A grande final da Copa do Mundo de 2014 reunirá o melhor time da competição e a equipe liderada pelo melhor jogador dos últimos anos.
A disciplina tática associada à pura técnica e habilidade dos alemães contra a genialidade de Messi, apoiado pela garra de seus companheiros.
Alemanha x Argentina é um dos maiores clássicos da história do futebol.
Torcida verde e amarela à parte, decisão valoriza ainda mais o Mundial do Brasil.
O jogo deste 13 de julho, no Maracanã, será o sétimo confronto entre os dois países, igualando o recorde o Brasil x Suécia. Mas o recorde vai bem além disso. Será nada a terceira decisão em uma Copa. Até hoje, uma glória para cada lado.
Em 1986, o brilho eterno de Diego Armando Maradona, num 3 x 2 no estádio Azteca, diante de 114 mil torcedores.
Em 1990, a metódica seleção germânica ganhou por 1 x 0, com o gol de Andreas Brehme no Stadio Olimpico.
A negra em 2014 vem precedida da supremacia alemã nos últimos duelos. Não por acaso, em 2006 e 2010, derrotaram os argentinos nas quartas de final.
Ao 20º campeão mundial da história, a Taça Fifa, que será erguida pela terceira vez por uma mesma seleção, algo inédito desde a criação do troféu há quarenta anos.
Nas conquistas anteriores, os capitães foram Lothar Matthäus e Maradona. No Maraca, a honra caberá ao lateral Philipp Lahm ou ao atacante Lionel Messi…
A acachapante derrota brasileira na final da Copa do Mundo de 1998, com Zinedine Zidane comandando a França no 3 x 0, deflagrou uma crise administrativa na CBF, chegando a uma investigação através de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). Duas, na verdade, com uma no Senado e outra na Câmara. A investigação foi até junho de 2001.
A diligência focou o milionário contrato entre a CBF e a Nike, assinado em 1996 e que renderia US$ 160 milhões durante uma década. Contudo, os interrogatórios se estenderam aos integrantes do Mundial. Foram chamados Zagallo, Edmundo e Ronaldo, com a suspeita de que a fabricante, patrocinadora do Fenômeno, tivesse pressionado na escalação no Stade de France.
Quatro edições depois, a Seleção voltou a sofrer um golpe duríssimo em campo. A humilhante derrota na semifinal, em casa, deixará marcas na história da paixão nacional. O 7 x 1 aplicado pela Alemanha pode ser o recomeço organizacional da Confederação Brasileira de Futebol.
Talvez não chegue a tanto, com uma nova CPI – uma ameaça constante à entidade. Mas, sobretudo, que os deputados não façam perguntas pertinentes como essas abaixo, em 10 de janeiro de 2001…
O sr. deputado Eduardo Campos – O Zagallo tinha… No esquema tático da Seleção, você tinha um papel… É fato, foi noticiado à época em alguns jornais, você tinha um papel na marcação do Zidane ou… ou isso é conversa do…
O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Quem tinha? Eu tinha um papel?
O sr. deputado Eduardo Campos – Sim, na… no esquema tático, na marcação do Zidane?
O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Isso vai ajudar muito na… na… na CPI?
O sr. deputado Eduardo Campos – Vai. Eu acho que vai. Senão, não teria perguntado.
O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Tudo bem. Eu não me recordo da marcação no Zidane, quem tinha que marcar.
O sr. deputado Eduardo Campos – Não recorda.
O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Tu diz na hora do gol do… do…
O sr. deputado Eduardo Campos – Não. Na hora do gol, não.
O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – … ou durante o jogo?
O sr. deputado Eduardo Campos – Durante o jogo.
O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima– Ah, eu não me recordo quem deveria marcar o Dunga… o… o Zidane. Acho que quem deveria não marcou muito bem, também, não é?
O sr. deputado Eduardo Campos – Porque foram dois, né? (Risos.)
O sr. Ronaldo Luís Nazário de Lima – Pois é.
O sr. presidente (deputado Nelo Rodolfo) – Satisfeito, Deputado?
O sr. deputado Eduardo Campos – Satisfeito.
Pois é, acredite. Antes dos dois mandatos de governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) cumpriu três mandatos na câmara dos deputados, de 1995 a 2007, e foi um dos componentes da CPI CBF/Nike.
Sobre o relatório final, que acabou reprovado – sem surpresa alguma, como fica claro -, confira a íntegra do documento de 220 páginas aqui.