A Liga de Clubes do Nordeste segue negociando com a CBF para reeditar o Campeonato do Nordeste.
No acordo, a liga tiraria a ação na justiça contra a CBF, no valor de R$ 25 milhões, e a entidade nacional autorizaria a competição pelos próximos 3 anos. A liga já ganhou nas 2 primeiras instâncias. A expectativa é que o Nordestão comece ainda em 2010! 😯
Mesmo com o calendário apertado, o torneio já teria até data para começar: 25 de maio. Ao todo, seriam 19 datas, em uma competição com 16 times, incluindo 3 pernambucanos: Sport, Santa Cruz e Náutico.
Você é a favor da volta do Nordestão em 2010? Opine na nova enquete do blog.
Saiba mais sobre a possível volta do Nordestão AQUI.
No rescaldo desta temporada, vou postar 3 vídeos que marcaram momentos importantes para o futebol pernambucano em 2009, para bem ou para mal.
Um 2009 para ser esquecido…
Sport 1 x 0 Palmeiras, em 12 de maio. Vitória, certo? Nem tanto. Nos pênaltis, o Verdão venceu por 3 x 1, com um show de Marcos, e avançou para as quartas de final da Libertadores. Naquela noite, na Ilha, começava o calvário rubro-negro, que terminaria com a vexatória lanterna na Série A. De Santiago até a Série B. O ano dourado acabou naquela disputa de pênaltis. Veja o post AQUI.
Santo André 5 x 3 Náutico, em 29 de novembro. No jogo que poderia marcar um milagre para escapar do rebaixamento, o Alvirrubro acabou sendo goleado pelo também rebaixado Santo André, com direito a um frangaço de Glédson. Acabava ali a sina do “Incaível”, que marcou o Náutico nas duas edições anteriores da Série A. Não teve milagre desta vez. Veja o post AQUI.
Santa Cruz 2 x 2 CSA, em 9 de agosto. No Arruda, os tricolores torciam por uma vitória do Central sobre o Sergipe, lá em Aracaju. Numa rodada impressionante, a Patativa venceu por 2 x 1, no último minuto. No Recife, o Santa perdeu uma chance atrás da outra e acabou empatando com o time alagoano. E ainda viu o adversário comemorar no fim, sem sequer saber que também estava eliminado. Digno de Série D. Veja o post AQUI.
A Copa do Mundo de 1930 foi toda disputada na cidade de Montevidéu, no Uruguai. Os 18 jogos daquele Mundial pioneiro foram realizados em apenas 3 estádios: Centenário (único construído para o evento), Pocitos e Parque Central.
Hoje, as exigências da Fifa são muito maiores. Pelo menos 10 estádios, capacidade mínima para 40 mil pessoas, cobertura das arquibancadas…
Ok. Uma reforma geral seria mais do que necessária na Região Metropolitana do Recife (como deverá ocorrer até 2014). No entanto, com os projetos de novos estádios lançados a partir de 1970, além dos que foram de fato construídos, já seria possível realizar uma Copa do Mundo na RMR, numa área de 2.768 km², com uma população de 3,76 milhões de habitantes. Alguns estádios precisariam de ampliações. 😎
Vamos lá. Abaixo, os projetos de 10 estádios lançados por aqui (alcançando o número mínimo de arenas exigidas pela Fifa). Lembrando que apenas Arruda (sem a Arena Coral ainda), Ilha do Retiro, Aflitos e Ademir Cunha foram erguidos…
Projetos, projetos, projetos… Como o da foto acima, do gigantesco estádio Presidente Médici, do Sport. Teria sido o segundo maior do mundo! Teria. Que pelo menos uma dessas novas arenas saia do papel. Pernambuco ganharia bastante.
Com os projetos abaixo, como seria essa Copa do Mundo no Recife? Sugestões para os palcos da abertura e da final…? Opine!
Cidade da Copa (governo do estado)
Capacidade: 46.214
Localização: São Lourenço da Mata
Lançamento: 2009
Custo: R$ 452 milhões, até janeiro de 2013
Arena Recife-Olinda (governo do estado)*
Capacidade: 45.800
Localização: Salgadinho, Olinda
Lançamento: 2005
Custo: R$ 335 milhões
Olindão (prefeitura de Olinda)*
Capacidade: 50.000
Localização: Rio Doce, Olinda
Lançamento: 1978
Arena Recife (Náutico)
Capacidade: 30.000 (projeto para ampliar até 42 mil lugares)
Localização: Engenho Uchôa, Recife
Lançamento: 2009
Custo: R$ 300 milhões, até dezembro de 2012
Adelmar da Costa Carvalho (Sport)
Capacidade: 35.000 (50 mil, originalmente)
Localização: Ilha do Retiro, Recife
Lançamento: 1937 (ultima ampliação em 2007)
Eládio de Barros Carvalho (Náutico)
Capacidade: 19.800 (25 mil, originalmente)
Localização: Aflitos, Recife
Lançamento: 1939 (última ampliação em 2002)
Ademir Cunha (prefeitura de Paulista)
Capacidade: 18.000 (30 mil, originalmente)
Localização: Centro, Paulista
Lançamento: 1982
Em um ano, Pernambuco sofre uma de suas maiores quedas no futebol.
Um gigante local como o Santa Cruz não consegue se reerguer, mesmo diante de 45 mil pessoas no Arruda, contra adversários menos tradicionais.
A torcida não desiste do time. Nem mesmo na Série D. Mas o time parece desistir da torcida…
É mais fácil se manter caindo.
Na Série A, Náutico e Sport. Estruturados, com 2 anos de pontos corridos na elite na bagagem. Preparados para uma nova campanha de 38 jogos no Brasileiro.
Limitações são pálidas.
Ambos conscientes da missão de pontuar em casa, transformando a Ilha do Retiro e os Aflitos em verdadeiros caldeirões. Mas a panela de pressão foi em fogo baixo.
O vazio dos amanhãs.
Descer a escada para a B parece o caminho escolhido.
Enfraquecido pelo projeto.
O Sport, então, até conseguiu voar pela América do Sul. De Santiago a Quito. Uma sonhada participação na Taça Libertadores. Parou num monstro de goleiro. Pênaltis que desmancharam a alma do time.
Forçando um adeus.
Um 2010 que se aproxima sem pernambucanos na Série A.
Como em 2002, 2003, 2004 e 2005.
E também sem o Trio de Ferro completo sequer na Série B. Como nunca ocorreu antes…
Inédito.
Frustrante.
Em itálico, trechos da música “Black gives way to blue”, do Alice in Chains. Letra e tradução da música acima AQUI.
Em 19 de dezembro de 1971, o Atlético-MG venceu o Botafogo por 1 x 0, no Maracanã, e se tornou o primeiro campeão brasileiro da Série A. O gol do título foi do atacante Dadá Maravilha, numa cabeçada.
Três dias depois, foi a vez do também mineiro Villa Nova, de Nova Lima, conquistar a primeira edição do Brasileiro da Série B, numa vitória por 2 x 1 sobre o Remo, no estádio Independência, em Belo Horizonte.
No dia 1º de maio de 1981, o Arruda foi o palco da primeira decisão da Série C. Jogo entre o Santo Amaro (hoje Manchete) e Olaria, do Rio de Janeiro. O time pernambucano venceu por 1 x 0, gol de Derivaldo, mas o clube carioca ficou com o título inédito, pois havia goleado por 4 x 0 no jogo de ida, em Marechal Hermes.
Dia 1º de novembro de 2009. Estádio Colosso dos Tapajós, em Santarém, no interior do Pará, a 1.520 quilômetros da capital ( 😯 ).
No domingo, entraram em campo o Macaé, do Rio, e o São Raimundo local, conhecido como “Pantera”, que havia sido vice-campeão estadual no primeiro semestre. Diante de 15 mil pessoas, vitória de virada do São Raimundo, por 2 x 1. Com isso, o primeiro título na história da Série D!
Parabéns ao São Raimundo, o novo campeão brasileiro.
Leia a matéria do Diario do Pará sobre a conquista AQUI. Este foi o 7º título nacional do futebol paraense. Antes, o Paysandu havia sido bicampeão da Série B (1991 e 2001) e conquistado uma Copa dos Campeões (2002). Já a Tuna Luso ganhou a Segundona de 85 e a Terceirona de 92, enquanto o Remo ganhou a Série C de 2005.
Os primeiros campeões brasileiros:
Série A – Atlético Mineiro, 1971
Série B – Villa Nova/MG, 1971
Série C – Olaria/RJ, 1981
Série D – São Raimundo, 2009
No dia 27 de setembro deste ano, o Cristal pisou no gramado do estádio Colosso dos Tapajós, em Santarém/PA, no jogo mais importante da história do futebol amapaense. O time enfrentou o São Raimundo no jogo de volta das quartas de final da Série D do Brasileiro. No primeiro jogo, em Macapá, empate por 1 x 1.
Uma classificação à Série C naquele dia teria sido o primeiro acesso na história do Amapá. Mas ficou para a próxima… O Cristal, atual campeão estadual, acabou sendo derrotado por 2 x 0. A partida passou ao vivo pra o estado do Norte pela TV Cultura. Algo ainda raro por lá. Mas já é um começo. 😯
Trata-se de um futebol que era amador há menos de 20 anos. O primeiro Pernambucano foi disputado em 1915. O profissionalismo chegou em 1937. Bem antes da primeira competição disputada no Amapá, no norte do Brasil. O primeiro campeonato amapaense foi realizado em 1944, um ano após a criação do Território Federal do Amapá. O estado só foi instituído em 1º de janeiro de 1991, ano do primeiro campeonato profissional (veja a lista de campeões AQUI).
O parágrafo anterior deixa claro o abismo do futebol amapaense em relação aos centros mais tradicionais do país. Mas nem por isso a paixão pelo futebol é menor por lá. A torcida comparece aos jogos do certame regional, consciente das limitações do clubes do Amapá, cuja população não passa dos 600 mil habitantes (a mesma de Jaboatão).
O principal clássico do estado é Ypiranga x São José. O primeiro venceu 7 Estaduais na era profissional, enquanto o segundo conquistou 3. Abaixo, o vídeo do clássico mais recente, em 4 de outubro, com vitória do São José por 2 x 1. O Amapaense/2009 ainda está em andamenteo… Veja AQUI.
Na terra deste blogueiro, os resultados nunca foram satisfatórios. Em 1996, o campeonato estadual sequer foi disputado, por falta de verba! Foi o último caso no Brasil, por sinal. É, de fato, um amadorismo com lampejos de profissionalismo.
O fato marcante sobre o futebol do Amapá é o Estádio Milton Corrêa, pertencente ao governo do estado. O estádio é conhecido como “Zerão”. A explicação é simples: a linha do meio-campo coincide com a Linha do Equador, fazendo com que cada time jogue em um hemisfério.
O maior público já registrado em um jogo no estado foi em 17 de outubro de 1990, na vitória do Independente sobre o Trem por 1 x 0, com 10 mil pessoas no Zerão, na inauguração do estádio. O gol histórico foi marcado por Mirandinha.
Dado interessante divulgado nesta sexta-feira pela CBF. O Cadastro Nacional de Clubes de Futebol (veja AQUI).
Foram 3 anos de levantamento de todos os times profissionais do país em atividade.
Achava que o número era bem maior, mas existem “apenas” 783. Curiosamente, só 99 deles participaram de alguma das 4 divisões do Campeonato Brasileiro de 2009.
O Nordeste concentra 29% das equipes, com um total de 227 times. O Sudeste lidera o quesito, com 235 quipes, o que corresponde a 30%. Quase a mesma quantidade… E resultados pra lá de distintos. Como? Orçamento, simples.
Surpreendeu saber que a região Sul tem apenas 80 times, quase a metade do Centro-Oeste, que conta com 143 clubes, e apenas 1 na elite do futebol brasileiro.
Pernambuco tem 35 clubes, sendo 12 deles na primeira divisão estadual. Tirando os 3 grandes do Recife, o estado tem apenas 9 equipes sediadas em cidades de 100 mil a 500 mil habitantes.
Algumas curiosidades da lista em Pernambuco.
1) O Manchete, outrora extinto, está voltando. E bem longe da região metropolitana. O time poderá jogar em Santa Cruz do Capibaribe, rivalizando com o Ypiranga. Para quem não lembra, o Manchete já foi Vovozinhas, Santo Amaro, Casa Caiada, Recife… Foi vice-campeão brasileiro da Série C de 1981.
2) Nada menos que 8 clubes foram fundados desde 2000: Afogadense (05), Araripina (08), Atlético-PE (06), Belo Jardim (05), Carpina (06), Intercontinental (00), Pesqueira (06) e Usina Catende (06).
Sudeste – 235
Nordeste – 227
Centro-Oeste – 143
Sul – 98
Norte – 80
Em tempo: o estado com menos times registrados é Roraima, com apenas 8 clubes. Todos da capital Boa Vista, de 249 mil habitantes.
O primeiro Campeonato Brasileiro da Série D conheceu neste domingo os 4 clubes classificados à Série C do ano seguinte.
4 times de quatro regiões do país. Acesso bem democrático.
1 do Norte, o São Raimundo de Santarém/PA.
1 do Nordeste, o Alecrim, de Natal/RN (e que já foi post aqui no blog).
1 do Sudeste, o Macaé, do Rio de Janeiro.
1 do Sul, a Chapecoense, de Chapeço/SC.
Este último conseguiu a vaga mais dramática. Havia vencido o jogo de ida, por 2 x 1, fora de casa, contra o Araguaia (MT). No jogo de volta, pronto pra fazer a festa no seu estádio, o Índio Condá, a vitória foi do visitante, por 1 x 0.
No entanto, como fez uma campanha melhor, a Chapecoense ficou com a vaga. Mas durante a partida, veja no vídeo abaixo o outro sufoco que a torcida catarinense passou com uma potente chuva de granizo! 😯
Está lá no wikipedia: O alecrim (Rosmarinus officinalis) é um arbusto comum na região do Mediterrâneo ocorrendo dos 0 a 1500 metros de altitude, preferencialmente em solos de origem calcária. Devido ao seu aroma característico, os romanos designavam-no como rosmarinus, que em latim significa orvalho do mar.
Outra opção sobre tal palavra é a referência direta a um tradicional bairro de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Trata-se de um dos principais polos comerciais da cidade, localizado na zona leste, e onde fica, inclusive, um shopping center.
O bairro é também a sede do simpático Alecrim Futebol Clube, o 3º maior campeão potiguar, com 7 títulos. Bem longe dos dois grandes da cidade, o América, com 32 troféus, e o ABC, com 50… 😯
A torcida do Alviverde praticamente sumiu do mapa. Sobraram simpatizantes. As taças ficaram enferrujadas. A última delas foi erguida em 1986, no bicampeonato potiguar. Desde então, ostracismo. Foram 16 anos longe até mesmo das competições nacionais.
E assim teria sido também em 2009… A equipe ficou na modestíssima 8ª colocação no Estadual, longe das 2 vagas do Rio Grande do Norte para a Série D, mesmo considerando que ABC e América já estavam garantidos na Série B. No entanto, a deficitária Série D não interessou a 5 times em posições acima do Alecrim. Sem ‘nada’ pra fazer no segundo semestre, os dirigentes do Alecrim toparam.
E em pouco mais de dois meses, o Alecrim atingiu um status invejável na 4ª divisão.
O Alecrim é o Nordeste na Série D! 😀
O clube é um dos 8 finalistas da competição. O mata-mata das quartas de final vai valer uma vaga na Série C do ano que vem. O time vai enfrentar o Uberaba/MG. Primeiro em Minas (20/09), depois em casa (27/09).
Sobre o time, duas curiosidades relacionadas ao futebol pernambucano:
1) Garrincha (ele mesmo, bicampeão mundial com a Seleção em 58/62) já jogou no Alecrim uma vez, em 4 de fevereiro de 1968, contra o Sport. Vitória leonina por 1 x 0, diante de 6 mil pessoas em Natal, que foram ver o camisa 7 de pernas tortas, com 35 anos na época.
2) O craque do time nesta Série D é Maurício Pantera, revelado pelo Santa Cruz. O atacante já foi até tema de post no blog (veja AQUI). Porém, o valor da multa rescisória do jogador de 36 anos é de apenas R$ 10 mil. Valor modesto, mas que condiz com o público que acompanha aos jogos no Machadão. O time tem apenas a 27ª média de público (456 pessoas), entre 39 participantes. Pouco.
Fica a torcida pelo Alecrim, a última unidade de batalha do futebol nordestino no porão do futebol brasileiro.
De férias forçadas a uma classificação para a Série C? Surreal.