A um passo do Monumental

Semifinalistas da Copa América 2011: Uruguai, Peru, Venezuela e Paraguai. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Definida a fase semifinal da Copa América. Após 22 partidas realizadas, confira com ficou a classificação da primeira fase e das quartas de final aqui.

Abaixo, os novos confrontos com as estatísticas, somando as duas fases da competição até aqui: PJ – jogos, PC – passes certos, FC – finalizações certas, I – impedimentos.

Os vencedores se enfrentarão no próximo domingo no estádio Monumental de Nuñez.

Uruguai x Peru, na terça-feira, às 21h45, em La Plata (Único)

Semifinal da Copa América 2011: Uruguai x Peru

Na estreia, uruguaios e peruanos empataram em 1 x 1. Agora, os dois times chegam completamente diferentes para este duelo. Encorpado, o Uruguai volta a mostrar o espírito copeiro do Mundial de 2010, com uma defesa bem ajustada e encaixado nos contragolpes. No Peru, obediência tática, cansando sempre o adversário. Duelo à parte com os técnicos uruguaios: Oscar Tabárez na Celeste e Sergio Markarian no Peru.

Paraguai x Venezuela, na quarta-feira, às 21h45, em Mendoza (Malvinas Argentinas)

Copa América 2011: Paraguai x Venezuela, as estatísticas antes da semifinal

Quatro empates. A campanha do Paraguai até a semifinal mostra uma “regularidade” impressionante. Porém, vale lembrar que em dois jogos o time guarani, compacto na defesa, esteve com a vitória nas mãos até os descontos. Uma delas contra a própria Venezuela, na 1ª fase, quando vencia por 3 x 1. Agora, é aguardada a volta do atacante Roque Santa Cruz. Já a Venezuela entra como franco atiradora, calibrada.

A cidade mais triste da América

Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Na manchete do diário argentino Olé, “Fracasso nacional”, a síntese do sentimento dos hermanos em relação à desclassificação na Copa América.

Não só porque o país é o anfitrião da competição, mas pela gama de frustrações desde 1993, quando ganhou um título principal pela última vez.

De lá para cá, a Argentina participou da Copa do Mundo, Copa das Confederações, Copa América… Sempre ficando no meio do caminho.

E olhe que sempre montou bons times. Ou, melhor dizendo, convocou grandes jogadores, como agora. Messi, Tévez, Mascherano, Higuain…

Como equipe, não funcionou. Jogar quatro vezes em casa, empatar três e só vencer uma partida, um sub-23 da Costa Rica, não é mérito para nenhuma grande seleção.

Por isso, um domingo de folga na capital, pela tradição, e de ressaca, pelo baque, diante do rival. As imagens deste post foram registradas antes da viagem até La Plata.

Buenos Aires amanheceu triste. Mais uma vez.

Os hermanos se perguntam mesmo é quando ela voltará a acordar feliz.

Sem perder a acidez, alguns disseram que será em 2014…

Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Perdeu duas vezes, mas perdeu feliz

Fábio Lino em Argentina x Uruguai, pela Copa América 2011

Santa Fé – Trabalho incessante. Depois de quase 20 horas seguidas ligado no superclássico do Rio da Prata, no sábado, era a hora de voltar para a capital argentina.

Eu já estava todo torto, com aquele olhar cansado e conseguindo deitar em uma cadeira, estático. Lá na rodoviária, esperando o ônibus, cuja linha sairia à 0h50. Eis que, minutos antes da partida, a uns 20 metros, apareceu uma camisa do Sport…

“Deve ser o uniforme do Colón, daqui de Santa Fé. Eu já estou é doido a essa hora”.

Segundos depois, a confirmação. Era, sim, a camisa leonina, acompanhada do agasalho da seleção da Argentina – onipresente no país, pelo menos até o jogo contra a Celeste.

O impulso pela pauta venceu o sono. Fui lá. Era o tenente do exército brasileiro Fábio Lino, que mora em Roraima há sete anos – acompanhando o Rubro-negro em web-rádios – e em Buenos Aires curtindo a Copa América.

Lino, de 27 anos, havia conseguido uma entrada com um amigo para o dramático Argentina x Uruguai – e ainda contou com a ajuda do comentarista Casagrande para entrar no estádio. Também estava extasiado, após um dos melhores jogos do ano.

Durante a conversa, comentei sobre Pernambuco, claro.

“E o Sport, hein? Levou um sacode do Bragantino, de 3 x 2.”

Veio aquele silêncio típico de vergonha alheia e a réplica.

“Como? Conversa, né? Perdi lá e cá?”

Perdeu, Fábio. Mas, contente com o que viu no Cemitério dos Elefantes, onde conseguiu até pisar no gramado depois do jogo, ele até deixou passar dessa vez.

América 20 – Caiu o primeiro elefante

Copa América 2011: Argentina 1x1 Uruguai, com vitória da Celeste nos pênaltis. Foto: AFA/divulgação

Santa Fé –  No mesmo dia em que calou o Maracanã em 1950, o Uruguai voltou destruir um rival fora de casa. Jogando no caldeirão no Cemitério dos Elefantes, a Celeste eliminou a Argentina nos pênaltis por 5 x 4, após empate em 1 x 1 durante 120 minutos.

Assim como em 1987, na última vez em que recebeu a Copa América, a Albiceleste caiu em casa diante do Uruguai, completamente reconstruído através da garra e da técnica.

Sobre a partida, é difícil descrever algo tão épico, ainda mais in loco, com forte carga de adrenalina. Tudo o que eu esperava de um Argentina x Uruguai foi correspondido.

Torcidas ensandecidas, partida batalhada, catimba, grandes jogadas, bolas na trave, gols anulados, expulsões, prorrogação, pênaltis… E craques de ponta em campo.

O melhor do mundo disparado e o melhor da última Copa do Mundo. Tudo isso a menos de 30 metros da cabine de imprensa.

Lionel Messi jogou demais – e ainda vai merecer um post à parte -, assim como Diego Forlán, que empurra o Uruguai, tornando todas as faltas e escanteios em armas mortais.

Nesta noite, ganhou o futebol, em uma das melhores partidas do ano.

Eu vi, eu afirmo. Eu estava lá. Que sábado, que sábado!

Abaixo, a narração da última penalidade, cobrada por Cáceres, com uma narração emocionante de Ricardo Torreiro, da Rádio Vision FM 96.5, de Fray Bentos, interior do Uruguai. O maluco estava na cabine ao lado do blog…

Parabéns, Celeste! Um elefante pode ter sido abatido, mas o outro acordou de vez…

Catimba em ebulição

Estádio Cemitério de Elefantes. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Santa Fé – Molhar o campo um dia antes da partida? Sim.

Uma hora antes do jogo? Também acontece.

Faltando 10 minutos? Essa foi a primeira vez que eu vi… Teria sido um “pedido” do técnico Sergio Batista para a bola “correr” mais no gramado do Cemitério dos Elefantes?

Conhecidos pela catimba, uruguaios e argentinos não esqueceram das velhas artimanhas neste sábado, no Cemitério dos Elefantes. E o que dizer dos padrões?

Os dois times demoraram alguns minutos a mais para subir. Ao entrar no campo, ambos com o uniforme reserva.

Pode até ter sido um fair play voluntário – uma vez que as camisas principais se parecem com o azul celeste – , mas é mais fácil acreditar na catimba mesmo…

Até porque isso acontece desde 1902. Este sábado é a 178ª vez!

Fora o fato de que cada lado já ganhou a Copa do Mundo duas vezes…

Copa América 2011: Argentina x Uruguai. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Cúmbia com som genérico… Ou original?

Xerox

Santa Fé – Como eu esperava, as torcidas rioplatenses são um show à parte.

O povo da Celeste foi remanejado para o anel superior, atrás da meta esquerda das cabines de TV. É claro que os argentinos tomam conta do restante do Cemitério dos Elefantes. Os gritos de guerra, horas antes do clássico pelas quartas de final da Copa América, não param. Dos dois lados.

Quer dizer… Param sim, quando começa alguma música no ritmo da “cúmbia”, um estilo popular nessas bandas. Porém, acho que já escutei música do vídeo abaixo no Brasil, com uma versão em português… Confere?

Atualização às 18h10 – Os (as) internautas confirmaram a dúvida do blog. A música é a sertaneja Chora, me liga, original do Brasil. A cópia foi em espanhol mesmo…

O que representa o clássico do Rio da Prata – Uruguai

Torcida do Uruguai em Santa Fé, para o jogo Argentina x Uruguai, pela Copa América 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Santa Fé – O blog resolveu ouvir os dois lados do Rio da Prata para saber o que move tanta rivalidade no futebol. Neste post, a versão do uruguaio Alfredo Fatin.

Torcedor do Peñarol, ele saiu de Montevidéu com toda a família apenas para o embate no Cemitério dos Elefantes, pelas quartas de final da Copa América.

“Argentina x Uruguai é um duelo de culturas. Nós pensamos diferente dos argentinos e não gostamos que nos comparem.”

O clássico entre Argentina e Uruguai é o duelo entre seleções com o maior número de partidas. O jogo deste sábado será o 178º desde 1902, com 81 vitórias da Argentina, 53 triunfos do Uruguai e 43 empates (veja a lista aqui).

Considerando as seleções olímpicas – que decidiram os Jogos de 1928 – e combinados, algumas mídias dos dois países elevam o número para 220 partidas!

Confira a versão celeste desta história aqui.

O que representa o clássico do Rio da Prata – Argentina

Torcedores argentinos no portão do estádio Cemitério de Elefantes para o duelo Argentina x Uruguai, pela Copa América 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Santa Fé – O blog resolveu ouvir os dois lados do Rio da Prata para saber o que move tanta rivalidade no futebol. Neste post, a versão do argentino Jorge Arteaga, 58 anos.

Torcedor do Unión Santa Fé, ele fez o “sacrifício” de ir ao estádio do rival, o Cemitério dos Elefantes, só para apoiar a sua Argentina em busca do 15º título continental.

“Essa rivalidade vem desde 1930 (quando a Celeste ganhou o título mundial em cima dos argentinos). É autêntica desde os velhos tempos. Sempre se disputou desta forma. Não desmerecemos o Brasil, mas Argentina x Uruguai é um clássico rioplatense.”

O clássico entre Argentina e Uruguai é o duelo entre seleções com o maior número de partidas. O jogo deste sábado será o 178º desde 1902, com 81 vitórias da Argentina, 53 triunfos do Uruguai e 43 empates (veja a lista aqui).

Considerando as seleções olímpicas – que decidiram os Jogos de 1928 – e combinados, algumas mídias dos dois países elevam o número para 220 partidas!

Confira a versão celeste desta história aqui.

Carreata surpresa com carnaval em castellano

Torcida argentina no centro de Santa Fé. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Santa Fé – Uma cidade de cabeça para baixo e revirada.

O clássio do Rio da Prata incendiou a pacata Santa Fé, na Argentina.

Em um dos primeiros posts deste sábado eu comentei que as ruas ainda estavam desertas. Estavam. Os carros apareceram, as bandeiras, então, tomaram conta.

A cada esquina, o velho grito dos hermanos.

“Vamos, vamos… Argentina. Vamos, vamos… a ganar. Que esta barra, quilombera… no te deja, no te deja de alentar”

Mas para saber disso, só circulando na cidade, né? Pois é. Na Copa América o cronograma é rigoroso. Poucas horas antes dos jogos vários ônibus levam os jornalistas dos centros de imprensa aos estádios, sempre.

E assim seria o meu caso, novamente. Eu era o único brasileiro às 10h. Uruguaios, argentinos, venezuelanos e bolivianos completavam a lista. Eis que surgiu um ônibus aberto, customizado para desfiles nas ruas…

Com um carro de som pra lá de potente atrás, subindo o ritmo, começou uma carreata. Papel picado e  aquela festa de sempre, apesar do momento surreal. E a dúvida.

“Eu entrei no ônibus certo?. Rapá… Vou ficar é calado aqui.”

Foi um verdadeiro city tour, ainda que sem qualquer aviso.

Tudo seguia com entusiasmo dos argentinos até que o motorista “inventou” de passar próximo ao hotel onde está hospedada a delegação do Uruguai, no centro de Santa Fé.

E lá estavam os hinchas uruguaios… Pronto, provocação em espanhol pra todo lado e a polícia chegou. Seguiu o cortejo até o estádio.

Chegando na cancha do Colón, a 4 horas do jogo, o clima já era de clássico…

Torcida uruguaia em frente ao hotel da Celeste, em Santa Fé. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Versão máxima do Lego

Maquete do estádio Cemitério de Elefantes. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Santa Fé – Serão 37 mil torcedores no recém-formado estádio Cemitério de Elefantes no jogão deste sábado, entre Argentina e Uruguai.

No centro de imprensa, uma maquete de primeira da cancha. Para a geração “Lego”, uma peça assim é uma relíquia.

A maquete foi o resultado do trabalho de três pessoas. A relação é de 1/150 com o tamanho real. No campo de verdade, aliás, todos os ingressos para o clássico do Rio da Prata já foram vendidos, sendo 31 mil para os argentinos e 6 mil para os uruguaios.

Pra variar, seja qual for o país, os cambistas já estão atuando livremente…

Bilhetes para a “platea” (arquibancada), que custaram 80 pesos (R$ 32) estão sendo comercializados por, acredite, 800 pesos, ou R$ 320. O duelo Messi x Forlán vale isso?

Curiosidade: Argentina x Uruguai será o terceiro e último jogo em Santa Fé nesta Copa América. Até agora, dois empates em 0 x 0…

Atualização às 16h, com a visita ao estádio. Confira o vídeo.