A bola não puniu

Hulk

Um dia após assumir a liderança isolada da Série A, comandando o Fluminense, o técnico Muricy Ramalho foi chamado para uma reunião com a cúpula da CBF, ali mesmo no Rio de Janeiro, num clube de golfe na Barra da Tijuca.

Tema: convite para assumir a missão de conduzir a Seleção Brasileira até a Copa do Mundo de 2014. A missão de ganhar o hexa no dia 13 de julho de 2014, no Maracanã.

Será que ele toparia essa “bronca”?

O paulista disse sim nesta sexta-feira e será o 78° técnico da Seleção desde 1914.

“A bola pune”. É o que costuma dizer Muricy quando um time vacila durante a partida. Desta vez, a bola foi o prêmio, pelo histórico vencedor. Digno de outra frase famosa de sua autoria: “Isso aqui é trabalho, meu filho!”

Aos 54 anos, o treinador chega ao auge de uma carreira que começou de fato em 1994, quando comandou o expressinho do São Paulo na conquista da extinta Copa Conmebol, à somba do técnico principal do Tricolor Paulista, o mestre Telê Santana.

Para ser efetivado mesmo, teria que esperar um pouco. Foi em 1996, no próprio clube. Não deu certo. Aí, começou a rodar o país em busca de espaço.

Sem medo de errar, é possível afirmar que o primeiro grande trabalho de Muricy foi no Náutico, em 2001. Assumiu um clube completamente endividado, com uma folha que não poderia passar dos R$ 200 mil e na Série B, ao contrário dos rivais, que estavam na elite nacional. Fora o jejum de 11 anos sem títulos e o temor de ver o hexa do Sport.

Muricy atropelou tudo isso. Ganhou o Pernambucano. Um não. Dois! Um bicampeonato histórico para o Alvirrbro, no início da Era Kuki. Tamanha dedicação o transformou em conselheiro vitalício do clube. No meio desta passagem, ele ainda arrumou tempo para treinar o Santa Cruz no Brasileirão.

Depois, ganhou o Paulista com o modesto São Caetano, reergueu o Internacional e finalmente voltou a ter uma chance no seu São Paulo.

Ganhou “apenas” três vezes o Campeonato Brasileiro: 2006, 2007 e 2008. Sempre com a mesma postura séria, mas competente. Muricy realmente consegue montar boas equipes, eficientes. Se ele será conseguirá trazer o futebol arte à Canarinha é outra conversa, mas o time será agressivo. Fato.

“Faz uns 20 anos que estou com. É muita sorte para um cara só. Fica em casa para ver se a sorte vai te ajudar. Tem que trabalhar”

Prepara-se, pois essa ironia vai dominar a Seleção Brasileira agora.

3 Replies to “A bola não puniu”

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  2. Falavam tanto em Mano Menezes que o convite ao Muricy acabou sendo uma surpresa. Mas eu achei ótimo. Sai o Dunga, entra o Zangado (porém educado). Acho que agora vai. 🙂

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