Em quinze anos os grandes clubes pernambucanos contaram com doze dirigentes remunerados na gestão do futebol profissional.
O termo “remunerado” costuma causar asco nos dirigentes tradicionais, aqueles que emergiram do quadro de sócios até um lugar no alto escalão.
O cargo é quase um tabu no futebol local.
No contracheque, um salário equivalente ao de um executivo. Nos bastidores, de R$ 20 mil a R$ 50 mil. No Sudeste há quem ganhe mais de R$ 100 mil.
Nesta temporada, alvirrubros e rubro-negros iniciaram suas campanhas com dirigentes contratados, responsáveis pela procura de atletas, renovações de contratos e negociação de direitos econômicos.
Os perfis são bem diferentes. No Alvirrubro, Daniel Freitas, com passagem pelo Vasco, calejado na Série A. Demitido em julho. No Leão, Marcos Amaral, outrora diretor “tradicional” do clube, mas que acabou assumindo a função de forma exclusividade na carreira como homem de confiança do presidente.
Se tem algo em comum em todos eles é o tempo. No Recife, todos ficaram no máximo um ano. Na saída, a variação de motivos também é pequena.
Divergência de ideias, rusgas com outros diretores, jogadores e técnico, além do alto salário. Rescisão costurada quase sempre a partir da vaidade, lá e lô. E assim este modelo profissional nunca se firmou no estado.
Os dirigentes remunerados, claro, têm consciência de que são estranhos no ninho. Compreender a situação e saber agir de forma também é necessário.
Confira os nomes que já trabalharam nos Aflitos, na Ilha do Retiro e no Arruda.
Náutico
Sangaletti (2008)
Gustavo Mendes (2011)
Carlos Kila (2012)
Daniel Freitas (2013)
Sport
Rudy Machado (1999)
Cícero Souza (2012)
Marcos Amaral (2013)
Santa Cruz
José Luís Galante (1999)
Joel Zanata (2000)
José Carlos Brunoro (2001)
Antônio Capella (2008)
Raimundo Queiroz (2010)