A invencibilidade do Sport cai em um Mineirão lotado por 50 mil torcedores

Série A 2015, 12ª rodada: Atlético-MG x Sport. Foto: Juarez Rodriguez/EM/DP D.A Press

A duradoura invencibilidade do Sport na Série A chegou ao fim. Após 18 jogos, na segunda maior sequência da história dos pontos corridos, iniciada ainda em 2014, o Rubro-negro perdeu do Atlético Mineiro por 2 x 1, num Mineirão tomado por 50 mil torcedores. Era um “jogo grande”, como o técnico Eduardo Batista havia dito antes da partida, a mais aguarda da da rodada e o maior teste para a equipe nesta edição. Com a  derrota do Grêmio diante da Chapecoense, horas antes, a partida valeria a liderança do Brasileiro, fazendo justiça à expectativa gerada. Se saiu de campo derrotado, o Leão ao menos teve uma postura digna, lutando, tocando a bola sem sentir a pressão da multidão e buscando seu jogo, já conhecido pela torcida, com posse de bola e toques curtos, com técnica.

No primeiro tempo, os goleiros Victor e Danilo Fernandes quase não tiveram trabalho, tamanho equilíbrio, com uma marcação forte. Na volta do intervalo, o início foi eletrizante, com três gols em nove minutos. Num contragolpe gerado após a falta de vontade de Samuel para chutar uma bola, a bola chegou a Thiago Ribeiro, pela direita, com o cruzamento para Lucas Pratto mandar para as redes. O argentino é um finalizador nato e ainda exigiria bastante do goleiro leonino, com duas grandes defesas em chutes cruzados. Antes, o Sport empatou com o zagueiro Matheus Ferraz (partida de muita aplicação), após a falta cobrada por Diego Souza, que na prática só fez isso.

A igualdade instantânea poderia ter sido um baque para o Galo, mas Giovanni Augusto, ex-Náutico, acertaria um chutaço da ponta esquerda da área, sem defesa. Na sequência, Maikon Leite desperdiçou uma grande chance, sentindo a coxa. Entrou o garoto Wallace, da base. Neto Moura e Mike também foram acionados, mexendo no tabuleiro, mas com o volume de jogo aumentando, até pelo recuo dos alvinegros. Com uma barreira à frente, o Sport teve poucas chances objetivas, até os descontos, com um cruzamento para Marlone cabecear livre, raspando a trave. Silêncio momentâneo no Mineirão, que logo depois explodiria com o apito final, ampliando a merecida liderança. Ao Sport, derrotado em seu grande teste (finalizando 11 vezes, contra 12 do Galo), fica a boa campanha construída, com dois outros grandes jogos na Arena Pernambuco, Palmeiras e São Paulo. Tem futebol para encarar.

Série A 2015, 12ª rodada: Atlético-MG x Sport. Foto: Juarez Rodriguez/EM/DP D.A Press

Cenário raro desde 2009, um clássico no Recife com 30% de torcida visitante

Divisão de torcidas entre Náutico x Santa Cruz, no 1º turno da Série B 2015. Arte: Arena Pernambuco/site oficial

“Eu não quero essa história de ‘torcida única’ nos estádios no Pernambucano não. Isso acontece no Campeonato Brasileiro, mas aqui nós colocaremos 20%”.

Declaração dada por Carlos Alberto Oliveira em janeiro de 2009.

No estado, o aumento do percentual às torcidas visitantes, inicialmente de 10% segundo o Regulamento Geral de Competições para as competições nacionais, foi uma resposta à rixa entre rubro-negros e alvirrubros, que em 2008 passaram a liberar 1/10 dos bilhetes para os visitantes nos clássicos, tanto na Ilha quanto nos Aflitos – os dois lados se acusavam. Antes dese imbróglio, os clássicos no Recife contavam com estádios praticamente divididos entre as massas.

Seis anos depois da decisão do ex-presidente da FPF, a divisão de ingressos é bem específica nos jogos entre Náutico, Santa e Sport, com 20% no Estadual e 10% nas demais competições. Logo, temos uma exceção no Clássico das Emoções na Série B de 2015, num acordo entre os presidentes dos clubes para a liberação de 30% das entradas nas duas partidas, na Arena Pernambuco e no Arruda. No primeiro jogo, segundo a direção coral, a carga inicial de 14.500 ingressos aponta 10.150 alvirrubros e 4.350 tricolores.

Em relação à regra, os textos dos regulamentos gerais da CBF e da FPF são praticamentes iguais (abaixo). O documento local é uma adaptação da primeira versão da norma, de 2009, cujo artigo era direito: “A torcida visitante tem direito a ingressos em quantidade equivalente a 20% (vinte por cento) da capacidade do estádio.” Agora, há uma flexibilidade para dados até maiores, justamente em caso de acordos, cada vez mais raros entre recifenses…

Atualização: após a informação dada pelos tricolores, a direção alvirrubra desfez o acordo, mantendo a distribuição original no Brasileiro, de 10%.

Regulamento geral das competições CBF 2015
“Art. 80 – O clube visitante terá o direito de adquirir, com pagamento prévio, a quantidademáxima de ingressos correspondente a dez por cento (10%) da capacidade do estádio ou da capacidade permitida pelos órgãos de segurança, desde que se manifeste em até três (3) dias úteis antes da realização da partida através de ofício dirigido ao clube mandante, obrigatoriamente com cópia às federações envolvidas e à DCO.

Parágrafo único – Em cumprimento de acordo assinado entre os clubes, inclusive para situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior aos dez por cento (10%) da capacidade do estádio.”

Regulamento geral das competições FPF 2013/2014
“Art. 86 – O clube visitante terá o direito de adquirir a quantidade máxima de ingressos correspondente a 10% da capacidade do estádio, desde que manifeste em até três dias úteis antes da realização da partida, através de ofício dirigido ao clube mandante, necessariamente com cópia às federações envolvidas e à DCO.

Parágrafo 2º – Em cumprimento de acordo assinado entre os clubes, inclusive para situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior aos 10% da capacidade do estádio.”

Considerando os percentuais factíveis nos três clássicos da capital, eis as cargas de ingressos para os visitantes em cada mando de campo.

10%
Arruda – 6.004
Arena Pernambuco – 4.621
Ilha do Retiro – 3.298

20%
Arruda – 12.008
Arena Pernambuco – 9.242
Ilha do Retiro – 6.596

30%
Arruda – 18.013
Arena Pernambuco – 13.864
Ilha do Retiro – 9.894

Universo paralelo sobre o Mineirazo termina com Brasil 1 x 0 Alemanha

Há exatamente um ano, em 8 de julho de 2014, a Seleção Brasileira sofria a maior derrota de sua centenária história, estatística e moralmente. O revés na semifinal no Mineirão, com 7 x 1 a favor da Alemanha, marcou para sempre a história do futebol. Um resultado tão elástico que os próprios torcedores brasileiros passaram a tirar uma onda da situação.

Num trabalho de edição primoroso, o perfil Zekiel79, no Youtube, refez o vídeo da partida, terminando com uma incrível atuação do goleiro Júlio César diante dos germânicos e o meia Oscar definindo a vitória verde e amarela no finzinho, rumo à decisão da Copa do Mundo, com direito à narração da BBC britânica.

A derrota fica, mas no esporte ainda é possível levar no bom humor.

Afinal, estamos há 365 dias sem sofrer um gol da Alemanha…

Podcast 45 (149º) – Vitória do Santa Cruz, derrota do Náutico, 7 x 1 e torcida do Fla

O programa foi gravado logo após a rodada cheia da Segundona, a 11ª. Começamos o 45 minutos falando da surpreendente derrota do Náutico em Mogi Mirim, com Rivaldo em campo. Em seguida, a terceira vitória seguida do Santa Cruz, se fortalecendo para o Clássico das Emoções na Arena Pernambuco. Os resultados mudaram o favorito no sábado? Opinamos. Depois, o programa seguiu para a polêmica declaração do presidente do Flamengo, dizendo ter a maior torcida em 24 dos 27 estados, o que incluiria Pernambuco. Por último, relembramos o “7 x 1”, com o maior vexame da Seleção, completando um ano.

Confira o ingráfico com as principais atrações do programa aqui.

Neste podcast de 1h28m, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!