escala industrial que alterou o Programa Sílvio Santos. Teve dois Zicos camisas 10 em campo. Teve W.O. de Flamengo e de Internacional. 

O livro revisita os bastidores que indicaram os representantes do Brasil na Libertadores de 1988, as posteriores batalhas jurídicas que alcançaram, quem diria, a mais alta corte do país, e as razões que explicam o Sport como o campeão daquele ano e porque o Flamengo jamais conseguiu ter o reconhecimento da Justiça. Os erros e acertos de seus dirigentes ao longo das décadas. 

Quantos e quantos porquês serão aqui respondidos, frutos de pesquisa em jornais, revistas, arquivos de TV, documentos, regulamentos e dezenas de entrevistas com quem viveu aquilo tudo; jogadores, dirigentes, treinadores, árbitros, jornalistas, torcedores. Entre tantos ouvidos pelos autores, estão Tite, Ricardo Rocha, Zico, Emerson Leão, Arnaldo Cezar Coelho, Carlos Miguel Aidar, Márcio Braga, Eurico Miranda, Homero Lacerda, Kleber Leite, Patrícia Amorim, Juninho Pernambucano… Memórias e versões. Dos dois lados. Das dezenas de lados. 

A investigação de André Gallindo e Cassio Zirpoli revela ao país do futebol detalhes inéditos da competição e desfaz mitos que alimentaram as polêmicas sobre aquela edição do Campeonato Brasileiro. Foram necessários 30 anos para que este livro chegasse em suas mãos como deveria. Documentado. Quente. No mais, é desfrutar e navegar com segurança sobre as águas turbulentas daquele 1987.

Zico: “A polêmica é boa no futebol, mas o campeão de 1987 foi o Flamengo”

Zico erguendo a "Copa União", após o título do Módulo Verde de 1987

Trinta anos depois, com uma história repleta de novos capítulos fora do campo, até no STF, a convicção de Zico segue a mesma. Como atleta, foi ao Maracanã representando o Flamengo, venceu o Inter e ergueu a taça da “Copa União”. Para ele, acabou ali o Campeonato Brasileiro de 1987.

Apesar do longo imbróglio, não espere um testa franzida ou desdém sobre o assunto. O Galinho, hoje sexagenário, trata com bom humor, embora não tenha dúvidas sobre a sua colocação – em vez do terceiro lugar, conforme a decisão oficial, considera-se campeão, único.

“A polêmica é boa no futebol, mas o campeão de 1987 foi o Flamengo.”

A rápida conversa com o blog aconteceu no intervalo da transmissão da semifinal da Champions League entre Atlético e Real Madrid, direto da cabine do Esporte Interativo, no Rio. A convite do canal, junto a outros dois jornalistas, fui apresentado como “jornalista do Recife”, já sinalizando a pauta. O complementou escancarou: “Zico, ele vem escrevendo um livro sobre 87”, o que é verdade, ao lado de André Gallindo. Oportunidade rara, daí o post.

Perguntei se, à parte do presidente do Fla, Márcio Braga, que optou por não jogar o quadrangular final numa decisão do Clube dos 13, os atletas do rubro-negro carioca questionaram a direção sobre o cruzamento determinado no regulamento. Ou seja, sobre a possibilidade de jogar contra o módulo amarelo.

“Em nenhum momento. Depois da final (do módulo verde), entramos de férias. No meu caso, eu nem jogaria porque já tinha cirurgia marcada”.

Então, veio a pergunta sobre como Zico enxergou aquela confusão.

“A CBF não quis realizar o campeonato. Quando ficou pronto, com patrocínio, televisão e interesse do público, ela voltou. Aí quis colocar o cruzamento das séries, módulos, daqueles grupos lá. Mas o principal era o do Flamengo, e nenhum clube jogaria. Estava decidido. O problema foi Aidar (presidente do Clube dos 13 em 1987) voltar ao São Paulo e querer a taça das bolinhas quando eles conquistaram o penta (em 2007).”

E até falou sobre como encara as dúvidas sobre o feito do Flamengo.

“Como se fala bastante (sobre o título de 1987), torcedores do Vasco, do Fluminense e do Botafogo dizem pra mim que 87 não é do Flamengo. Dizem que não jogamos contra o Sport. Aí eu pergunto a eles o placar dos jogos de Vasco, Fluminense e Botafogo contra o Sport. Ninguém sabe.”

Na sequência da declaração, comentei sobre a derrota por W.O. na Ilha do Retiro, no jogo que poderia ter sido disputado contra o Sport…

“Jogo em 1988 (em 27/01, a data do W.O.)? Um campeonato acabando no outro ano? Em janeiro a gente já estava de férias!”

Uma final no início do ano seguinte não era tão incomum no Brasileirão. Tanto que também aconteceu nas edições de 1986 e 1988, mas a última resposta veio acompanhada de um largo sorriso. Havia acabado o intervalo do jogo na tevê, com o maior maior artilheiro da história do Fla voltando à transmissão. Provavelmente, não foi a última vez que o craque falou sobre 87, mas deixou claro que a história dele segue intacta, questionável ou não, mas com o tempo transformando uma polêmica em bom humor…

Zico durante a transmissão da semifinal da Champions League, no Esporte Interativo. Foto: Cassio Zirpoli/DP

Os ídolos no futebol dos brasileiros, do líder Pelé aos estrangeiros Messi e CR7

Pesquisa do Ibope/Repucom, de 2016, sobre o maior ídolo no futebol

O Rei Pelé segue como o maior ídolo no futebol dos brasileiros. É o que aponta uma pesquisa do Ibope produzida em 2016, com respostas espontâneas. Entretanto, o que já foi a suprema maioria da torcida do país hoje representa apenas 13%. O tricampeão mundial (58, 62 e 70), hoje com 76 anos, é seguido de perto por Neymar e Zico, ambos com 10%, numa lista com outras surpresas midiáticas. O argentino Lionel Messi, em 5º lugar, e o português Cristiano Ronaldo, em 7º, são os estrangeiros presentes entre os 14 principais nomes, divulgados pelo diretor-executivo do Ibope-Repucom, José Colagrossi.

A liderança de Pelé e a ascensão de craques do “presente” são sinais das faixas etárias pesquisadas. Com a renovação da população, diminui a parcela de pessoas que viram Pelé, in loco ou na tevê (uma dura concorrência atual).

Obs 1. O quadro mediu a idolatria, com o “melhor jogador” em outra questão.

Obs 2. Entre os brasileiros eleitos pela Fifa como melhor do mundo, só Rivaldo não foi lembrado: Ronaldo 9%, Ronaldinho 3%, Kaká 2% e Romário 2%.

Obs 3. Também chama a atenção as citações de Ceni, Marcos e Sócrates, indicando uma visão clubista em São Paulo, epicentro das pesquisas no país.

Obs 4. Segundo pesquisa do mesmo instituto, em 2013, Pelé seria conhecido por 99,4% da população brasileira, com 82,6% de influência.

O desabafo de Rivaldo pelo vazio na camisa 10 da Seleção Brasileira

Os camisas 10 da Seleção Brasileira. Crédito: Rivaldo/instagram (RIVALDOOFICIAL)

O pernambucano Rivaldo foi um dos maiores jogadores a vestir a camisa 10 da Seleção Brasileira após Pelé, e olhe que a concorrência foi grande. Mas os números explicam. O meia-atacante revelado no Santa foi eleito o melhor jogador do mundo em 1999, já no Barça, campeão mundial com a Canarinha em 2002 e autor de 37 gols em 74 jogos em uma década defendendo o país. Com esse retrospecto, o craque desabafou em sua rede social após o empate em 0 x 0 entre Brasil e Equador, na primeira rodada da Copa América de 2016.

O comentário, ilustrado por Rivaldo com a presença de Pelé, Rivelino, Zico, Ronaldinho, Kaká e o próprio, foi iniciado a partir do fato de Lucas Lima, o 10 do time atual, ser banco. Não pelo jogador, mas pelo expressivo número (hoje relegado), que historicamente se traduz como ponto alto da criatividade. Vale lembrar que nesta geração o número cabe a Neymar, que não foi chamado para poder ser utilizado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

“Ontem, senti uma grande tristeza quando assisti ao jogo do Brasil e vi que o camisa 10 estava no banco de reservas. Antes, esta camisa era uma referência para nossa Seleção. Já que Neymar, o nosso camisa 10, não está na Copa América, a camisa 10 ficou com Lucas Lima, um ótimo jogador, que só teve oportunidade aos 40 minutos do segundo tempo. Na minha opinião, Lucas Lima ou Ganso merecem ter mais oportunidades. Se não tiver um 10 em campo, o primeiro a ser sacrificado vai ser o Jonas, que não vai ter oportunidades de gol porque a bola não chega.”

Concorda com a análise de Rivaldo sobre o atual momento da Seleção?

Zico consegue o primeiro abraço rumo à Fifa. E começou logo com Del Nero…

Zico e Marco Polo del Nero, na CBF. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

A administração da CBF está em xeque desde as investigações do FBI, em maio de 2015, com a prisão de oito dirigentes da Fifa, incluindo o ex-presidente da confederação brasileira de futebol, José Maria Marin. A partir daí, o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, se afastou das convenções internacionais, como a Copa América, no Chile, e o comitê executivo da Fifa, na Suíça. O temor seria a continuidade da ação da Federal Bureau of Investigation, por mais que o brasileiro desconverse, alegando a “preocupação com a CPI do futebol”.

Politicamente em baixa, Del Nero chegou ao ponto de oferecer mais autonomia aos clubes nos arbitrais das próximas edições da Série A, em troca de apoio. Por tudo isso, atrelar uma imagem a esta CBF, neste momento, talvez não seja a melhor das ideias. Daí, a incredulidade sobre a atitude de Zico, em busca de respaldo para a sua candidatura à presidência da Fifa. Ignorou por completo o cenário e abraçou Del Nero para conseguir ao menos uma das cinco assinaturas de federações nacionais, o mínimo para oficializar o seu pleito.

Naturalmente, Del Nero aceitou de bom grado a visita (sobretudo politicamente).

“Zico tem o nosso apoio para viabilizar a candidatura. Se ele conseguir as outras quatro assinaturas, a CBF vai endossar o seu pleito. Falei com o Napout (presidente da Conmebol) que temos um brasileiro ilustre com a intenção de concorrer ao cargo de presidente da Fifa. Em condições regulares para entrar na eleição, Zico terá o endosso da CBF”.

Com a garantia da assinatura, Zico saiu satisfeito da sede da CBF, no Rio.

“Fiquei feliz com a resposta. Isso é importante porque eu só daria o meu pontapé inicial depois de receber o sinal positivo da CBF”.

As declarações saíram no site da entidade, com o seguinte destaque: “CBF, Zico e Fifa”, deixando claro que a imagem do Galinho foi um bônus inesperado. Jogador brilhante, com mais de 500 gols pelo Flamengo, Zico começa a caminhada da pior forma possível, por mais que o apoio seja “necessário”.

Em mais de um século de história, a Fifa teve apenas oito presidentes. Só um brasileiro, João Havelange, de 1974 a 1998. Ainda assim, este renunciou até ao status de presidente de honra para evitar punições sobre acusações de suborno milionário. Um linha de poder ainda presente, lá e cá. Antes da eleição, em 26 de fevereiro de 2016, será preciso chancelar as candidaturas até 26 de outubro. Até lá, Zico precisará abraçar mais quatro presidentes. Que o ex-craque, já aos 62 anos, não continue ignorando o contexto de cada um em busca do poder.

Uma final disputada anos depois. Mundial de 1978 em 2015, Brasileiro de 1987 em..

Sport final do Campeonato Brasileiro de 1987, em 7 de fevereiro de 1988. Foto: Ribamar/arquivo pessoal

Boca Juniors e Liverpool deixaram de jogar a Copa Intercontinental de 1978 por falta de datas. Foi a última vez que uma temporada não terminou com um campeão mundial interclubes. No entanto, a lacuna deverá ser preenchida.

Segundo a imprensa argentina, através do canal de televisão Tyc Sports, os dois clubes entraram num acordo para jogar a “decisão” em maio. A partida já contaria com o aval da AFA, a CBF dos hermanos. Os jogadores que disputariam o título aberto seriam os componentes dos elencos de 2015.

Uma outra edição da Copa Intercontinental segue sem campeão. Também sem acordo, Independiente e Bayern de Munique não se enfrentaram em 1975. Neste caso, ainda não há qualquer conversa para reagendar a disputa.

Por mais bizarra que a ideia possa parecer, há um precedente internacional.

Em setembro de 1999, Cruzeiro e River Plate disputaram o título da Recopa. Só que a taça sul-americana em questão era a de 1998, também não realizada no ano correto por falta de datas entre os campeões da Liberta e da Supercopa.

Fazendo um exercício de suposição, vamos a um outro ano… 1987.

Poderia ocorrer o mesmo no polêmico Brasileirão? Judicialmente, não haveria possibilidade de um confronto oficial entre Sport e Flamengo, uma vez que a questão está transitada em julgado, além do fato de o Leão ter vencido por W.O. em 27 de janeiro de 1988. De toda forma, se algo inacreditável assim saísse do papel, os rubro-negros se enfrentariam com os seus times atuais.

No post, as duas formações titulares nas decisões. A do Sport no último jogo do quadrangular final, contra o Guarani, em 7 de fevereiro de 1988, na Ilha, e a do Fla na decisão do módulo verde, em 13 de dezembro de 1987, no Maracanã.

Qual é a sua opinião sobre a disputa em campo de um título anos depois de sua data original? Entre a correção da história e o non sense.

Flamengo na final do Módulo Verde do Campeonato Brasileiro de 1987. Foto: Placar/reprodução

Sport com 1987, Flamengo com Zico e o título do carnaval para Ayrton Senna

Thiago Correia/globoesporte.com, Romulo Tesi/Band e Marcos Ramos

Poucas vezes na história da Marquês de Sapucaí o esporte foi tão celebrado…

Começou com uma provocação futebolística em pleno sambódromo.

A ideia repercutiu além do que se imaginava, mas trouxe uma certa tensão sobre a votação à escola Mocidade Independente de Padre Miguel.

Estampar um “87” nas costas de uma camisa do Sport na avenida carioca, na mesma noite em que ídolo flamenguista Zico seria homenageado pela Imperatriz Leopoldinense foi demais.

O polêmico título brasileiro, decidido na justiça a favor do rubro-negro pernambucano, foi usado para alimentar a rivalidade entre as duas escolas.

Nesta quarta, houve a apuração dos dez quesitos avaliados nos desfiles.

Desfile da escola de samba Imperatriz Leopoldinense no carnaval carioca 2014. Fotos: g1.globo.com

Como sempre, critérios subjetivos através dos jurados espalhados na avenida.

E metade do juri seria formado por torcedores do Flamengo….

Retaliação? O profissionalismo na votação parece ser mais forte.

A Mocidade, que não é campeã do carnaval desde 1996 e mantém um orçamento menor que o das maiores escolas da atualidade, ficou em 9º lugar.

Só que a Imperatriz também não levou, terminando na 5ª posição…

O título de 2014 acabou com a Unidos da Tijuca, também com viés esportivo, mas em alta velocidade. Nada menos que a vida de Ayrton Senna.

Desfile da escola de samba Unidos da Tijuca no carnaval carioca em 2014. Fotos: Wilton Junior/Estadão

O incompleto documentário sobre a Copa União de 1987

DVD "Copa União"

O Campeonato Brasileiro de 1987 é, disparado, o mais polêmico da história. Discutido até hoje, com reviravoltas até hoje. E inúmeras versões até hoje…

É inegável que o tema merecia um documentário. Pois o filme foi produzido, com 1 hora e 45 minutos. Pela Fla Filmes, com a apoio da Globo Marcas.

Além da campanha do excelente time do Flamengo em 1987, na disputa do Módulo Verde, o vídeo conta com inúmeros depoimentos de personagens centrais daquele campeonato. Sobretudo o campo jurídico, cujo imbróglio durou mais de uma década, favorável ao Sport.

Dirigentes e ex-presidentes de grandes clubes, advogados, ex-jogadores e jornalistas. Clubes dos 13, Flamengo, CBF, Inter, Vasco, Zico…

Até José Neves, presidente do Santa na época, foi ouvido. Porém, não há depoimento algum de dirigentes do rubro-negro pernambucano. Apenas trechos curtíssimos de reportagens de 2011 e 2013 com Milton Bivar e Gustavo Dubeux.

Todos os demais envolvidos foram entrevistados exclusivamente para o filme. Compreensível pela origem da produção, mas fere de morte a ideia de “documentário” sobre o infindável Brasileiro de 1987.

Além da claríssima ausência de Homero Lacerda, alguns tópicos estão incompletos, como por exemplo a entrada do Sport no Clube dos 13 em 1997, quando foi imposta ao clube a divisão do título em troca do ingresso.

No filme, claro, foi lembrado. Não a resposta do Leão na mesma ata (veja aqui).

À venda por R$ 24,90, o vídeo também já está disponível na grade da televisão. Abaixo, a sinopse no Canal Brasil. Confira o trailer aqui.

Um filme sobre o Flamengo no torneio, ok. Documentário? Jamais.

Programação do Canal Brasil com o filme "Copa União". Créditohttps://twitter.com/sportdepressao

Os maiores artilheiros dos grandes palcos

Bita (Náutico), Baiano(Santa Cruz) e Traçaia (Sport), os maiores artilheiros dos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro

O Brasil vive um período de grande transição nos estádios de futebol. São novos palcos surgindo, com os mais altos padrões, e outros passando por reformas, numa remodelagem completa. Como consequência, os estádios tradicionais, mas obsoletos, vão sendo aposentados.

Neste 2 de junho de 2013, dois exemplos. O Maracanã, a um custo bilionário, reabre as portas para mais uma Copa do Mundo em sua história.

No Recife, o Náutico se despede dos Aflitos, uma vez que sua nova casa será a moderna a Arena Pernambuco. Outros clubes do país deverão passar por isso. O Grêmio, por exemplo, também trocou o velho Olímpico por uma nova arena.

Mas a história escrita nos gramados não poderá ser apagada, jamais.

Sobretudo os gols… Dezenas, centenas, milhares.

Portanto, eis a lista com os maiores artilheiros dos principais estádios pernambucanos e do Maracanã. Protagonistas em suas épocas.

Aflitos – Bita, com 126 gols entre 1962 e 1968, pelo Náutico.

Arruda – Baiano, com 128 gols na década de 1980, sendo 70 pelo Náutico, 56 pelo Santa Cruz, 1 pelo Sport e 1 pelo Central. O maior artilheiro coral no Mundão é Betinho, com 98 gol na década de 1970.

Ilha do Retiro – Traçaia, com 114 gols entre 1953 e 1963, pelo Sport.

Maracanã – Zico, com 333 gols em 435 partidas nas décadas de 1970 e 1980, pelo Flamengo e pela Seleção Brasileira.

Camisa 10

Marta, craque da Seleção femininaA numeração nas camisas foi uma novidade na Copa do Mundo de 1950, a primeira realizada no Brasil. Até ali, a confusão imperou nos Mundiais de 1930, 1934 e 1938. Quando os jogadores eram parecidos então…

Com o número no uniforme acabou surgindo a figura do “camisa 10”, potencializada por causa do Rei do Futebol. Abaixo, todos os craques que jogaram com a camisa mais nobre da Seleção Brasileira na Copa.

Com um título, um vice, 14 jogos e 8 gols, pode-se dizer que o pernambucano Rivaldo foi o segundo melhor camisa 10 do Brasil em Copas. Só ficou abaixo do Rei Pelé, tricampeão mundial e com 12 gols marcados.

Desempenho do camisa 10 verde e amarelo: 15 Mundias, 65 jogos (média 4 por competição) e 31 gols (média de 2 por Copa)

1950 – Jair Rosa Pinto (atacante, Palmeiras) – 5 jogos e 1 gol
1954 – Pinga (atacante, Vasco) – 2 jogos e 2 gols
1958 – Pelé (atacante, Santos) – 4 jogos e 6 gols
1962 – Pelé (atacante, Santos) – 2 jogos e 1 gol
1966 – Pelé (atacante, Santos) – 2 jogos e 1 gol
1970 – Pelé (atacante, Santos) – 6 jogos e 4 gols
1974 – Rivellino (meia, Corinthians) – 6 jogos e 3 gols
1978 – Rivellino (meia, Fluminense) – 3 jogos e nenhum gol
1982 – Zico (meia, Flamengo) – 5 jogos e 4 gols
1986 – Zico (meia, Flamengo) – 3 jogos e nenhum gol
1990 – Silas (meia, Sporting de Portugal) – 3 jogos e nenhum gol
1994 – Raí (meia, PSG da França) – 5 jogos e 1 gol
1998 – Rivaldo (meia, Barcelona) – 7 jogos e 3 gols
2002 – Rivaldo (meia, Barcelona) 7 jogos e 5 gols
2006 – Ronaldinho Gaúcho (meia, Barcelona) – 5 jogos e nenhum gol
2010 – Kaká (meia, Real Madrid) – A conferir!