Os nove clubes intermediários vão jogar 16 vezes no primeiro turno do Campeonato Pernambucano de 2014, na disputa pela Taça Miguel Arraes.
A primeira metade da competição estadual, iniciada ainda em 2013, foi encerrada nesta segunda-feira, a primeira do ano. Após nove rodadas, o Salgueiro está na liderança absoluta, mas com o Central também na briga. Cada time só disputou oito jogos porque um participante folga a cada rodada.
O campeão do turno irá garantir vaga na Série D. Se entre os três classificados ao hexagonal decisivo – o segundo turno – estiver o Carcará, automaticamente os dois outros times intermediários já estarão garantidos na quarta divisão nacional.
Os seis últimos irão para o hexagonal do rebaixamento, que mandará dois clubes para a segunda divisão pernambucana de 2015.
Confira a tabela da Taça Miguel Arraes clicando aqui.
A iluminação especial inspirada na Allianz Arena, de Munique, era um dos destaques do projeto da Arena Pernambuco.
Todo o material de divulgação do estádio em São Lourenço foi lançado contendo projeções da fachada iluminada com as membranas de LED. Até mesmo na loja do consórcio, no Shopping Recife (veja aqui).
Veio a Copa das Confederações e a arena não teve a iluminação diferenciada, que teria quatro quilômetros de componentes. Em vez disso, foram improvisados canhões de luz na fachada, emulando um visual colorido.
Havia a expectativa, inclusive da direção do consórcio, para que a estrutura de LED ficasse pronta até o Mundial, com cinco jogos no local em junho de 2014. O secretário extraordinário da Copa no estado, Ricardo Leitão, deixou claro na última coletiva do ano que a estrutura não ficará pronta.
“Aquilo não era um item obrigatório. Era uma proposta que a concessionária fez. Mas tudo o que é básico está em condições de funcionamento para receber jogos no padrão Fifa”.
O custo do estádio subiu de R$ 532 mi para R$ 650 milhões, na ordem de grandeza estipulada pelo governo, e nem assim foi suficiente para a iluminação.
Considerando que o equipamento não é dos mais baratos e que o consórcio ainda vem trabalhando com um orçamento apertado na operação, nota-se que, por enquanto, a iluminação da Arena será natural.
O consórcio enviou ao blog uma nota sobre a questão. Eis a íntegra.
“A fachada da Itaipava Arena Pernambuco foi uma das soluções adotadas pelo plano de antecipação da obra para a Copa das Confederações, que conseguiu adiantar a entrega do estádio em oito meses. A mudança no projeto da fachada garantiu uma entrega mais rápida do material, além de permitir uma instalação mais ágil. O novo fechamento lateral trouxe ainda a possibilidade de iluminação por LED, o que não estava previsto no projeto inicial e não foi licitado. Dessa forma, estão sendo realizados estudos de viabilização técnica e financeira.”
Ou seja, o orçamento da obra não contemplava o LED, o que só reforça a dificuldade para instalá-lo após o Mundial…
“O Brasil acabou de se dar conta que começou tarde demais. É o país com mais atrasos desde que estou na Fifa e foi o que teve mais tempo, sete anos, para se preparar.”
Ao que parece, Joseph Blatter perdeu a paciência com a organização brasileira. A declaração no domingo foi a mais dura durante todo o processo.
Blatter, de 77 anos, está na Fifa desde 1975. Portanto, o Mundial deste ano será o 10º com a presença do dirigente, presidente da entidade há quinze anos.
A crítica torna-se ainda mais pesada ao constatar que entre essas dez edições sob o olhar próximo do suíço estão a Argentina de 1978, sob ditadura militar, o México em 1986, numa organização às pressas, substituindo a Colômbia, e a África do Sul em 2010, num torneio já bastante criticado.
Francamente, ele disse algo fora da realidade? Não mesmo. Pelo contrário, a crítica aponta para o próprio dirigente, que tanto demorou para se dar conta da confusão preparação nacional, com atrasos e denúncias de superfaturamento.
Vale lembrar que a Copa no país deve consumir R$ 64 bilhões em investimentos públicos e privados. É mais que a soma de 2002, 2006 e 2010.
Por outro lado, dificilmente o governo federal deixaria barato uma entrevista assim, amplamente distribuída pelas agências internacionais.
Através do twitter, vejam só, a presidente brasileira Dilma Roussef escreveu sete mensagens. Uma resposta indireta, por mais que a direção das palavras fosse bem precisa. Abusou da emoção, sem foco nas questões técnicas.
“Os brasileiros começam 2014 confiantes que irão sediar a Copa das Copas. No Brasil, a Copa estará em casa, pois este é o país do futebol. Todos os que vierem ao Brasil serão bem recebidos, porque somos alegres e acolhedores. Esta será a Copa de 12 cidades-sedes, da floresta Amazônica aos pampas gaúchos, das montanhas de Minas às praias cariocas, das dunas do Nordeste à metrópole de São Paulo. Os turistas terão oportunidade de conhecer este país multicultural e batalhador. Um Brasil que está enfrentando o desafio de acabar com a miséria e de gerar oportunidades para todos. A procura por ingressos para os jogos – a maior em todas as Copas – mostra que torcedores do mundo inteiro confiam no Brasil. Amamos o futebol e por isso recebemos esta Copa com orgulho e faremos dela a Copa das Copas.”
Entre as mensagens da presidente e a tréplica de Blatter, um intervalo de apenas duas horas. Na mesma rede social, o mandatário da Fifa recuou, adotando um discurso pra lá de político, raso…
“Concordo com Dilma sobre Copa. O mundo todo está esperando pela Copa das Copas. Brasil será ótimo anfitrião.”
Talvez a cobrança siga nos bastidores, talvez. Afinal, a Copa do Mundo é um produto da Fifa, uma instituição privada. Para recebê-lo, o Brasil se sujeitou às mais pesadas cobranças, algumas delas ferindo até as leis nacionais – que acabaram sendo modificadas.
A soberania do Brasil não está em jogo nessa cobrança, não mesmo. A capacidade organizacional, sim.
Apesar dos panos quentes na discussão online, é claro para qualquer um, Fifa, governo federal, população brasileira e estrangeiros, que algo não está 100%. Na verdade, atingir esse percentual nas obras vem sendo uma batalha, aumentando os custos devido à falta de tempo. O atraso é real, política à parte.