Quase dez mil alvirrubros nos Aflitos, sonhando com o sucesso pela terceira vez seguida nesta luta para manter o “luxo” da maior conquista do clube.
Ainda em desenvolvimento, o Náutico soube se impor sobre o Petrolina, nesta quinta-feira, no último jogo da noite nesta primeira rodada do Pernambucano.
Em Vitória de Santo Antão, a superlotação esperada. A expectativa era de 5 mil pessoas no Carneirão na quinta-feira, mas o público foi muito além disso. O número de 7.983 torcedores representa apenas parte do público real, pois faltando 15 minutos a torcida do Santa Cruz invadiu o estádio, cuja capacidade máxima é de 8 mil pessoas.
O povão teve uma noite de alegrias. No fim do 1º tempo, o primeiro pênalti marcado no Estadual. O zagueiro Thiago Matias cobrou bem e deixou o Tricolor em vantagem.
Na etapa final, o filho de Biro-Biro tocou para Laécio, que ampliou. Depois, Renatinho fechou: 3 x 0. Uma grande estreia coral. Já deixou uma ansiedade na torcida para o domingo, na “estreia” no Arruda, à tarde, contra o Ypiranga. E com a sede de ultrapassar a marca rival de 25 mil torcedores. Te anima, Santa Cruz…
Com apenas 5 minutos, na noite desta quinta, o Rei de Pernambuco deixou a sua marca. Alvo de um leilão entre os três grandes do Recife para esta temporada, o atacante Carlinhos marcou o primeiro gol do Estadual em um chute cruzado, forte. Na comemoração, o marketing de sempre, fazendo as “pazes” com a torcida leonina.
Agora, o post de fato: no gol, um lance polêmico, com vacilo do árbitro Cláudio Mercante, que não marcou impedimento no gol doSport. Além disso, ainda permitiu a cobrança de falta (que resultou no tento) bem à frente da infração.
Na sequência, o juiz foi rigoroso e expulsou Givaldo, por reclamação, e anulou um gol do América. No fim, a torcida esmeraldina ainda teve que ser realocada durante a partida.
Baita estreia, Mequinha.
E o segundo tempo? Marasmo típico de equipes travadas fisicamentes, após uma pré-temporada pra lá de enxuta. A expectativa – além da confirmação da vitória rubro-negro por 1 x 0 – era em relação ao público na Ilha, com cara de clássico.
Ao todo, serão 132 jogos na fase classificatória do Estadual desta temporada.
A Polícia Militar, como já foi dito, será homenageada pela FPF, dando nome ao troféu de campeão pernambucano de 2011 (veja AQUI).
Agora, resta esperar uma redução nos dados da violência nos jogos no Pernambucano.
Abaixo, os dados do Juizado do Torcedor, ligado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), durante as duas últimas edições da competição.
2009 – 169 ocorrências em 43 jogos com o MPPE. Foram 162 pessoas detidas por atos violentos e 7 cambistas. Média de 3,9 casos registrados por jogo.
2010 – 180 ocorrências em 34 jogos com o MPPE. Foram 101 pessoas detidas por atos violentos e 79 cambistas. Média de 5,2 casos registrados por jogo.
O recorde foi em 3 de fevereiro do ano passado, com 122 detidos no clássico Santa 1 x 3 Sport, o que mostra o grau de periculosidade.
O órgão vem com mais poder de atuação no #PE2011. A Lei Complementar número 163, de 17 de dezembro de 2010, será colocada em prática já na abertura. Com ela, o Jetep passa a ter plena competência cível e criminal.
Assista ao vídeo institucional “Futebol e Cidadania”, do Jetep, clicando AQUI.
Pouca gente sabe, mas o famoso bordão do Náutico não surgiu após o título pernambucano em 1968, quando o time conquistou o sexto título estadual seguido.
A expressão histórica, esfregada na cara dos rivais há 42 anos, foi dita pela primeia vez na noite de 11 de dezembro de 1974, nos Aflitos.
No calor de mais um título pernambucano.
Lima marcara o gol daquela conquista, a última do Timbu em seu estádio, acabando com a sequência tricolor, então pentacampeão.
A frase tem crédito conhecido. Mérito de Sebastião Orlando, diretor de futebol e apontando como um dos responsáveis pela montagem do time com Jorge Mendonça, Vasconcelos, Neneca e Juca Show. Ele assistiu ao Clássico das Emoções nas cadeiras.
Embreagado de felicidade, ele desceu das tribunas até o vestiário, já em plena comemoração com a taça de prata.
Logo na entrada ele foi abordado por um alvirrubro. Mandou na lata:
“Hexa é luxo. Tem quem pode!”
Ele não tinha dimensão do que havia criado… A frase “pegou” na hora.
Com o tempo, a segunda frase caiu em desuso. Já a primeira ganhou até uma iluminação especial na tombada sede em Rosa e Silva.
Em 2001, a frase foi renovada. Em 2011, a conferir.
Há alguns anos, o Estadual virou uma espécie de “rito de passagem”.
Uma competição tradicional, quase centenária.
É bem disputada, tendo como molho a acirrada rivalidade local, mas o campeonato sempre foca a preparação dos clubes para o que há de mais importante na temporada, o Brasileirão. Para 2011, tudo convergiu ao contrário. Com o apoio da tecnologia.
Só se fala na briga pelo título pernambucano. Nas redes sociais a ansiedade é grande entre as torcidas, em total interação num campo vasto como é o da internet.
Blogs, sites, Facebook, Orkut etc. Uma profussão de posts/scraps monotemáticos.
No fenômeno Twitter, a hastag #PE2011 ganha a força a cada minuto. São pessoas debatendo o tema sempre com o #PE2011 deixando claro sobre o que se trata.
E se trata de muita coisa… Virou questão de honra. Manter ou ganhar o hexa, renascer.
Objetivos distintos entre os grandes clubes, todos eles numa esquina do destino, prontos para um passo definitivo na história. E ainda com os guerreiros do interior. Certames regionais com esse grau de expectativa não acontecem todos os dias. É preciso valorizar esse aspecto numa era descendente dos campeonatos estaduais.
O governador Eduardo Campos foi feliz na sua colocação. Para a torcida pernambucana, isso “mexe com a autoestima” (veja AQUI).
Quinta-feira, 13 de janeiro. Começa a edição do Pernambucano mais aguardada dos últimos tempos. Nenhum clube local está na Série A do Brasileiro? Infelizmente, não. Desta vez isso fica pra depois…
Novidades no #PE2011? Na web, claro.
Confira os estádios da competição numa imersão em 360º, clicando AQUI.
O anúncio da continuidade da campanha Todos com a Nota no Campeonato Pernambucano de 2011 foi uma mera formalidade na tarde desta quarta-feira.
Faltavam apenas os detalhes, como o investimento de R$ 5,5 milhões para este ano. Porém, o blog havia antecipado o acordo há dez dias (veja AQUI).
O que chamou a atenção mesmo no discurso no Palácio foi a palavra do governador Eduardo Campos sobre a resistência das torcidas dos clubes pernambucanos.
O socialista foi duro ao apontar a fraqueza dos times locais no interior.
“A campanha do Todos com a Nota traz o torcedor mais pobre para o estádio. Sabemos que o futebol é um lazer importante. No interior, isso significa a presença de todas as nossas torcidas. Precisamos massificar isso, pois é algo que mexe com a nossa autoestima. Em todo o Nordeste, só Pernambuco continua forte nessa resistência. Estamos em uma trincheira e precisamos ser o exemplo, com o crescimento e valorização das torcidas locais”.
A queixa do governador é algo visto há anos no estado, mas nunca disseminada de forma tão visceral. Trata-se de um fenômeno explicado de várias formas.
Desde a Rádio Nacional, sediada no Rio de Janeiro, ainda na década de 1940, às transmissões nacionais de jogos do Sudeste pelas grandes emissoras de TV a partir da década de 1980, entre outros pontos. A antena parabólica virou o símbolo maior.
Analisando os dados das duas últimas pesquisas (Ibope/2010 e Opine/2008), nota-se que o número de pessoas que não torcem por clube algum em Pernambuco chega a 30% – nem cá nem lá. Somando com os torcedores de times de outros estados, porém, o número alcança a metade da população.
O trio composto por Sport, Santa Cruz e Náutico se esforça nesta “luta”, chegando a 54,8% segundo o Ibope (4,82 milhões de torcedores). De acordo com os dados da Opine, a situação é pior, com 46,1% (4,05 milhões de pessoas).
São Paulo e Corinthians aparecem como as maiores torcidas “forasteiras”. Agregadas, elas chegam a 12,7% (1,11 milhão, Ibope) e 10,5% (923 mil, Opine).
Grande parte dessas torcidas estão a partir do Agreste, seguindo pela BR-232.
Ou seja… A trincheira é longe, governador. Passa, sim, pela fidelização das torcidas, fato que ganhou força a partir de 1998, com o crescimento da média de público.
A massificação, cujo caminho inverso demorou décadas, só será possível a longo prazo, indo além das arquibancadas subsidiadas do Estadual, que dura apenas 4 meses. Será, sobretudo, com bons resultados além das nossas trincheiras. Digo, fronteiras…
Seja bem-vindo a esta luta, governador. Você já está no front.