A corrida das multidões, ao menos no papel, visando o centésimo estadual

Públicos da 3ª rodada do heaxagonal do título do Pernambucano 2014: Santa Cruz 0x0 Náutico (Celso Ishigami/DP/D.A Press), Porto 0x2 Sport (Yuri de Lira/DP/D.A Press) e Salgueiro 0x0 Central (Héliton/salgueiroac.com)

O Campeonato Pernambucano foi completamente recortado em sua fórmula visando a centésima edição, em 2014. Iniciou em uma fase classificatória, apenas com os intermediários. Agora, estão sendo disputados dois hexagonais paralelos, do título e da permanência. As três fases integram a primeira divisão.

Assim, já foram realizados 89 jogos – seriam 90, caso o Clássico dos Clássicos na estreia não tivesse sido adiado. Nesta primeira atualização do blog em relação aos públicos deste ano, a média aparece com 4.952. Uma estatística baixa, mas que ainda assim não bate com o visual da maioria dos jogos.

A última edição com média abaixo de cinco mil pessoas foi a de 2007, com 4.509. Curiosamente, aquele foi o único torneio desde 1998 sem o subsídio do governo do estado, tanto o Todos com a Nota quanto o Futebol Solidário.

O blog irá acompanhar as médias de público dos seis candidatos ao título, através do borderô oficial. No caso dos intermediários, os dados da primeira fase foram computados. Ao voltar ao TCN, o Tricolor estabeleceu o maior público do ano no estado, com 28.712 torcedores no clássico contra os alvirrubros. Os corais lideraram a média do certame nas últimas cinco anos.

Mesmo com estádios bem vazios no primeiro turno, a arrecadação já chegou a quase R$ 3 milhões, com 88% do público oriundo dos bilhetes promocionais.

1º) Santa Cruz (2 jogos como mandante)
Total: 36.721
Média: 18.360
Taxa de ocupação: 30,57%
Contra intermediários (1) – T: 8.009 / M: 8.009

2º) Sport (1 jogo como mandante)
Total: 12.736
Média: 12.736
Taxa de ocupação: 38,61%
Contra intermediários (1) – T: 12.736 / M: 12.736

3º) Salgueiro (10 jogos como mandante)
Total: 78.417
Média: 7.841
Taxa de ocupação: 79,07%

4º) Central (9 jogos como mandante)
Total: 66.363
Média: 7.373
Taxa de ocupação: 37,85%

5º) Porto (10 jogos como mandante)
Total: 55.310
Média: 5.531
Taxa de ocupação: 28,39%

O Náutico ainda não atuou como mandante.

Capacidade oficial dos estádios: Arruda (60.044), Arena Pernambuco (46.214), Ilha do Retiro (32.983), Lacerdão (19.478) e Cornélio de Barros (9.916).

Geral – 89 jogos (1ª fase, hexagonal do título e hexagonal da permanência)
Público total: 440.739
Média: 4.952 pessoas
TCN: 388.808 (88,21% da torcida)
Média: 4.368 bilhetes
Arrecadação: R$ 2.894.201
Média: R$ 32.519

Fase principal – 8 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 90.650
Média: 11.331 pessoas
TCN: 54.582 (60,21% da torcida)
Média: 6.822 bilhetes
Arrecadação: R$ 903.718
Média: R$ 112.964

Confira todas as médias desde 1990 clicando aqui.

Veja também as médias de Náutico, Santa e Sport desde 2005 aqui.

A Cidade da Copa já deveria existir. Por enquanto, só no papel

Projeto da Cidade da Copa em 2014. Crédito: divulgação

A Cidade da Copa foi apresentada pelo governador do estado, Eduardo Campos, em 15 de janeiro de 2009. Um projeto faraônico, orçado em R$ 1,59 bilhão.

A construção de uma nova centralidade urbana na zona oeste da região metropolitana da capital pernambucana, a dezenove quilômetros do Marco Zero, teria um bairro de 40 mil habitantes, estádio de futebol, centro de convenções, hotéis, escolas, faculdade, centro de comando da polícia…

Tudo agregado em 270 hectares num rincão em São Lourenço da Mata.

O gasto, que na prática passaria dos dois bilhões de reais, entre recursos públicos e privados, seria aplicado em quatro fases distintas do projeto: 2014 (imagem acima), 2015-2019, 2020-2024 e 2025 (imagem abaixo).

Naturalmente, já estamos no limite do primeiro módulo. Confira as oito diretrizes e as respectivas subdivisões da primeira etapa, com prazo vencido.

1 – Arena Pernambuco e Arena Indoor
2 – Praça de Celebração e zonas de comércio, entretenimento e alimentação (72.000 m²)
3 – Centro de Convenções (9.500 m²) e hotel com 300 quartos
4 – Melhorias na área norte do Rio Capibaribe
5 – Campus Educacional
6 – Instalação de Segurança (Centro de Comando e Controle Integrado)
7 – Radial da Copa finalizada
8 – Grande loja de varejo ao longo da BR-408

Apenas a Arena Pernambuco e a Radial da Copa foram construídas.

Até o momento, a Cidade da Copa, na prática, não existe.

Projeto da Cidade da Copa em 2025. Crédito: divulgação

A repetitiva resposta da Arena sobre o LED

Projeto da Arena Pernambuco iluminada com o LED

“A iluminação por LED não estava prevista no projeto inicial e, por isso, não havia sido licitada. Para viabilizar o plano de antecipação da obra para a Copa das Confederações, foi realizada a mudança no projeto da fachada, o que garantiu que entregássemos 8 meses antes da data prevista. De toda forma, estão sendo realizados estudos de viabilização técnica e financeira para a realização do projeto para a Copa.”

A explicação da Arena Pernambuco em sua fan page oficial no facebook é recorrente, tamanha a quantidade de perguntas realizadas pelos torcedores, e olhe que são 166 mil curtidores na página.

Apesar da pequena esperança dada na última frase da nota oficial, visando o Mundial, a beleza do projeto em três dimensões, numa fachada semelhante à da Allianz Arena, em Munique, deve mesmo ficar no campo virtual.

Saiba mais sobre a polêmica em relação à fachada de LED aqui.

Recomendação da Fifa vai tirando shows da Arena Pernambuco. E só da Arena…

Time-lapse da Arena Pernambuco. Crédito: Youtube/Arena Pernambuco

Os primeiros grandes shows em 2014, no Recife, já foram confirmados.

12/04 – Roberto Carlos (Arruda)
15/04 – Guns N´Roses (Chevrolet Hall)

Além da agenda próxima, há outro ponto em comum nessas apresentações. O curso comum da negociação deveria ter levado os shows para a Arena Pernambuco, o empreendimento mais moderno do estado para eventos do tipo.

O consórcio do estádio informa que recebeu uma recomendação da Fifa para não realizar eventos no gramado – para evitar o desgaste do piso até o Mundial. Por isso, vem abrigando eventos apenas em sua área externa e no auditório.

A recomendação está em vigor desde janeiro. No entanto, o pedido (seria, na prática, uma exigência?) parece valer apenas no Recife…

Curiosamente, o Castelão, outro palco nordestino para a Copa do Mundo, também receberá um show de Roberto Carlos. O Rei irá cantar em Fortaleza em 5 de abril, uma semana antes da capital pernambucana.

Antes, em 26 de fevereiro, será a vez de Elton John – que também irá à Fonte Nova, quatro dias antes. O palco do inglês possui 17 metros de altura, medindo 24m x 18m e sustentan mais de 50 toneladas, acima das recomendações.

Falando em infraestrutura, a Arena Pernambuco foi concebida para receber até 55 mil pessoas em um show. Até agora, houve apenas um evento do tipo, com um público de 20 mil em agosto de 2013, com Cláudia Leite.

Na ocasião, uma área do campo de aproximadamente dez mil metros quadrados foi coberta com um piso de plástico propileno de alta resistência e proteção ao impacto, justamente para evitar desgastes.

Apesar disso, a recomendação ao local deve vigorar até o final de julho…