Dez pontos separam o Náutico (vice-líder) do Santa Cruz (vice-lanterna). Um cenário surpreendente considerando o período de um mês desde o Estadual, com o Tricolor campeão e o Alvirrubro em último lugar no hexagonal. Na preparação para a Série B, os alvirrubros fizeram uma reformulação, enquanto os tricolores bancaram uma equipe com uma visível limitação técnica, apesar do título. E vale destacar que a liderança na 5ª rodada só não ficou com o Náutico porque o Botafogo venceu o Paraná aos 48 minutos do segundo tempo, com um gol de Rodrigo Pimpão.
No G4, um carioca (líder), um pernambucano, um baiano e um mineiro.
A 6ª rodada dos representantes pernambucanos
05/06 (19h30) – Náutico x América/MG (Arena Pernambuco)
06/06 (16h30) – Luverdense x Santa Cruz (Passo das Emas)
Os circuitos de um transformador explodiram, deixando a Curuzu na penumbra. A energia só foi restabelecida 54 minutos depois, não para o Santa. O título estadual foi comemorado com justiça, mas a limitação era evidente. Desde então, contra adversários de nível técnico um pouco melhor (do que Serra, Central e Salgueiro), o time se apagou. Quatro derrotas em cinco jogos e um início preocupante na Série B. Hoje, dez pontos separam alvirrubros (13) e tricolores (3). O revés para o Paysandu por 2 x 1, num jogo ruim, aumentou o questionamento sobre o trabalho de Ricardinho, num senso comum.
Uma visão mais periférica alcança a reposição ruim e a queda de rendimento de alguns atletas, como o meia João Paulo, eleito o melhor do Estadual. Mas há também uma parcela de culpa do treinador, que mesmo mudando cinco peças não abre mão de um sistema extremamente precavido – mas vazado dez vezes em cinco rodadas. Ao ensaiar um pouco mais de ofensividade, vem a carência máxima do atual campeão pernambucano. Bruno Mineiro, que em janeiro parecia uma ótima contratação, simplesmente não cumpre um papel decente. E depender só de Anderson Aquino, autor do gol de pênalti no Pará, não é o ideal.
A isso tudo, adicione um problema crônico no desempenho de qualquer time: salário. É simplesmente uma regra não escrita no futebol, a de que o um grupo com os ordenados atrasados (de forma recorrente) cai vertiginosamente. A bronca, claro, foi ver esse cenário estourar na competição mais importante do ano para o Santa Cruz. O texto soou pessimista demais? Para alguns torcedores, sem dúvida. Seguem com a visão turva em relação à conquista local. Enxergam a saída de Ricardinho como solução. Talvez a mais barata, só.
Hiltinho foi puxado na área aos 57 segundos. A cobrança de Ronaldo Alves, no cantinho direito, ocorreu aos 2min25s. E ainda havia gente demais chegando na Arena Pernambuco, com aquele recorrente problema de mobilidade. Ouvindo o gol pelo rádio, esse povo todo vestido de vermelho e branco se apressou para entrar no estádio. Valia o esforço (e o exercício de calma no trânsito) para curtir a boa fase do Náutico, numa metamorfose impressionante.
O 2 x 0 sobre o Ceará, com Willian Magrão ampliando no segundo tempo, também no comecinho, estendendo a série invicta do time pernambucano, com quatro vitórias e um empate. Uma campanha para acabar com as dúvidas sobre o objetivo do clube. Com uma largada assim, é difícil não enxergar o Timbu brigando nas cabeças até o fim da Série B. Irá oscilar? Provavelmente. A pressão aumentará? A cada rodada. Entretanto, se a motivação e a tática de Lisca (e os salários em dia) continuarem, a tendência é que a equipe ganhe ainda mais personalidade, algo que vinha faltando há tempos.
No gol, Júlio César (completando 50 partidas). Na zaga, a experiência de Fabiano Eller e Ronaldo Alves. Na cabeça de área, um ascendente João Ananias. À frente, Douglas (grata surpresa). Há uma espinha dorsal. Diante do campeão nordestino (com Ricardinho apagado), o mandante se impôs, mesmo contra uma marcação avançada, compacta. Num teste de paciência, após abrir o placar, o Alvirrubro conduziu a partida ao seu gosto, sem maiores sustos. No fim da partida nesta terça, os 10.997 torcedores se dispersaram na arena em São Lourenço, mas com uma vontade, creio eu, de permanecer mais alguns minutos. Criando cada vez mais afeição com um time, enfim, competitivo.
Com mais de um século de história, a Fifa teve apenas oito presidentes. O que assusta ainda mais nesta estatística é o tempo que uma mesma linha de administração ficou no poder. Durante 41 longos anos, os aliados Havelange e Blatter comandaram a poderosa entidade, com um sistema agora conhecido, poluído por negociatas e acordos escusos. E o suíço já estava pronto para um quinto mandato, até 2019, após uma votação no meio da crise imposta pela investigação do FBI, com a prisão de novo dirigentes do alto escalão.
A base de uma nova (e conturbada) gestão não durou sequer uma semana. Blatter parece ter sucumbido à pressão (semelhante à saída de Ricardo Teixeira da CBF, em 2012), colocando o seu cargo à disposição. Discurso direto.
”Vou continuar a exercer minha função como presidente até um novo presidente ser escolhido. O próximo congresso demoraria muito. Esse procedimento será de acordo com os estatutos. E com tempo suficiente para encontrar os novos candidatos e que possam fazer suas candidaturas”.
Com uma expectativa baseada numa certa ingenuidade, que essa renúncia seja realmente um sinônimo de reforma na estrutura com sede na Suíça, faturamento anual de US$ 2 bilhões e influência em todos os continentes. A isso, vale até a revisão da escolha (viciada) de torneios até 2022. Aqui no Brasil, contudo, a saída de Teixeira trouxe ninguém menos que José Maria Marin. Pois é. A eleição extraordinária ocorrerá entre dezembro de 2015 e março de 2016.
1º) Robert Guérin (França) – 1904-1906
2º) Daniel Burley Woofall (Inglaterra) – 1906-1918
3º) Jules Rimet (França) – 1921-1954
4º) Rodolphe Seeldrayers (Bélgica) – 1954-1955
5º) Arthur Drewy (Inglaterra) – 1955-1961
6º) Stanley Rous (Inglaterra) – 1961-1974
7º) João Havelange (Brasil) – 1974-1998
8º) Joseph Blatter (Suíça) – 1998-2015 Após a morte de Woofall em 1918, aos 66 anos, o então secretário-geral holandês Carl Anton Hirschman assumiu interinamente.
Fifa pedindo arrego e CBF na corda bamba. Se descer mais um pouco…