Em 30 de abril de 2007, a CBF divulgou o seu balanço financeiro referente ao exercício do ano anterior. Por sinal, 2006 foi a última temporada com prejuízo para a entidade, de R$ 22.133.000. E olhe que a confederação recebeu na ocasião um adiantamento da Isec, a International Sports Events Company, sobre os direitos dos amistosos da Seleção Brasileira por quatro anos. Desde então, ainda que a administração na entidade tenha seguido rigorosamente a mesma linha, com foco na seleção em detrimento dos clubes de futebol – a não ser para se manter no poder -, o lucro líquido em nove anos chegou a meio bilhão de reais! Mais precisamente, R$ 503 milhões.
O cenário não mudou nem mesmo com o conturbado 2015. Corrupção na Fifa, enfraquecimento político, negociações isoladas dos clubes, fuga de patrocinadores, troca de presidentes etc. Em relação ao balanço passado, o lucro subiu 41%, chegando a R$ 72.081.000. O faturamento com patrocínios caiu (5,5%), terminando em R$ 339.604.000, mas acabou “recompensado” com a redução das despesas administrativas, de R$ 167 mi para R$ 119 mi (28%).
O blog encontrou os saldos dos últimos nove balanços da confederação, todos positivos, totalizando R$ 503 milhões no período. Se no último déficit o faturamento anual foi de R$ 99 milhões, a parti dali o aumento foi considerável. Imagina-se o motivo de tanta vontade de permanecer na sede no Rio de Janeiro – mesmo sem estar na cadeira de fato. Não por acaso, fomenta-se o apoio, com R$ 123 milhões distribuídos no ano entre as 27 federações estaduais.
Lucro da CBF
2007 – R$ 10 milhões
2008 – R$ 32 milhões
2009 – R$ 72 milhões
2010 – R$ 83 milhões
2011 – R$ 73 milhões
2012 – R$ 55 milhões
2013 – R$ 55 milhões
2014 – R$ 51 milhões
2015 – R$ 72 milhões
Faturamento da CBF
2007 – R$ 114 milhões
2008 – R$ 152 milhões
2009 – R$ 233 milhões
2010 – R$ 271 milhões
2011 – R$ 313 milhões
2012 – R$ 360 milhões
2013 – R$ 436 milhões
2014 – R$ 519 milhões
2015 – R$ 518 milhões
A CBF é uma “pessoa jurídica de direito privado, de caráter desportivo, sem fins lucrativos, conforme os arts. 1º e 6º do seu Estatuto”. Há tempos, luta com todas as forças para manter tal status, sem uma regulação de fato.