Só mesmo o cantor Carlos Gardel, em seus melhores dias, conseguiria enraizar tanto drama em uma história quanto o rebaixamento inédito do River Plate.
Sim, o gigante River, arquirrival do Boca Juniors e dono do maior estádio da Argentina, o Monumental de Nuñez, palco da final da Copa América, que começa na próxima sexta.
O torneio continental começará ainda com um país atônito diante de algo tão marcante e surpreendente quanto a queda no domingo do Milionario, como é conhecida a tradicional agremiação de 110 anos de história, sempre na elite do futebol portenho, onde é o maior campeão, com 33 títulos.
No capítulo final de uma tragédia jamais anunciada, era preciso vencer o modesto Belgrano, de Córdoda, por dois gols de diferença. Em casa. Em mais um dia frio em Buenos Aires, o calor da hinchada do River, com quase 50 mil pessoas presentes.
O drama começou com um gol do adversário com apenas quatro minutos. Um silêncio daqueles cortado apenas pelo apito do árbitro Sergio Pezzotta, assinalando impedimento. Corretamente.
Do calafrio à emoção irracional 60 segundos depois, com o gol de Pavone, de fora da ára, na raça. Com a derrota por 2 a 0 no jogo de ida, restava devolver a diferença. A um gol da salvação, o River Plate pressionou. Dessa vez, a “camisa” não jogou.
Desarrumado, como nas últimas três temporadas – cuja média de pontos, no complicado sistema argentino, o deixou nessa repescagem -, o time deu espaço ao rival de ocasião. O gol incrivelmente perdido por Pereyra foi o primeiro aviso. Aos 17 minutos do segundo tempo, dois zagueiros do River trombaram e Farré, que não tinha nada a ver com aquele papelão fora de hora, empatou.
O fim de uma tradição – cuja faixa diagonal, para se ter uma ideia, é a fonte de inspiração do padrão do Vasco – estava a poucos minutos. O River, presidido pelo ídolo e ex-capitão Daniel Passarella – campeão do mundo com a seleção em 1978 -, ainda perdeu um pênalti com Pavone.
Pois é. A mística estava encerrada, sob a revolta da torcida, ensandecida com a situação, entre quebra-quebra e lágrimas intermináveis, sem deixar o estádio, a casa dos clássicos, fadado a receber jogos da “B”.
O domingo que jamais será esquecido na Argentina marcou, ainda, o aniversário de 15 anos da última Taça Libertadores conquistada pelo River Plate. Foi o verso final de um tango digno de Gardel. Hasta la vista, River.
essa queda do River Plate,é a ponta do iceberg de uma seríssima crise da qual passa o futebol da Argentina,em TODOS os aspectos!
Teve um penal claro para o river quando tava 1×0, o juíz tem que ter peito, e ser mto incompetente assim como a equipe dos “milionários”.