A Arena Pernambuco foi lançada pelo governo do estado em 15 de janeiro de 2009, num projeto integrado a algo maior, a Cidade da Copa, uma nova centralidade urbana na zona oeste do Recife. O novo campo utilizaria de forma massiva o metrô, um modal sem conexão direta com os estádios da capital.
O transporte nos trilhos seria o grande diferencial na mobilidade, com uma nova estação de metrô, a Cosme e Damião, a apenas 700 metros da arena. Pois bem. O estádio (R$ 650 milhões) e a estação (R$ 7,4 milhões) foram construídos… e a ideia inicial, tão divulgada pelo estado, acabou relegada.
De forma incompreensível, a arena ficou a uma caminhada de 4,1 quilômetros do acanhado terminal de Cosme e Damião, ou 485% acima da previsão inicial. Por isso, e pela falta de integração ao Metrorec nos jogos noturnos, o formato – que utilizou bastante dinheiro público – ainda não surtiu efeito na arena.
Agora, o poder público agora tenta lançar a versão de que a estação já estava prevista antes do estádio, sem uma relação direta com o projeto. No entanto, o terminal de Cosme e Damião só foi viabilizado por causa da arena, tanto que o gasto foi inserido na Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo.
Vamos a exemplos de outros estádios de ponta, no Brasil e no exterior, nos quais o metrô é o principal modal para o transporte do público. Através do Google Maps, com o mesmo zoom, é possível notar a disparidade.
No caso do estádio do Porto, a estação portuguesa fica dentro do estádio. Entre os exemplos, o mais distante foi o campo da Internazionale e do Milan, com cerca de dois quilômetros, ou metade do caminho em São Lourenço da Mata.
Ou seja, em todos os estádios o trajeto entre a estação e o campo é inferior a apenas um sentido no percurso para o modelo pernambucano.
Estádio do Dragão (Porto, Portugal) – Estação integrada
Santiago Bernabéu (Madri, Espanha) – 220 metros
Wembley (Londres, Inglaterra) – 400 metros
Camp Nou (Barcelona, Espanha) – 450 metros
Maracanã (Rio de Janeiro, Brasil) – 500 metros
Estádio da Luz (Lisboa, Portugal) – 550 metros (inclui retorno)
Stade de France (Saint-Denis, França) – 650 metros
Amsterdam Arena (Amsterdã, Holanda) – 700 metros (inclui retorno)
Allianz Arena (Munique, Alemanha) – 1,38 km
San Siro (Milão, Itália) – 1,9 km
Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata, Brasil) – 4,1 km (inclui retorno)
O telegrama enviado por José Rozenblit foi entregue na Vila Belmiro, no serviço executado pela Western Telegraph, em 1957. Eram apenas duas frases. Modesto Roma, inteirado sobre o assunto, foi até o campo de grama alta e assobiou em direção a um franzino rapaz de 17 anos. “Pelé, chega mais”. Suado, já com a camisa na mão, Edson se aproximou, desconfiado como bom mineiro. Nem falou. Só ouviu. “Prepara a tua mala que você irá passar um tempo no Recife”. O juvenil arregalou os olhos. Antes de imaginar qual seria o seu novo clube ou a distância da cidade em relação à Baixada, já bateu a saudade de Seu Dondinho, seu pai e grande incentivador.
Pelé, o curioso apelido ganho ainda quando criança, era uma grande promessa do Santos. Faltava cancha para disputar o campeonato paulista, acreditavam os dirigentes do clube. A amizade entre o rubro-negro Rozenblit e o santista Roma viabilizou a solução, com um tempo em Pernambuco, no disputado campeonato citadino, com clássicos cada vez mais populares. Inicialmente, seriam apenas quatro meses. O tal telegrama era bem claro. “Queremos o garoto Pelé. Quatro meses de contrato e negociação para a renovação de mais oito meses, grato.”
O jogador chegou no Recife sem alarde e logo foi inscrito no Estadual. Na reta final, sem espaço, viu o Sport ser derrotado pelo Santa Cruz. Valeu a experiência de ter sentado no banco de reservas. Acreditava estar preparado para voltar a São Paulo. Conforme a negociação previa, não retornou. Com o certame terminando somente no ano seguinte, sem muito tempo de preparação, Dante Bianchi, o severo técnico do Leão, tentou implementar o ousado plano de jogo da Seleção Brasileira. Em vez de quatro jogadores na linha ofensiva, uma linha de ataque com três nomes. Ponta direita, ponta esquerda e o centroavante. Na Ilha do Retiro, já brilhavam Pacoty e Traçaia. A vaga estava aberta há tempos.
Técnico além da conta, de atrair torcedores para os treinos, o atacante logo ganhou a sua vaga. A vida, contudo, seguia simples, alojamento/campo, campo/alojamento. Certo dia, Pelé foi até o terraço da sede. Era 4 de maio de 1958 e outros jovens atletas e sócios leoninos acompanhavam via rádio o primeiro jogo da Seleção Brasileira no ano da Copa do Mundo. Que apresentação! No Maracanã, 5 a 1 sobre os paraguaios, com show do palmeirense Mazzola , autor de três gols. “Joga muito esse aí. É outro nível, entende?” A timidez deu lugar ao sorriso fácil, às cantorias com violão antes dos jogos. O menino foi ganhando personalidade.
Quatro semanas depois, após muito tempo de espera, surgiu a primeira chance como titular. O estádio apanhou um bom público. Os jornais locais já noticiavam os feitos do “menino de Santos” – mas natural, na verdade, de Três Corações. Contra o Íbis, o Leão arrancou de forma impiedosa, 5 a 0. Acredite, Pelé marcou cinco gols. Pé direito, pé esquerdo, cabeça, rebote e driblando toda a zaga do pássaro preto do subúrbio. O abraço de Pacoty, o apoio de Traçaia e o público de pé, aplaudindo. Tardes assim seriam uma rotina. Enquanto os dirigentes paulistas – cientes do talento extraordinário – tentavam antecipar a volta da revelação, o presidente do Sport, Adelmar da Costa Carvalho, assegurava o cumprimento do documento registrado na FPF.
Em 29 de junho, o Brasil enfim conquistaria o sonhado título mundial, numa apertada e inesquecível vitória sobre a Suécia em Estocolmo, 2 a 1. A primeira escala no país, curiosamente, seria no Recife, três dias depois. Festa nas ruas da capital, com a delegação no aeroporto. Único santista no elenco campeão, Zito enviou uma mensagem ali mesmo. “Pelé, eu sabia de toda a tua dedicação em Santos. Esse título mundial também é para você. Jogaremos juntos em breve”. Mensagem recebida, quase um presente. Após ser campeão pernambucano de 1958 com 41 gols marcados, à frente de Pacoty (36) e Traçaia (11), num recorde ainda em vigor, Pelé deixou a torcida rubro-negra órfã. No ano de ouro do futebol brasileiro, se dizia que jamais haveria um ataque como Garrincha, Vavá e Mazzola. E nem como Pacoty, Traçaia e Pelé.
História real
O telegrama do Santos oferecendo Pelé ao Sport de fato existiu, datado em 05/11/1957, mas Rozenblit agradeceu a oferta e recusou o “jovem desconhecido”. Pelé explodiu no futebol em 1958, marcando 58 gols no campeonato paulista e seis no Mundial. No Recife, o Leão foi campeão pernambucano, com Pacoty como artilheiro, com 36 gols. O recorde de um goleador local segue com 40 gols (Baiano, em 1982 e 1983, e Luís Carlos, em 1984).
O texto da série “E se…” faz parte do especial do Diario de Pernambuco com a história de todos os Mundiais. Confira o hotsite aqui.
Eis os textos de escritores famosos sobre o tema, publicados no Diario de Pernambuco em 23 de janeiro de 2000, quando o telegrama foi revelado.
Pelé seria ainda mais Pelé! Luiz Fernando Veríssimo
Combinado que em qualquer outro lugar o Pelé ainda seria Pelé, o que mudaria mesmo seria a história do Sport. O Santos, claro, não era só Pelé, mas foi ele o responsável pela projeção mundial do clube. O Sport teria tido a mesma projeção com Pelé no time? Naquela época havia pouco intercâmbio entre os times do Brasil, era raro times de fora de São Paulo e Rio serem notados, ou terem jogadores convocados para a Seleção. Se jogasse no Sport, Pelé não teria sido convocado para a Seleção de 58. Pelé teria que jogar mais do que jogou no Santos para ser notado. Conclusão: se Pelé tivesse ido para o Sport, seria obrigado a ser melhor do que foi. Pelé seria ainda mais Pelé!
Sorte do goleiro do Íbis Xico Sá
Existem dois tipos de traição que não prescrevem nunca – a da mulher da sua vida e a do time do seu coração. Para evitar maiores constrangimentos durante o cozido dominical, tratemos apenas do segundo crime. E que traição dos velhos cartolas, senhores. Chifre é pouco. Último a saber, sonhei as últimas noites com as manchetes épicas que teriam sido possíveis. Leão conquista a América. Rei da Ilha humilha a Europa. Sport para a guerra em excursão à África. Pernambuco é bi do mundo…
Mas também fiquei pensando nas desgraças que isso poderia representar. Sonhei com um texto, no melhor futebolês: “Em tarde infeliz, o camisa 10 do Leão da Praça da Bandeira balançou apenas 15 vezes as redes do Íbis…”
Perdemos Pelé, numa bobeada imperdoável da cartolagem. Por ironia, os deuses do futebol ainda nos presentearam, tempos depois, com outro rei, Dadá Beija-Flor. Não conquistamos a América, não humilhamos a Europa, mas os goleiros do Santo Amaro e do pobre Íbis… sofreram como o diabo.
Minha sorte, nessa história toda, é que, graças a tios nordestinos que migraram para São Paulo nos anos 60, tive a felicidade de ganhar uma camisa do Peixe ainda menino, o que permitiu usufruir de todas as glórias da era Pelé. Naquele tempo já era Sport, por causa do Guarani de Juazeiro, que tinha as mesmas cores, o meu escudo, a mesma torcida cri-cri e o apelido de “O Leão do Mercado”, em virtude da paixão dos feirantes pelo time.
Promessa de amor do Rei Raimundo Carrero
Foi uma jura de amor. O raquítico Dico, ainda não transformado em Pelé, coberto apenas por um calção de veludo vermelho, bordado em lantejoulas, e exibindo sandálias imperiais de pom-pom, basta cabeleiras escaracolada, perdeu-se de paixão por uma garotinha que, recém-nascida, passeava nos braços da mãe na sede do glorioso Sport Club do Recife. Ele havia chegado ao Recife a bordo de um teco-teco, especialmente contratado para trazê-lo aos gramados pernambucanos, terror do tricolor Adelmar e do alvirrubro Caiçara.
Naquele instante, no solo sagrado do Leão e sob o testemunho do incandescente sol nordestino, Pelé vislumbrou a glória que haveria de se abir aos seus pés, e num gesto cavalheiresco, ajoelhou-se perante a garotinha, gritando: “Serei rei, ó bela dos meus olhos. Retornarei ao Recife para desposá-la, ó sonho dos meus sonhos, linda dama dos cabelos dourados”.
Naquele instante, num fenômeno da natureza, apareceu no céu a estrela Assíria. Anos depois, coroado rei nos estádios do mundo, Pelé voltou ao Recife, depois de enfrentar deuses e monstros, mouco ao cântico das sereias, e ainda no Aeroporto dos Guararapes, gritou apaixonado: “Voltei, minha princesa”. Casou-se com Assíria Seixas na Igreja Episcopal. E foram felizes para sempre.
Quarta-feira de Cinzas, 22h, em São Lourenço e com transmissão aberta na tevê. Nem mesmo a liderança e as duas vitórias seguidas, incluindo um clássico, conseguiram dobrar o torcedor alvirrubro num cenário tão adverso.
Foram apenas 1.801 testemunhas na Arena Pernambuco, num processo que não gera prejuízo ao consórcio, mas ao cidadão, que irá financiar o estádio.
Entre os torcedores que se arriscaram, a expectativa era ver um Náutico com movimentação e força ofensiva, como nas últimas apresentações. Porém, o Timbu encontrou uma marcação encaixada do Salgueiro, com três volantes.
Apesar do sistema, o time sertanejo também se lançou ao ataque, com moderação. A proposta do visitante se manteve durante todo o jogo.
Aos sete minutos do segundo tempo, o golzinho para completar a proposta. Num belo lançamento – com a falha no corte de Luiz Alberto -, Vitor Caicó invadiu a área, driblou o adversário e tocou para o gol vazio. Tirou Lisca do sério.
O treinador mexeu na equipe logo depois, com o objetivo de dar mais mobilidade ao meio-campo – com a saída e Marcus Vinícius para a entrada de Roberson. Apesar da vontade, o Timbu não reagiu. Pior, nos descontos, Luiz Alberto voltou a falhar, cometendo pênalti em Fabrício Ceará. O mesmo bateu, 2 x 0.
Num cenário inóspito, o Náutico sofreu o seu primeiro revés no Estadual. Ao Salgueiro, a primeira vitória de um time do interior na Arena, sem público.
Com novos aplicativos a cada semana, os smartphones redefiniram o dia a dia das pessoas, com a possibilidade de serviços e comunicação.
Como aconteceu na geração passada dos celulares, as “capinhas” voltaram ao cenário, dando personalidade a cada aparelho.
Entre os números temas estampados, um espaço enorme para o futebol. Os grandes clubes da Europa contam com dezenas modelos de capas para cada modelo, como iPhone (4 e 5) e Galaxy (S3 e S4).
Com valores entre R$ 40 e 59, Náutico, Sport e Santa Cruz licenciaram as suas marcas com fabricantes nacionais. Confira alguns dos modelos no mercado…
A soma de curtidores nas páginas oficiais de Sport, Santa Cruz e Náutico no facebook chegou a 648.339 pessoas.
Nesta quarta, o Alvirrubro alcançou a expressiva marca de 100 mil torcedores em seu principal perfil nas redes sociais. Os dois maiores rivais do clube já haviam estabelecido esse número. Por sinal, os três grandes clubes do Recife lançaram postagens especiais para celebrar o número redondo de usuários.
Confira a quantidade atualizada no facebook e as datas que marcaram a 100.000ª curtida de cada agremiação.
Poucas vezes na história da Marquês de Sapucaí o esporte foi tão celebrado…
Começou com uma provocação futebolística em pleno sambódromo.
A ideia repercutiu além do que se imaginava, mas trouxe uma certa tensão sobre a votação à escola Mocidade Independente de Padre Miguel.
Estampar um “87” nas costas de uma camisa do Sport na avenida carioca, na mesma noite em que ídolo flamenguista Zico seria homenageado pela Imperatriz Leopoldinense foi demais.
O polêmico título brasileiro, decidido na justiça a favor do rubro-negro pernambucano, foi usado para alimentar a rivalidade entre as duas escolas.
Nesta quarta, houve a apuração dos dez quesitos avaliados nos desfiles.
Como sempre, critérios subjetivos através dos jurados espalhados na avenida.
E metade do juri seria formado por torcedores do Flamengo….
Retaliação? O profissionalismo na votação parece ser mais forte.
A Mocidade, que não é campeã do carnaval desde 1996 e mantém um orçamento menor que o das maiores escolas da atualidade, ficou em 9º lugar.
Só que a Imperatriz também não levou, terminando na 5ª posição…
O título de 2014 acabou com a Unidos da Tijuca, também com viés esportivo, mas em alta velocidade. Nada menos que a vida de Ayrton Senna.
A bola oficial dos dois principais campeonatos nacionais do Brasil em 2014 chegou na sede da CBF no último dia 10 de fevereiro. Na verdade, foi entregue uma caixa com sete modelos, visando a aprovação da direção entidade.
A pelota produzida pela Nike – patrocinadora da Confederação Brasileira de Futebol desde 1996 – será utilizada na Série A e na Copa do Brasil, nos jogos de Sport, Náutico e Santa Cruz.
A bola havia sido lançada na Taça Libertadores desta temporada. No Brasil, um mês depois, o produto chegou com uma nova pintura, com o distintivo da CBF no lugar da Conmebol. Compare as duas versões clicando aqui.
A nova bola foi feita em 12 gomos soldados por fusão, numa mistura de camadas de filme plástico e látex de carbono. Com essas inovações técnicas – nem sempre perceptíveis para o público -, a empresa segue a tática de lançar no mercado um novo modelo a cada edição do Brasileirão.
2012 – T90 Strike (“com câmera butil, que garante maior retenção do ar”)
2013 – Maxim Hi-Vis (“a tecnologia Geo II oferece mais equilíbrio nos chutes”)
2014 – Ordem (“maior controle de voo com as ranhuras aerodinâmicas”)
Vale lembrar que mesmo com a chancela nacional, cada competição pode contar com uma bola específica, tanto nos modelos quanto nas fabricantes. No Nordestão, também organizado pela CBF, a bola oficial foi produzida pela Penalty.