Tabu é um assunto de que simplesmente não se fala por várias razões: porque é alvo de opiniões contraditórias, porque é um assunto que interfere com a sensibilidade das pessoas, etc. Também pode ser considerado como qualquer assunto inaceitável ou proibido em uma determinada sociedade. O termo tabu tem um significado muito extenso, mas, em geral, significa que uma coisa é proibida. O significado de tabu ramifica-se em duas direcções opostas: por um lado significa consagrado, sagrado, por outro, significa misterioso, perigoso, proibido e imundo.
Mas a palavra é usada também no campo esportivo. Serve para definir longos jejuns. Pode ser um título, uma classificação… Mas costuma ser usado mesmo para vitórias, ou a falta delas. Na tarde deste sábado, caiu um tabu. E dos grandes…
33 anos. 😯
Era o tempo que a SeleçãoBrasileira não vencia o Uruguai no estádio Centenário, em Montevidéu – desde o dia 25 de fevereiro de 1976 (veja AQUI). Vitória por 2 x 1, com gols Nelinho e Zico. Desde então foram 4 derrotas e 3 empates.
Marca que durou até este sábado. O Brasil não só venceu como goleou a Celeste Olímpica, por 4 x 0. Gols de Daniel Alves, Juan, Luís Fabiano e Kaká. Diante de 52 mil incrédulos torcedores, que esgotaram todas as entradas na quinta-feira.
Para comprovar como o jejum era longo, basta dizer que nenhum jogador convocado por Dunga havia sequer nascido em 1976. Mas neste sábado a Selecão conseguiu a sua 3ª vitória no Centenário. E motivou ainda mais o jogo da próxima quarta, no Arruda, contra o Paraguai. 😎
Boca Juniors 0 x 1 Defensor (matéria da Conmebol AQUI)
Uma das maiores zebras da Libertadores nos últimos anos. Seguramente, a maior desta edição. Apesar de ser o atual campeão uruguaio (veja a lista de vencedores AQUI), o Defensor tem apenas 4 conquistas, contra 47 do Peñarol e 41 do Nacional… 😯
Abaixo, a tradução das chamadas dos dois grandes jornais dos países vizinhos, relatando o mesmo fato com pontos de vista opostos sobre o resultado.
Boca perdeu em seu campo para o Defensor e se despediu da Copa. Os uruguaios abriram a diferença no primeiro tempo e depois aguentaram até o fim. Ischia terminou o jogo com três atacantes e nem assim chegou ao empate… O público se despediu dos jogadores com aplausos, mas insultou o treinador. Ciclo cumprido?
O Boca Juniors não perdia em La Bombonera pela Libertadores há 2.219 dias (6 anos), ou 25 partidas (22 vitórias e 3 empates)… 😈
A última derrora havia sido para… o Paysandu! O time de Belém venceu por 1 x 0 em 24 de abril de 2003, com um gol de Iarley (vídeo abaixo).
O árbitro uruguaio Jorge Larrionda foi escalado pela Conmebol para apitar o jogo entre Sport e LDU, na próxima quarta-feira, na Ilha do Retiro. Ele será auxiliado pelos compatriotas Pablo Fandiño e Carlos Pastorino.
Sem dúvida, trata-se de uma atração a mais para o primeiro jogo no Recife, pois Larrionda é um dos mais respeitados árbitros da América do Sul, onde apita jogos internacionais há 10 anos.
Para se ter uma ideia, ele foi o juiz da semifinal da última Copa do Mundo, entre França e Portugal, quando os franceses venceram por 1 x 0 e avançaram para a decisão. Ele ainda atuou em outros 3 jogos naquele Mundial.
No continente, ele já apitou a finalíssima da Taça Libertadores de 2003, conquistada pelo Boca Juniors diante do Santos, dentro do Morumbi. Em 2005 e 2006 ele apitou o primeiro jogo da final da Libertadores. Na foto acima, a atuação de Larrionda no jogo Boca Juniors 2 x 1 Cruzeiro, pelas oitavas-de-final da Libertadores do ano passado.
Saiba mais sobre Jorge Larrionda – que completará 41 anos cinco dias após o jogo na Ilha – clicando AQUI.
Obs. Jogo pela Taça Libertadores, contra a atual campeã da competição e com um dos melhores árbitros do mundo. De fato, será um evento e tanto na Ilha na próxima quarta. Pena que o gramado não deverá ser do mesmo nível da partida… 😯
Maior celeiro de craques para a Celeste Olímpica, 2 vezes vencedora da Copa do Mundo (1930 e 1950).
Não são poucos os pontos que apontam o Clube Atlético Peñarol como um dos times mais vencedores da história do futebol. Um passado brilhante, vitorioso. Mas, assim como todo o futebol uruguaio de uma forma geral, o Peñarol vem perdendo espaço. De potência continental, o Peñarol (também chamado de Aurinegro ou Mirasol) agora pena até mesmo para vencer o campeonato nacional. Nos últimos 9 anos, o clube levantou apenas um troféu (em 2003).
O resultado disso vem sendo catastrófico. O mais tradicional representante de Montevidéu ficou de fora das últimas 3 edições da Libertadores, gerando um prejuízo incalculável para o clube (cujo teto salarial é de US$ 20 mil). E viver apenas das receitas da liga não faz parte da cultura do clube, que participou de 75% das edições da Libertadores desde 1960. Mas… Além da verba mais curta, a torcida do clube viu, após 49 anos (!), a queda do posto de maior pontuador da Libertadores.
A Conmebol divulgou, nesta semana, o ranking histórico da competição (veja AQUI), e o escrete uruguaio foi ultrapassado pelo River Plate na liderança. Apesar de ter 8 participações a menos, a agremiação argentina soma 495 pontos, contra 491 do Peñarol. Como isso aconteceu? O River vem de 14 participações consecutivas, e já está garantido na fase de grupos em 2009.
O Peñarol, por sua vez, voltará à competição, mas na Pré-Libertadores (contra o Independiente da Colômbia). O maior destaque da equipe é o atacante Carlos Bueno, de 28 anos. Pouco, muito pouco para quem já teve a base da seleção campeã mundial (entre eles, Ghiggia, autor do gol do título do Maracanazo de 1950).
Para piorar, o 3° lugar no ranking é o rival Nacional. Apenas 10 pontos separam os dois clubes. Caso o Peñarol não avance na primeira fase (como ocorreu em 2005), o risco de ser ultrapassado pelo Nacional, também de Montevidéu, será bem real. E, neste caso, seria mesmo o limite para a apaixonada torcida mirasol.
Obs. Ao todo, 179 times já participaram da Libertadores. O Sport está em 135° lugar (7 pts), enquanto o Náutico ocupa a 149ª posição (5 pts). Para elaborar o ranking, a Conmebol adotou 3 pontos por vitória (o sistema, porém, foi adotado em 1994).
Abaixo, o vídeo da final do Mundial de 1982, quando o Peñarol conquistou o tri, ao vencer o Aston Villa, da Inglaterra, por 2 x 0, em Tóquio. O brasileiro Jair fez um dos gols e foi escolhido o melhor da partida. Ele não quis dividir o prêmio com o grupo (um carro), gerando um tremendo mal estar. 😯
Foi a maior derrota da história do futebol brasileiro. Difícil imaginar algo pior. Mesmo com a vantagem do empate naquele 16 de julho de 1950, o Brasil vencia o Uruguai por 1 x 0, na final da Copa do Mundo, em um Maracanã abarrotado com 200 mil torcedores. Mas os uruguaios viraram o jogo, silenciando o maior estádio do planeta. Os campeões chamaram aquele episódio de “Maracanazo”.
Desde então, qualquer revés dos quatro grandes clubes cariocas em uma situação decisiva no mesmo palco (devidamente lotado) também é tratado como Maracanazo. Elaborei um “Ranking de Maracanazos”, com algumas das grandes frustrações no estádio Mário Filho nos últimos 25 anos (além de 1950, é claro).
O último “caso” aconteceu no sábado, quando 81.317 rubro-negros foram ao Maraca. Mas Castillo, aos 31 minutos do primeiro tempo, e Renan Oliveira e Leandro Almeida, aos 20 e 29 do segundo, respectivamente, marcaram os gols do chocolate de 3 x 0 do Atlético-MG sobre o Fla, pelo Brasileirão.
A derrota colocou água no chope da festa encomendada pelo presidente do Mengão, Márcio Braga, que havia dito que estava preparando a “festa do hexa”. Foi uma senhora derrota do time do Rio, mas nada que se compare a outros episódios históricos.
1) 1950 – Brasil 1 x 2 Uruguai – Final da Copa do Mundo. Sem comentários…
2) 2008 – Fluminense 3 x 1 LDU (Equador) – Final da Libertadores. Caso raro de Maracanazo com vitória. Os tricolores fizeram uma linda festa antes da partida, mesmo com a derrota por 4 x 2 no primeiro jogo. Thiago Neves fez 3 gols e levou a disputa para as penalidades, mas o goleiro equatoriano Cevallos gravou o seu nome entre maiores os carrascos do Maracanã.
3) 2004 – Flamengo 0 x 2 Santo André – Final da Copa do Brasil. Santo André? Santo André…?! Poisé. Foi lá, caladinho, e fez 2 x 0, em um resultado que surpreendeu todo o país. Até mesmo os torcedores do… Santo André.
4) 2000 – Vasco 0 x 0 Corinthians – Final do Campeonato Mundial (vitória corintiana nos pênaltis). Esse jogo poderia estar numa colocação acima, pois foi em um Mundial. No entanto, cerca de 20 mil corintianos estiverem presentes naquela noite. Assim, obviamente, houve festa.
5) 1999 – Botafogo 0 x 0 Juventude – Final da Copa do Brasil. Um golzinho… Um mísero 1 x 0 e o Fogão conquistaria o seu 3º título nacional. Mais de 100 mil pessoas acreditaram nisso. Mas terminou como começou: 0 x 0, com festa gaúcha.
6) 1997 – Flamengo 2 x 2 Grêmio – Mais uma final da Copa do Brasil. O Fla estava com a taça até os 34 minutos do 2º tempo, quando Carlos Miguel empatou e levou o título para Porto Alegre.
7) 1985 – Bangu 1 x 1 Coritiba – Final da Série A (vitória paranaense nos pênaltis). A inusitada decisão foi vista por 90 mil pessoas, após a adesão dos torcedores dos grandes, que foram apoiar o time de Moça Bonita.
8 ) 2008 – Flamengo 0 x 3 América (México) – Oitavas-de-final da Libertadores. Incrível, pois o Fla venceu o jogo na Cidade do México por 4 x 2. Na volta, Cabañas fez a festa.
9) 1995 – Flamengo 1 x 0 Independiente (Argentina) – Final da Supercopa da Libertadores. O Mengão, com Romário, ficou a 1 gol de levar o jogo para as penalidades.
10) 2000 – Fluminense 0 x 1 São Caetano – Oitavas-de-final da Série A. Flu jogava pelo empate contra o Azulão, que havia se classificado no Módulo Amarelo. O Tricolor havia ficado em 3º no módulo principal. Adhemar acertou um chutaço no Rio, fazendo mais uma zebra.
Obs. – As 4 fotos deste post são – de cima para baixo – de 1950, 1999, 2004 e 2008. Passe o mouse em cima delas e saiba um pouco mais sobre esses Maracanazos.