Ele estava curtindo um bom e merecido descanso em Casa Caiada, na sua amada Olinda, onde encontra o seu cantinho a cada trabalho realizado Brasil afora.
Aos 61 anos, ele sabe que a saúde vem em primeiro lugar. Pensamento de quem tem uma vida inteira dedicada ao esporte.
Por isso, caminhadas diárias pela manhã, no calçadão da orla da Cidade Patrimônio. E até costumava dizer, em tom desafiador:
“Vamos lá correr um dia para ver se você acompanha o meu ritmo…”
Frase dita ao blogueiro quando ainda comandava o time rubro-negro, num raro momento de descontração após o treino. Eu não encarei a parada. Sei que não conseguiria mesmo!
E assim, na base da tranquilidade, foram dois meses com a família, sem o aperreio da famigerada área técnica. Sem os xingamentos eternos para a profissão.
Mas o telefone tocou na noite de domingo. Inicialmente, o convite não era dos melhores. A missão seria ultraindigesta. Mas o dever de recuperar a bandeira encarnada, branca e preta foi superior a qualquer outro desejo…
Foram inúmeros títulos como volante, dos bons. Franzino e gigante. Cansou de levantar taças na Avenida Beberibe.
Depois, passou a ser treinador. Com ele, o último sorriso do povo mais sofrido do Brasil.
Foi há cinco anos. Felicidade no ano inteiro. Primeiro, com o título pernambucano em pleno centenário do maior rival. Depois, o acesso à Série A do Brasileiro. Algo surreal para quem convive atualmente nas repúblicas independentes.
Mas ele está de volta. Pendurou as “sandálias” na ventilada varanda do seu apartamento. Já deve estar calçando as chuteiras e colocando aquele calção de número muito maior que o necessário.
Se era para tentar a salvação, pelo menos o último tiro foi respeitando a história.
Boa sorte, Givanildo Oliveira. Boa sorte, Santa Cruz.
Olinda fica para depois. Qualquer dia ele volta para o calçadão.