“Vou confessar. Perder pra esse time de pobre preto e puta me incomoda.”
De cabeça quente, numa brincadeira de mal gosto ou num círculo de amigos. Descabido. Não foi num estádio, mas no universo virtual.
A declaração postada em uma rede social após o desfecho entre alvirrubros e tricolores na semifinal do campeonato estadual, no domingo, não passou batida.
A mensagem direcionada ao Santa Cruz foi replicada centenas de vezes por torcedores de outros times, não importando a bandeira.
Indignação de tricolores, rubro-negros e até alvirrubros, pois os três rivais contam com torcedores nas camadas sociais mais baixas. Não há demérito.
A resposta oficial saiu nesta terça-feira, com a direção coral acionando o Ministério Público de Pernambuco para que seja investigada a autoria e veracidade das declarações de preconceito racial (veja aqui).
Twitter, Facebook, Google+ e Orkut podem ser espaços virtuais para brincadeiras no futebol, debates acalorados, mas para tudo há um limite. Casos de processos na internet não são raros no país.
Pois é. É preciso ter o mínimo de responsabilidade ao escrever, além de educação e inteligência, até mesmo para compreender o termo “rede” com a proliferação das mensagens de forma muito maior do que a vida real.
Uma frase dita após mais uma dura eliminação pode ser “ouvida” por milhares de pessoas minutos depois. E o preço pode ser enorme….