A final de Libertadores com mais torcedores da história

Camisa 12, do Corinthians

Boca Juniors e Corinthians, o choque das massas.

Desde 1960, quando a Taça Libertadores da América foi criada pela Conmebol, nenhuma final contou com tantos torcedores envolvidos de forma direta como em 2012.

O confronto desta temporada vai reunir a incrível marca de 41.985.756 adeptos.

A camisa 12 vai pulsar, dos dois lados…

Focado no troféu inédito, o Timão tem 13,4% da torcida brasileira, segundo pesquisas. Isso dá uma margem de 25.778.450 pessoas no bando de loucos de São Paulo.

O Alvinegro é o quarto clube do mundo com mais seguidores em seu país de origem. Uma posição abaixo neste ranking aparece o time mais popular da Argentina (veja aqui).

O gigante de Buenos Aires, hexacampeão continental, conta com 40,4% da preferência dos hinchas argentinos, o que corresponde a 16.207.306.

Ambos venceram as edições dos seus campeonatos nacionais em 2011 e chegam a uma decisão sem favoritos, por mais que a camisa do Boca costume pesar na Libertadores.

Os duelos serão na La Bombonera e no Pacaembu, que curiosamente não são os maiores estádios das duas maiores metrópoles da América do Sul. Muita gente ficará de fora.

Já que o tema é a paixão futebolística, vale lembrar que esse elevado grau vem acompanhado de uma dose cavalar de rejeição. Absolutamente natural no futebol.

Os milhões que irão torcer a favor poderão ter uma massa ainda maior secando na TV.

Não fique espantado se para muitos torcedores, lá e cá, o Boca Juniors for o Brasil na Libertadores e o Corinthians for a Argentina na Libertadores…

Difícil mesmo será ficar indiferente a esta superfinal.

La 12, do Boca Juniors

O cerco está se fechando para novos campeões nacionais

Arame farpado

Coritiba x Palmeiras, a final da 24ª Copa do Brasil, que afirma um contexto preocupante.

Está ficando cada vez mais difícil o surgimento de um novo campeão nacional.

Desde a Taça Brasil de 1959, a primeira competição nacional oficial do país, o maior período sem que fosse consagrado um novo campeão de elite foi entre 1991 e 1999, do Criciúma ao Juventude, ambos na Copa do Brasil.

O chamado “G12”, bloco não escrito com os principais times do Brasil, possui títulos deste porte. Outras dez equipes fora do bolo também já ganharam.

Com a decisão do mata-mata desta temporada,  o jejum atual, desde a volta olímpica do Paulista de Jundiaí, em 2005, só não será igualado se a vigente Série A for vencida por Náutico, Ponte Preta, Portuguesa, Figueirense ou Atlético-GO.

Caso não ocorra alguma zebra no campeonato brasileiro, portanto, o futebol brasileiro poderá entrar num ciclo quase fechado de campeões nacionais.

A opinião é fundamentada em uma Série A enxuta e elitizada e agora com a reformulação da Copa do Brasil a partir de 2013, contando com todas as forças, inclusive as agremiações que disputam simultaneamente a Taça Libertadores da América.

Levando em consideração a Taça Brasil (1959-1968), Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), Série A (1971-2012) e Copa dos Campeões (2000-2002), confira abaixo quantos anos se passaram até que um novo clube pudesse bordar uma estrela dourada.

Com a estrutura atual, o 23º campeão nacional deverá surgir em quanto tempo?

Jejum de campeões nacionais

Eurocopa – Cristiano Ronaldo, decisivo até a semifinal

Eurocopa 2012, quartas de final: Portugal 1x0 República Tcheca. Foto: Uefa/divulgação

No confronto que abriu as quartas de final da Eurocopa, Portugal jogou bem melhor que a República Tcheca, na polonesa Varsóvia, nesta quinta.

Foi de fato um duelo entre o atacante Cristiano Ronaldo e o goleiro Petr Cech.

O craque luso lutou bastante. Correndo, driblando, finalizando. Acertou duas vezes a trave. A bola teimava em não entrar e o descontrole emocional parecia incomodar.

Na base da insistência, o gol saiu aos 4 minutos do segundo tempo, em uma cabeçada fulminante do atacante do Real Madrid. Na velocidade de um chute.

Cech, que fazia um partidaço, se esticou todo. Chegou a triscar na bola. Não evitou.

Nos descontos, com as duas torcidas sem coragem de continuar observando o jogo, Cech se lançou na área adversária. Seria a redenção? Não.

O triunfo de Portugal por 1 x 0 foi o suficiente para colocar o país novamente na semifinal da Euro, em busca da Taça Henri Delaunay, que escapou por pouco em 2004.

Portugal espera agora por uma revanche. Nada de vida fácil para um país com tradição individual e clubística, mas que ainda busca a afirmação como conjunto, seleção.

Em 2006, a seleção foi eliminada pela França na semifinal do Mundial. Quatro anos deopis, no clássico ibérico contra a Espanha, foi despachada da Copa nas oitavas…

Em forma, Cristiano Ronaldo agora quer ser o protagonista. Seja qual for o oponente.

Eurocopa 2012, quartas de final: Portugal 1x0 República Tcheca. Foto: Uefa/divulgação

Fogos corintianos no Grande Recife

Fogos

Fim de jogo no Pacaembu. Corinthians classificado à final da Taça Libertadores.

No Recife, um intenso foguetório. O ato sincronizado ao apito final do árbitro Leandro Vuaden indica que não havia relação alguma com os festejos na capital.

Fogos em todos os cantos da cidade, sem distinção econômica.

Através do twitter foi possível conferir o relato de torcedores dos times pernambucanos das mais diversas localidades da região metropolitana do Recife.

A incredulidade com o tamanho da ação (invasão?) mostra que o aumento da paixão clubística fora dos limites geográficos do estado não é tão silenciosa assim…

Nas últimas duas pesquisas com dados do Grande Recife (Opine/2008 e Plural/2011), o Corinthians já aparece com a quarta maior massa da cidade, tendo 1% da preferência.

Segundo a estimativa demográfica mais recente do IBGE, a capital e seu entono são ocupados por 3.898.470 habitantes. Assim, existem quase 39 mil corintianos.

No interior não há novidade quanto à presença corintiana, que varia entre 4,8% e 8,1%.

Essa concorrência bem no coração das maiores torcidas locais pode ser o estalo para uma análise mais profunda, com aspectos como o processo migratório, por exemplo.

A inserção do Timão na mídia local só tende a aumentar. Neste ano, com Náutico e Sport na Série A, a grade será composta pela presença do Corinthians, com 11 partidas.

No primeiro turno, por exemplo, o Timbu só terá um jogo transmitido na TV aberta.

Isso reforça a tese de que a imagem dos clubes pernambucanos precisa ser revitalizada, caso queiram preservar o fato de contar com a maioria absoluta no estado (veja aqui).

Essa margem de 1% assusta ou é fogo de palha? A certeza é que já faz barulho.

Fogos